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terça-feira, 2 de julho de 2019

Os Velhos Deuses Nunca Morreram.





Muitas pessoas acham que estão, mas os Poderes invisíveis que mais interessaram ao ser humano em sua história inicial foram os poderes da fertilidade e do contato com o mundo espiritual; da vida e da morte. 

Estes são os poderes elementares que se tornaram as divindades das bruxas, e sua adoração é tão antiga quanto a própria civilização.  O significado de witchcraft deve ser encontrado nos níveis mais profundos da mente humana, o inconsciente coletivo, e nos primeiros desenvolvimentos da sociedade humana, uma vez que é a profundidade das raízes que preservaram a árvore e esta afirmação, eu penso que é mais  ou menos verdade de todos os povos/culturas, assim também em meios tradicional da Arte dos Sábios.

Mas as duas grandes realidades com as quais todos os povos antigos se defrontavam eram essencialmente as imutáveis ​​e intermináveis ​​de Vida e Morte, e estes eram, junto com aquela terceira coisa elusiva, o poder mágico que os Deuses mantinham em Suas mãos.

Consequentemente, onde quer que os homens tenham formulado para si figuras da Divindade, estes sempre foram os arquétipos: a Dama da Vida, o Senhor da Morte e os que Moram no Além, e entre eles a teia de magia que foi tecida há muito poucas bruxas de verdade, e assim se mantêm muito para si mesmas. Nunca estivemos desconectados de nossa fonte divina original, para tanto nunca se precisou do religare para se tornar bruxa, até porque, o sacerdócio vacante da bruxaria é e sempre foi vacante, marginal, noturno e secreto desde tempos imemoriáveis.

Antigamente eram e geralmente ainda são descendentes de famílias de bruxas e herdaram uma tradição que foi preservada por gerações, seja com meia dúzia de textos antigos ou com um livro do tipo grimório da família, mas uma coisa é certa, nunca essa arte foi inventada sob premissas políticas para sobreviver a era da fogueira, A Arte sempre sobreviveu por si mesma e nas mãos certas de quem tinha de estar. A invenção de um religare nos anos 50 que contem a arte bruxa parece infantil ou no mínimo politicamente intencional, ou ainda, por puro desconhecimento de que haviam bruxas de verdade antes disso, os exemplos não falham, vide as bruxas bascas e as italianas.

A pergunta é: Por que um herdeiro de uma tradição familiar/hereditária de bruxaria não tomou a arte hereditária como bastante e precisou criar uma religião em cima dela dando-lhe outro nome? Afinal, todos os grandes bruxos alegam que foram iniciados em artes hereditárias. Por que não mantê-las como lhes foram entregues? Se há fraude em torno do que eles alegam, provavelmente nunca saberemos, mas eu como bruxo hereditário legítimo me pergunto pra que eu iria dar outro nome para a Arte Familiar da qual me foi confiada com tanto amor e reconhecimento das capacidades e habilidades mágicas? Não faz sentido que o pai da bruxaria moderna seja chamado de pai, quando ele mesmo nega a mãe que teve!

Mas voltando a hereditariedade, Esta é, de fato, a maneira tradicional pela qual a bruxaria foi disseminada e preservada, e nunca foi proibido iniciar alguns poucos de fora, desde que em tempo, o vínculo seja sincero e transcenda a carne.

Os filhos de famílias bruxas foram ensinados por seus pais e iniciados em tenra idade, mas os de fora, por questões de lei sempre foram maiores de idade. Eles são as pessoas que se chamam de as "pessoas sábias", que praticam os antigos ritos e que, juntamente com muita superstição e conhecimento de ervas, preservaram um ensino oculto e processos de trabalho que eles mesmos pensam ser magia ou sentem como feitiçaria, geralmente trabalham para bons propósitos e ajudam àqueles que são capazes.

Eles eram e ainda são o Bom Povo, os sacerdotes e sacerdotisas da Velha Deusa, não da antiga religare.  Witchcraft não é uma religião antes dos anos 50, então hoje em dia há os descendentes dessa antiga Arte e também há os descendentes da Religião compartilhando a mesma Terra.

A bruxa moderna sofreu muito por causa da doença da "mídia-mania" ou "delirium interferens", que pode ser definida como um desejo mórbido de levar a vida de outras pessoas para eles; para que as pessoas não ousem iniciar seus filhos como costumavam fazer nos bons e velhos tempos (e até mesmo ousasse fazer nos velhos tempos ruins, o "tempo de queimar"), por medo de encontrar algum bispo pago "pelas autoridades" ou  um representante do "Sunday Hysterical" à sua porta.

No entanto, apesar de tudo, sobreviveu; porque existe, mesmo no Estado de Bem-Estar, um espírito de romance, um amor pelo tempero da vida e uma antipatia por respeitabilidade presunçosa.

A bruxaria é um preceito que envolve magia e espiritualidades e tem como aparelho a feitiçaria. Se Witch + Craft significa Arte dos Sábios, Sorcery/Feitiçaria vem significar Arte da Transformação, e um não pode viver sem o outro pq ambos encontram suas raízes desenvolvidas na origem etimológica da palavra magia que é a Arte de Manipular Energias para Moldá-las conforme a vontade/desejo e necessidade. É por isso que Antigas Religiões, tal como a Africana, se utiliza desse meios mágicos dentro de seu escopo e prescrição religiosa, desde que a Magia era a Ciencia daquela época que resolvia coisas que ninguém sabia explicar, e ainda hoje é assim. Pense nisso como nos primórdios da humanidade e sua sobrevivência até os dias atuais que, de fato foi transmitido via oral e pelo convívio, conjunto a um sistema de crenças (limitantes ou não), as que admitiram Dogmas no corpo do sistema se tornaram religião, e as que não admitem dogma continuam sendo apenas Tradições Espirituais e espiritualistas.



Isto em si é indicação de grande maturidade, porque intimamente inter-relaciona a fundação de crenças mágicas, das quais witchcraft é uma forma, é que os Poderes invisíveis existem, e que ao executar o tipo certo de ritual as Potências podem ser contatadas, interagidas e/ou até mesmo forçadas ou persuadidas a ajudar de alguma forma as pessoas, que acreditavam nisso na Idade da Pedra, e eles conscientizaram ou não, hoje é bem conhecido que a maioria das superstições é de fato um ritual quebrado.

