terça-feira, 6 de novembro de 2018

As Desditas da mordida de Eva




Eve Tempted by the Serpent, by William Blake
Uma pessoa Lúcida é uma pessoa que despertou Lúcifer (metaforicamente portador da luz/mente iluminada/com lucidez) uma vez que a reencarnação é nada mais nada menos que a queda de cada um de nós seres de luz com nosso estado mental apagado no sono do materialismo para que possamos acender a luz novamente de acordo com nossa vontade e capacidade durante os vários egressos. As Stregas sabem bem disso! Cultivar a lucidez é um culto a Lúcifer e esse foi o segredo da maçã dada a Eva. Desculpe te desapontar mas Lúcifer não é uma “entidade” e sim a consciência luminosa que cada um possui, logo, somos todos Lúcifer, somos todos caídos. Alguns conseguem acender sua luz, outros procuram a igreja e isso divide nossa etnia espiritual.

A etnia espiritual é situada na divisão entre quem acende e quem não acende sua luz/consciência.

Nossa mente é quem faz as cobranças que causa aquilo que adoece, não Deus! Não o Diabo! Mas seres humanos precisam de nomes para ter domínio (ou justificativa) sobre aquilo que desconhece e tacar a “culpa” em alguém, então o “culpado” seria Deus – que criou tudo.

Percebem como ao se trabalhar com a teoria da culpa só nos leva aos divãs dos psicoterapeutas/psicólogos/psiquiatras? – (na falsa tentativa de encontrar Lucidez ou controle, uma vez que, só um bruxo faz outro bruxo, enquanto que um terapeuta faz um paciente).

Com esse artigo queremos incentivar nossos leitores abrirem a mente, expandir a consciência, progredir no caminho evolutivo, para que não haja punições posteriores vestidas de cobranças egoicas. Sabemos que não devemos julgar alguém. Julgamento é aquilo que traz sentença/autopenação/punição. Sabemos que não se pode estimar alguém pelo que a pessoa passou e sim pelo conhecimento que ela adquiriu ao ter passado pelo que passou, é pra isso que as ordálias nascem, pra te desafiar e te fazer crescer. Sabemos que as pessoas se desentendem somente para depois se reconciliarem, mas isso só ocorre quando depositamos no labirinto aquilo que nos fez desentender, em troca da Lucidez.

A mente é um labirinto, o qual sempre revela um canto ainda não explorado, um canto que causa medo (FOBOS) ou nos força permanecer no ponto de conforto que por sua vez são os cantos já explorados e seguros por serem já conhecidos. Isso fica evidente durante o segundo trabalho de Lupercus com a administração do Touro, cuja ausência de habilidade na percepção do amuleto de Dédalo pode nos levar a perdição dentro do “Lapi Ro Hunt” (LABIRINTO), local conhecido como recinto para as danças cerimoniais de Ariadne, é um local conhecido como perdição e salvação! É nesse recinto que a troca acontece.

Fobos leva ao erro, que leva ao descuido, que leva a paixão, que leva ao deslumbre, que leva a brincadeira e termina na vontade e essa última criança é o que nos resta compreendido como sendo o tal famoso “livre-arbítrio”. Nesse labirinto encontra-se nosso verdadeiro adversário. Para quem tem o mínimo de conhecimento sobre a sombra, os irmãos Fobos e Lupercus, ambos filhos de Marte, se encontram aqui para o segredo da grande comunicação do domínio/troca/sacrifício das 7 crianças e assim dar sequencia ao próximo labor.

Esperamos que a maior parte de nossos leitores sejam adultos o suficiente para perceber que Lúcifer, o Portador da Luz, ou Lord Lumiel, como é conhecido na tradição esotérica, não é o Satanás Cristão, embora seus mitos se sobreponham e tenham sido confundidos através das eras. O mito da expulsão de Lúcifer do Céu dada à recusa em se curvar para criação de Yahweh, foi distorcido pelas primeiras Igrejas. Eles costumavam criar um truque satânico para assustar o povo rural que ainda adorava os Deuses Antigos para convertê-los e controlar seus próprios seguidores através do medo.

Em uma versão da sabedoria Cabalística, Lúcifer é ligado à humanidade desde que ambos experimentaram uma queda; ele, do Céu e nós, do Paraíso. Lúcifer foi retratado de acordo com sua mitologia, não como o Diabo, mas sendo conhecido como o adversário ou desditas do gênero humano. Ele nos relembra da razão de estarmos aqui e assim atua como uma medida psíquica de redução do ego para os cabalistas. Bem, cada escola tem sua medida e método de redução do ego.

