Hoje eu estava brincando com a etimologia das
palavras romã e maçã, e acabou nascendo uma “estorinha” bem legal, a qual venho
compartilhar com vocês. Muita gente não sabe se Prosérpina comeu uma maçã ou
uma romã. O mito diz que foi romã, mas será mesmo?
Da mesma forma, muita gente não sabe que o
alecrim é uma planta cuja palavra veio do árabe Al-iklit que significa “orvalho
do mar”, por isso foi chamado de ‘rosmarinho’, de ros + marinus. O louro do
latim Laurus = coroa de loureiro (de louro) sendo atribuído vitória e triunfo à
quem o usa na cabeça ou dentro do sapato; e a hortelã, de Hortelanus,
significando horta ou pátio cercado, usado para cercar um jardim e
consequentemente quem o usar se cercará de proteção.
No livro Botânica Oculta, Paracelso nos fornece
a teoria das assinaturas, que diz que o próprio formato e cor da planta, fruto,
flor ou erva já contém o significado ao qual ela se destina. O intuito dessa
“estorinha”, além de brincar com as palavras, também vem fornecer uma outra
maneira de ver a teoria das assinaturas através da etimologia, da mesma maneira
que buscamos conhecer um nome através de algum estudo pela hermeneutica, gematria
ou numerologia e seus significados, a etimologia traz muito conteúdo e
simbolismo que são uteis em qualquer empreendimento a ser direcionado, seja
mágico ou não. Pois bem, pegue sua Mala e vamos lá procurar Prosérpina pra
perguntar à ela!
DUAS MAÇÃS PARA CLIENTES DO INFERNO
Tudo começou quando alguém resolveu olhar ao
seu redor e isso gerou o cliente, pois cliente significa aquele que olha ao seu
redor, ele veio do útero latino de Cliens, que era a seguidora, aquela que
depende da proteção de outro. Ela descende de Cluere, que ouvia, obedecia e
seguia, mas dizem que Cluere veio de Clinare, inclinar, dobrar”, que teve seu
antepassado Indo-Europeu Klei, recostar-se, o qual deu início a uma metáfora em
que uma pessoa se recosta em outra para receber proteção, mas na verdade Klei
foi esposo de Clinare, pois as palavras se casaram para poderem receber a
proteção e geraram os quatro guardas antigos, também dessa família
Indo-Europeia, eram tidos Qwettuor, que em latim foram chamados Quattuor.
Seus
primos, os quadrúmanos, tinham quatro mãos, que formavam quatro lados iguais
quando estendiam suas mãos para ajudar alguém. Eles deram origem ao quadro, ao
quadrado e as quadras da cidade chamadas quarteirões. Os quadros casaram com o
descendente de pingere, que pintava, ancestral da família Pik, que cortava. Dessa
união nasceu Pigmento.
As criações eram as únicas magias existentes
naquele tempo, e se reproduziram por igual através das técnicas das médicas
Replicatio, Imitatio e a Reproductio, que tinham como ofício o ato de replicar,
imitar e dar forma novamente. Essa última era filha de Re com Producere, pois
Re, outra vez produzia e Producere tornava realidade.
Quando todas as criações estivessem prontas,
haveriam de fazer uma exposição de arte chamada vernissage, pois os pintores
teriam de passar uma última camada protetora de verniz sobre as telas, então
partiram para uma cidade na Líbia chamada Berenike, a atual Bengazi. Lá
encontraram berenike, o verniz e sculpere, a escultura. Juntos deram origem a
Statua, uma imagem linda e com figura em relevo. Dessa última surgiu Statuere
que colocava tudo em pé em algum lugar e ela se casou com Status e passaram
trabalhar juntos. Unidos estabeleciam as leis dos estatutos. Statutum, filho
deles, cuidava das leis e decretos, enquanto seu pai Status cuidava das
posições e das situações, pois leis eram necessárias para guardar as obras
primas, as atividades artesanais como marcenaria, carpintaria, joalheria e
outras que formavam guildas com os seus
profissionais. As Guildas eram germânicas descendentes do arcaico Gelth, que cuidava ou
protegia o pagamento, seu real significado.
