terça-feira, 15 de outubro de 2013

DUAS MAÇÃS PARA CLIENTES DO INFERNO

Hoje eu estava brincando com a etimologia das palavras romã e maçã, e acabou nascendo uma “estorinha” bem legal, a qual venho compartilhar com vocês. Muita gente não sabe se Prosérpina comeu uma maçã ou uma romã. O mito diz que foi romã, mas será mesmo?

Da mesma forma, muita gente não sabe que o alecrim é uma planta cuja palavra veio do árabe Al-iklit que significa “orvalho do mar”, por isso foi chamado de ‘rosmarinho’, de ros + marinus. O louro do latim Laurus = coroa de loureiro (de louro) sendo atribuído vitória e triunfo à quem o usa na cabeça ou dentro do sapato; e a hortelã, de Hortelanus, significando horta ou pátio cercado, usado para cercar um jardim e consequentemente quem o usar se cercará de proteção.

No livro Botânica Oculta, Paracelso nos fornece a teoria das assinaturas, que diz que o próprio formato e cor da planta, fruto, flor ou erva já contém o significado ao qual ela se destina. O intuito dessa “estorinha”, além de brincar com as palavras, também vem fornecer uma outra maneira de ver a teoria das assinaturas através da etimologia, da mesma maneira que buscamos conhecer um nome através de algum estudo pela hermeneutica, gematria ou numerologia e seus significados, a etimologia traz muito conteúdo e simbolismo que são uteis em qualquer empreendimento a ser direcionado, seja mágico ou não. Pois bem, pegue sua Mala e vamos lá procurar Prosérpina pra perguntar à ela!

DUAS MAÇÃS PARA CLIENTES DO INFERNO



Tudo começou quando alguém resolveu olhar ao seu redor e isso gerou o cliente, pois cliente significa aquele que olha ao seu redor, ele veio do útero latino de Cliens, que era a seguidora, aquela que depende da proteção de outro. Ela descende de Cluere, que ouvia, obedecia e seguia, mas dizem que Cluere veio de Clinare, inclinar, dobrar”, que teve seu antepassado Indo-Europeu Klei, recostar-se, o qual deu início a uma metáfora em que uma pessoa se recosta em outra para receber proteção, mas na verdade Klei foi esposo de Clinare, pois as palavras se casaram para poderem receber a proteção e geraram os quatro guardas antigos, também dessa família Indo-Europeia, eram tidos Qwettuor, que em latim foram chamados Quattuor. 

Seus primos, os quadrúmanos, tinham quatro mãos, que formavam quatro lados iguais quando estendiam suas mãos para ajudar alguém. Eles deram origem ao quadro, ao quadrado e as quadras da cidade chamadas quarteirões. Os quadros casaram com o descendente de pingere, que pintava, ancestral da família Pik, que cortava. Dessa união nasceu Pigmento.

As criações eram as únicas magias existentes naquele tempo, e se reproduziram por igual através das técnicas das médicas Replicatio, Imitatio e a Reproductio, que tinham como ofício o ato de replicar, imitar e dar forma novamente. Essa última era filha de Re com Producere, pois Re, outra vez produzia e Producere tornava realidade.

Quando todas as criações estivessem prontas, haveriam de fazer uma exposição de arte chamada vernissage, pois os pintores teriam de passar uma última camada protetora de verniz sobre as telas, então partiram para uma cidade na Líbia chamada Berenike, a atual Bengazi. Lá encontraram berenike, o verniz e sculpere, a escultura. Juntos deram origem a Statua, uma imagem linda e com figura em relevo. Dessa última surgiu Statuere que colocava tudo em pé em algum lugar e ela se casou com Status e passaram trabalhar juntos. Unidos estabeleciam as leis dos estatutos. Statutum, filho deles, cuidava das leis e decretos, enquanto seu pai Status cuidava das posições e das situações, pois leis eram necessárias para guardar as obras primas, as atividades artesanais como marcenaria, carpintaria, joalheria e outras que formavam guildas com os seus profissionais. As Guildas eram germânicas descendentes do arcaico Gelth, que cuidava ou protegia o pagamento, seu real significado.