Agora, em tempos primitivos, a magia e a religião eram tão ineficazes quanto a religião não é cristã. A bruxaria não é, em geral, magia negra, porque as bruxas nem mesmo acreditam no diabo, quanto mais o invocam.
Aliás, o termo “magia negra”, nunca teve a ver com diabo, e sim se referia a magia africana, dos negros. Com o tempo se tornou convencional chamar tudo que lhes causavam repulsa, de magia negra, ligando-a ao mal. Mas é errado usar esses termos.

O Antigo Deus das Bruxas não é o Satã do Cristianismo, e nenhum argumento teológico o tornará verdadeiro, mesmo tendo a Sabrina e seu seriado tentado provocar uma revolução no cenário. E sobre Lúcifer, bem Ele nunca foi uma entidade, e sim é nossa própria Consciencia, as Stregas sabem bem disso.

O Deus das Bruxas é, de fato, a divindade mais antiga conhecida pelo homem, e é constituinte da representação mais antiga de uma divindade que existe, ainda, e foi encontrado, ou seja, a pintura da Idade da Pedra no recesso mais profundo da Caverne des Trois Freres em Ariege.

Ele é o velho deus fálico da fertilidade que surgiu da manhã do mundo, e que já era de antiguidade imensurável antes do Egito e Babilônia, muito antes da era cristã. Nem ele pereceu nem esteve morto. Secretamente através dos séculos, ficou escondido cada vez mais fundo enquanto o tempo passava em sua adoração e aquela da Deusa da Lua nua, sua noiva, o Rapaz de Mistério e Magia e as alegrias proibidas, continuaram às vezes entre os grandes da terra, às vezes em casas humildes, ou em solitárias charnecas e nas profundezas de madeiras escurecidas, nas noites de verão, quando a lua estava no alto. 

Eu tenho que, claro, o Ofício dos bruxos modernos não é o único grupo que procura contatar os Deuses. Existem outros grupos ocultistas, espiritualistas e até religiosos que usam uma técnica similar, e seus objetivos são os mesmos, a saber, trazer através do poder Divino para ajudar, guiar e elevar a humanidade neste ponto de virada perigoso e excitante na história humana. Uma evolução só tem propósito de existir se tiver uma dose generosa de progresso, já que evolução sem progresso é andar pra trás porque fica estagnado e deixado para trás.

Mas, até onde eu sei alguns grupos geralmente trabalham com os deuses e deusas egípcios e gregos, e não posso pensar que esses contatos sejam tão poderosos aqui quanto seriam em seu solo nativo, desde que o genni locci é imprescindível para qualquer atuação no chão antes de qualquer chamado;  enquanto as divindades da Arte de algumas bruxas modernas são os Antigos da Bretanha, parte da própria terra. (é dito que um país não existe apenas no plano físico, e o homem não vive só de pão.) Nem é a veneração pelos antigos lugares sagrados como o sentimento de Stonehenge e Glastonbury. Aqueles que são sensíveis à atmosfera saberão que esses lugares possuem vida própria e, pelo que nos foi dito pelos videntes, estes também existem não apenas no plano material.  Eles estão focando pontos para a influência e o poder dos lugares do Plano Interior, onde o Véu é mais fino do que em qualquer outro lugar, e a "superstição de que é perigoso remover ou ferir as Pedras Antigas se baseia em fatos".

Ao lidar com as raças/etnias nativas, um antropólogo registra-se o folclore, as histórias e os ritos religiosos nos quais eles baseiam suas crenças e ações. Então, por que não fazer o mesmo com bruxas?  Devo primeiro explicar por que afirmo falar de coisas que geralmente não são conhecidas.  Eu estive interessado em assuntos mágicos e afins por toda a minha vida, e fiz uma coleção de instrumentos mágicos e encantos. Esses estudos me levaram a sociedades espiritualistas e outras, até pelo fato da minha família ser quem é, e conheci algumas pessoas que afirmavam ter me conhecido em uma vida passada. Elas também estavam interessadas no fato de que uma ancestral minha, havia sido queimada como uma bruxa. 

Eles continuavam dizendo que haviam se encontrado em todos os lugares onde estivemos, e eu nunca poderia tê-los encontrado antes nesta vida; mas eles alegaram ter me conhecido em vidas anteriores embora eu acredite em reencarnação, tenha vivido no Ocidente, não me lembro claramente das minhas vidas passadas a não ser pela Ayahuasca ajudar;  No entanto, essas pessoas me disseram o suficiente para me fazer pensar.  Então alguns desses novos (ou velhos) amigos disseram: "Você nos pertenceu no passado Você é do sangue. Volte para onde você pertence" muitas pessoas fizeram eu perceber que tinha tropeçado em algo interessante: mas eu estava iniciado antes da palavra "bruxaria moderna" que eles usavam vir a tona, e isso me atingiu como um raio, e eu sabia onde eu estava, e que a Velha Espiritualidade ainda existia, mesmo mascarada por outros nomes. Bem, se a Deusa pode possuir mais de 10 mil nomes, o que dirá a Arte que Ela doou pra nós durante todo esse tempo? Parece que a reencarnação também se aplica a nomes, espiritualidades e religiões.  

E então eu me encontrei no Círculo, e lá tomei o habitual juramento em sigilo, o que me impediu de revelar certas coisas. Desta forma, fiz a descoberta de que o culto das bruxas, que as pessoas pensavam ter sido perseguidas pela existência, ainda vive.  Descobri também o que fez tantos de nossos ancestrais ousarem ser presos, torturados e mortos em vez de desistirem da adoração dos Deuses Antigos e do amor dos velhos costumes.

Também descobri o mais importante entre as descobertas, que as verdadeiras bruxas nunca foram para as fogueiras e seu legado nos foi transmitido até chegar nos dias atuais, e aqui estamos!

