sábado, 21 de dezembro de 2013

COSMOGONIA LUPINA - Primeira Parte




No início havia só o Vazio, e ele criou Nada. 

Extenuado de seu estado, Nada resolveu criar a Manifestação. 

Nada mais tarde se uniu com Manifestação e dessa união nasceu Universo, Caos, Cosmo e Tudo. Em seguida nasceram os Elementos, as irmãs Galáxias, o Sol, a Terra, a Lua e os demais Planetas. Depois nasceu o Dia, a Noite e os Mundos. 

Tudo era desorganizado, solto, arredio e sem dono, sem controle e sem comando, possuía uma bolsa entre as pernas onde guardava as Raças e as sementes de Ódio. Tudo se sentia muito solitário e vivia acolhido pelo irmão Cosmo que carregava uma bolsa que continha os signos da felicidade. Às vezes os Mundos se comunicavam entre si e surgiam as riquezas e algumas formas descendentes. A bela Ordem viajava muito procurando Nada. Tinha uma missão de checar uma antiga profecia que lhe deram em seu Mundo distante. Um belo dia a Ordem encontrou Caos e ambos se estranharam logo de início, mas Caos levou a Ordem até Nada e Manifestação apresentou-a para Tudo que, automaticamente se enamorou por ela. Aos poucos Ordem foi ganhando status naquele reino de Nada, e Tudo se aproximava cada vez mais da Ordem, até que um dia ambos se uniram e dessa união nasceu Vida e Poder. O Poder cresceu e se tornou uma espécie de Guardião da Manifestação, por Nada, afinal Poder amava Nada, seu avô querido, mas estuprou Vida e desse ato nasceu Morte, Plano e Mapa entre outros menores. Aos poucos Morte foi crescendo e dando trabalho para Vida, então Vida se reuniu com a Morte para trabalharem juntas.

Caos, com inveja da Ordem e de Tudo, tentou seduzir a Ordem até que ela cedesse e ele investia com muito encanto, mas Nada esperava Tudo retornar quando Dia estava pra dormir e por isso vigiava a Ordem.

Certa vez, o Dia estava para dormir e Tudo estava desaparecido, então Nada saiu do lugar até que Tudo voltasse. Caos, escondidamente foi ao encontro da Ordem perguntar se Tudo estava com ela e encontrou a Ordem em pé, nua, na beira do arroio que levava a Nada. Caos ao ver a Ordem estabelecida daquele jeito, se entregou em volúpias à ela, e apareceu Amor, que olhou pros dois e disse: Cuidem-se! Em seguida Amor foi permear Tudo, pois ele era o único que sabia onde Tudo estava e quando o encontrou lhe deu suas sementes. Quando Caos retornou com a Ordem viu que Tudo estava perdido, e a Manifestação chorava por Nada e por Tudo ao mesmo tempo. Suas lágrimas se tornaram as águas que a Terra se banhava, afinal, Terra era arteira e vivia se sujando. No momento seguinte, Dia já estava acordando e tinha que preparar os jogos Mundiais e pediu para Mercúrio chamar os vizinhos de Universo, foi quando Tudo apareceu e estava bem disposto. Durante as disputas dos jogos, Sol e Caos se gradearam, Sol foi lançado muito além por Caos, embora longe, foi parar diretamente no umbigo do Universo e este gargalhava de emoção. Os planetas se compadeceram do Sol e foram socorrê-lo, pois Sol estava explodindo de tão zangado.

O primeiro a chegar foi Mercúrio que veio para perto do Sol para consolá-lo. Não conseguindo fazer Sol parar de explodir, Mercúrio chamou Vênus e esta chamou Terra para ajudá-la. Saturno, vendo a reunião Solar se formando enviou Marte, Júpiter e Netuno dizendo que ia devagarzinho logo atrás. Sol dizia aos demais que queria se reunir com as demais estrelas, mas Manifestação não deixava porque se Poder visse as Estrelas juntas, iria cair em desgraça e se corromper por causa da grande luminosidade. Os Planetas deram as mãos e formaram um círculo em volta do Sol para conter sua explosão, pois se explodisse iria partir Universo ao meio, já que estava no umbigo dele. Enquanto Nada adiantava o trabalho dos Planetas, Tudo pediu que eles se mantivessem assim até conseguirem acalmá-lo e foi se unir novamente com Ordem.