Essa estória de que Lúcifer haveria caído para a Terra para 'atormentar seu povo' e de que ele teria 'travado uma guerra constante conosco' inocentemente compra a propaganda da Igreja, confundindo o Portador da Luz com o Satanás Cristão. Isto é ligeiramente reclamado através de sua referência a uma versão do mito Cabalístico que liga Lord Lumiel à expulsão de Adão e Eva do Jardim do Éden. Esta relação é fortalecida pelo fato de que a serpente no mito edênico era Lord Lumiel disfarçado. Seu objetivo era o de iluminar os primeiros humanos para a verdadeira natureza do universo, que deliberadamente estava sendo bloqueada deles por Yahweh. Como Lord Lumiel busca a redenção e restauração de seu legítimo lugar na ordem cósmica, da mesma forma os humanos que despertaram do sono do materialismo em busca da evolução espiritual para escapar do ciclo da morte e renascimento e alcançar a união com o Godhead (literalmente, Cabeça de Deus) – a meta última do caminho mágico.

Felizmente, para resolver esse conflito entre filho e pai (Lúcifer e Yahweh) dentro de nós, temos um ritual bastante terapêutico o qual Cornelius Agrippa deu as chaves quando afirmou “O semelhante está em outras coisas, as quais afetam a mente com um forte desejo!”. Ele falava aqui do desejo criativo da mente (Nous) do homem. A faculdade que torna possível o vínculo do celestial ao infernal, mas para que isso possa ser efetuado precisamos trabalhar na corrente da analogia e simpatia, em ressonância com a Terra e o que pode despertar os Mortos Poderosos da própria Terra.

Contudo, antes de se alcançar isso, deve-se conseguir primeiro nos relacionar bem com nosso sangue ancestral, e aqui mora mais um segredo, o que os sábios gregos e goes chamavam de Katharmoi, ou purificações.

Antigamente essas purificações eram feitas com orações e água. Mas hoje isso se soma, inclusive, ao fato da deficiência ou estado disfuncional de co-dependencia social que leva ao bode expiatório tão bem conhecida na linguagem da psicologia e psicanálise Lacaniana, mas também conhecida da linguagem vulgar.

O homem moderno tende a julgar facilmente e se recusa tomar responsabilidade por suas ações. Frequentemente se ouve dizer que fizeram o que foi feito por causa de outra pessoa. Quantas vezes não é culpa da própria relutância em se resolver as complicações relacionadas a um pai abusivo ou uma mãe insana? Ao invés de entender como esses fatores potencialmente maléficos contribuíram às ordálias que lhes capacitaram a alcançar seu  potencial, o homem vulgar vê a ordália como obstáculo.

A seguir você resolverá o conflito não só entre filho e pai (Lúcifer e Yahweh), mas também entre todos os seus adversários interiores, o que ocasionará o reflexo disso do lado de fora, inclusive.

Então faça uma lista dos seus ancestrais e um poema que celebre cada um deles, traçando o máximo de gerações que conseguir. Sim, os pais abusivos merecem um poema, bem como todos os seus eleitos inimigos, todos por igual. Você pode simplesmnete recitar o Ho’oponopono se acaso não conseguir fazer a lista da maneira bruxa, porque dá no mesmo, ou você pode ir participar de uma sessão de espelhamento ou como é conhecido na psicanálise, uma sessão de Constelação Familiar. Eu particularmente ainda prefiro os métodos bruxos.

Mesmo uma mãe má teve um útero que o trouxe a vida! Comece com o útero divino que tornou possível a sua vida. Perdoe, elogie, veja algo de bom naquilo que você só julgou maléfico até agora. Pare de julgar. Agradeça. Cante. Dê louvores. Faça poemas, hinos e encantamentos. Enfeitice-se com a energia clara e cristalina do alívio e da lucidez, funda-se com o todo e torne-se UM com o todo. Perdoe a sua própria ignorância e a deles, Una-se a fundição na forja de Cain ou na forja dos Metais de Vulcano e faça a alquimia acontecer.

Os desentendimentos são parte da grande dança de Ariadne e tem seu papel fundamental na grande obra, pois sem isso não haveria reconhecimento e empoderamento nem gratificações e nem milagres. A resposta de um feitiço se encontra nisso. Essa é a primeira magia a ser feita.