Cléber Lupino Haddad



sábado, 1 de abril de 2017

Bruxas Cultas e Bruxas Leigas - o Culto e a Religião na Bruxaria





Algumas afirmações sobre o que é a bruxaria, da parte de alguns autores, soa audaciosa, já que, em algum momento, esses mesmos autores se esquecem de ampliar tanto o termo quanto há em fatos reais. Nem todas as Guildas da Arte Bruxa trabalham com o mesmo "frame" e, isso é importante para não desconsiderar, haja vista que não existe verdade absoluta quando se trata de bruxaria.

Primeiro porque a magia não é uma ciência exata. Feitiços e magias são construídos com estudos, praticas, por erro e acerto. É por tal motivo que se escolhe "guardar" o que funciona e "reestruturar" o que não funciona para que possa funcionar.
Mas por que não se descarta e sim, se reestrutura?
Simples, é porque em magia tudo se aproveita, tudo pode ser transformado, até a morte se transforma na reencarnação e nós sabemos que o fim é só o começo.
Logo, é errado afirmar que existe um só modo de trabalhar com bruxaria.

A filosofia dá aporte para o significado do termo "verdade". Mas os beatos só enxergam a verdade na fé e negam outros prismas da verdade. Isso não significa que não exista outras verdades sobre bruxaria e se faz mister que mestres considerem todas. Considerar (com + siderar) significa "estar com o céu".

Em Grego "verdade" é Aletheia. 
Em Latim é Veritas. 
Em Hebráico é Hemunah. 

Mas essas três formas de dizer a verdade soam diferentes em termos gramaticais e filosóficos e a mente humana não distingue o que é mito e o que é realidade, a menos que se faça uso da razão de causa e pela causa, com estudos, inclusive, da linguística para se compreender e interpretar um texto de um livro.

As possíveis verdades da feitiçaria se relacionam com a concepção grega de verdade, já que Aletheia refere-se ao que as coisas são, ignorando o que é falso. Há relação também com a terminologia latina, já que veritas, é narração, a verdade nas palavras, na linguagem. Isso se traduz muito na hora de pronunciar um encantamento, já que temos a obrigação de manter nossas palavras em boa ordem, sob o risco da magia não creditar em você, uma vez que nem você dá créditos pelo que sai de sua boca.
A regra é: mantenha as palavras em boa ordem, sob o risco de não ter força nas palavras e com isso não obter exito no empenho de um encantamento.

A confiança, tradução do termo Hebraico, Hemunah, tem ligação direta com o divino , ao que é prometido e está certo de que será cumprido. É a verdade por via de fé cega, por tanto, dogmática.

Dogmas prendem, não libertam. Dogmas limitam nossas concepções de mundo, pois são controlados pela fé, não pela razão. 
Apesar das bruxas adorarem um bom mito, ninguém vive de mito e o que funciona em nossas vidas nem sempre alcançamos por via da fé e, sim, por via de ritos repetidos (alimentação da egrégora).
É por essa razão que se colhe aquilo que se planta.

As pesquisas arqueológicas revelam que vários são os tipos de bruxarias desde que o mundo é mundo, e todas com culto, porém sem ser religião. Fazer culto é participar de uma tradição espiritual, é diferente de participar de mistérios, que é diferente de se compreender um ou mais de um mistério, que é diferente de seguir dogmas religiosos por obrigação sacerdotal de pregar tal verdade Hemunah, e por tanto, segue um constante diálogo entre si e a história com fatos, não sendo possível se fixar num único tipo, um único conceito.

Ao exemplo da bruxaria africana das Iyamis: Homens podem fazer culto para as Iyamis, mas não podem participar de seus mistérios, já que não possuem útero. Nesse mesmo sentido está a força do Phallus, encontrada tanto no homem quanto na mulher.

Para mitos, recorda os dicionários tradicionais três definições da qual a segunda é narrativa de significação simbólica, transmitida de geração em geração dentro de um determinado grupo e considerada verdadeira por ele. Esse é o uso da tradição (tradição significa entrega das chaves).
Por tanto, uma tradição se vale de símbolos próprios para existir e, o passar das décadas gera a egrégora através da repetição de seus ritos próprios.

Os sonhos se traduzem por símbolos, e sonhar é muito bruxo.
A vida se traduz por símbolos, a magia se traduz por símbolos. 
Para tudo precisa haver símbolos, pois a linguagem primeiro existiu por via simbólica, e assim funciona os poemas, os encantamentos e as narrações dos mistérios, já que mistério é algo que não se pode por em palavras, é necessário a linguagem dos símbolos para externar uma narração, como por exemplo da descida da deusa Inanna ao submundo.

Um exemplo claro do entorpecimento da compreensão da linguagem é a palavra Bárbaro. Quase todo mundo foi levado a acreditar por séculos que, bárbaro seria um briguento, lutador, guerreiro. E estão errados. Bárbaro vem de barbarói, o qual se traduz por: "aquele que não fala a mesma língua".
Agora você tem em mente a torre de Babel. rsrs

Outro uso errado da palavra é o termo paixão. Quase todo mundo usa esse termo para simbolizar que amam alguém quando dizem: "estou apaixonado por você".
Estão errados.
O termo paixão vem do latim "passio" que significa dor/sofrimento. Por isso criaram o filme Paixão de Cristo, o qual significa sofrimento dele.

É correto desapaixonar-se de tudo ao invés de viver iludido e é sobre isso que chamo atenção para o uso da linguagem na bruxaria e ao próprio termo bruxaria e seu significado nas mais variadas línguas do mundo.

Quando um sacerdote vem em público afirmar que bruxaria é religião, ele está em "passio", está apaixonado, ou seja, ele está com dor, está sofrendo por sua religião. Logo, ele não está bem e deveria desapaixonar-se dos dogmas religiosos de sua fé.

Nesse sentido, a wicca está mais para Hemunah do que para Aletheia e é aqui que ela começa se limitar. 
Não confundam tradição espiritual com religião. Gardner foi iniciado numa tradição espiritual chamada wica (com um "c" só), e como não havia religião para o culto, ele resolveu criar uma, a chamada "wicca" (com dois "c's"), já esgotadamente explicado por Charles Clark. É correto afirmar que a wicca possui só 67 anos, uma vez que antes dessa data não havia religião de bruxaria, mas tão somente os tradicionais cultos espirituais de tradições diversas.

