Antes
de falarmos de Cabalah devemos analisar o simbolismo da árvore para compreender
o porque a árvore é sinônimo do sagrado. Enquanto árvore da vida ela está
relacionada a Aserá (Ashtaroh), a esposa de Deus.
O
símbolo da Etz Haim como a Árvore da Vida aparece na cabalah, pois é nela o
campo onde tudo acontece, sem a qual nada se realiza nem se cria.
Nas
palavras de Viviane Crowley, “a Árvore da Vida representa a totalidade da
criação - tudo o que foi, é e será”.
Muitas
tradições espirituais antigas usavam a árvore para simbolizar o cosmos e o
Cosmos, ele mesmo, era compreendido de acordo com a visão de mundo da época.
Hoje esse nome é referência para Universo Inteiro, mas conseguimos somente
imaginar, por estudos, o nosso sistema solar dentro de uma eclíptica e
aproximadamente um pouco a base da borda fora dele, ou seja, o Universo é uma
palavra para a nossa Galáxia, apesar de poder se entender para fora de seus
limites, havendo então muitos universos, haja vista que cada Sol é uma estrela
e cada galáxia gira em torno de uma. Assim nasce a ideia de multiverso.
Entretanto,
a ideia de espiritualidade para humanos é uma ideia que só pode existir na
Terra e em nenhum outro planeta. As únicas formas existentes na terra que vão
do chão até o céu são as árvores e as montanhas (os gigantes do passado dos
dinossauros). Enquanto a montanha reúne em si mesma a ideia de mineral gigante,
a árvore evoca a ideia de vegetal gigante e as duas coisas são ímpares na forma
e na criação, os dois pilares e como nos ensina os 50 portais de Binah sobre a
evolução dos seres, o vegetal é a porta para o animal e a árvore está para nós
humanos aquilo que é mais próximo da ancestralidade do nosso passado.
As
árvores são evocativas e são as criaturas mais altas do reino vegetal e do
reino animal. Elas têm vida longa: a maioria das espécies vive mais tempo do
que os seres humanos, suas raízes penetram nas profundezas da terra, olhando
para o Daat, o lado interno ou reino de Hades. As árvores nos dão uma sensação
de antiguidade, permanência e estabilidade. Elas são profundamente enraizadas
na terra, mas se erguem para o céu. No ritual do Vestalare o Eucalípto é o
vegetal que liga os elementos terra e fogo, faz a conversa entre terra e céu e
celebra nossa ancestralidade.
Elas
dão sombra, abrigo, galhos, moradia e alimento, e ainda fornecem a temperatura
certa para o ambiente natural e o humano quando fazemos fogo com a madeira. As
árvores sempre foram amigas da humanidade, e os macacos viviam nelas, assim
como outros animais. La no fundo da psique humana está a imagem da Árvore como
ponto de origem.
Na
Cabalah, a totalidade da criação representada pela Árvore da Vida é separada em
dez emanações, ou sefirot. O singular de sefirot é sefirah e essa palavra vem
de Safira, a pedra. Essa palavra apareceu pela primeira vez no Sefer Yerzirah,
ou Livro da Criação. É baseada numa palavra hebraica que significa contar,
porque o sistema de contagem de rebanhos era feito com pedras, o mesmo sistema
que deu origem a geomancia. Toda a história completa desse sistema e seu
desenvolvimento estão no meu livro que será publicado em breve.
Segundo
o Sefer Yetzirah, os sefirot são os princípios dos números e dos diferentes
estágios da criação. Ao longo dos séculos, o conceito evoluiu. Num texto
posterior de muita importância, Sefer Bahir ou Livro da Iluminação, os sefirot
são relacionados às diferentes qualidades e atividades do Divino, mas de onde
vem a cabala?
Ela
vêm basicamente de três textos que sobreviveram até os tempos modernos - Sefer
Yetzinah, o Livro da Criação, Sefer Bahir, o Livro Brilhante ou Livro da
Iluminação, publicado pela primeira vez na Provença em 1.176, e o extenso Sefer
Zohar ou Livro do Esplendor, que apareceu na Europa no século XIII. O Bahir
introduz o conceito de reencamação e dos dez sefirot, ou emanações do Divino.
O
Sefer Yetzinah é a primeira obra fundamental da Cabala. Trazendo supostamente
os ensinamentos secretos do Patriarca Abraão, é um texto de meditação que tem o
objetivo de levar à percepção mística. O Sefer Zohar explica a origem da Cabala
entrelaçando o mito e o fato histórico.
