quarta-feira, 24 de junho de 2015
Curiosidades da Era Pagã
Venho hoje colaborar com os irmãos de arte, mesmo com aqueles que não comungam do mesmo cálice, já que a contribuição é para todos.
Durante um rico debate numa determinada comunidade, foi levantada a questão sobre quem é mais antigo, se a deusa das bruxas ou os orixás africanos.
Eu não tenho em mãos a data de quando o primeiro Orixá surgiu na Africa, mas posso garantir que os mortos foram os primeiros a serem cultuados na Alemanha com o culto dos crânios em 200.000 anos antes de Cristo, e posteriormente o culto aos mortos no início do Paleolítico Médio em 41.000 anos antes de Cristo, como se pode aferir dessa pesquisa feita por Riffard, abaixo colada.
Uma observação a ser feita é a de que deve-se considerar esse estudo de Riffard, como um estudo ocidental.
Uma observação a ser feita é a de que deve-se considerar esse estudo de Riffard, como um estudo ocidental.
Você mesmo pode chegar na conclusão.
Acontecimentos históricos antes de Cristo
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quarta-feira, 17 de junho de 2015
A boca da conduta e as velhas enferrujadas
reflexões no Stonehenge - arquivo do Autor |
Você pode acreditar na
sua palavra, senão, nem sua magia acreditará no que você diz! Assim somos
ensinados desde o "prezinho" da magia.
Por essa razão é nosso
dever manter as palavras em boa ordem, desde que os deuses não farão pelos
homens o que eles não fizeram por eles mesmos.
Palavras rompidas, são
como juramentos quebrados.
Não adianta ter fé e
esperança, pois essas duas velhas são o que todo e quaisquer mortal segura na
mão quando sente necessidade. E são inerentes a todo mundo, não é algo para se
refletir quando se quer fazer a diferença.
Elas entravam a evolução
da humanidade e por isso não há progresso, porque toda vez que algo vai mal na
sua vida, sempre aparece alguém e lhe diz: “tenha fé e não perca a esperança”.
Mas fé em que? Em si mesmo? No Salvador? E que esperança é essa? Aquela que
quase saiu da ânfora de Pandora?
Oras, a lenda de Pandora
diz que TODOS os males estavam guardados na caixa. Portanto, a Esperança é um
dos Males e é preciso saber conduzi-la para que sirva bem.
Não se engane, fé e
esperança são bengalas do fraco e do covarde. Mascaradas de boazinhas e
inofensivas, são as piores coisas que um ser humano pode ter, e não se engane,
nós somos o vaso de Pandora.
O cuidado e a atenção
que você dá ao vaso de Pandora, já diz muito sobre você.
A verdade mostra-se
somente a quem lhe busca com ardor e afinco, e estes são poucos porque a
maioria se contenta com as evidentes “verdades” já inteiramente estabelecidas
ou atribuídas. Vemos médiuns orientados por guias dos quais fazem uso da mente
do médium para poder se expressar. Ora, ora, ora... Dali saem muitas verdades, e
apesar de serem objetivas, não são absolutas, são verdades para se lidar a
curto prazo.
Então, pra onde se está
lindo a longo prazo?
Bruxaria não é para
fazer caridade, é para se tomar consciência. A caridade qualquer um pode fazer
e fazemos sempre que podemos ou sempre que há a necessidade real de fazer.
Talvez alguns tentassem
forçar a pessoa a ingerir o líquido maldito da verdade pelos mais diversos
meios, mas como você deve ter imaginado existem algumas formas muito mais
sutis. É muito mais fácil fazer alguém aceitar algo se este alguém pensar que
este algo é bom e faz bem, você não acha?
Não é a toa que algumas
pessoas acham de ser feliz dentro da infelicidade, e não enxergam isso. Ninguém
merece essa pobreza espiritual manifestada na vida individual. Em 10 anos, o
que você fez da sua vida?
O que é a sala de um
apartamento amigo para quem não tem onde namorar? A que custo você defenderia
sua vaidade para ter esse espaço a ser usado para coitos invisíveis sob a
máscara da amizade?