Não tome algo externo como verdade. A verdade é passageira, fragmentada, individual e limitada, não se apegue a verdade. A grande e verdadeira verdade reside na fusão de todas as verdades que cabe dentro de todos os seres vivos animados e inanimados existentes em todo o Universo. Nós aqui na Terra podemos trabalhar a princípio com 3 verdades, a minha, a sua, e a verdadeira verdade!

Tomemos como exemplo extremo, uma mãe e pai que abusam de seus filhos sexualmente ou com violência. Como um elogio pode ser composto em tais condições extremas?

Exemplo:

“Oh, Útero divino/Caverna sem defeitos de Deus/ Escondido dentro da carne da decadência/ tu foste um abrigo para meu habitar/ Por teu útero eu te saúdo xxxx e eu louvo os poderes divinos que fizeram teu útero a minha primeira casa.”

Quando somos iniciados somos gerados de alguém. O sentido é o mesmo! Entendedores entenderão! Sábios saberão! Aqui, nisso, inclusive, regras de juramentos criadas pelo homem são restauradas sob os auspícios de Lúcifer!
Resolvam-se, curem-se! Ambos os lados!

Eu não vou me estender sobre a questão do Katharmoi, vou deixar isso para outro artigo.

Assumam que todas as pessoas nascem boas e abençoadas em condições viciosas da matéria.

O que quer que venha depois pode trazer o alinhamento para dentro ou para fora da condição do despertar luminoso da condição humana pré-destinada. Você não é seus pais. A maldade não reside em você, é por isso que você perdoa, aprende, ilumina e soma, não subtrai.

É ensinado na tradição Luciferiana de Stregoneria de que assim como a humanidade evolui (lenta e dolorosamente), da mesma forma Lord Lumiel passa por fases de redenção. Para ajudar neste processo, ele e seus leais anjos guiam e ensinam humanos selecionados que são simpatizantes da sua mensagem. O Portador da Luz também toma periodicamente formas humanas e encarna na Terra como um avatar, para acelerar a evolução da raça humana. Isto está simbolicamente refletido no antigo mito do “rei divino”, tão amado pelos modernos pagãos, como na tradição da Strega!

Os leigos se referem ao papel de Lúcifer como um adversário do gênero humano. Novamente, isto é um conceito aberto à incompreensão feita por aqueles que possuem nem tão discretas intenções de enegrecer o nome do arcanjo rebelde. A definição da palavra no dicionário é 'oponente, antagonista, inimigo' e é ligada ao significado adverso de 'expressando oposição ou antítese'. Lord Lumiel não é o inimigo dos humanos, mas naquele contexto específico ele é o adversário de Yahweh. Pela recusa de curvar-se ao ser humano mortal porque ele (Lumiel) era angelical e um 'Filho de Deus', ele se opôs ao desejo de um deus tirânico do Velho Testamento, e deste modo, se tornou um inimigo da ordem cósmica. Na tradição da Strega, Lord Lumiel, como o adversário ou oponente, é visto de um modo totalmente diferente. Ele desafia os preconceitos, a ignorância e falsas crenças dos homens e mulheres, para que assim eles possam literalmente, ver a luz. Portanto o Portador da Luz guia os indivíduos ao caminho da gnose sem a intervenção de um sacerdócio. No culto de bruxaria medieval isto era simbolicamente representado pela tocha incandescente entre os chifres do Bode do Sabá.

De igual forma, você não pode deixar de chamar sua mãe, de mãe, você não pode deixar de chamar seu iniciador, de Mestre, e esse entendimento vem desde antes da queda porque linhagem e DNA espiritual não se compra por carismas ou dinheiro e sim é fruto do grande ato sexual feito ordália dos Antigos! Você não pode deixar de chamar a deusa Mãe, de sua Deusa Mãe, até porque, todo mundo nasce de UMA!

Uma vez empoderados desse conhecimento e sabedoria, sejam felizes para sempre!

Possam as bênçãos dos fios de Ariadne trazer você de volta de lá onde reside o labirinto do Minotauro!

E por último, ainda bem que Eva mordeu a maçã! Louvada seja!

Por Lord Sett.


quinta-feira, 1 de novembro de 2018

O que é Elphame?




The 'golden age' of illustration 1880-1914
Conhecido como ELFHAME, ELFHOME, ELFLAND, ELPHAME e ainda ELPHEN. 

O Submundo; a dimensão de poder e de seres que jazem "abaixo" e "no interior" de todas as coisas. O grande "lago" ou “poço" do potencial que todas as coisas emergem e para onde eventualmente voltam. O estado comumente predestinado e o lugar de descanso do morto, onde eles emergem com o poder de baixo e transformam em HULDU ou no estado FEEORIN. 

