Para o povo do Norte o submundo ficava
nos países do Sul. Olhando no mapa podemos constatar o porquê que o povo do
Norte Europeu (conhecido como os celtas) tinha a crença que o submundo ficava
nos países baixos, ao sul, afinal luz e treva sempre teve muito a ver com a
cor, o dia e a noite, o frio e o calor, tiveram e ainda tem muita importância
para o desenvolvimento da humanidade desde que as estações do ano foram percebidas
pelos antigos, pois eram e são fundamentais para o plantio e a sobrevivência.
No início tudo era Drygthyn (também
grafado Drygthon), e essa energia era chamada de Grande Senhor, o Tudo e o
Nada, uma forma divina e caótica, descontrolada e desorganizada, um grande
poder que a tudo permeava e envolvia.
Drygthyn é um Ser Cósmico real, uma força
criadora dos deuses/deusas e de tudo que existe e, obviamente essa cosmogonia é
muito antiga. Na África ele foi chamado de Olodùmaré.
Drygthyn não é nem macho nem fêmea,
apesar de ser chamado de Senhor, é a um só tempo a pura essência espiritual e
resolveu se dividir ao meio criando assim o deus (Duw) da escuridão e a deusa
(Duwies) da luz, para que a partir deles fosse criado tudo que conhecemos.
A partir disso, houve a luz e a
escuridão, os dois princípios que regem a roda do ano, onde parte dela é
governada pelo ano crescente (verão) com luz, e a outra parte é governada pelo
ano decrescente, com trevas (inverno), intercalando com períodos de equilíbrio
entre luz e trevas (primavera e outono).
Nada se sabe sobre Drygthyn, de onde veio
ou porque ele existe, bem como seus mistérios. Drygthyn está além da Terra, ele
é a criação de todo universo, é a explosão cósmica que deu origem a tudo que
existe no universo e arroios de sua essência no microcosmo está implícita no
falo. Contudo, Drygthyn não é um ser humano e nem pode ser equiparado a um. Ele
não tem forma e é uma energia totalmente caótica e que contém todas as
possibilidades e criatividade. Drygthyn não possui culto direto, mas quando
fazemos culto aos deuses estamos também rendendo homenagem à Força da Criação.
Toda a criação é de autoria diretamente
ou indiretamente dele. Ele é Deus. Ele foi chamado pelos gnósticos de Saclas, o
demiurgo.
Drygthyn é o princípio e o fim de tudo. É
o Alpha e o Ômega. Ele é a junção e a divisão das polaridades feminina e
masculina conhecidas pelo Tao.
Drygthyn também criou os WiauDu,
espíritos sem sexo, divindades, para que o auxiliasse na criação de todos os
planetas, galáxias e o nosso lar a Mãe Terra chamada de Daear.
Assim, Drygthyn criou Sffêrhud, o
primeiro WiauDu – Sffêrhud é a esfera dona da magia, a esfera que tudo contém e
Drygthyn o dividiu em três, se tornando Bydysawd (Universo), Haul-Leuad (Sol-Lua)
os gêmeos que criaram os Blaneds, que os auxiliaram a criar o restante. Juntos,
com a magia de Sffêrhud eles criaram Haenau, Losgfynid, Tetonig, Nemed, Taranaw,
Dana ou Danú (Dan), Tir, Oditano, Afon (ou Fon, Fom), Môr, Cefnfor, Llyn, Nant,
Gof, Blaidd, Neidr, Elfen, Aderyn, Gwirodys, Ysbryd, Enaid, Anifeiliaid, Hadaw,
Coed, Seren, Kirqfan, Tâm, Glaw, Gwynte, Tymor, e Dynol. Dynol se dividiu assim
como Drygthyn, em Dyn (homem) e Fenyw (mulher), e Drygthyn deu um Caputspher
para cada um, o portador da cabeça, ele é a um só tempo o bom juízo do bom
destino auxiliado por Enaid e Kirqfan.