A argúcia sempre superou
e vai superar a força grossa. O ser humano não está no topo da cadeia alimentar
por ser o mais forte dentre todos os animais do planeta, mas sim por ser o mais
inteligente, ok tá bom alguns nem tanto inteligentes assim. Note que ele é o
único capaz de criar armadilhas, oferecer algo de bom como fachada para atrair
suas vítimas, algo que elas desejem.
Obviamente, você arriscaria
convencer o indivíduo a provar do xarope da morte dizendo-lhe que aquilo fazia
bem a saúde, dar-lhe-ia muito mais força para executar seus afazeres, que
depois de beber aquilo alcançaria qualquer coisa, conseguiria o que desejasse.
E se nenhuma das tentativas anteriores surtisse o efeito desejado?
De nada adianta almejar
resultados diferentes se andas a fazer a mesma equação.
Não são poucas as vezes
em que escutamos que “é preciso ter fé e esperança para viver”. Tudo isso
poderia muito bem estar escrito na bula destes dois “remédios” cujo efeito
“colateral” é completa e total
passividade mascarada de certeza e segurança.
Se houvesse uma rocha
imensa para ser removida do seu caminho, o que você faria? Nenhum homem poderia
mover aquela rocha, mas qualquer deus poderia mandá-la para longe com um
simples sopro, é assim que as pessoas pensam. Então, o que acontece é que elas
passam suas vidas inteiras ESPERANDO alguma coisa acontecer, ACREDITANDO que
alguma coisa iria acontecer. Mas no fim, acontece alguma coisa? Não, nada muda
e tudo se repete. Por que nada muda? Porque é só você mesmo que pode mudar,
porque é só você mesmo que tem o poder de mudar.
A fé e esperança na
vinda de um messias salvador manteve a humanidade atolada em inércia por todos esses
séculos, como meros espectadores esperando pela entrada no palco do herói da
peça. Algumas pessoas começam a apreender que a salvação não vem de fora, mas
de dentro, você é seu próprio messias. Ao invés de esperar por um agente da
mudança, eles mesmos tornam-se agentes dela, eliminando as falsas crenças que
se guarda do peito, pois elas são limitadoras. Só você pode mudar sua condição
e estado. Para mudar, você não pode estar conformado.
O que motiva e causa a
ação não é a fé e a esperança, mas sim a perda delas. A ação é fruto do inconformismo,
e muitas vezes, até mesmo do desespero. Os Xamãs possuem um mito do lançamento
no precipício, como no tarô, o arcano XXII diz muito a respeito.
Fé e esperança causam
passividade e dependência psíquica.
Bertrand Russell já
dizia:
"Um dos paradoxos dolorosos do
nosso tempo reside no fato de serem os estúpidos os que têm a certeza, enquanto
os que possuem imaginação e inteligência se debatem em dúvidas e
indecisões".
É ora de duvidar das velhas mancas, a fé e a esperança, e começar a fazer o que tem de ser feito.
É ora de duvidar das velhas mancas, a fé e a esperança, e começar a fazer o que tem de ser feito.
Lembre-se: O bem não faz barulho e não possui vapores que se possa
farejar.
Por Sett.
terça-feira, 9 de junho de 2015
A Cruz e o Sexo
Todo
aquele alvoroço da crucificação de uma transexual que encenou o sofrimento na
cruz na parada gay, não teria sentido se o povo fosse esclarecido. Então quer
dizer que se for um homem a encenar o sofrimento na cruz pode, mas uma mulher
fazendo isso não pode? A cultura e fé cristã sempre subjulgou e rebaixou as
mulheres e pelo visto ainda continua subjulgando e rebaixando-as.
“Esta prática, que assinala períodos
milenários, parece ter nascido na Grécia Antiga, logo após a constituição de
uma seita que cultuava a Deusa da Torpeza, a quem denominavam Cotito e a quem
os atenienses rendiam os seus louvores. Esta seita, constituída de sacerdotes
que tinham recebido o nome de baptas, porque se banhavam e purificavam com
perfumes antes da celebração das cerimônias, deixou saliente nas páginas da
História esse ato como símbolo da purificação do Espírito.” - “Cairbar Schutel”, em SCHUTEL C., O
Batismo, Matão, SP: O Clarim, 1986.