Seus principais "pontos de interação" com o mundo externo, são nas raízes das árvores, colinas e cavernas. Igualmente, cada ser humano é também um "ponto de interação" pois todos os Humanos carregam uma conexão com os poderes de baixo e de cima. A RAINHA DE ELFHAME é algumas vezes apenas chamada de "Elfhame" ou "Elphen", é o Grande Espírito da Natureza ou Deusa que é a fonte de todos os outros seres e forças. 

Também chamada de AULRAUN, NicNevin e YARTH. O “Velho Mistério”. Nome dado a OLD FATE, ela mesma, o escuro ser supremo que deu nascimento a todas as coisas a partir dela mesma. Muitas vezes ela é compreendida como a própria Dryghton!

A Fair lady of Elfhame é a Rose Queen, a DAME HYLDOR, a Deusa Branca, Hörn e o Velho Fate. Ela é o útero e o túmulo, e a Rosa além do Túmulo. Ela é o juggernaut implacável e inescapável de nascimento, vida, morte e renascimento. Ela é o gemido do recém nascido e o vociferado do último sopro de vida. Ela nas palavras do Clã de Tubal Caim “Nos juntará de volta a casa novamente" para o castelo além das águas, o mistério da Rosa espera.

O FEEORIN, o FAE. Também é chamado o POVO ESCONDIDO, O POVO HULDU ou ainda o POVO HYLDOR, o POVO PÁLIDO ou ainda ELVES. O estado post-morten da existência de humanos e animais (embora quando usado ele sempre se refere ao estado post-morten humano) assim como o estado de pré - nascimento de seres que atuam como a fonte de consciência, ou a "alma" para o recém-nascido. 

A Corrente Ancestral de poderes do e no Submundo. Os Feerins ou Elves habitam em Elfhame e emergem em certas épocas do ano, em um evento chamado "rade", principalmente nas proximidades do Hallows. Eles conduzem existências misteriosas e sutis nas Colinas de Elfhame (Meadows of Elfhame), e certos entre eles podem ser em tempos perigosos. 

Eles são geralmente classificados em duas categorias, Escuros e Luz, os Feeorins Escuros representando os mais antigos espíritos ancestrais nas partes mais profundas da Terra, assim como os “Feorins” comuns “, e os Feeorins de luz, que também são chamados de HOMENS MESTRES, ou a Companhia Oculta, que representa a companhia de Almas Realizadas e Avançadas que se submeteram a uma misteriosa metamorfose e não mais retornam a vida terrena”. Não possuem necessidade de reencarnar mais.

Coletivamente, os Feeorins são governados pela própria rainha de Elfhame, que representa a força que é dominante no Mundo mais Interno. É importante lembrar que o termo “Povo Oculto” pode se referir aos Espíritos da Terra, que são, os espíritos de lugares, árvores, florestas, vales e etc. O salto entre o humano e o animal morto que vai para dimensão espiritual da terra e os espíritos naturais da terra é grande, na maioria das vezes a distinção é nebulosa. Eles podem ser UM e o mesmo poder.

HULDU é uma palavra que significa “escondido”. O CRAFT HULDU ou os CAMINHOS HULDU se referem a Whistcraft ou Witchcraft (Bruxaria). O POVO HULDU são os Escondidos na terra, eles são os espíritos dos Mortos ou os espíritos da própria Terra, que são na maioria das vezes vistos com a mesma coisa.

HYLDOR, é o Nome Título da Deusa Secreta dos Bruxos, se referindo a algo que é “escondido” embora originalmente talvez a forma de Ael ou Aelda, significasse “Fogo” e a raiz da palavra Elder , se referisse a árvore do sabugueiro. Os sagrados ramos da árvore de sabugueiro eram usados como tubos para soprar o fogo, e a conexão da árvore com o fogo mais interior é tradicional.

Enquanto a árvore Elder era usada para a Grande DAMA, a sua manifestação como a Senhora do Espírito do Fogo, o espírito vivo na Natureza, é “a Rainha mais secreta” do Craft, a “filha” a Deusa dos Bruxos ou a Rainha Fada de Elfhame. Ela é um reflexo da Deusa Freya, a Lady Horn, (a taça normalmente é referida como a Taça de Chifres – não porque seja feita de chifres, mas porque um dos nomes para a Rainha de Elfhame é “Hörn”. Hörn é, de fato um dos nomes de Freya) a Deusa do fogo espiritual de Whisting, mas também do fogo vital dos corpos. Ela é chamada de Andred, é a Herodias-Lilith do Culto Bruxo.