Essas guildas eram sociedades de apoio mútuo,
que pagavam os enterros dos sócios, providenciavam orações para os mortos,
ajudavam as suas famílias, pagavam multas em caso de crimes justificados e
muitas outras coisas.
Quando um aprendiz queria passar à categoria de
“mestre”, com direito a cobrar mais e ter alunos, ele se submetia a uma prova.
Devia fazer sem qualquer auxílio uma das obras de seu ofício; ela era então
avaliada por uma junta de profissionais e, se estivesse bem feita, o autor era
promovido.
Eles chamavam isso de “a obra-prima”, a
“primeira obra” em excelentes condições daquela pessoa.
Os ingleses ao prestarem atenção nisso, criaram
uma nomenclatura cuja expressão é masterwork,
“obra de mestre”. Ou seja, a obra que caracteriza o mestre. Nesse caso, o
professor ficava elogiado ao ver seu aluno se tornando mestre, pois significava
que o professor tinha sido antes, o mestre. Assim o mestre antigo, como cliente
que era, considerou os quatro cantos e traçou um círculo ao redor, para que
suas aulas e exposições fossem feitos num só local. O Círculo foi
reproduzido do Latim Circulus, que era
inicialmente um “pequeno circo”, filho de Circus, um local grego
para demonstrações ou espetáculos”, chamado na Grécia de Kyklos, era curvado, redondo, já que as pessoas se dispunham
desse modo ao redor da atração para acompanhar o que estava acontecendo.
O Redondo era o apelido de um gordinho latino
que se chamava Rotundus, pois sua forma era circular e redonda, e essa forma
veio da Rota, sua mãe, a Deusa do Destino que se autodenominava dona Roda, por
ter sentido de total, cheia, completa, e se fechava numa área delimitada, mas
havia quem pensava que ela estava redondamente enganada, ou seja, completamente
errada.
Então, Rota para provar que estava certa,
chamou a Grega Sphaira, misteriosa professora de origem desconhecida e que
deixara uma única filha no mundo, Esphaera, que era como um globo, uma bola,
ela dava o espaço curvo ao redor da Terra. Esphaera dizia que seu pai se
chamava Globus, e era a massa arredondada, cuja avó era Gleba, um amontoado de
terra, ou deveria dizer um torrão? Ou ainda uma porção? Bem, não importa porque
todas elas dizem a mesma coisa.
Acontece que todos naquele tempo nasciam em
Gleba, a área de terra e local de nascença, era um terreno para cultivo. Nesse
local não se podia fazer outra ocupação sob o risco de contaminar tudo, e então
demarcaram as áreas “sagradas”, puras, imaculadas, com efeito de separar do
resto mundano. E foi nessa mesma ocasição e lugar que nasceu o casal de irmãos
briguentos a Margem e o Limbo.
Limbo nasceu todo embarrado, cheio de barro, e
logo de cara queria ter mais importância que sua irmã marginal. Limbo queria se
igualar a Margem, por significarem a mesma coisa na beirada.
Na Idade Média, alguns teólogos chamaram Limbus
Patrum, os santos nascidos antes de Cristo, enquanto outros chamaram Limbus
infantum, as crianças mortas antes do batismo, e esses teólogos foram tidos
como hereges e bruxos, justamente porque eram clientes do inferno, e pra lá
foram enviados, ao latino Infernus, que foi gerado por Inferus, o que está
abaixo, e Infra, menor que a gleba, o chão debaixo ou de dentro.
Eles não achavam justo uma pessoa ser condenada
ao inferno por não ter sido batizada, no caso
de não haver possibilidade de isto acontecer. Por isso arranjaram um lugar onde
não havia diabos espetando o traseiro de ninguém mas onde também não dava para
estar perto da Chefe Rota nem bater papo com ela. Quase todas as religiões
antigas imaginavam seus mortos seguindo suas atividades embaixo do chão,
pois era lá que eles eram colocados, mas havia uma exceção, os Farsis, em certa
região da Índia, que colocam os cadáveres sobre torres para que os abutres tivessem
seu jantar, já que achavam inadequado colocar um corpo para se desagregar na
Terra, os abutres (urubus) são para eles, a insígnia de seus ancestrais.