Quando os jogos terminaram, Caos foi dormir e Tudo já estava dormindo também, inclusive a Manifestação. Mas Nada estava ansioso e deu alguns passos para se distrair quando encontrou Vida e Morte se acariciando e Nada amou a Morte, antes de amar a Vida. Morte era estéril e não podia procriar, então Nada impediu que ela sofresse e lhe deu Paz em excesso. Morte por ter Paz em excesso era a única que poderia acalmar o Sol, mas este se recusava. Morte foi estudar junto com Plano e Mapa e tomou conta de toda região junto com seus irmãos. Vida gerou Espírito e Nada era seu pai. Espírito amou a Morte, mas como esta não podia gerar um filho para Espírito, Vida se sacrificou e doou seu dom à Morte. Espírito e Morte se uniram com o dom da Vida e dessa união nasceu Egos. Após isso, Vida ficou muito doente e foi morar com Terra, que cuidou de Vida com muito carinho, até que Hoje apareceu depois de Ontem e curou Vida, deixando um rastro de passado doente e um futuro curado quando de repente chega o Amanhã que era mudo. O único que conseguia se comunicar com o Amanhã era o Hoje que através das lembranças do Ontem, tentava reconhecer os padrões que o Amanhã repetia quando gesticulava.

Tudo estava sob Ordem, mas eles não tinham notado que estavam deitados nas costas de Cosmos. A Ordem estava frenética e Cosmos se virou excitado e aproveitou-se para deleitar com Tudo debaixo dos olhos da Ordem. Tudo e Cosmos ejacularam juntos, com Ordem em pé e acesa, mas esta ao perceber os feitos que Tudo fizera com Cosmos, se levantou e correu carregando consigo as Raças que Tudo guardava em sua bolsa, mas ao se levantar derramou os meteoros de Cosmos. Universo mais tarde chamou este ato de orgasmo cósmico, porque Tudo havia arrebentado sem querer a bolsa que estava em suas pernas e deixou escapar as sementes do Amor e do Ódio que caiu aos pés de Cosmos. Cosmos, quando viu Ordem indo embora, se levantou e deixou cair em seus pés os doze signos da felicidade que ele chamava de Zodíaco. Estavam juntos, Amor, Ódio e Zodíaco formando uma grande nódoa branca nos pés de Cosmos conhecida como Via Láctea.

Universo era calmo e tranquilo e gostava de admirar as histórias que aconteciam quando Tudo estava com Ordem.

Egos era hermafrodita e indeciso, estava sempre em conflito, até que um dia Universo se compadeceu e partiu ele ao meio. Egos se dividiu em dois, tornando-se o Ego individual que, logo ao nascer foi trabalhar com seu pai, o Espírito. A outra parte se tornou o Ego personalizado e quando se viu inchado odiou seus pais.

Ego personalizado culpou sua mãe, a Morte, pelo seu inchaço e foi morar com Julgamento que já criava Punição desde a concepção.

Certa vez, Poder sequestrou Plano da Vida e pediu para as irmãs Hierarquia e Autoridade enviarem o resgate. Nada pediu a Manifestação para convencer a Ordem a não usar seus conhecimentos, mas foi inútil, pois, Ordem havia se reunido com Hierarquia e Autoridade e essa triplicidade ajuizada convocou Tudo para unir-se na tarefa de criar Busca. Mas algo saiu errado e daquelas regras nasceram Busca e Soberba. Ordem enviou Busca e Soberba para trazer o Plano da Vida novamente, mas enquanto Poder seduzia Soberba, Busca encontrou Plano e retornaram em segurança.

Poder e Soberba se abusaram um do outro e desse ato libidinoso descenderam Pótis, Despotés, Potestade, Potentado, Posse, Possível, Impossível, Potência, Impotência, Possante, Onipotência, Prepotência,  Potencial e Plenipotenciário.
Autoridade prendeu Soberba no cinto do Ego personalizado, e Hierarquia afixou Poder na fivela das botas da Ordem. No afã de conseguir se livrar da Soberba, Ego personalizado procurou fazer um feitiço usando as Raças que estavam na bolsa de Tudo e para isso precisava que Terra raspasse sua fertilidade nas Raças. Quando Ego personalizado conseguiu o que queria da Terra, as Raças ficaram presas na Terra e Ego personalizado jogou Terra em seus próprios olhos para conseguir ver Fortuna, porém, quem apareceu foi Maia – a ilusão concreta. Ele perguntou para Maia o que deveria fazer para se livrar da Soberba, e Maia respondeu que para se livrar de Soberba, ele deveria se unir à ela e gerar a Matéria chamada Húmus. Depois do terceiro sono do Dia, Ego personalizado pediu para a Lua soprar um pouco de brilho nele a fim de que isso o tornasse sedutor aos olhos de Soberba e deu certo.