Bruxaria é arte dos sábios e ofício de culto das mais variadas tradições espirituais existentes no mundo e a feitiçaria vem junto no pacote, já que uma não pode viver sem a outra.

A bruxaria é tradicional quando ela é praticada fora de uma religião.
A bruxaria é uma tradição espiritual (com mais de um mistério) quando se faz culto fora da religião, e por isso ela é tradicional.
A bruxaria não é tradicional quando ela é wicca porque ela é praticada dentro da religião (com dogmas). Sim, a wicca possui dogmas como qualquer outra religião.

De igual forma, o xamanismo não é religião e por isso é também bruxaria, pois é uma das várias tradições espirituais.

Existem várias religiões que contém bruxaria, a wicca é só uma delas. 
Mas...a Bruxaria é e sempre será um culto sem religião, é e sempre será expressões de tradições espirituais ligadas à magia e pela magia.
E é por isso que a Bruxaria é herética. Herege significa aquele que sabe escolher. Aquele que faz escolhas. Se você escolher uma religião que contém bruxaria, ainda assim você esta sendo herege. Todo mundo que faz escolha é um herege.

Gente, desde que inventaram a primeira religião no mundo, vemos que as religiões só causam guerras ou quase sempre promove algum tipo de discórdia.
Isso se dá por que os beatos são movidos pelo "passio". 
Em 99% dos casos, isso é tratado com um trabalho de sombra e, se não resolver deve ser tratado em divã de algum psicanalista, porque "passio" faz mal e beira loucura.

Já passou da hora de acordar e parar com isso. Líderes religiosos tentam dominar o mundo há séculos, e todos caem em descrédito, desde que a vida é uma gangorra da qual só as crianças gostam. 
Feliz é aquele que não se apresenta com síndrome de Peter Pan.

Os contos de fadas são gostosos de assistir, mas sempre serão contos de fadas. Na prática, a bruxaria é outra coisa.

A Bruxaria é Laica e devemos lutar para mantê-la Laica.
A Bruxaria é um patrimônio da humanidade e não tem dono.




Abençoados e amaldiçoados sejam! Pois não existe luz sem sombra.

Sett




terça-feira, 9 de junho de 2015

A Cruz e o Sexo




Todo aquele alvoroço da crucificação de uma transexual que encenou o sofrimento na cruz na parada gay, não teria sentido se o povo fosse esclarecido. Então quer dizer que se for um homem a encenar o sofrimento na cruz pode, mas uma mulher fazendo isso não pode? A cultura e fé cristã sempre subjulgou e rebaixou as mulheres e pelo visto ainda continua subjulgando e rebaixando-as. 




A fé cristã diz que uma mulher não pode representar Cristo, mas a fé cristã não revela que a palavra Cristo veio de Chrestos e estava primeiramente estampada na porta dos templos pagãos, significando um discípulo posto a prova, um candidato a hierofante que foi esfregado com óleo para ser divinizado. Da mesma maneira a igreja nunca revelou que eles copiaram o batismo dos pagãos, pois o batismo foi originalmente pagão, senão vejamos:


“Esta prática, que assinala períodos milenários, parece ter nascido na Grécia Antiga, logo após a constituição de uma seita que cultuava a Deusa da Torpeza, a quem denominavam Cotito e a quem os atenienses rendiam os seus louvores. Esta seita, constituída de sacerdotes que tinham recebido o nome de baptas, porque se banhavam e purificavam com perfumes antes da celebração das cerimônias, deixou saliente nas páginas da História esse ato como símbolo da purificação do Espírito.” - “Cairbar Schutel”, em SCHUTEL C., O Batismo, Matão, SP: O Clarim, 1986.

E mais:

“Batizando as criaturas nas águas do Rio Jordão como símbolo da renovação espiritual de cada seguidor seu, João estava apenas lançando mão de um rito que remontava à Grécia antiga, pois o batismo é uma prática pagã que nos veio dos sacerdotes da deusa Cotito. Eles se banhavam antes de dedicar suas oferendas à referida deusa da mitologia dos gregos. Como tais sacerdotes se chamavam baptas, daí surgiu a etimologia da palavra batismo, banho em água, no ritualismo de muitas seitas cristãs e também orientais.” - “Celso Martins”. Em MARTINS, C., Nas Fronteiras da Ciência, São Paulo: DPL, 2001.

Esse é um importante texto de conscientização, que contem traços dos renomados intelectuais e de pesquisas sérias mais abaixo. Apenas aqui estão as mesmas pesquisas, só que com as minhas palavras.

Hoje, uma pessoa se intitula cristão, mas não é nem de longe. O cristianismo insípido pregava amor e acolhia todas as outras fé. Foi após a igreja tomar o cristianismo é que isso mudou. Tanto é prova cabal, que a oração do Pai Nosso, no original em Aramaico, começa com “Ó fonte da manifestação, conhecida como alento da vida, pai-mãe de todo o Cosmo”....



Em aramaico transliterado, aqui está a verdadeira oração para quem quiser conferir:

Abwun d’bwashmaya
Nethqadash shmakh
Teytey malkuthakh
Nehwey tzevyanach aykanna d’bwashmaya aph b’arha
Hawylan lachma d’sunqanan yaomana.
Washboqlan khaubayn (wakhtahayn) aykana daph khnan shbwoqan l’khayyabayn.
Wela tahlan l’nesyuna
Ela patzan min bisha.
Metol kilakhie malkutha wahayla wateshbukta
L’ahlam almin.
Ameyn.

Quando os linguistas comparam os textos bíblicos existentes em aramaico e em grego, verificam que o texto grego invariavelmente limita o significado mais profundo e abrangente da versão original em aramaico. Isso explica parte das dificuldades que os cristãos têm para entender os ensinamentos. O aramaico era a língua que Joshuá Chrestos usava para ensinar. Então não rebaixem a mulher nem se tornem oclusos da verdade e parem com o machismo.

Vamos compreender primeiro, que se uma mulher ficar a vida toda sem fazer sexo, ela não deixará de ser mulher. Se um homem ficar a vida toda sem fazer sexo ele não deixará de ser homem. Se um gay ficar sem fazer sexo a vida toda ele não deixará de ser gay.