Essas guildas eram sociedades de apoio mútuo, que pagavam os enterros dos sócios, providenciavam orações para os mortos, ajudavam as suas famílias, pagavam multas em caso de crimes justificados e muitas outras coisas.
Quando um aprendiz queria passar à categoria de “mestre”, com direito a cobrar mais e ter alunos, ele se submetia a uma prova. Devia fazer sem qualquer auxílio uma das obras de seu ofício; ela era então avaliada por uma junta de profissionais e, se estivesse bem feita, o autor era promovido.

Eles chamavam isso de “a obra-prima”, a “primeira obra” em excelentes condições daquela pessoa.

Os ingleses ao prestarem atenção nisso, criaram uma nomenclatura cuja expressão é masterwork, “obra de mestre”.  Ou seja, a obra que caracteriza o mestre. Nesse caso, o professor ficava elogiado ao ver seu aluno se tornando mestre, pois significava que o professor tinha sido antes, o mestre. Assim o mestre antigo, como cliente que era, considerou os quatro cantos e traçou um círculo ao redor, para que suas aulas e exposições fossem feitos num só local. O Círculo foi reproduzido do Latim Circulus, que era inicialmente um “pequeno circo”, filho de Circus, um local grego para demonstrações ou espetáculos”, chamado na Grécia de Kyklos, era curvado, redondo, já que as pessoas se dispunham desse modo ao redor da atração para acompanhar o que estava acontecendo.

O Redondo era o apelido de um gordinho latino que se chamava Rotundus, pois sua forma era circular e redonda, e essa forma veio da Rota, sua mãe, a Deusa do Destino que se autodenominava dona Roda, por ter sentido de total, cheia, completa, e se fechava numa área delimitada, mas havia quem pensava que ela estava redondamente enganada, ou seja, completamente errada.

Então, Rota para provar que estava certa, chamou a Grega Sphaira, misteriosa professora de origem desconhecida e que deixara uma única filha no mundo, Esphaera, que era como um globo, uma bola, ela dava o espaço curvo ao redor da Terra. Esphaera dizia que seu pai se chamava Globus, e era a massa arredondada, cuja avó era Gleba, um amontoado de terra, ou deveria dizer um torrão? Ou ainda uma porção? Bem, não importa porque todas elas dizem a mesma coisa.

Acontece que todos naquele tempo nasciam em Gleba, a área de terra e local de nascença, era um terreno para cultivo. Nesse local não se podia fazer outra ocupação sob o risco de contaminar tudo, e então demarcaram as áreas “sagradas”, puras, imaculadas, com efeito de separar do resto mundano. E foi nessa mesma ocasição e lugar que nasceu o casal de irmãos briguentos a Margem e o Limbo.

Limbo nasceu todo embarrado, cheio de barro, e logo de cara queria ter mais importância que sua irmã marginal. Limbo queria se igualar a Margem, por significarem a mesma coisa na beirada.

Na Idade Média, alguns teólogos chamaram Limbus Patrum, os santos nascidos antes de Cristo, enquanto outros chamaram Limbus infantum, as crianças mortas antes do batismo, e esses teólogos foram tidos como hereges e bruxos, justamente porque eram clientes do inferno, e pra lá foram enviados, ao latino Infernus, que foi gerado por Inferus, o que está abaixo, e Infra, menor que a gleba, o chão debaixo ou de dentro.

Eles não achavam justo uma pessoa ser condenada ao inferno por não ter sido batizada, no caso de não haver possibilidade de isto acontecer. Por isso arranjaram um lugar onde não havia diabos espetando o traseiro de ninguém mas onde também não dava para estar perto da Chefe Rota nem bater papo com ela. Quase todas as religiões antigas imaginavam seus mortos seguindo suas atividades embaixo do chão, pois era lá que eles eram colocados, mas havia uma exceção, os Farsis, em certa região da Índia, que colocam os cadáveres sobre torres para que os abutres tivessem seu jantar, já que achavam inadequado colocar um corpo para se desagregar na Terra, os abutres (urubus) são para eles, a insígnia de seus ancestrais.