E mais:
“Batizando as criaturas nas águas do Rio
Jordão como símbolo da renovação espiritual de cada seguidor seu, João estava
apenas lançando mão de um rito que remontava à Grécia antiga, pois o batismo é
uma prática pagã que nos veio dos sacerdotes da deusa Cotito. Eles se banhavam
antes de dedicar suas oferendas à referida deusa da mitologia dos gregos. Como
tais sacerdotes se chamavam baptas, daí surgiu a etimologia da palavra batismo,
banho em água, no ritualismo de muitas seitas cristãs e também orientais.” - “Celso
Martins”. Em MARTINS, C., Nas Fronteiras da Ciência, São Paulo: DPL,
2001.
Esse
é um importante texto de conscientização, que contem traços dos renomados
intelectuais e de pesquisas sérias mais abaixo. Apenas aqui estão as mesmas
pesquisas, só que com as minhas palavras.
Hoje,
uma pessoa se intitula cristão, mas não é nem de longe. O cristianismo insípido
pregava amor e acolhia todas as outras fé. Foi após a igreja tomar o
cristianismo é que isso mudou. Tanto é prova cabal, que a oração do Pai Nosso,
no original em Aramaico, começa com “Ó fonte da manifestação, conhecida como
alento da vida, pai-mãe de todo o Cosmo”....
Em aramaico transliterado, aqui está a verdadeira
oração para quem quiser conferir:
Abwun
d’bwashmaya
Nethqadash
shmakh
Teytey
malkuthakh
Nehwey
tzevyanach aykanna d’bwashmaya aph b’arha
Hawylan
lachma d’sunqanan yaomana.
Washboqlan
khaubayn (wakhtahayn) aykana daph khnan shbwoqan l’khayyabayn.
Wela tahlan
l’nesyuna
Ela patzan
min bisha.
Metol kilakhie malkutha wahayla wateshbukta
L’ahlam almin.
Ameyn.
Quando os linguistas comparam os textos bíblicos existentes
em aramaico e em grego, verificam que o texto grego invariavelmente limita o significado mais profundo e
abrangente da versão original em aramaico. Isso explica parte das dificuldades
que os cristãos têm para entender os ensinamentos. O aramaico era a
língua que Joshuá Chrestos usava para ensinar. Então não rebaixem a mulher nem
se tornem oclusos da verdade e parem com o machismo.
Vamos
compreender primeiro, que se uma mulher ficar a vida toda sem fazer sexo, ela
não deixará de ser mulher. Se um homem ficar a vida toda sem fazer sexo ele não
deixará de ser homem. Se um gay ficar sem fazer sexo a vida toda ele não
deixará de ser gay.
Vamos
compreender também o seguinte:
Um
negro, índio ou japonês (entre outros) quando saem de casa, pode ser que seja
discriminado na rua, mas quando ele volta pra casa encontra seus iguais. O gay
não. O gay tem sido discriminado dentro de casa e fora dela. Então entenda a
causa do preconceito que você adotou e se cure.
Por
que uma mulher não pode subir na cruz? A cruz não é um símbolo cristão somente,
ela é um símbolo de sofrimento e de escolhas, de reflexão. Eu sei, o Papa está reclamando o símbolo como
se fosse somente dos cristãos, mas não é. Dom Raymundo Damasceno chama pra si o
símbolo cristão, mas nunca foi de verdade somente cristão. O Papa mentiu pra você.
Pra começar, Jesus nunca foi branco de olhos azuis. Explicarei mais abaixo.
Então....
Por que é tão difícil ver uma mulher no topo da espiritualidade? Machismo não
combina nos dias de hoje. Alguém ai já fez as contas das mulheres na bíblia?
Notem o quanto a mulher foi sujeitada e rebaixada na época bíblica, pra que
fazer isso de novo hoje? Será que ninguém aprendeu nada?
A
resposta é uma só, o povo ainda é machista sexista, preconceituoso e usam
bandeiras religiosas pra justificarem os meios de seu ativismo espiritual. O
sexo ainda é tabu em nossa sociedade, uma pena.