Vamos compreender também o seguinte:

Um negro, índio ou japonês (entre outros) quando saem de casa, pode ser que seja discriminado na rua, mas quando ele volta pra casa encontra seus iguais. O gay não. O gay tem sido discriminado dentro de casa e fora dela. Então entenda a causa do preconceito que você adotou e se cure.

Por que uma mulher não pode subir na cruz? A cruz não é um símbolo cristão somente, ela é um símbolo de sofrimento e de escolhas, de reflexão.  Eu sei, o Papa está reclamando o símbolo como se fosse somente dos cristãos, mas não é. Dom Raymundo Damasceno chama pra si o símbolo cristão, mas nunca foi de verdade somente cristão. O Papa mentiu pra você. Pra começar, Jesus nunca foi branco de olhos azuis. Explicarei mais abaixo.



Então.... Por que é tão difícil ver uma mulher no topo da espiritualidade? Machismo não combina nos dias de hoje. Alguém ai já fez as contas das mulheres na bíblia? Notem o quanto a mulher foi sujeitada e rebaixada na época bíblica, pra que fazer isso de novo hoje? Será que ninguém aprendeu nada?

A resposta é uma só, o povo ainda é machista sexista, preconceituoso e usam bandeiras religiosas pra justificarem os meios de seu ativismo espiritual. O sexo ainda é tabu em nossa sociedade, uma pena.

Quer fazer o bem? Então aplaudam a mulher e sua criatividade, seja na cruz, ou na cozinha, seja na cama ou no trabalho, seja na rua ou numa igreja, seja num desenho ou dando a luz. Aliás, a mulher é quem dá a LUZ.

Uma pessoa machista, ainda que fervorosamente religiosa, pode se chamar de “um ser liberto”? A resposta é Não!

É nítida a abusão que essas pessoas guardam dentro de si e não assumem e também não faz nada para mudar em si mesmas.

Está na hora, aliás, passou da hora de mudar as consciências e passar a ver a mulher como sagrada. E isso não tem nada a ver com ser feminista, mas sim, sermos conscientes. Ninguém nasce de um homem. Os homens devem buscar o sagrado no Phallus, isso é uma tremenda transformação. Homem sem Phallus é um ser pérfido. O homem de Phallus vê a beleza que há na espiritualidade da mulher. É bem verdade que nem todas as mulheres estão prontas pra reconhecer em si a divindade, mas aos poucos elas irão.



Pare para pensar: Se você sentiu uma pontada de guerra, de violência, de rigidez interna, de inflexibilidade, então você não pode se chamar de religioso verdadeiramente. Desde que religiosidade foi criada para trazer paz, para libertação dos aprisionamentos internos. Religiosidade não pode te fazer sentir outra coisa a não ser paz e no entanto tem sido usada para causar o dano. Se você sentiu ira, você está no caminho errado, pois um Deus de paz e amor não pode oferecer ira dentro de si.

É por essas e outras razões que dissemos que religião é para quem tem medo do inferno, espiritualidade é para quem já esteve lá.

Já faz tempo que os correligionários das religiões estão usando as religiões para ditar o que pode e o que não pode, e deixando perder o verdadeiro sentido que uma religião teve no início. Desde que criaram o inferno cristão, o bem e o mal ocupou o mundo e caímos na armadilha da culpa, da inveja, da remoção e ninguém parou para refletir em como fazer o caminho reverso para lá de onde caímos. O paraíso divino está longe dessas pessoas. Digo que está longe, porque deveria estar dentro delas e não está.

O que é o símbolo da cruz, senão uma encruzilhada? Vejam, no inicio da era romana a cruz era símbolo de punição. Usavam a cruz para crucificar bandidos e ladrões e, pessoas que de algum modo infringiram as leis romanas. Nós hoje não somos contra a cruz, somos contra as punições. Tudo que pune, prende, não liberta, não cura e não ensina, só causa traumas e rancores além do sentimento de vingança.

Ao invés de olhar sob a ótica da ofensa, deveriam ter elogiado e visto a beleza que há numa mulher espiritualizada. Não houve ofensa de fato na manifestação da transexual, houve um chamado para acordar.



Não há virtude na punição. Não há o BEM na punição. Você deve aprender a ver o mundo com bons olhos ao invés de tecer criticas de opressão. A manifestação teve como causa primeva, a própria opressão da igreja. É por causa da igreja cristã que essas manifestações surgem. O gay na sociedade sempre existiu, mas principalmente o surgimento do gay no mundo é uma resposta ao machismo. Não haveria gays (como se entende hoje) se não houvesse machismo nas sociedades. Haveriam pessoas que possuem liberdade para se valer de seu sexo com quem adulto bem entender sem serem vistos como marginais sexuais. E eu não estou falando dos sexopatas.

Vamos nos elucidar mais um pouco sobre a cruz e compreender que ela não é cristã somente?
A Cruz é um dos símbolos cuja presença é atestada desde a mais alta Antiguidade.
No Egito, na China, em Cnossos, Creta, onde se encontrou uma cruz de mármore do século XV antes de Cristo.



A cruz é o terceiro dos quatro símbolos fundamentais, juntamente com o centro, o círculo e o quadrado. Ela estabelece a relação entre os três outros, pela intersecção de suas duas linhas retas, que coincide com o centro, ela abre o centro para o exterior. Inscreve-se no círculo que divide em quatro segmentos; engendra o quadrado e o triângulo, quando suas extremidades são ligadas por quatro linhas retas. A simbologia mais complexa deriva dessas singelas observações. Foram elas que deram origem à linguagem mais rica e mais universal.

Como o quadrado, a cruz simboliza a terra; mas exprime dela aspectos intermediários dinâmicos e sutis.

A simbólica do quatro está ligada em grande parte, à da cruz, principalmente ao fato de que ela designa em certo jogo de relações no interior do quatro e do quadrado. A cruz é o mais totalizante dos símbolos.

A cruz aponta para os quatro pontos cardeais, e é em primeiro lugar, a base de todos os símbolos de orientação, nos diversos níveis de existência do ser humano.