O Céu Indo-Europeu, nessa época tinha seu
significado Brilhante, e alguns hindus tinham o costume de mandar pra lá os
seus mortos, para o mundo Brilhante, desde que não há nada melhor que comer um
cadaver e voar nos céus, mas São Bernardo em 1130 interveio dizendo que todos
em meio-termo, no Limbo, deveriam passar por um local de limpeza para se
purificar, se purgar a fim de ficarem limpos e puros.
Então ele colocou
Purgatório ao lado do Limbo, e isso fez com que as pessoas pudessem usar o
livre arbítrio para suas escolhas. A Margem ficou apenas olhando. Mas o
avéstico Pairidaeza apareceu e disse que ele era o único e verdadeiro jardim
cercado o qual os gregos chamavam de Paradeisos, o jardim do Eden. O Paraíso
original era filho de Pairi, ao redor, que os gregos chamavam Peri, pai de
Perímetro. Pairi se uniu com Daeza, a que fazia muros, e da união entre Pairi e
Daeza nasceu Paraíso, uma periferia circular e murada. Dai veio o costume de se
circundar com pedras alguns túmulos antigos, era um portal o paraíso que
enviava os mortos ao mundo do Brilhante, mas como esse portal ficava debaixo da
terra, o inferno se tornou a morada dos mortos que vão para o mundo do
Brilhante.
Os cristãos diziam que ali era um lugar de
grande sofrimento, porque você nunca saberia se ia para o limbo, para o
purgatório, ou para o mundo do Brilhante. E o infernum passou a designar “as
profundezas” ou “o mundo inferior”.
Como todo mundo queria ir para o mundo superior
e não ao inferior, o Infernum começou a travar sua primeira crise interna de
existencialismo, pois o desprezo e os preconceitos contra ele eram
massificadores. Assim Infernum foi para o divã dos Teólogos, pois não existia
psicólogos naquela época.
Naquele tempo, se você entendesse Theos,
poderia entender tudo e clinicar a favor ou contra algumas observações e assim
os teólogos exerciam mais de um papel em sociedade. Dentre a grande maioria dos
teólogos que observaram contraditoriamente o desprezo e preconceito de
Infernum, um deles resolveu perguntar ao coitado que estava no divã: “Você
teria motivos para estar em crise, caso aquele personagem bíblico que, por
estar em sofrimento no mundo real resolveu se esconder no Inferno para aliviar
a sua dor, não tivesse ido para lá?”
Infernum removia sua dor de estomago, enquanto
pensava e quase vomitou Yehoshua, que também foi chamado Yeshua, y'shua, Y'shu, E’shu,
YodShinVayAyin, Ihsous, Iesous, Eeay-soos, Dzoos,
Yahweh-Zeus, Iesus e finalmente Jesus.
Assim, o teólogo continuou: Você Inferno, não
poderia ser um lugar desagradável, desde que um personagem bíblico que estava
em sofrimento no mundo real, almejou “esconder-se no inferno”, para aliviar sua
dor. Você, Infernum, é conhecido por muitos nomes e conotações, tais como: Seol
para os Hebreus; Hades e Geena para os Gregos, sem distinção; e para os
Portugueses Europeus, assim como todos os povos de língua que seguem o latim,
eles não fazem distinção do original hebraico ou grego. Os próprios escritores
da bíblia latina, usaram o termo Infernus - ‘lugares baixos’ – para representar
o termo hebraico Seol e os termos gregos Hades e Geena. Mas eu te digo, o Dicionário Expositivo de Palavras do Velho e
do Novo Testamento diz que Hades
corresponde a Sheol no Antigo Testamento. Na Versão Autorizada do A.T. e do N.
T., foi vertido de modo infeliz por Inferno. Na Enciclopédia da Collier diz a respeito
de Inferno: “Primeiro representa o hebraico Seol do
Antigo Testamento, e o grego Hades, da Septuaginta e do Novo Testamento.