O Céu Indo-Europeu, nessa época tinha seu significado Brilhante, e alguns hindus tinham o costume de mandar pra lá os seus mortos, para o mundo Brilhante, desde que não há nada melhor que comer um cadaver e voar nos céus, mas São Bernardo em 1130 interveio dizendo que todos em meio-termo, no Limbo, deveriam passar por um local de limpeza para se purificar, se purgar a fim de ficarem limpos e puros. 

Então ele colocou Purgatório ao lado do Limbo, e isso fez com que as pessoas pudessem usar o livre arbítrio para suas escolhas. A Margem ficou apenas olhando. Mas o avéstico Pairidaeza apareceu e disse que ele era o único e verdadeiro jardim cercado o qual os gregos chamavam de Paradeisos, o jardim do Eden. O Paraíso original era filho de Pairi, ao redor, que os gregos chamavam Peri, pai de Perímetro. Pairi se uniu com Daeza, a que fazia muros, e da união entre Pairi e Daeza nasceu Paraíso, uma periferia circular e murada. Dai veio o costume de se circundar com pedras alguns túmulos antigos, era um portal o paraíso que enviava os mortos ao mundo do Brilhante, mas como esse portal ficava debaixo da terra, o inferno se tornou a morada dos mortos que vão para o mundo do Brilhante.

Os cristãos diziam que ali era um lugar de grande sofrimento, porque você nunca saberia se ia para o limbo, para o purgatório, ou para o mundo do Brilhante. E o infernum passou a designar “as profundezas” ou “o mundo inferior”.

Como todo mundo queria ir para o mundo superior e não ao inferior, o Infernum começou a travar sua primeira crise interna de existencialismo, pois o desprezo e os preconceitos contra ele eram massificadores. Assim Infernum foi para o divã dos Teólogos, pois não existia psicólogos naquela época.

Naquele tempo, se você entendesse Theos, poderia entender tudo e clinicar a favor ou contra algumas observações e assim os teólogos exerciam mais de um papel em sociedade. Dentre a grande maioria dos teólogos que observaram contraditoriamente o desprezo e preconceito de Infernum, um deles resolveu perguntar ao coitado que estava no divã: “Você teria motivos para estar em crise, caso aquele personagem bíblico que, por estar em sofrimento no mundo real resolveu se esconder no Inferno para aliviar a sua dor, não tivesse ido para lá?”

Infernum removia sua dor de estomago, enquanto pensava e quase vomitou Yehoshua, que também foi chamado Yeshua, y'shua, Y'shu, E’shu, YodShinVayAyin, Ihsous, Iesous, Eeay-soos, Dzoos, Yahweh-Zeus, Iesus e finalmente Jesus.

Assim, o teólogo continuou: Você Inferno, não poderia ser um lugar desagradável, desde que um personagem bíblico que estava em sofrimento no mundo real, almejou “esconder-se no inferno”, para aliviar sua dor. Você, Infernum, é conhecido por muitos nomes e conotações, tais como: Seol para os Hebreus; Hades e Geena para os Gregos, sem distinção; e para os Portugueses Europeus, assim como todos os povos de língua que seguem o latim, eles não fazem distinção do original hebraico ou grego. Os próprios escritores da bíblia latina, usaram o termo Infernus - ‘lugares baixos’ – para representar o termo hebraico Seol e os termos gregos Hades e Geena. Mas eu te digo, o Dicionário Expositivo de Palavras do Velho e do Novo Testamento diz que Hades corresponde a Sheol no Antigo Testamento. Na Versão Autorizada do A.T. e do N. T., foi vertido de modo infeliz por Inferno. Na Enciclopédia da Collier diz a respeito de Inferno: “Primeiro representa o hebraico Seol do Antigo Testamento, e o grego Hades, da Septuaginta e do Novo Testamento. 