Morte veio trazer paz para Soberba e juntas abençoaram a essência de Húmus. Vendo essa situação se instalar, Ego individual persuadiu Húmus a engolir seu pai, o Ego personalizado. Ego individual trabalhava pro Espírito que era seu pai, e ele pensava como seu pai, dessa forma ele resolvia a supremacia do Espírito sobre a Matéria. A fome de Húmus aumentava constantemente e a Noite o favorecia.

Certa vez, Tudo estava dormindo ao lado do Dia. Húmus se aproveitou da Noite para devorar as Raças que estavam sob os cuidados de Terra, mas, logo que Húmus matou sua a fome, Terra abriu sua barriga e engoliu Húmus. Ego personalizado, as Raças e Húmus foram para dentro da Terra, e esta ficou quente. A Lua, vendo que Terra estava febril resolveu dar nove voltas em torno da Terra, então Vida a abraçou e a colocou entre Vênus e Marte, e pediu para o Espírito ficar por perto. Terra recebeu os cuidados de da Morte e sua temperatura foi baixando até ficar fria, e Sol aqueceu o Dia e pediu para ele ficar ao lado de Terra dando-lhe um copo de seus raios solares sempre que Dia acordasse. Ao tomar a luz do Sol a Terra foi se transformando. De seu suor brotaram várias espécies e a Manifestação se emocionou novamente para banhar a Terra, que estava 'sujinha'. Ego individual se uniu à Lua e ambos geraram Lupa. Mais tarde a Lua segurou Lupa com uma das mãos e olhou bem dentro da Terra, enquanto Lua tocava nas águas, Lupa cavou e cavou até entrar nas intimidades da Terra e lá viu Microcosmo que a levou até as profundezas.

Marte e Vênus formavam um lindo casal, mas como Terra ficava o tempo todo entre os dois, foram pedir ao Amor que abençoasse sua união e Amor lhes deu Lupercus. O casal aproveitou e adotou Terra como se filha fosse. Logo que nasceu, Lupercus se tornou grande e foi enviado para trazer Lupa das profundezas da Terra, mas para isso ele precisava concluir 12 tarefas que iriam lhe dar as bênçãos e as virtudes das Estrelas. Ao chegar lá ele encontrou Lupa no útero da Terra e lá se amaram fazendo Terra gerar os Lupinos. Lupa, pós-gênese, procurou uma gruta e de lá cuidou de Lupercus. Lupa colocou um altar nas costas de Lupercus e rezou para Morte trazer paz. Quando a Morte chegou, viu a situação e pediu para Manifestação ajudar. Manifestação colocou Lupercus no alto do céu e ele se transformou na constelação do Lobo com o altar em suas costas, consentindo sua raça aos cuidados da mãe. Valéria Luperca, uma das perfilhas de Lupercus, foi criada por Lupa. Valéria foi instruída a não contar para ninguém sobre seu pai e ela fez mistério sobre isso. Tudo veio visitar a Terra e o corpo dela foi ficando cada vez mais fértil. Ego personalizado trabalhava agora com a Matéria Húmus para gerar os Humanos dentro da própria Terra. O primeiro deles foi Adam, nasceu sujo de barro e se apegou ao pai Ego personalizado logo de cara. A Matéria Húmus, também conhecida como mãe do corpo, contava as histórias de seus ancestrais para Adam, mas quase sempre ele ficava envaidecido e isso a preocupava.