A orientação total do ser humano exige...um triplo acordo: a orientação do sujeito animal com relação à ele mesmo; a orientação espacial, com relação aos pontos cardeais terrestres; e, finalmente a orientação temporal com relação aos pontos cardeais celestes.

A orientação espacial se articula sobre o eixo Leste-Oeste, definido pelo nascer e pôr do Sol.
A orientação temporal se articula sobre o eixo de rotação da Terra, ao mesmo tempo Sul-Norte e, Embaixo, Em cima.

O cruzamento desses dois eixos maiores realiza a cruz de orientação total, daí a encruzilhada do ser humano, as escolhas que partem disso.

A concordância, no ser humano, das duas orientações, animal e espacial, põe o ser humano em ressonância com o mundo terrestre imanente; a das três orientações, animal, espacial e temporal, com o mundo supratemporal transcendente pelo meio terrestre e através dele.

Não seria possível condensar melhor os significados múltiplos e ordenados da cruz, se ela fosse SOMENTE um símbolo dos cristãos.



Uma síntese semelhante se verifica em todas as áreas culturais e se expande nelas em inúmeras variações e ramificações.

Na China, o número da cruz é o 5. A simbólica chinesa nos ensina e não desconsiderar o centro da cruz, sendo a grande encruzilhada.

A cruz tem em consequência, uma função de síntese e de medida. Nela se junta o céu e a terra, o tempo e o espaço. É o cordão umbilical jamais cortado do Cosmo ligado ao centro original. A cruz é intermediária.

É a cruz que recorta, desenha, ordena e mede os espaços sagrados como os templos. É ela que desenha as praças da cidade que atravessa campos e cemitérios, e no ponto central se ergue um altar, uma pedra, um mastro e seu poder também é centrífugo, pois explicita o mistério do centro. É difusão, emanação e recapitulação. Ela é ascencional e eleva o ser do inferno ao céu como a lição da árvore cujas raízes profundas sobem ao alto.

A cruz é a ponte pela qual os homens se elevam, e os cristãos adotaram sua elevação como uma escada de salvação e a paixão (sofrimento) do Salvador e assim a segunda pessoa da trindade divina. Todos os deuses cósmicos são tríplices, a figura do Deus Cristão não seria diferente, explica Rene Guénon.
A cruz também é festa e esperança, celebrando a invenção e a exaltação, com cânticos “Ó Crux, spes única”.

A madeira da cruz veio de uma árvore plantada por Seth sobre o túmulo de Adão e espalha fragmentos depois da morte do Cristo pelo universo, multiplicando simbolicamente os milagres e a cruz reaparecerá nos braços do Cristo por ocasião do Juízo Final. Compreenda que quando você julga alguém, você enquanto imagem e semelhança divina está dando o juízo final à alguém, e é por essa razão que um cristão, assim como os pagãos pregam, não pode julgar ninguém, sob a pena que punir e ser punido por causa do seu julgamento.



A iconografia cristã se apoderou a cruz para exprimir o suplício do Messias e também a sua presença. Para quem não sabe, Satã era originalmente um cargo do acusador e sentenciador ao mesmo tempo na cultura acadiana e foi adotado pela igreja para representar o mal. A ideia criadora de um julgamento judiciário veio disso. A pessoa a ser julgada está numa encruzilhada, o juiz a sentencia ou absolve. O acusador é aquele que representa o ministério público, ou seja, o promotor de justiça.

Não se deve julgar ninguém, pois o mal está sendo promulgado em todas as sociedades desde a criação da ideia de justiça, de certo e errado. Não existe tal coisa de fato. A natureza é como é. O homem bota a mão e comete perversidades.

A própria cruz ensina isso, os diversos sentidos que ela fornece não tem nada de absoluto, não se excluem um do outro, um não é verdadeiro e o outro falso. Isso exprime a interpretação particular e a percepção vivida com o símbolo da cruz.

A cruz em Tao simboliza a serpente fixada em uma estaca, é a morte vencida pelo sacrifício. No antigo testamento ela se revestia de um sentido misterioso, porque a madeira do sacrifício que ele levava aos ombros tinha essa forma que Isaac foi poupado: um anjo deteve o braço de Abraão que ia imolar seu filho.
A cruz também é um símbolo evangélico desde que representa os quatro elementos e direções do mundo. Os quatro elementos que foram viciados pela natureza humana ao longo do tempo e as virtudes da alma humana. A cruz enterra em solo, significa a fé assentada em profundas fundações. O ramo superior da cruz significa a esperança que sobe aos céus. A invergadura da cruz é a caridade que se estende aos inimigos, e o comprimento da cruz é a perseverança.



Mas a cruz latina divide desigualmente o madeiro vertical segundo as dimensões do homem de pé, com os braços estendidos e só pode ser inscrita num retângulo. Uma é idealizada, a outra é realista. De um patíbulo, os gregos fizeram um ornamento. As igrejas gregas e latinas foram projetadas para formar um cruz no solo, as Gregas no Oriente, e as Latinas no Ocidente.

A cruz que presenteia a inscrição de Pilatos, é a cruz de Lorena, mas que provém da Grécia, onde é comum e, foi adotada pelo cristianismo para representar a hierarquia eclesiástica que correspondia a tiara Papal ao alto do chapéu cardinalício e a mitra episcopal. No século XV o Papa adotou a cruz com três braços transversais; a cruz dupla se fez privativa dos cardeais e a do arcebispo; a cruz simples era a do bispo.

A cruz também é diferente da paixão e a da ressureição. A primeira recorda o sofrimento e a morte, a segunda sua vitória sobre a morte, significando que a alma e o espírito nunca morrem e vence o corpo físico (a matéria).