Visto que Seol, nos tempos do Antigo Testamento, se referia simplesmente à habitação dos mortos e não sugeria distinções morais, a palavra ‘inferno’, conforme entendida atualmente, não é uma tradução feliz.”
Outro teólogo chegou para a clínica e disse que o Terceiro Novo Dicionário Internacional de Webster diz: Devido ao entendimento atual da palavra inferno (Latim Infernus) é que ela constitui uma maneira tão infeliz de verter estas palavras bíblicas originais. A palavra inferno não transmitia assim, originalmente, nenhuma idéia de calor ou de tormento, mas simplesmente de um lugar coberto ou oculto (de . . . helan, esconder), pois para se descansar haveria que se esconder de todos, enquanto que a Enciclopédia Americana diz: Muita confusão e muitos mal-entendidos foram causados pelo fato de os primitivos tradutores da Bíblia terem traduzido persistentemente o hebraico Seol e o grego Hades e Geena pela palavra inferno. A simples transliteração destas palavras por parte dos tradutores das edições revistas da Bíblia não bastou para eliminar apreciavelmente esta confusão e equívoco.

Então, enquanto Infernum assistia e ouvia a conversa entre os dois teólogos, pegou uma maçã e entre uma mordida e outra, disse: “O que importa é que eu sou o dono das maçãs, elas deveriam se chamar “As Maçãs de Infernum”, não maçãs de Mácio! Vejam: Assim como a vida faz vocês sairem de mim pela porta da maçã, há uma dentre as maçãs que os devolvem para meu interior, sendo assim, eu O Infernum, sou um grande Útero que dá e recebe, não sou sofrimento, sou um lugar de transição. O ponto no meio do círculo fica em cima de mim, eu estou mais abaixo, nas profundezas do mistério de abal.

Diabal ou De Abal? Pergunta um teólogo.

Não! Eu disse de abal, diz Infernum.

O outro teólogo dizia que no judaísmo, o termo Gehinom (ou Gehena) designa a situação de purificação necessária à alma para que possa entrar no Paraíso - denominado por Gan Eden. Se Paraíso é o Círculo murado, o Gan Eden é o ponto no meio da encruzilhada. Nesse sentido, o inferno na religião e mitologia judaica não é eterno, mas uma condição finita, após a qual a alma está purificada ela vai para o Norte (do Eden?). Outro termo designativo do mundo dos mortos é Sheol, que apresenta essa característica de desolação, silêncio e purificação. A palavra vem de Ceeol, que mais tarde dá origem ao termo sheol, não confundindo com "Geena" que era o nome dado a uma ravina profunda ao sul de Jerusalém, onde sacrifícios humanos eram realizados na época de doutrinas anteriores. Mais tarde, tornou-se uma espécie de lixão da cidade de Jerusalém, frequentemente em chamas devido ao material orgânico. O uso do termo Sheol indica lugar de inconsciência e inexistência, conforme o contexto nos mostra e não um lugar de punição e sofrimento.

As bruxas conhecem toda a história do meu povo, mas elas não contam essa história para qualquer um, disse Infernum.

E como poderiam as bruxas conhecer toda a história do seu povo? Perguntou um dos teólogos.

Desde que elas são portadoras dos mistérios de Abal, elas nasceram assim, disse Infernum.

O outro teólogo atropela a conversa e diz: Abal é uma palavra celta que significa maçã. Uma lenda britânica diz que as mulheres nascem em Abalon, a terra das maçãs que mais tarde foi chamada Avalon, uma ilha lendária da lenda arturiana, famosa por suas belas maçãs. Avalon aparece pela primeira vez em Historia Regum Britanniae ("A História dos Reis da Bretanha") de Geoffrey of Monmouth como o lugar onde a espada phálica do Rei Arthur, Excalibur, foi forjada e posteriormente para onde Arthur é levado para se recuperar dos ferimentos após a Batalha de Camlann. Como uma "Ilha dos Bem-aventurados" Avalon tem paralelo em outros lugares na mitologia indo-europeia, em particular a Tír na nÓg irlandesa e a Hespérides grega, também conhecidas por suas maçãs. Avalon foi associada há muito tempo com seres infernais e imortais, como Morgana Le Fay, a bruxa que passeou na Sicilia italiana. O vocábulo "Bruxa" vem dos vocábulos proto-celtas: brixtā (feitiço), brixto- (fórmula mágica), brixtu- (magia); depois passou para o Gaulês: brixtom, brixtia do qual deriva o nome da deusa Gaulesa Bricta ou Brixta, a mesma Mama Brigida que tempos depois fundou o Vodu para uns povos ai.