Visto
que Seol, nos tempos do Antigo Testamento, se referia simplesmente à habitação
dos mortos e não sugeria distinções morais, a palavra ‘inferno’, conforme
entendida atualmente, não é uma tradução feliz.”
Outro teólogo chegou
para a clínica e disse que o Terceiro Novo Dicionário Internacional de Webster diz: Devido ao entendimento atual
da palavra inferno (Latim Infernus) é que ela constitui uma maneira tão infeliz
de verter estas palavras bíblicas originais. A palavra inferno não transmitia
assim, originalmente, nenhuma idéia de calor ou de tormento, mas simplesmente
de um lugar coberto ou oculto (de . . . helan, esconder), pois para se
descansar haveria que se esconder de todos, enquanto que a Enciclopédia Americana diz: Muita confusão e muitos mal-entendidos foram
causados pelo fato de os primitivos tradutores da Bíblia terem traduzido
persistentemente o hebraico Seol e o grego Hades e Geena pela palavra inferno.
A simples transliteração destas palavras por parte dos tradutores das edições
revistas da Bíblia não bastou para eliminar apreciavelmente esta confusão e
equívoco.
Então, enquanto Infernum
assistia e ouvia a conversa entre os dois teólogos, pegou uma maçã e entre uma
mordida e outra, disse: “O que importa é que eu sou o dono das maçãs, elas deveriam se chamar “As Maçãs de Infernum”, não maçãs de Mácio!
Vejam: Assim como a vida faz vocês sairem de mim pela porta da maçã, há uma
dentre as maçãs que os devolvem para meu interior, sendo assim, eu O Infernum,
sou um grande Útero que dá e recebe, não sou sofrimento, sou um lugar de
transição. O ponto no meio do círculo fica em cima de mim, eu estou mais
abaixo, nas profundezas do mistério de abal.
Diabal ou De Abal? Pergunta um teólogo.
Não! Eu disse de abal, diz Infernum.
O outro teólogo dizia que no judaísmo, o termo
Gehinom (ou Gehena) designa a situação de purificação necessária à alma para
que possa entrar no Paraíso - denominado por Gan Eden. Se Paraíso é o Círculo
murado, o Gan Eden é o ponto no meio da encruzilhada. Nesse sentido, o inferno
na religião e mitologia judaica não é eterno, mas uma condição finita, após a
qual a alma está purificada ela vai para o Norte (do Eden?). Outro termo
designativo do mundo dos mortos é Sheol, que apresenta essa característica de
desolação, silêncio e purificação. A palavra vem de Ceeol, que mais
tarde dá origem ao termo sheol, não confundindo com "Geena"
que era o nome dado a uma ravina profunda ao sul de Jerusalém, onde sacrifícios
humanos eram realizados na época de doutrinas anteriores. Mais tarde, tornou-se
uma espécie de lixão da cidade de Jerusalém, frequentemente em chamas devido ao
material orgânico. O uso do termo Sheol indica lugar de inconsciência e
inexistência, conforme o contexto nos mostra e não um lugar de punição e
sofrimento.
As bruxas conhecem toda a história do meu povo,
mas elas não contam essa história para qualquer um, disse Infernum.
E como poderiam as bruxas conhecer toda a
história do seu povo? Perguntou um dos teólogos.
Desde que elas são portadoras dos mistérios de
Abal, elas nasceram assim, disse Infernum.