Se fala em uma ELFHAME KEY, a chave de Elfhame, uma peça de metal, pedra, madeira, antler, ou osso, inscrita com símbolos que concedem ao Bruxo ou o Whistman / Whistwife a realizar um LIFTING para entrar no Submundo. Um LIFTING é também chamado de TRANSVECTION, OOT AND BOOT e ainda de SENDING FORTH THE FETCH. A ocorrência de uma experiência "fora do corpo" na qual um bruxo "deixa" o corpo e viaja através do mundo não visto. A experiência de realidade a partir da perspectiva do FETCH. O despertar das percepções extra-sensoriais e a experiência da realidade extra-sensorial. 

O FETCH é o termo que se refere as porções da mente humana e do self que jazem além da consciência desperta do self, estes poderes ou “porções” dos humanos aparecem como humanos e algumas vezes como animais, representando o “outro self” da pessoa e a união com o “fetch” é a experiência de totalidade, e da união do self fenomenal com o Self Numinoso. “Fetch” se refere ao numinoso “outro self” de cada pessoa, e o estado que é experimentado nas experiência do outro mundo, visões e LIFTINGS . O Fetch é também a entidade espiritual que acompanha cada pessoa do nascimento até a morte, e tem um papel em ajudá-los no além.

Seria correto dizer que Elfhame é um lugar, um conceito e talvez o mais importante, um estado de mente, consciência e/ou espírito. Elfhame seria a corrupção fonética de Alfheimr, um dos nove mundos de Yggdrasil na cosmologia Nórdica e este reino é de Freyr. Freyr e Freyja são gêmeos e amantes, por isto Freya é referida como a Senhora de Alfheimr, a Fada Rainha de Elfhame, ou ainda a própria Rosa Rainha. Elfhame parece - se mais com o reino de Helheimr do que com os brilhantes campos de Alfheimr. 

Ele é um lugar de perpetua noite enluarada, onde quase sempre parece ser outono. Os ventos sopram mornos através das árvores quase esqueléticas, e as folhas secas dançam sobre delas. Nuvens finas furam uma gorda lua laranja que está sempre cheia e corujas piam nas sombras. Centelhas pálidas – as luzes-fetch da Companhia Oculta – poeira entre as árvores e através do vazio, escuro, colinas intocadas e o ar cheira a fumaça de madeira.

Resumindo, ela parece ser sempre o Hallows Eve.

Esta semelhança com o Heilheimr é ainda uma outra indicação da natureza complexa e da identidade da Rainha Fada (Fair Queen); neste caso, ela é identificada com Hel ou Helja, a Deusa dos Mortos nórdica / germânica, cuja face é particularmente carrancuda: uma metade de sua face é a de uma bela donzela e a outra preto azulado de um cadáver; Novamente nós vemos a manifestação da natureza real como a última fonte de vida e de morte. Quando ela viajou para o reino dos etruscos ela assumiu a forma de Vatica para dar descanso e juventude às almas do local.

Mas Elfhame não é meramente o reino dos Mortos, pois lá entre a Companhia Oculta estão aqueles que esperam a reencarnação no mundo manifestado, assim ele é o reino do renascimento e do potencial. Algumas pessoas tem experiências neste reino como um lugar ensolarado de brisas mornas e de riso e de alegria. Muito mais para o conceito de Summerland dos Wiccans do que o do reino de Heleimr.

Mas não há dúvidas de Elfhame seja mais freqüentemente experienciado como o reino das Luzes Gêmeas (Twilight), Sombras e Escuro pois para o Self profundo tais coisas representam o Grande Mistério, e são também a fonte significante de medo e de agitação. Isto é muito importante, pois Elfhame não é um lugar para se procurar casualmente, como se fossemos meros turistas. Há trabalhos a serem feitos nas Colinas Escuras, tanto nesta vida como entre vidas, mas é um trabalho sério, e aqueles que habitam aquele reino tomam isto seriamente. Isto não significa que você esteja necessariamente colocando a sua vida e a sua sanidade quando você se aventura lá. Mas se a Escuridão de Elfhame inspira um pouco de medo, preste mais atenção do que tenha medo e seja cuidadoso na Terra dos Mortos.