Depois
do famoso incidente do Jardim do Éden (a cidade suméria de Edenú), os elohim
(filhos de El) ensinaram o segredo ao primeiro homem - Adão. Os ensinamentos
foram passados de geração a geração até chegar em Noé e depois ao líder judeu
Abraão, que os levou para o Egito. Difundidos entre os antigos egípcios, esses
ensinamentos foram espalhados. Foi no Egito que Moisés for iniciado na Cabala. Aliás,
ele foi treinado tanto nos mistérios egípcios quanto nos mistérios cananeus da
antiga fenícia acadiana conquistada pelos hebreus. Os ensinamentos eram
transmitidos oralmente tanto antes quanto depois de Moisés, contudo, o decálogo
é na verdade os nomes das 10 sefirots, que são os 10 mandamentos. O Rei Davi e
o Rei Salomão tinham um profundo conhecimento da Cabalah.
O
Zohar diz que o primeiro que ousou escrever os ensinamentos foi o Rabino
Shimon, filho de Yochai, que viveu na época da destruição do segundo templo, em
70 da E.C. O Rabino Shimon era um místico que vagava pela Galileia antes de se
esconder numa cavema, onde ficou durante dote anos, ditando os ensinamentos a
seu discípulo, o Rabino Abba. Depois de sua morte, seu filho Rabino Eleaser,
seu secretário Rabino Abba e seus discípulos compilaram seus ensinamentos em
folhas de manuscritos criando aquilo que se tornaria o Zohar, ou Livro do
Esplendor. O livro foi então escondido numa caverna perto de Safed, na
Palestina. É uma história parecida com a dos Pergaminhos do Mar Morto,
descobertos mais recentemente. Os árabes descobriram os pergaminhos e, sem se
dar conta de sua importância, os usaram para embrulhar comida no mercado.
Num
mercado árabe local, um estudioso de Safed viu que o peixe que tinha comprado
estava embrulhado num texto antigo. Percebendo que era um texto cabalístico,
comprou todo o papel do peixeiro. A partir desses escritos, o Zohar foi
reconstruído e publicado. Portanto o Zohar é uma invenção recriada.
A
invasão islâmica da Península Ibérica, (invasão muçulmana), foi uma série de
deslocamentos militares e populacionais ocorridos a partir de 711 até 713,
quando tropas islâmicas oriundas do Norte da África, sob o comando do general
berbere Tárique, cruzaram o estreito de Gibraltar, as colunas de Hercules,
seguindo pistas dos livros dos Djins sobre a tal cidade perdida, Atlantida e,
penetraram na península Ibérica, vencendo Rodrigo, o último rei dos Visigodos
da Hispânia, na batalha de Guadalete e terminando o Reino Visigótico.
Nos
anos seguintes, os muçulmanos foram alargando as suas conquistas na Península,
assenhoreando-se do território designado em língua árabe como Al-Andalus; que
governaram por quase oitocentos anos, terminando com Abd ar-Rahman I que
completou a unificação da Ibéria governada por muçulmanos, ou Al-Andalus de 711 – 1492. O fato é que todos esses
livros islâmicos, junto com o Picatrix, deram origem a partir da Espanha, nos
diversos Grimórios esotéricos que passaram a existir em toda Europa.
O
sistema de “graus iniciáticos” vieram copiados dos sistemas islâmicos que
possuem uma ordem iniciática Sufi em seus mistérios que contem os graus.
Portanto, tudo onde se encontra “graus” advém disso.
Quando
os textos cabalísticos chegaram à Espanha, em separado do islamismo apesar de
serem tradições irmãs, o Rabino Moisés de Leon (1.238-1.305) resolveu publicar
tudo, possivelmente com a ajuda de outros estudiosos da Cabalah, e algumas ideias
do Zohar foram atribuídas ao Rabino Moisés e seus colegas. Além do misticismo
judaico, há nesse texto traços de matemática pitagórica, de Platão, de
Aristóteles, do neoplatonismo alexandrino, do paganismo oriental e egípcio e do
antigo gnosticismo. A Cabala tem sido comparada a outras tradições esotéricas
como o Sufismo, o Catarismo, o Tantrismo, o Budismo e os Upanishails hindus. O
Zohar tentando explicar esse problema histórico, diz que as outras tradições
religiosas tem ideias semelhantes à Cabala porque a Cabala é uma tradição muito
antiga, que influenciou o desenvolvimento das outras, e a verdade é que na
Arábia do norte e do sul esses esoterismos foram compreendidos de formas
diferentes entre os dois povos.