Naquele momento entra na sala mais um teólogo que tinha ouvido tudo pela janela. Batendo palmas ele diz: isso mesmo, pena que em torno de 1190 Avalon tornou-se associado com Glastonbury, quando os monges da Abadia de Glastonbury alegaram ter descoberto os ossos de Artur e sua rainha. Mas é no trabalho de Giraldus Cambrensis que encontra-se a primeira conexão:

“O que agora é conhecido como Glastonbury foi, em tempos antigos, chamado de Ilha de Avalon. É praticamente uma ilha, pois é completamente cercada por pântanos. Em galês, é chamada de "Ynys Afallach", o que significa Ilha das Maçãs uma vez que esta fruta cresceu em grande abundância. Após a batalha de Camlann, uma nobre chamada Morgana, mais tarde, a governante e padroeira da região e com uma estreita relação de sangue com o Rei Arthur, o levou para a ilha, agora conhecida como Glastonbury, a fim de que seus ferimentos pudessem ser cuidados. Anos atrás, a região também tinha sido chamada de "Ynys Gutrin" em galês, que significa a Ilha de Vidro, e destas palavras, os saxões invasores depois inventaram o nome do local "Glastingebury”.

Seria unanime, senão fosse pela História de Maceda, que também significa terra das maçãs. O orago de Maceda é São Pedro, bem sabemos. Patrono, orago ou padroeiro é um santo ou anjo a quem é dedicada uma localidade, povoado ou templo. A palavra orago é derivada de oráculo. Nas simbologias associadas as freguesias portuguesas, os oragos são frequentemente mencionados. Por um lado, tem o significado religioso de estender a "proteção" do santo para lá do templo, a toda a freguesia. Interessante notar que cliente é aquele que olha ao seu redor para pedir proteção, e fregues é aquele que recebe a proteção. Hoje em dia, essas duas palavras tomaram sinonimos de comércio, onde um come no local e o outro leva pra comer em casa.

O que seria de nós sem a arte de Hermes, a Hermenêutica, né verdade?
Na Cornualha, o nome Avalon - que em galês refere-se à maçã - é relacionado com a festa das maçãs, celebrada durante o equinócio  de outono. Por alguns acreditarem que Avalon é Glastonbury, onde tanto Arthur quanto Guinevere teriam sido enterrados, a abadia de Glastonbury passou a ser o lugar de conservação do Graal. A primeira referência literária ao Graal é "O Conto do Graal", do francês Chrétien de Troyes, em 1190. Mas os cristãos de Tróia não sabiam que a maçã vinha de uma árvore originária da Ásia Ocidental, onde o seu ancestral selvagem se chamava Malus sieversii. Ela ainda é encontrada lá atualmente.