As Raças foram recuperadas pelo Espírito, e este, tinha supremacia e permanecia junto de suas inspirações mais elevadas chamadas Línguas Musas. Espírito ensinou às Raças que quando acordassem era para olhar primeiro para Ele. Mas as Raças quando acordaram, olharam primeiro para o Ego personalizado que estava pronto para defraudá-las. Ego personalizado conseguiu roubar atenção das filhas e filhos das Raças. A raça das ovelhas não tinha força, não era uma raça mágica e não podia falar por si, era uma raça obediente aos encantos de Maia. As raças dos lobos, dragões, bodes, águias, e corujas, eram raças mágicas as quais tinham grandes dons espirituais e passaram o resto das suas experiências com Ego personalizado, convivendo bem com todas as raças. Usavam seus dons na investigação da supremacia do Espírito com o propósito de manterem a consciência luminosa de suas essências e não caírem em maia como a raça das ovelhas.

Com auxílio das Línguas, as Raças mágicas invocavam o Espírito, então ele vinha rapidamente nas asas da Morte, congregava com todos e retornava ao seu lugar. Isso fortalecia as Raças e suas esperanças em retornar novamente para fonte de todas as coisas, munidos das experiências humanas às quais eram entregues à Companhia Oculta.

Houve um momento em que os filhos de Poder apareceram para os Homens dizendo que eles eram descendentes da Ordem, então os filhos de Poder tomaram alguns desses Homens, se passando por eles. Lembraram de Soberba, Hierarquia e Autoridade, e começaram um reinado de terror na Terra, esse reinado surge como ferimentos no corpo da terra.

O Espírito começou aparecer para desmascarar esse reinado, mas os Homens que o viam se encontrava com Maia, estavam possuídos pela ilusão sem saberem, pelos filhos do Poder. O Poder se tornou aos poucos algo pelo qual o Homem-Humus iria lutar durante séculos tanto para obtê-lo quando para se livrar dele. A História inteira da Matéria e do Espírito, tornou-se um registro dessa luta e alguns chamou isso de “A luta entre o bem e o mau – a doença da Terra” feito Ethos. Este foi criado pelo Homem-Húmus para se livrar do Poder, mas o estado de permanência da liberdade oriunda do Ethos lhes davam outra forma de Poder, e a luta entre Poderes se tornou esdrúxula e o Ethos perdia o sentido com suas variadas formas de convulsões.

Esses Homens possuídos de Ethos, criaram Valores, Política, Religiões, Dogmas, Conquistas e Controle, e juntos dominavam tanto multidões quanto uma pessoa próxima, isso gerava novas espécies hibridas da raça das ovelhas e elas necessitavam exercer poder de algum tipo em algum momento. Essa nova espécie desdenhava de qualquer outra fé. Havia os que desejavam poder total o tempo todo, conseguindo-se alçar à condição de ditadores, pessoas que se projetavam no mundo para terem sugestão de pronunciar seus textos em voz alta, impondo idéias e condutas, também prescreviam e ditavam e determinavam regras.

Conforme a sua capacidade, alguns tiranizavam países e continentes inteiros na manta da Terra. A raça mágica se restringia em sua comunidade ao seio de sua família em busca do Espírito e tinham de lutar com as várias formas de poder para não se deixarem corromper sua essência. Alguns encontravam o caminho para voltar ao Espírito e faziam passagens mágicas, enquanto outros não conseguiam sair da Terra e cuidavam uns aos outros. Espírito passou a ser invocado de várias formas e orientava as pessoas de acordo com suas próprias crenças. Aos poucos a Terra se dividiu em Oriental e Ocidental. Alguns Homens que não estavam possuídos pelos filhos do Poder ficou na parte Oriental da Terra e de lá narrou para o mundo tudo que eles conheciam e isso se tornou tradicional, outros partiram pro Ocidente mas nem tudo que era tradicional pôde ser instalado por lá, já que  o clima era outro e não dava para se viver igualmente como se viviam no Oriente, a coisa foi adaptada posteriormente.

Criaram valores e a Posse tomou conta de forma geral. Uma nova guerra havia se instalado. O dinheiro nasceu sem que ninguém soubesse dizer quem era o seu pai e sua mãe e os humanos o pegaram, desejaram e usaram de forma abusiva. Alguns tomaram o próprio desejo pelo dinheiro como um princípio errado nas sociedades ocidentais, enquanto outros viam com naturalidade.
Um dos homens se tornou um escritor brilhante e começou a relatar muita coisa que acontecia na Terra. Ele escreveu um livro sobre auri sacra fames “A maldita fome pelo dinheiro”, e alguns homens interpretaram tal frase traduzindo-a com ênfase em amaldiçoar o ouro, enquanto outros olhavam essa ação feita, na verdade, sobre a crítica da fome – a ambição, o desejo pelo ouro, que podiam levar a atos abomináveis entre até mesmo os de espécies iguais. Alguns viam a ambição como algo sadio, mas a ganancia era evitada.