O
famoso estudioso cabalista Gershom Scholem (1.897-1.982), foi professor de
Misticismo Judaico na Universidade de Jerusalém, e acreditava que Moisés de
Leon era o autor do Zohar. Essa visão não é bem aceita entre os Cabalistas
tradicionais, que não gostam de expor obras sagradas ao escrutínio acadêmico,
mas Scholem apresenta evidências convincentes. O Zohar tem erros frequentes de
gramática aramaica e há vestígios de palavras e de estruturas de frase
espanholas.
Há
também uma história interessante sobre a mulher de Moisés de Leon. Em 1.291, os
muçulmanos conquistaram a cidade de Acre em Israel e mataram a maior parte dos
habitantes judeus e cristãos. Um jovem estudioso judeu, Isaac, filho de Samuel,
conseguiu fugir para a Itália e foi até a Espanha.
Ali,
ficou muito surpreso ao saber da existência do Zohar, de que nunca tinha ouvido
falar em Israel. Procurou Moisés de Leon, que acabou encontrando na cidade de
Valladolid: Moisés de Leon prometeu que lhe mostraria um original antigo do
livro se Isaac fosse à sua casa em Ávila. Moisés de Leon nunca chegou a Ávila,
pois ficou doente no caminho e morreu. Sabendo de sua morte, Isaac seguiu para
Ávila, disposto a ver o manuscrito. Lá, ficou sabendo que a mulher de Josef de
Ávila, o coletor de impostos da província, tinha oferecido o filho em casamento
à filha de Moisés de Leon em troca do manuscrito original do Zohar. Mas a
mulher de Moisés de Leon tinha dito que o manuscrito original não existia: o
livro era obra de seu finado marido, que tinha inventado essa origem antiga
para aumentar seu valor. Mas isso não é uma prova definitiva. Talvez a viúva de
Moisés de Leon já tivesse vendido o manuscrito e quisesse manter o fato em
segredo.
Talvez
não quisesse trocar a filha por ele. No entanto, a história lança dúvidas sobre
a origem dos ensinamentos. Mas, seja qual for sua origem, a Cabalah se tornou
uma obra mística importante para quem gosta. É provável que o Zohar fosse
baseado em ensinamentos orais mais antigos, sendo que nessa época era comum
atribuir antigos textos religiosos e mágicos a grandes personalidades da antiguidade
para legitimar as obras. Além disso, por razões religiosas, seria interessante
para o Rabino Moisés de Leon criar impecáveis credenciais ortodoxas para o seu
trabalho: as especulações da Cabalah sobre o Divino diferem bastante da
revelação bíblica.
A
Cabalah floresceu na Espanha, num clima de perseguição cada vez maior aos
judeus por parte da maioria crista. Em 1.492, o ano em que Cristóvão Colombo
partiu para a América, o católico Rei da Espanha expulsou todos os judeus do
país, sob pena de morte. Multidões de judeus fugiram para outras partes da
Europa, incluindo a Itália, levando com eles o conhecimento da Cabalah. Assim,
esse conhecimento começou a florescer entre os não judeus. A mãe da minha Nona
é italiana nata de Ascoli, mas o pai dela foi um Judeu que viveu na Itália,
provavelmente seus ancestrais foram fruto dessa imigração espanhola para lá.
Os
textos cabalísticos foram traduzidos para línguas europeias, sendo que a recém-criada
imprensa os tomou acessíveis a um grande número de pessoas. O clima era
receptivo a novos ensinamentos. A Cabalah agradava particularmente aos judeus
cristianizados. Forçados a se converter, viam na Cabalah uma ponte entre o
Cristianismo e o Judaísmo. A Cabalah agradava também aos não judeus devido seu
conteúdo herético explicar as origens da vida de uma maneira diferente e mais
profunda. A partir do século XV, a Europa viveu um Renascimento humanista que
reavivou o interesse pelas tradições pagãs da Grécia, de Roma e do Egito e
pelos ensinamentos e tradições esotéricas e todas as bruxas italianas de hoje
descendem dos ensinamentos dessa época, mesclados com os que já se tinham. O
encontro da Cabalah com o pensamento europeu deu origem a Tradição Ocidental do
Mistério. Surgiram daí grupos de magia ritual como os Rosacruzes e depois o
Aurora Dourada entre outros. A própria Wicca bebeu das fontes cabalísticas,
sendo que a Cabalah não é só para homens, e sim para todas as pessoas. Foi uma
invenção que deu certo, uma vez que contém ensinamentos de transformação e
expansão da consciência para uma evolução dentro dos diversos caminhos da
árvore da vida.
As
leis de Manu, ou Manusmriti entre outros textos sagrados, fala de Manu como Adama
e Haviavati (Adão e Eva) inscritos pelos Judeus sob a insígnia YHWH, pois é
isso que essa insígnia quer dizer, não é o nome de Deus e sim da sua criação.