Conceitualmente, Elfhame é a realidade que rodeia nossa realidade “despertando”. É uma reflexão escura do mundo manifestado e o que ocorre em um afeta o outro. Quando nós viajamos para Elfhame, nós descemos perto do primal, a natureza essencial da verdadeira realidade e devido a esta proximidade das correntes Universais – ou rúnicas – a energia, as nossas ações podem algumas vezes produzir resultados imprecedentes, para o bem ou o mal. Este é um outro Mistério, e um principio mágico essencial: Quando estamos entre os mundos nós freqüentemente precisamos dar muito mais energia para alcançar o mesmo resultado do que quando nós estamos “em casa”.

Elfhame é um “estado de mente”, uma filosofia de vida, se você quiser, um modo de experiência espiritual. É a realização da habilidade de viver em duas realidades simultaneamente, caminhar através de nossas vidas diárias neste mundo, e ao mesmo tempo trilhar pelas Colinas Escuras de Elfhame.”Deixe caminhar entre os mortos enquanto eu vivo” é a essência deste estado de mente.

O estado de consciência que é Elfhame não é para ser visto como um refúgio da vida, embora nós possamos e com freqüência façamos uso dele como uma fortaleza, um retiro, quando precisamos de objetividade e de um tempo emocional. Elphame é a verdadeira Nogueira de Benevento das Stregas. Se você nunca entendeu o significado da Nogueira e as viagens (ou vôos noturnos das bruxas) é para lá que nós vamos há eras. Bem, agora você já sabe!

Para abraçar Elfhame em sua totalidade se requer um trabalho diligente. Nós devemos conhecê-lo em suas diversas manifestações em textos, no mito e no folclore, somados aos mistérios do sabá das bruxas.

Se deve caminhar pela Estrada de Elfhame, psiquicamente neste reino através da prática de alguns ritos, e através do médium das jornadas do Outro Mundo. Devemos nos encontrar e conversar como POVO HYLDOR em seu próprio reino, e nos sentarmos aos pés da Rainha deles. Se deve experimentar o terror, o Mistério e o êxtase de correr embaixo da grande Lua laranja, com os Chifres do Caçador Selvagem tocando em suas orelhas.

Aqui graciosamente fornecemos uma invocação à Rainha de Elphame para guiar e tomar vôo com o Vino Sabati no dia de All Hallows Eve, de acordo com a Tradição Familiar Lupino:


INVOCANDO A RAINHA DE ELPHAME

O Micol, Micol regina Pigmeorum Veni,

Sobre as asas dos ventos suaves,
depois um turbilhão, depois uma tempestade!
Apareça em toda sua glória!
Nicnevin! Rainha das bruxas e bruxos!
Eu te invoco! Nicnevin! (9x)

Peço a tua graça, parta o véu da noite e abra os portais do Entre-Mundos.
Dou honra e saudações aos nossos antepassados.
Nicnevin, Rainha de Elphame!

Rainha das fadas, espíritos e criaturas estranhas,
Rainha da Corte Unseelie de Alba!
Lady Horn, Aelda, Hyldor!
Que reina com seu consorte,
Senhora de mil nomes,
Pelos nomes sagrados de Gyre Carline, Holda, Hel, Grande Muckle Wallowa,
Grande Mãe Bruxa, Cailleach!
Hécate, Em sua forma tríplice!

Na companhia do Outro Mundo, venha!
Pelas pedras e ossos de Alba, venha!
Pelas Lasas e Fadas, venha!
Ó filha de Ben Nevis!
Com o poder de Dryghton, o próprio Caos que se dividiu em dois!
Deusa das profundezas e da montanha mais alta, venha!
E permita-me viajar entre os mundos quando eu me deitar para dormir.
Empresta-me o poder mágico para meu feitiço acender!
Ensina-me as artes da conquista e da cura, das maldições e bençãos!
De todas as gemas, de todos os corações, e todos os conhecimentos das plantas a qual se deitam nossa espécie para fluir o vasto e infernal segredo do seu sangue igual ao nosso!
Conceda-me nessa hora a capacidade de conversar com todos os espíritos de todos os reinos e compreendê-los!
Com poderes mágicos e uma vida feliz!
Nove vezes eu peço a realização dos meus desejos!
AULRAUN, NicNevin e YARTH,
Nove são os mundos e nove vezes eu te chamo Dama Branca!

Nicnevin (9x)

O Micol, Micol Regina Pigmeorum Veni!

Wainamoinen!
kakama!
Iacchus!
Amanu!
Katart'zen!
Hekau!
Sabatraxas!
Alsoseies!
Io Evo He!