Há muito mais para ser falado sobre a cruz, e quem quiser pode consultar o dicionário de símbolos de Chevalier, que irá explicar a cruz para a serpente, as letras de XP, o Rho atravessando o X, o alpha e o ômega, a domação de satanás, Dante e a cruz, a criação, o mundo e o polo do universo, os limites ecumênicos, a presença da cruz na natureza, como a cruz entrou em Gênesis, a cruz e Moisés, a teologia da redenção, a cruz celta, a cruz de malta, as cruzes insulares, a passagem do tempo, a correspondência quartenária, a cruz na Ásia, o cruzamento dos eixos direcionais, e verticais, a cruz e Purusha, a cruz e Prakriti, a cruz e Abu Ya’qub Sejestani, a cruz e o esoterismo, a cruz e os mulçumanos, a cruz Ansata, a cruz e a África dos Bantos do Kasai do Zaire, a cruz dos arquitetos e das sociedades secretas, a cruz dos Kua e tetraklis pitagórico, a cruz na tradição mística dos mexicanos, a cruz dos índios das Américas, a cruz nos códices e no Codex Ferjervary Mayer, os desenhos de todas as cruzes, em fim, uma riqueza espiritual sobre o simbolismo da Cruz.



O que precisamos compreender é que a Cruz não é um símbolo exclusivo do masculino e não há ofensas se uma mulher se valer do símbolo da cruz, porque a cruz é Universal, é para todos.

O que todo cristão precisa saber sobre Cristo, é que Cristo vem do Grego Chrestos, forma gnóstica primitiva de Cristo. Foi usada no V século a.C. por Ésquilo, Heródoto e outros.

O Manteuma pythochresta, ou seja, os "oráculos proferidos por um deus pítico", através de uma pitonisa, são mencionados pelo primeiro autor citado (Choeph. 901).

Chrésterion não é somente "o lugar de um oráculo", mas também uma oferenda para ou pelo oráculo. Chréstés é aquele que explica oráculos, "um profeta e adivinho", e Chrésterios é aquele que serve à um oráculo ou deus.

O 1º escritor cristão, Justino mártir, em sua primeira Apologia, denomina Chrétianos os seus correligionários.

"Deve-se somente à ignorância o fato de os homens se intitularem cristãos ao invéz de Chréstianos", diz Lactâncio (liv. IV, cap. VII). Os termos Cristo e Cristãos, que originalmente eram escritos como Chrést e Chrétianos, foram copiados do Templo dos Pagãos.



Chréstos significava, em tal vocabulário, um discípulo posto à prova, um candidato a dignidade de Hierofante. Quando o aspirante alcançava, através da Iniciação, grandes provas e sofrimentos, e havia sido ungido (isto é, "friccionado com óleo", como o eram os Iniciados e também as imagens dos Deuses -idolos-, como um último toque da prática cerimonial), seu nome era transformado em Christos, o "purificado", na linguagem do mistério ou esotérica.

Na simbologia mística, realmente, Christés ou Christos, significava que já se havia percorrido o “caminho”, o Sendeiro, e alcançado a meta; quando os frutos de um árduo trabalho para unir a efêmera personalidade de barro com a Individualidade indestrutível transformavam-na após ultrapassar a compreensão dos 3 Egos, assim, no Ego Imortal.

“Ao fim do caminho está o Chréstés”, o Purificador, e, uma vez terminada a união, o Chréstos, o “homem de dor”, convertia-se em Christos.

Paulo, o iniciado, sabia disso e foi precisamente isso o que quer expressar quando diz, em má tradução: “Estou outra vez em dores de parto até que Cristo tenha-se formado em vós”. (Gálatas, IV, 19), cuja verdadeira interpretação é “...até que formeis o Christos dentro de vós mesmos”. Porém os profanos, que sabiam apenas que Chréstés estava de algum modo relacionado com o sacerdote e o profeta e nada mais sabiam sobre o significado oculto de Christos, insistiram, como Lactâncio e Justino, em ser chamados Chrestianos ao invés de Christãos. Toda pessoa boa pode, portanto, encontrar Cristo em seu “homem interno”, conforme o expressa São Paulo (Efésios, III, 16, 17), seja Judeu, muçulmano, hindu ou cristão.

Kenneth Mackenzie era de opinião que a palavra Chréstos era sinônimo de Soter, “nome destinado às divindades, grandes reis ou heróis”, e cujo significado é “Salvador”, e estava certo, pois, segundo acrescenta o citado autor, “tal termo foi aplicado de modo redundante a Jesus Cristo, cujo nome Jesus ou Joshua tem idêntico significado. A denominação de G-sus, na realidade, é antes um título honorífico do que um nome, pois o verdadeiro nome de Soter do Cristianismo é Emmanuel ou ‘Deus conosco’ (Mateus, I, 23)... Em todas as nações, as grandes divindades, que são representadas como expiatórias ou que se tenham sacrificado, foram designadas com o mesmo título”.  (R. M. Cyclop.) O Asklepios (ou Esculápio) dos gregos tinha o título de Soter.

Pois bem, tanto homem quanto mulheres e gays, utilizam-se da Cruz como símbolo Universal  que é e não há nada de errado em uma mulher encenar seu desespero feito crucificação. O que a nossa sociedade tem feito, aliás, é crucificar mulheres e gays o tempo todo, e isso ninguém percebeu.
Seu corpo pode possuir um único gênero, mas sua alma possui as duas polaridades (a feminina e a masculina), assim é iconizado pelo maior símbolo dos Sábios - O Caduceu de Hermes.



Sett Ben Qayin





quarta-feira, 6 de maio de 2015

Existe ou não existe Ex-Bruxo?





Mas afinal, existe ou não existe ex-bruxo?

Recentemente um fato tem ecoado nas redes de televisão de cunho evangélico e propagandas de internet, como sendo o Maior bruxo da história que se converteu para cristão evangélico.
Com isso as dúvidas cresceram e fomos chamados a esclarecer os fatos, para diminuir os egos evangélicos que estão se achando os donos de Deus.

Vamos analisar o ocorrido mais de perto?


MilleniuM um cara que se intitulava bruxo e por um tempo pode manter um templo conhecido como o templo de Brigit no Rio de Janeiro. Adquiriu vários seguidores, fez várias amizades, mas também adquiriu vários inimigos.
De repente ele aparece dando palestras nas igrejas evangélicas e o tumulto começou.
As perguntas eram tantas que não davam espaço para as respostas. Será que ele foi enfeitiçado pelos inimigos?
O que teria acontecido com ele? Desistiu do paganismo? Passou pela ordália mágica e não aguentou? A igreja o comprou com dólares? Quanto ganha um pastor de igreja? Seria vantajoso? Foi golpe político? Estaria ele se promovendo como evangélico devido a maioria do senado ser evangélicos e ele quer entrar pra política?
Todas as alternativas são verdadeiras, a única que não é verdadeira é aquela que afirma ele ser ex-bruxo.
Vamos ver como funciona isso?