A América do Norte recebeu as maçãs pelos colonizadores europeus. As maçãs têm estado presentes na mitologia e religiões de muitas culturas, incluindo as tradições nórdica, grega e cristã, mas a Malus sieversii é uma maçã selvagem nativa das montanhas da Ásia Central no sul do Cazaquistão, leste do Uzbequistão, Quirguistão, Tajiquistão, Norte do Afeganistão e Xinjiang, China. It has recently been shown to be the sole ancestor of most cultivars of the domesticated apple ( Malus domestica ).Foi recentemente demonstrado que é o único antepassado da maioria dos cultivares da domesticada maçã.It was first described (as Pyrus sieversii ) in 1833 by Carl Friedrich von Ledebour , a German naturalist who saw them growing in the Altai Mountains .
A maçã foi descrita pela primeira vez (como Pyrus sieversii) em 1833 por Carl Friedrich von Ledebour, um naturalista alemão que viu crescer nas Montanhas Altai,It is a deciduous tree growing to 5 to 12 metres (16 to 39 ft) , very similar in appearance to the domestic apple. uma decídua árvore que crescia de 5 a 12 metros (16 a 39 pés), muito semelhante em aparência à maçã nacional. Its fruit is the largest of any species of Malus , up to 7 cm diameter, equal in size to many modern apple cultivars . A sua fruta é a maior de todas as espécies de Malus, até 7 cm de diâmetro, igual em tamanho a muitos modernos cultivares de macieira, porém, ao Unlike domesticated varieties its leaves go red in autumn: 62.2% of the trees in the wild do this compared to only 2.8% of the 2,170 English cultivated varieties. [ 2 ] The species is now considered vulnerable to extinction .contrário das variedades domesticadas suas folhas são vermelhas no outono.  

Uma única espécie ainda está crescendo no vale Ili, nas encostas do norte do Tien Shan entre montanhas que fazem fronteira no noroeste da China e Cazaquistão, e é a progenitora das maçãs que comemos hoje.

Almaty , the largest city in Kazakhstan , and formerly its capital, derives its name from the Kazakh word for 'apple' (алма), and is often translated as "full of apples" (the region surrounding Almaty is home to forests of Malus sieversii ); alma is also 'apple' in other Turkic languages , as well as in Hungarian .Almaty, a maior cidade do Cazaquistão, e anteriormente a sua capital, deriva seu nome do cazaque palavra para 'maçã' (алма), e é muitas vezes traduzido como "cheio de maçãs" (a região circundante Almaty é o lar de florestas de Malus sieversii). O mais interessante é notar que o termo alma também é 'maçã' em outras línguas turcas, bem como em Húngaro. The Soviet-era name, Alma-Ata , is Kazakh for "Father of Apples."O nome Alma-Ata é cazaque para "Pai das maçãs". De malum passou para mala, que designava toda uma variedade de frutos que continha polpa carnosa, tal como a tangerina.

A tangerina originalmente era uma maçã que recebeu seu nome no porto de Tânger, cidade de Marrocos perto do Estreito de Gibraltar (as colunas de Hércules), que era um local de exportação da fruta para a Europa. Essa mesma fruta foi chamada no sul do Brasil de bergamota. Esse nome vem do Turco mustafa beg armudi, “a pera do Príncipe”, mas a tangerina também já foi uma Malus, sendo que Malus ou Mala mattiana, “maçã de Mattium”. A palavra mala ou malum se aplicava a frutos de polpa carnosa em geral, e o mal se instalou na maçã, que virou símbolo infernal com o pecado de Eva a fim de inferiorizar politicamente as mulheres para que as poderosas e femininas maçãs de avalon perdessem sua boa reputação.

O fato é que a maçã e a romã são frutos de entrada e saída do Infernum. Os romanos gostavam de uma fruta que continha muitos pequenos grãos cor de rubi com uma incômoda sementinha dentro, que nós hoje chamamos de romã. Ela era chamada mala granata, “fruto de grãos”, ou mala romana, “fruto romano”. O interessante é que, na Espanha, o que resultou hoje é a granada, de granata, e em Portugal, a romã, de romana.
Mas a grega Perséfone (Prosérpina para os romanos), comeu a maçã ou a romã afinal de contas?

Vamos olhar no ovo da mala. Ovo significa índice, de inícios, ou indício. A mala que acompanha o ovo no provérbio “ab ovo usque ad mala” tem a seguinte biografia. No latim clássico Mala era o nome comum de todos os frutos carnudos dotados ou não de caroços. Na Eneida, poema da lendária Roma dos tempos primitivos, Virgílio (70-19 a.C), uma das maiores expressões da literatura latina, usou o termo mala para designar as faces, as maçãs do rosto humano. Será que o Rei Artur era um Nariz de serpente entre as maçãs?