O outro teólogo atropela a conversa e diz: Abal
é uma palavra celta que significa maçã. Uma lenda britânica diz que as mulheres
nascem em Abalon, a terra das maçãs que mais tarde foi chamada Avalon, uma ilha
lendária da lenda arturiana, famosa por suas belas maçãs. Avalon aparece pela
primeira vez em Historia Regum
Britanniae ("A História dos Reis da Bretanha") de Geoffrey of
Monmouth como o lugar onde a espada phálica do Rei Arthur, Excalibur, foi
forjada e posteriormente para onde Arthur é levado para se recuperar dos
ferimentos após a Batalha de Camlann. Como uma "Ilha dos
Bem-aventurados" Avalon tem paralelo em outros lugares na mitologia
indo-europeia, em particular a Tír na nÓg irlandesa e a Hespérides grega,
também conhecidas por suas maçãs. Avalon foi associada há muito tempo com seres
infernais e imortais, como Morgana Le Fay, a bruxa que passeou na Sicilia
italiana. O vocábulo "Bruxa" vem dos vocábulos proto-celtas: brixtā
(feitiço), brixto- (fórmula mágica), brixtu- (magia); depois
passou para o Gaulês: brixtom, brixtia do qual deriva o nome da
deusa Gaulesa Bricta ou Brixta, a mesma Mama Brigida que tempos depois fundou o
Vodu para uns povos ai.
Naquele momento entra na sala mais um teólogo
que tinha ouvido tudo pela janela. Batendo palmas ele diz: isso mesmo, pena que
em torno de 1190 Avalon tornou-se associado com Glastonbury, quando os monges
da Abadia de Glastonbury alegaram ter descoberto os ossos de Artur e sua
rainha. Mas é no trabalho de Giraldus Cambrensis que encontra-se a primeira
conexão:
“O que agora é conhecido como Glastonbury foi, em tempos antigos,
chamado de Ilha de Avalon. É praticamente uma ilha, pois é completamente
cercada por pântanos. Em galês, é chamada de "Ynys Afallach",
o que significa Ilha das Maçãs uma vez que esta fruta cresceu em grande abundância.
Após a batalha de Camlann, uma nobre chamada Morgana, mais tarde, a governante
e padroeira da região e com uma estreita relação de sangue com o Rei Arthur, o
levou para a ilha, agora conhecida como Glastonbury, a fim de que seus
ferimentos pudessem ser cuidados. Anos atrás, a região também tinha sido
chamada de "Ynys Gutrin" em galês, que significa a Ilha de
Vidro, e destas palavras, os saxões invasores depois inventaram o nome do local
"Glastingebury”.
Seria unanime, senão fosse pela História de Maceda, que também
significa terra das maçãs. O orago de Maceda é São Pedro, bem sabemos. Patrono, orago ou padroeiro é um santo ou anjo a quem é dedicada uma localidade,
povoado ou templo. A palavra orago
é derivada de oráculo. Nas
simbologias associadas as freguesias portuguesas, os oragos são frequentemente
mencionados. Por um lado, tem o significado religioso de estender a
"proteção" do santo para lá do templo, a toda a freguesia.
Interessante notar que cliente é aquele que olha ao seu redor para pedir proteção,
e fregues é aquele que recebe a proteção. Hoje em dia, essas duas palavras
tomaram sinonimos de comércio, onde um come no local e o outro leva pra comer
em casa.
O que seria de nós sem a arte de Hermes, a
Hermenêutica, né verdade?
Na Cornualha, o nome Avalon - que em galês
refere-se à maçã - é relacionado com a festa das maçãs, celebrada durante o
equinócio de outono. Por alguns acreditarem
que Avalon é Glastonbury, onde tanto Arthur quanto Guinevere teriam sido
enterrados, a abadia de Glastonbury passou a ser o lugar de conservação do
Graal. A primeira referência literária ao Graal é "O Conto do Graal",
do francês Chrétien de Troyes, em 1190. Mas os cristãos de Tróia não sabiam que
a maçã vinha de uma árvore originária da Ásia Ocidental, onde o seu ancestral
selvagem se chamava Malus sieversii.
Ela ainda é encontrada lá atualmente.
A América do Norte recebeu as maçãs pelos
colonizadores europeus. As maçãs têm estado presentes na mitologia e religiões
de muitas culturas, incluindo as tradições nórdica, grega e cristã, mas a Malus sieversii é
uma maçã
selvagem nativa das montanhas da Ásia Central no sul do Cazaquistão, leste
do Uzbequistão, Quirguistão, Tajiquistão, Norte do Afeganistão e Xinjiang, China. It has recently been
shown to be the sole ancestor of most of the domesticated ( ).Foi recentemente demonstrado que é o único
antepassado da maioria dos cultivares da domesticada maçã.It was first described (as Pyrus sieversii ) in
1833 by , a German naturalist who saw them growing in the .