Quer
fazer o bem? Então aplaudam a mulher e sua criatividade, seja na cruz, ou na
cozinha, seja na cama ou no trabalho, seja na rua ou numa igreja, seja num
desenho ou dando a luz. Aliás, a mulher é quem dá a LUZ.
Uma
pessoa machista, ainda que fervorosamente religiosa, pode se chamar de “um ser
liberto”? A resposta é Não!
É
nítida a abusão que essas pessoas guardam dentro de si e não assumem e também
não faz nada para mudar em si mesmas.
Está
na hora, aliás, passou da hora de mudar as consciências e passar a ver a mulher
como sagrada. E isso não tem nada a ver com ser feminista, mas sim, sermos
conscientes. Ninguém nasce de um homem. Os homens devem buscar o sagrado no
Phallus, isso é uma tremenda transformação. Homem sem Phallus é um ser pérfido.
O homem de Phallus vê a beleza que há na espiritualidade da mulher. É bem
verdade que nem todas as mulheres estão prontas pra reconhecer em si a
divindade, mas aos poucos elas irão.
Pare
para pensar: Se você sentiu uma pontada de guerra, de violência, de rigidez
interna, de inflexibilidade, então você não pode se chamar de religioso
verdadeiramente. Desde que religiosidade foi criada para trazer paz, para
libertação dos aprisionamentos internos. Religiosidade não pode te fazer sentir
outra coisa a não ser paz e no entanto tem sido usada para causar o dano. Se
você sentiu ira, você está no caminho errado, pois um Deus de paz e amor não
pode oferecer ira dentro de si.
É
por essas e outras razões que dissemos que religião é para quem tem medo do
inferno, espiritualidade é para quem já esteve lá.
Já
faz tempo que os correligionários das religiões estão usando as religiões para
ditar o que pode e o que não pode, e deixando perder o verdadeiro sentido que
uma religião teve no início. Desde que criaram o inferno cristão, o bem e o mal
ocupou o mundo e caímos na armadilha da culpa, da inveja, da remoção e ninguém
parou para refletir em como fazer o caminho reverso para lá de onde caímos. O
paraíso divino está longe dessas pessoas. Digo que está longe, porque deveria
estar dentro delas e não está.
O
que é o símbolo da cruz, senão uma encruzilhada? Vejam, no inicio da era romana
a cruz era símbolo de punição. Usavam a cruz para crucificar bandidos e ladrões
e, pessoas que de algum modo infringiram as leis romanas. Nós hoje não somos
contra a cruz, somos contra as punições. Tudo que pune, prende, não liberta,
não cura e não ensina, só causa traumas e rancores além do sentimento de
vingança.
Ao
invés de olhar sob a ótica da ofensa, deveriam ter elogiado e visto a beleza
que há numa mulher espiritualizada. Não houve ofensa de fato na manifestação da
transexual, houve um chamado para acordar.
Não
há virtude na punição. Não há o BEM na punição. Você deve aprender a ver o
mundo com bons olhos ao invés de tecer criticas de opressão. A manifestação
teve como causa primeva, a própria opressão da igreja. É por causa da igreja
cristã que essas manifestações surgem. O gay na sociedade sempre existiu, mas
principalmente o surgimento do gay no mundo é uma resposta ao machismo. Não
haveria gays (como se entende hoje) se não houvesse machismo nas sociedades.
Haveriam pessoas que possuem liberdade para se valer de seu sexo com quem
adulto bem entender sem serem vistos como marginais sexuais. E eu não estou
falando dos sexopatas.
Vamos
nos elucidar mais um pouco sobre a cruz e compreender que ela não é cristã
somente?
A
Cruz é um dos símbolos cuja presença é atestada desde a mais alta Antiguidade.
No
Egito, na China, em Cnossos, Creta, onde se encontrou uma cruz de mármore do
século XV antes de Cristo.
A
cruz é o terceiro dos quatro símbolos fundamentais, juntamente com o centro, o
círculo e o quadrado. Ela estabelece a relação entre os três outros, pela intersecção
de suas duas linhas retas, que coincide com o centro, ela abre o centro para o
exterior. Inscreve-se no círculo que divide em quatro segmentos; engendra o
quadrado e o triângulo, quando suas extremidades são ligadas por quatro linhas
retas. A simbologia mais complexa deriva dessas singelas observações. Foram
elas que deram origem à linguagem mais rica e mais universal.