Entra em cena a dona Etimologia, para ter com os teólogos.
Por fim, quando ela entra, já sabendo do impasse vai logo começando a dizer: Malar vem do Latim malum, “maçã. "Maçã" originou-se do termo latino MALA MATIANA, que significa "maçãs de Mácio".
Mas quem é esse Macio ou Mattio? Pergunta o outro teólogo.

Calma, diz a dona, também apresenta propriedades medicinais essa tal maçã, e produz efeitos benéficos sobre o coração, tanto pelo elevado teor de potássio, quanto pela presença de pectina, que evita a deposição de gorduras na parede arterial, prevenindo a arteriosclerose. Por tudo isto, melhora a circulação sanguínea, reduzindo, consequentemente, o trabalho cardíaco e prolongando a vida útil do coração, tirando o Inferno de vista.

Não adianta me tirar de lado, vai logo dizendo quem ou o que é esse Macio?! Diz o senhor das ricas terras infernais, bastante curioso.

Sabe, a famosa expressão ‘Ab ovo usque ad mala’?, pois bem, significa ‘desde o ovo até as maçãs’, isto é, ‘do começo ao final do jantar’, ou ‘do começo ao fim’. A romã é a entrada e a maçã é a saída. O adjetivo latino "matiana" significa amigo de César! As maçãs, para os romanos foram dadas à César por seu melhor amigo e passou a ser chamada de fruto do amigo de César, é isso que significa Mala Matiana, ou maçãs de Mácio.
Frutos carnosos como a maçã, a pêra e o marmelo também foram chamados de malus pomum. Em Frances chamou-se pomme e em português, pomo. Mas maçã significa “fruto”. O que pomo e fruto tem a ver?
Talvez Virgílio nos contasse o nome do amigo de César!

Ainda nos tempos de Virgílio, o botânico Caius Matius Calvena, através de enxertia, conseguiu a produção de maçãs mais precoces e resistentes. Essas frutas foram denominadas de mala matiana (fruta do Mácio) em homenagem a seu criador. Do nome próprio do botânico ‘Mácio’ nasceu o substantivo comum maçã, mas mala matiana vem a ser o fruto da macieira.

No mito grego, as comemorações celestiais de um matrimônio eram precedidas pela preferida de todos, a Deusa Éris.

Ela se tornava uma maçã e causava inveja e disputa entre as demais deidades. Desse desentendimento nasceu também a guerra de Tróia. De lá pra cá, aquilo que causa acirrado litígio é denominado de pomo da discórdia.
Uma plantação de macieiras, pereiras ou marmeleiros, frutas que produziam o pomum (pomo), originariamente era conhecida como pamarium (pomar).

Conta a lenda que Adão, ao experimentar no Paraíso o fruto da árvore do conhecimento, engasgara-se, ficando parado no meio de sua garganta, como prova contundente de sua culpa, um pedaço da maçã proibida, um pedaço de Eva entalado na goela de Adão para que os homens decidissem inferiorizar as mulheres. E bem ali, na parte frontal de seu pescoço, formara-se a saliência de seu pecado, a que se deu o nome de pomo-de-adão. Por castigo divino, todo ser humano do sexo masculino haveria de carregar consigo a marca da desobediência e de cupidez, mas deveríamos dizer, ao invés de marca da desobediência e de cupidez, marca da fraqueza masculina perante o poderio infernal das mulheres maçãs. Essa fraqueza de Adão foi usada para gerar infinitos dogmas que a Eclésia dominante empregou para controlar a humanidade até os dias mais recentes.

E assim, após ler tudo isso, chega o fim do reinado da Eclésia dominante, que devolve a coroa a contragosto às duas maçãs que são clientes do Infernum.

Sett Ben Qayin









Nenhum comentário:

Postar um comentário

agradecemos a você por contribuir e complementar. continue sendo gentil e sábio. abençoados sejam!

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.