Primeiramente: Non ecxiste ex-bruxo!
Você pode adotar a religião que for, você sempre será um bruxo no meio daquela religião, a menos que você nunca foi um bruxo legítimo.
Bruxos são hereges, isso significa que cabem todas as religiões (ou fé) dentro do coração do bruxo, e todas funcionam harmoniosamente.

Não há religião ou fé que remova ou que "cure" o dom de uma bruxa.



O dom é um presente dos deuses e, ele está verticalmente ligado ao espírito. 



Você pode reencarnar e viver novamente, que o dom irá junto Forever!



O dom não é uma doença.

O dom é a mão divina manifestada. 
Eu conheço bruxos cristãos, pagãos, mulçumanos, judeus, árabes, chineses, japoneses, budistas, italianos, hindus, umbandistas, kimbandistas, candomblecistas, voduístas, e de qualquer outra fé que não citei aqui, fé, religião e/ou cultura.

Vejam só:



Um bruxo nunca esteve desconectado de sua fonte espiritual, portanto nós não precisamos do "religare", apesar das muitas religiões reforçarem a fé individual ou coletiva. 



A verdadeira iniciação de um bruxo ninguém retira, nem a morte retira.
Principalmente porque não é um rito iniciático que te transforma num bruxo, e isso ta difícil das pessoas compreenderem.

Pergunte-se: Quem iniciou o primeiro bruxo?
Agora deixe seu bom daimon falar ao seu ouvido interno.



Uma iniciação marca o compasso de um grupo, marca a entrada como um rito de passagem e marca o tempo onde o bruxo passa fazer e ler as mesmas coisas que o grupo faz. Mas não só isso, uma iniciação é o início do caminho escolhido e ninguém trilhará por você, ou seja, a iniciação pode ser feita em conjunto, mas o pós-iniciação é solitário.

Uma vez iniciado, é para sempre! Ainda que você não esteja “na ativa”, ainda que você esteja exilado, de licença, afastado, ou banido do grupo. A iniciação lhe dá meios de prosseguir seu espírito, de lhe nortear nos degraus da escada que te leva pra lá de onde você caiu.

Eu não estou defendendo o MilleniuM, mas se ele for um bruxo de verdade, então ele nunca deixou de ser e nunca deixará, porque não é um ser humano quem irá retirar a marca bruxa de sua alma.
Você pode deixar de praticar e ficar escondido e nem ligar pra nada, ainda assim você é um bruxo.

Você pode para de fazer sexo, nem por isso deixa de ser homem ou mulher, esse é o pensamento. Você pode operar e mudar de sexo, ainda assim continuará sendo um espírito. Aquilo que nasce em sua formação e constituição espiritual, ninguém retira. Somos todos filhos dos deuses, eles são nossos pais, por isso a arte é hereditária por natureza, o que resto é invenção.



O Millenium não deixou de ser bruxo. Ou ele nunca teve uma iniciação legítima que desse suporte espiritual forever, ou ele se tornou um bruxo evangélico, um bruxo em meio evangélico.

Porém, se ele não sabe disso ainda, é porque nunca teve uma iniciação de verdade (a ficha não caiu) ou nunca foi bruxo de verdade e, sim foi um showman que queria seguidores.



Ninguém perde o dom bruxo só porque mudou de fé ou religião.



Por último, só existe uma fórmula pra retirar uma iniciação, e esta fica ao conhecimento dos legítimos bruxos, mas como eu disse acima, não é uma iniciação que fabrica um bruxo. Um bruxo nasce, um feiticeiro se forma, considerando a arte feiticeira como a arte da transformação.


Muitos bruxos se calam, muitos buscam a sabedoria, mas a bruxaria é uma sabedoria de tradição, de arte mágica, não se limita somente com a sabedoria da vida. Ser bruxo é conter em si a sabedoria de mover nuvens, de curar uma doença, de amaldiçoar um crápula como forma de lição e aprendizado, do qual a maldição perde o efeito quando se vira a página por ter compreendido a lição, ser bruxo é conseguir fazer congresso com os ancestrais e seus espíritos divinos ou infernais, ser bruxo é se reconhecer como filho dos Antigos.

É bem verdade que em muitos momentos o calar prevalece como sabedoria, mas em outros a sabedoria está justamente em abrir a boca, independente do julgamento alheio, afinal essa é uma arte oral.

Muitos se perguntam: Que sabedoria há numa religião que se mostra tapada e dogmática como a evangélica? Bem, quando se apoia numa fé, seja ela qual for, move-se montanhas e o fato de não se compreender isso, denota descaso para com a sua arte como um todo.

A maioria das pessoas se forçam a ser sábias da vida, para guiar suas vidas, como se isso fosse uma meta. Outras ganham um pouquinho de asas e já enfrentam com arrogância o seu criador. A arte é ambidestra! Um dia vai, outro vem! Uma mão ao céu, outra no submundo. Não há o por que criticá-lo como um evangélico, mas também não há que se falar em grande bruxo ou ex-bruxo.

Você pode mudar de religião, e ainda assim o gift bruxo estará lá.
Você pode sofrer um AVC, ou perder a memória e ainda assim o gift bruxo estará com vc.
Uma vez bruxo, eternamente bruxo!



Como disse Daniel Schulke em seu livro Viridarium Umbris:

"A Hereditariedade Espiritual do Anjo Brilhante, chamada por alguns de 'Sangue-Bruxo' e por outros de 'Filhos e Filhas da Luz', é a sensibilidade para a interação livre com o Mundo dos Espíritos, chamada de Bruxaria. A fonte oculta do Jardim do Prazer flui com o sangue das fadas e nutre seu Poder; quando se invoca os Guardiões do Éden da Meia-Noite, os carrilhões desta Santa Hereditariedade ecoam dentro da Bússola do Tempo, e a Luz é trazida à tona do Primeiro Momento de Iluminação".

Sett Ben Qayin