Guillaume
Postel em 1.581, afirmou que Abraão era Brahma. Brahma casou com Sarasvati.
Saraswati possui um sufixo "wati" que é um título de honra, significa
“lady” Sara.
Ele
afirma que no passado existiam vias aquáticas que se comunicavam, por baixo do
solo na crosta terrestre e que, após o dilúvio, com o deslocamento da placa
tectônica que fazia essa irrigação, assim como uma artéria abdominal rompida
deixa de irrigar o cérebro, o que era floresta virou deserto. Filósofos como Aristóteles,
Clearchus e outros afirmam o seguinte sobre os Judeus:
"Esses
Judeus derivam dos filósofos indianos; são chamados pelos indianos de
Calani". – Aristóteles
"(...)
os judeus são descendentes dos filósofos da Índia. Na Índia, os filósofos são
chamados de Calaniani e na Síria são chamados de Judeus. O nome de sua capital
é muito difícil de pronunciar chama-se Jerusalém". - Clearchus de Soli.
"A
seca do Saraswathi por volta de 1.900 a.C., que levou a uma grande realocação
da população, centrada nos vales de Sindhu e Saraswathi, pode ter sido o evento
que causou uma migração para o oeste da Índia. Que o elemento índico começa a
aparecer em toda a Ásia Ocidental, Egito e Grécia." - Subhash Kak.
"foi
deserta porque o Indo abandonou seu leito próprio." – Estrabão.
"(...)
a casa do Sol ou Heliópolis no Egito deu-lhe o nome do lugar que eles deixaram
na Índia, Maturea". - Godfrey Higgins.
Uma
parte dos autores usam os termos "cultura sarasvati",
"civilização sarasvati", "civilização indo-sarasvati" ou
"civilização sindu-sarasuati", porque consideram o rio Gagar o mesmo
que o Sarasvati, um rio mencionado várias vezes no Rig Veda, a coleção de
antigos hinos sânscritos compostos no II milênio a.C., logo após a migração dos
Indos para a Suméria, como na origem real de Terá o pai de Abrão, que depois
recebeu o nome de Abraão.
Ocorre
que, a alma dessa árvore sagrada é uma deusa pássaro como mãe ancestral
feiticeira, representada por uma mulher pássaro, aquela a quem os israelitas
chamaram de Lilith alada, a qual é na verdade uma deusa Hindú do tudo e do nada
anterior a criação e pertencente ao mesmo evento, chamada Lalita Devi, a deusa
Hindu mais poderosa que existe, mãe do preto, do branco e do vermelho, de todas
as estações, do tudo e do nada e mãe dos homens, sendo ela mesma a própria
criação da mulher, e seus textos sagrados diz que todo homem é uma mulher por
dentro. Ela é tudo que você consegue conceber nas suas ideias e também é tudo
que é impossível de você conceber. A Cabalah enquanto árvore da vida se refere
a Aserá, cuja alma é a própria Lalita. Aserá é o tronco, a árvore e a própria
floresta, sem a qual não tem celebração de El (o Sol). Será que os jardins
arborizados do Éden contavam essa história? El e Aserá tiveram 70 filhos que
juntos formam os 72 nomes divinos que são abordados tanto no Judaísmo quanto no
Islamismo e a Goetia ocidental bebeu dessas fontes.
Em
fim, não vou me alongar, pesquisem e julguem por si, e deixo uma dica sobre as
tradições africanas que narram 200 +1 e 400 + 1, que na verdade são 400
profetas de Aserá e 200 Grigori comandados por Azazel, formando o que se
conhece como direita e esquerda nas linhas feiticeiras de ancestralidade.
“Agora,
convoque todo o Israel para encontrar-se comigo no monte Carmelo, além dos 450
profetas de Baal e os 400 profetas de Aserá que comem à mesa de Jezabel” -
1Reis 18:19-29.
“Os
Grigori ou Vigilantes é como são chamados os 200 anjos que abandonaram sua habitação
original no céu e desceram à terra e se misturaram com as filhas dos homens”. -
Livros apócrifos de Enoque.
O
que foi referenciado como anjo é na verdade deidade, pois Anjo em hebraico: מַלְאָךְ, vem da raiz malach, que significa
mensageiro, como os eunucos eram, assim como o Daniel bíblico era também um
eunuco.
A
referência “+ 1” é puramente mercurial, o único que pode ir e voltar entre os
dois reinos (da direita e da esquerda).
Grande
bênçãos a todos,
Sett
Lupino.