Como
o quadrado, a cruz simboliza a terra; mas exprime dela aspectos intermediários
dinâmicos e sutis.
A
simbólica do quatro está ligada em grande parte, à da cruz, principalmente ao
fato de que ela designa em certo jogo de relações no interior do quatro e do
quadrado. A cruz é o mais totalizante dos símbolos.
A
cruz aponta para os quatro pontos cardeais, e é em primeiro lugar, a base de
todos os símbolos de orientação, nos diversos níveis de existência do ser
humano.
A
orientação total do ser humano exige...um triplo acordo: a orientação do
sujeito animal com relação à ele mesmo; a orientação espacial, com relação aos
pontos cardeais terrestres; e, finalmente a orientação temporal com relação aos
pontos cardeais celestes.
A
orientação espacial se articula sobre o eixo Leste-Oeste, definido pelo nascer
e pôr do Sol.
A
orientação temporal se articula sobre o eixo de rotação da Terra, ao mesmo
tempo Sul-Norte e, Embaixo, Em cima.
O
cruzamento desses dois eixos maiores realiza a cruz de orientação total, daí a
encruzilhada do ser humano, as escolhas que partem disso.
A
concordância, no ser humano, das duas orientações, animal e espacial, põe o ser
humano em ressonância com o mundo terrestre imanente; a das três orientações,
animal, espacial e temporal, com o mundo supratemporal transcendente pelo meio
terrestre e através dele.
Não
seria possível condensar melhor os significados múltiplos e ordenados da cruz,
se ela fosse SOMENTE um símbolo dos cristãos.
Uma
síntese semelhante se verifica em todas as áreas culturais e se expande nelas
em inúmeras variações e ramificações.
Na
China, o número da cruz é o 5. A simbólica chinesa nos ensina e não desconsiderar
o centro da cruz, sendo a grande encruzilhada.
A
cruz tem em consequência, uma função de síntese e de medida. Nela se junta o
céu e a terra, o tempo e o espaço. É o cordão umbilical jamais cortado do Cosmo
ligado ao centro original. A cruz é intermediária.
É
a cruz que recorta, desenha, ordena e mede os espaços sagrados como os templos.
É ela que desenha as praças da cidade que atravessa campos e cemitérios, e no
ponto central se ergue um altar, uma pedra, um mastro e seu poder também é
centrífugo, pois explicita o mistério do centro. É difusão, emanação e
recapitulação. Ela é ascencional e eleva o ser do inferno ao céu como a lição
da árvore cujas raízes profundas sobem ao alto.
A
cruz é a ponte pela qual os homens se elevam, e os cristãos adotaram sua
elevação como uma escada de salvação e a paixão (sofrimento) do Salvador e
assim a segunda pessoa da trindade divina. Todos os deuses cósmicos são
tríplices, a figura do Deus Cristão não seria diferente, explica Rene Guénon.
A
cruz também é festa e esperança, celebrando a invenção e a exaltação, com cânticos
“Ó Crux, spes única”.
A
madeira da cruz veio de uma árvore plantada por Seth sobre o túmulo de Adão e
espalha fragmentos depois da morte do Cristo pelo universo, multiplicando simbolicamente
os milagres e a cruz reaparecerá nos braços do Cristo por ocasião do Juízo
Final. Compreenda que quando você julga alguém, você enquanto imagem e
semelhança divina está dando o juízo final à alguém, e é por essa razão que um
cristão, assim como os pagãos pregam, não pode julgar ninguém, sob a pena que
punir e ser punido por causa do seu julgamento.
A
iconografia cristã se apoderou a cruz para exprimir o suplício do Messias e
também a sua presença. Para quem não sabe, Satã era originalmente um cargo do
acusador e sentenciador ao mesmo tempo na cultura acadiana e foi adotado pela
igreja para representar o mal. A ideia criadora de um julgamento judiciário
veio disso. A pessoa a ser julgada está numa encruzilhada, o juiz a sentencia
ou absolve. O acusador é aquele que representa o ministério público, ou seja, o
promotor de justiça.