A maçã foi descrita pela primeira vez (como Pyrus sieversii) em 1833 por Carl Friedrich von
Ledebour, um naturalista alemão que viu crescer nas Montanhas
Altai,It is a growing to 5 to 12 metres
(16 to 39 ft) , very similar in appearance to the domestic apple.
uma decídua árvore que crescia de 5 a 12
metros (16 a 39 pés), muito semelhante em aparência à maçã nacional. Its is the largest of any
species of Malus , up to 7 cm diameter, equal in size to many modern . A sua fruta é a maior de
todas as espécies de Malus,
até 7 cm de diâmetro, igual em tamanho a muitos modernos cultivares de macieira,
porém, ao Unlike domesticated varieties its
leaves go red in autumn: 62.2% of the trees in the wild do this compared to
only 2.8% of the 2,170 English cultivated varieties. The species is now considered vulnerable to .contrário
das variedades domesticadas suas folhas são vermelhas no outono.
Uma única espécie ainda está crescendo no vale Ili, nas encostas do norte do Tien Shan entre montanhas que
fazem fronteira no noroeste da China e Cazaquistão, e é a progenitora das maçãs que comemos hoje.
, the largest city in , and formerly its
capital, derives its name from the word for 'apple' (алма), and is often translated as "full of
apples" (the region surrounding Almaty is home to forests of Malus
sieversii ); alma is also 'apple' in other , as well as in .Almaty, a maior cidade do Cazaquistão, e anteriormente a sua capital, deriva seu nome do cazaque palavra para 'maçã' (алма), e é muitas vezes traduzido como
"cheio de maçãs" (a região circundante Almaty é o lar de florestas de
Malus sieversii). O mais
interessante é notar que o termo alma
também é 'maçã' em outras línguas turcas, bem
como em Húngaro. The name, , is Kazakh for
"Father of Apples."O
nome Alma-Ata é cazaque para "Pai das maçãs". De malum
passou para mala, que designava toda uma variedade de frutos que continha polpa
carnosa, tal como a tangerina.
A tangerina originalmente era uma maçã que recebeu seu nome no porto de Tânger,
cidade de Marrocos perto do Estreito de Gibraltar (as colunas de Hércules), que
era um local de exportação da fruta para a Europa. Essa mesma fruta foi chamada
no sul do Brasil de bergamota. Esse
nome vem do Turco mustafa
beg armudi, “a pera do Príncipe”, mas a tangerina também já foi uma
Malus, sendo que Malus ou Mala mattiana, “maçã
de Mattium”. A palavra mala
ou malum se
aplicava a frutos de polpa carnosa em geral, e o mal se instalou na maçã, que
virou símbolo infernal com o pecado de Eva a fim de inferiorizar politicamente
as mulheres para que as poderosas e femininas maçãs de avalon perdessem sua boa
reputação.
O fato é que a maçã e a romã são frutos de
entrada e saída do Infernum. Os romanos gostavam de uma fruta que continha
muitos pequenos grãos cor de rubi com uma incômoda sementinha dentro, que nós
hoje chamamos de romã. Ela era chamada mala
granata, “fruto de grãos”, ou mala
romana, “fruto romano”. O interessante é que, na Espanha, o que
resultou hoje é a granada, de granata, e em Portugal,
a romã,
de romana.
Mas
a grega Perséfone (Prosérpina para os romanos), comeu a maçã ou a romã afinal
de contas?
Vamos olhar no ovo da mala. Ovo significa
índice, de inícios, ou indício. A mala que acompanha o ovo no provérbio “ab ovo
usque ad mala” tem a seguinte biografia. No latim clássico Mala era o nome
comum de todos os frutos carnudos dotados ou não de caroços. Na Eneida, poema
da lendária Roma dos tempos primitivos, Virgílio (70-19 a.C), uma das maiores
expressões da literatura latina, usou o termo mala para designar as faces, as
maçãs do rosto humano. Será que o Rei Artur era um Nariz de serpente entre as
maçãs?