Desde o seu início, Poder deixou muitos descendentes no mundo. Alguns homens bons buscavam a compreensão do Poder, através da análise dos seus descendentes que atuavam na Terra. Descobriram uma palavra, descendente de Línguas, originada do Indo-Europeu “poti”, que era aplicada para o chefe de algum grupo social (família, clã, tribo).

Descobriram que entre os Gregos usavam pótis, para “marido”. E despotés, inicialmente “senhor, chefe da casa”, mas mais tarde foi aplicada aos tiranos orientais e depois aos de todo gênero e lugar.
Para os Latinos era apenas um adjetivo, onde potis significava “poderoso - capaz de”.

Esses homens, eram homens de espírito investigando todo tipo de aprendizado, estudo e arte. Foram chamados de sábios antigos. Eles descortinaram os segredos da descendência do Poder, e viram que seus derivados se tornaram formas filhas de Poder classificados de 1 a 10, sendo eles:

1 - POTESTADE – sendo “o poder daquele que manda”, passou a indicar também uma classe de anjos na hierarquia celeste do mundo do Espírito. 

2 - POTENTADO – se tornou chefe de um Estado não-democrático, em geral foi usado para indicar que se tratava de alguém com grande riqueza. 

3 - POSSE – sendo o ato de possuir, de ter, é um filho latino do potere, “poder”. “Ter a posse” de alguma propriedade, “ser empossado” num cargo, “possuir” sexualmente ou espiritualmente uma pessoa, tudo tem a mesma origem, inclusive a possessão. 

4 - POSSÍVEL/IMPOSSÍVEL – veio para referir-se ao que pode ou não existir ou acontecer, junto com seus filhos possibilidade e impossibilidade. Juntos tratavam do que tinha poder de ocorrer. 

5 - POTÊNCIA – também cruzado com o latino potens, “aquele que pode, potente”. Os homens criaram veículos e Potência criou o motor. Os médicos diziam que a expressão impotentia coeundi, “incapacidade de completar a união, a relação sexual”, somado a coeo, “junto”, era a sombra vulgar da Potência. 

6 - POSSANTE – passou para “vigoroso, aquele que tem potência”, como um sinônimo de poderoso – “o que tem poder”. Muitos humanos se esquecem de que Poder é filho da Ordem e Tudo, não é de ninguém. 

7 - ONIPOTENTE – do cruzamento latino omni-, “todo, completo”, mais potens, “poderoso”, passou a designar uma pessoa que acha que é capaz de realizar a contento qualquer atividade, mesmo que esta dependa de fatores alheios a ela. Quando levado ao extremo torna-se sérios problemas psíquicos.

8 - PREPOTENTE – como praepotens, “muito poderoso”, de prae-, “à frente”, mais potens. Se tornou “aquele que coloca o seu poder adiante, que o faz sobressair”. Para os métodos de comando atuais, ser prepotente é mandar com base no cargo e não no convencimento dos demais. Tem resultados duvidosos em termos de liderança e é próprio dos arrogantes. Um arrogante é aquele que chama pra si, como seu, algo que não lhe pertence. 

9 - POTENCIAL – é basicamente a capacidade de que algo se desenvolva, mas ainda em embrião, em estado latente. Tornou-se uma qualidade daquilo que ainda não chegou a ser exercida. Um potencial é como uma semente, precisa ser desenvolvida para existir com graça, o Potencial se tornou uma virtude dos filhos da Lua. 

10 - PLENIPOTENCIÁRIO – se tornou uma pessoa com todos os poderes para decidir numa missão diplomática ou política. Vem junto do Latino plenus, “cheio” e potens. Logo, ela está “cheia de poder”, tem plenos poderes e plena consciência de como usá-los.

As raças então, partiram para a busca de suas origens, que será narrada na segunda parte.

Sett Ben Qayin



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