Não
se deve julgar ninguém, pois o mal está sendo promulgado em todas as sociedades
desde a criação da ideia de justiça, de certo e errado. Não existe tal coisa de
fato. A natureza é como é. O homem bota a mão e comete perversidades.
A
própria cruz ensina isso, os diversos sentidos que ela fornece não tem nada de
absoluto, não se excluem um do outro, um não é verdadeiro e o outro falso. Isso
exprime a interpretação particular e a percepção vivida com o símbolo da cruz.
A
cruz em Tao simboliza a serpente fixada em uma estaca, é a morte vencida pelo
sacrifício. No antigo testamento ela se revestia de um sentido misterioso,
porque a madeira do sacrifício que ele levava aos ombros tinha essa forma que
Isaac foi poupado: um anjo deteve o braço de Abraão que ia imolar seu filho.
A
cruz também é um símbolo evangélico desde que representa os quatro elementos e
direções do mundo. Os quatro elementos que foram viciados pela natureza humana
ao longo do tempo e as virtudes da alma humana. A cruz enterra em solo,
significa a fé assentada em profundas fundações. O ramo superior da cruz
significa a esperança que sobe aos céus. A invergadura da cruz é a caridade que
se estende aos inimigos, e o comprimento da cruz é a perseverança.
Mas
a cruz latina divide desigualmente o madeiro vertical segundo as dimensões do
homem de pé, com os braços estendidos e só pode ser inscrita num retângulo. Uma
é idealizada, a outra é realista. De um patíbulo, os gregos fizeram um
ornamento. As igrejas gregas e latinas foram projetadas para formar um cruz no
solo, as Gregas no Oriente, e as Latinas no Ocidente.
A
cruz que presenteia a inscrição de Pilatos, é a cruz de Lorena, mas que provém
da Grécia, onde é comum e, foi adotada pelo cristianismo para representar a
hierarquia eclesiástica que correspondia a tiara Papal ao alto do chapéu
cardinalício e a mitra episcopal. No século XV o Papa adotou a cruz com três
braços transversais; a cruz dupla se fez privativa dos cardeais e a do
arcebispo; a cruz simples era a do bispo.
A
cruz também é diferente da paixão e a da ressureição. A primeira recorda o
sofrimento e a morte, a segunda sua vitória sobre a morte, significando que a
alma e o espírito nunca morrem e vence o corpo físico (a matéria).
Há
muito mais para ser falado sobre a cruz, e quem quiser pode consultar o
dicionário de símbolos de Chevalier, que irá explicar a cruz para a serpente,
as letras de XP, o Rho atravessando o X, o alpha e o ômega, a domação de
satanás, Dante e a cruz, a criação, o mundo e o polo do universo, os limites
ecumênicos, a presença da cruz na natureza, como a cruz entrou em Gênesis, a
cruz e Moisés, a teologia da redenção, a cruz celta, a cruz de malta, as cruzes
insulares, a passagem do tempo, a correspondência quartenária, a cruz na Ásia,
o cruzamento dos eixos direcionais, e verticais, a cruz e Purusha, a cruz e
Prakriti, a cruz e Abu Ya’qub Sejestani, a cruz e o esoterismo, a cruz e os
mulçumanos, a cruz Ansata, a cruz e a África dos Bantos do Kasai do Zaire, a
cruz dos arquitetos e das sociedades secretas, a cruz dos Kua e tetraklis
pitagórico, a cruz na tradição mística dos mexicanos, a cruz dos índios das
Américas, a cruz nos códices e no Codex Ferjervary Mayer, os desenhos de todas
as cruzes, em fim, uma riqueza espiritual sobre o simbolismo da Cruz.
O
que precisamos compreender é que a Cruz não é um símbolo exclusivo do masculino
e não há ofensas se uma mulher se valer do símbolo da cruz, porque a cruz é
Universal, é para todos.
O
que todo cristão precisa saber sobre Cristo, é que Cristo vem do Grego Chrestos, forma
gnóstica primitiva de Cristo. Foi usada no V século a.C. por Ésquilo, Heródoto
e outros.