Entra em cena a dona Etimologia, para ter
com os teólogos.
Por fim, quando ela entra, já sabendo do
impasse vai logo começando a dizer: Malar vem do Latim malum,
“maçã. "Maçã" originou-se do termo latino MALA MATIANA, que
significa "maçãs de Mácio".
Mas quem é esse Macio ou Mattio? Pergunta o
outro teólogo.
Calma, diz a dona, também apresenta
propriedades medicinais essa tal maçã, e produz efeitos benéficos sobre o
coração, tanto pelo elevado teor de potássio, quanto pela presença de pectina,
que evita a deposição de gorduras na parede arterial, prevenindo a
arteriosclerose. Por tudo isto, melhora a circulação sanguínea, reduzindo,
consequentemente, o trabalho cardíaco e prolongando a vida útil do coração,
tirando o Inferno de vista.
Não adianta me tirar de lado, vai logo dizendo
quem ou o que é esse Macio?! Diz o senhor das ricas terras infernais, bastante
curioso.
Sabe, a famosa expressão ‘Ab ovo usque ad
mala’?, pois bem, significa ‘desde o ovo até as maçãs’, isto é, ‘do começo ao
final do jantar’, ou ‘do começo ao fim’. A romã é a entrada e a maçã é a saída.
O adjetivo latino "matiana" significa amigo de
César! As maçãs, para os romanos foram dadas à César por seu melhor amigo e
passou a ser chamada de fruto do amigo de César, é isso que significa Mala
Matiana, ou maçãs de Mácio.
Frutos carnosos como a maçã, a pêra e o marmelo
também foram chamados de malus pomum. Em Frances chamou-se pomme e em
português, pomo. Mas maçã significa “fruto”. O que pomo e fruto tem a ver?
Talvez Virgílio nos contasse o nome do amigo de
César!
Ainda nos tempos de Virgílio, o botânico
Caius Matius Calvena, através de enxertia, conseguiu a produção de maçãs mais
precoces e resistentes. Essas frutas foram denominadas de mala matiana (fruta
do Mácio) em homenagem a seu criador. Do nome próprio do botânico ‘Mácio’ nasceu
o substantivo comum maçã, mas mala matiana vem a ser o fruto da macieira.
No mito grego, as comemorações celestiais
de um matrimônio eram precedidas pela preferida de todos, a Deusa Éris.
Ela se tornava uma maçã e causava inveja
e disputa entre as demais deidades. Desse desentendimento nasceu também a
guerra de Tróia. De lá pra cá, aquilo que causa acirrado litígio é denominado
de pomo da discórdia.
Uma plantação de macieiras, pereiras ou
marmeleiros, frutas que produziam o pomum (pomo), originariamente era conhecida
como pamarium (pomar).
Conta a lenda que Adão, ao experimentar
no Paraíso o fruto da árvore do conhecimento, engasgara-se, ficando parado no
meio de sua garganta, como prova contundente de sua culpa, um pedaço da maçã
proibida, um pedaço de Eva entalado na goela de Adão para que os homens
decidissem inferiorizar as mulheres. E bem ali, na parte frontal de seu
pescoço, formara-se a saliência de seu pecado, a que se deu o nome de
pomo-de-adão. Por castigo divino, todo ser humano do sexo masculino haveria de
carregar consigo a marca da desobediência e de cupidez, mas deveríamos dizer,
ao invés de marca da desobediência e de cupidez, marca da fraqueza masculina
perante o poderio infernal das mulheres maçãs. Essa fraqueza de Adão foi usada
para gerar infinitos dogmas que a Eclésia dominante empregou para controlar a
humanidade até os dias mais recentes.
E assim, após ler tudo isso, chega o fim
do reinado da Eclésia dominante, que devolve a coroa a contragosto às duas
maçãs que são clientes do Infernum.
Sett Ben Qayin
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