O
Manteuma pythochresta, ou seja, os "oráculos proferidos por um deus
pítico", através de uma pitonisa, são mencionados pelo primeiro autor
citado (Choeph. 901).
Chrésterion
não é somente "o lugar de um oráculo", mas também uma oferenda para
ou pelo oráculo. Chréstés é aquele que explica oráculos, "um profeta e
adivinho", e Chrésterios é aquele que serve à um oráculo ou deus.
O 1º
escritor cristão, Justino mártir, em sua primeira Apologia, denomina Chrétianos
os seus correligionários.
"Deve-se
somente à ignorância o fato de os homens se intitularem cristãos ao invéz de
Chréstianos", diz Lactâncio (liv. IV, cap. VII). Os termos Cristo e
Cristãos, que originalmente eram escritos como Chrést e Chrétianos, foram
copiados do Templo dos Pagãos.
Chréstos
significava, em tal vocabulário, um discípulo posto à prova, um candidato a
dignidade de Hierofante. Quando o aspirante alcançava, através da Iniciação,
grandes provas e sofrimentos, e havia sido ungido (isto é, "friccionado
com óleo", como o eram os Iniciados e também as imagens dos Deuses
-idolos-, como um último toque da prática cerimonial), seu nome era
transformado em Christos, o "purificado", na linguagem do mistério ou
esotérica.
Na
simbologia mística, realmente, Christés ou Christos, significava que já se
havia percorrido o “caminho”, o Sendeiro, e alcançado a meta; quando os frutos
de um árduo trabalho para unir a efêmera personalidade de barro com a
Individualidade indestrutível transformavam-na após ultrapassar a compreensão
dos 3 Egos, assim, no Ego Imortal.
“Ao fim
do caminho está o Chréstés”, o Purificador, e, uma vez terminada a união, o
Chréstos, o “homem de dor”, convertia-se em Christos.
Paulo,
o iniciado, sabia disso e foi precisamente isso o que quer expressar quando
diz, em má tradução: “Estou outra vez em dores de parto até que Cristo tenha-se
formado em vós”. (Gálatas, IV, 19), cuja verdadeira interpretação é “...até que
formeis o Christos dentro de vós mesmos”. Porém os profanos, que sabiam apenas
que Chréstés estava de algum modo relacionado com o sacerdote e o profeta e
nada mais sabiam sobre o significado oculto de Christos, insistiram, como
Lactâncio e Justino, em ser chamados Chrestianos ao invés de Christãos. Toda
pessoa boa pode, portanto, encontrar Cristo em seu “homem interno”, conforme o
expressa São Paulo (Efésios, III, 16, 17), seja Judeu, muçulmano, hindu ou
cristão.
Kenneth
Mackenzie era de opinião que a palavra Chréstos era sinônimo de Soter, “nome
destinado às divindades, grandes reis ou heróis”, e cujo significado é
“Salvador”, e estava certo, pois, segundo acrescenta o citado autor, “tal termo
foi aplicado de modo redundante a Jesus Cristo, cujo nome Jesus ou Joshua tem
idêntico significado. A denominação de G-sus, na realidade, é antes um título
honorífico do que um nome, pois o verdadeiro nome de Soter do Cristianismo é
Emmanuel ou ‘Deus conosco’ (Mateus, I, 23)... Em todas as nações, as grandes
divindades, que são representadas como expiatórias ou que se tenham
sacrificado, foram designadas com o mesmo título”. (R. M. Cyclop.) O Asklepios (ou Esculápio)
dos gregos tinha o título de Soter.
Pois
bem, tanto homem quanto mulheres e gays, utilizam-se da Cruz como símbolo
Universal que é e não há nada de errado
em uma mulher encenar seu desespero feito crucificação. O que a nossa sociedade
tem feito, aliás, é crucificar mulheres e gays o tempo todo, e isso ninguém
percebeu.
Seu corpo pode possuir um único gênero, mas sua alma possui as duas polaridades (a feminina e a masculina), assim é iconizado pelo maior símbolo dos Sábios - O Caduceu de Hermes.
Sett Ben Qayin
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