Esses WiauDu acima foram os responsáveis
por criar o conteúdo na Terra. Assim Haenau ficou dono das camadas da terra; Losgfynid
criou os vulcões; Tetonig criou os deuses ctônicos (ou placas tectônicas),
Tetonig foi quem separou os continentes; Taranaw gerou o raio e o trovão; Nemed
gerou Dana (ou Danú) e essa criou a parte debaixo da terra e os continentes
superiores e inferiores; Tir criou o chão firme que pisamos; Oditano deu vida ao
mundo embaixo dele; Afon era dono dos rios e ajudou no sustento do povo; Môr
criou o mar e a vida aquática; Cefnfor deu vida ao oceano e com as águas
revoltas estendeu seus braços a todos; Llyn forneceu os lagos; Nant fez os
riachos; Gof criou os metais dos ferreiros; Blaidd criou os lobos para serem
pastores, caçadores e guias; Neidr criou as serpentes para fertilizar o solo;
Elfen criou os elementos da natureza; Aderyn criou as aves e os pássaros; Gwirodys
e Ysbryd criaram os espíritos para habitar na natureza; Enaid lhes deu alma e
consciência; Anifeiliaid fez os animais e lhes deu Duwcyrn e Cyrnun e eles
habitaram o unicórnio, a cabra e o veado; Hadaw deu o sêmen, as sementes para
vingar, e ensinou sobre os alimentos; Coed fez as sementes se transformarem em
árvores; Seren se tornou todas as estrelas do firmamento para iluminar a
escuridão e trouxe seus 4 irmãos virtuosos - os Gwarcheids (IHU – SABAKU – LATAN
– HUAIIAKA) também conhecidos como os antigos virtuosos Grigori na tradição
itálica-celta, para viverem juntos e guardarem o firmamento, testemunharem a
criação de tudo que estava sendo feito no Universo e ajudar na criação; Kirqfan
passou a reger e controlar o destino de tudo; Tâm passou a ser dono do elemento
fogo e deu som para habitar em tudo; Glaw trouxe as chuvas para refrescar,
hidratar e abastecer o mundo ajudando o trabalho de Neidr; Gwynte era o sopro
divino e deu a atmosfera e o ar que respiramos para englobar tudo e deu
movimento aos ventos, Gwynte tinha grande sabedoria e forneceu trajes de
invisibilidade para todos os deuses; Tymor passou a reger as 4 estações do ano
e Dynol criou os dinossauros e as primeiras formas vivas conhecidas como seres
humanos e, depois disso ele foi habitar em Dyn e Fenyw.
Sffêrhud gostou tanto da criação que veio
ensinar ele próprio a magia e seus mistérios, bem como a linguagem de Leuad e a
escrita aos primeiros Dyn e Fenyw para que eles pudessem se comunicar e criar o
que achassem necessário. Ele tomou forma e se intitulou Caputangspher, também
conhecido como Caputspher em latim, o dono/portador da cabeça e dos mundos
internos do ser. Esses são nossos ancestrais.
A diferença entre Caputangspher e
Capustpher é que o primeiro rege a consciência do ser encarnado e o segundo
rege a consciência espiritual que habita em cada ser encarnado.
Outros deuses da família de Drygthyn
vieram de longe para prestigiar a grande obra e gostaram tanto do que viram que
pediram a permissão de Drygthyn para que depositassem na Terra suas essências,
como forma de contribuir com Drygthyn. E assim outros seres foram criados para
habitar a Terra e conviver pela regra de Kirqfan, e partir daí houve diversos
clãs diferentes e todos se misturaram entre si, gerando novas etnias
espirituais capazes de habitar um corpo físico. Nemed foi quem ensinou a arte
sagrada, foi o inventor das religiões.
Porém, os habitantes recém criados
abusaram do poder fornecido por Caputangsfer e a linguagem de Leuad foi
esquecida, então Kirqfan teve de corrigi-los e dessa forma convenceu Sffêrhud
também assumir a forma de Marwolet (o senhor da Morte) para que assim pudesse
corrigir os seres vivos e dar novas chances trazendo consolo e renovação. O
ciclo de Marwolet é conhecido como ciclo da vida, morte e renascimento, e é por
isso que o deus da morte é conhecido como O Consolador.
Marwolet foi morar ao pé de Leuad, um
lugar chamado Áster e todas as vezes que alguém quisesse se comunicar com os
deuses ou pedir os favores de Leuad deveria primeiro invocar Marwolet sob
quaisquer dos seus nomes, pois ele era o único que ainda conhecia a linguagem
dos antigos e sem ele não há comunicação.
Haul se tornou o iluminador e o
castigador, ele julgava e punia a perversidade com seus raios quentes, mas
também trazia a fertilidade para Dana.
Dana que havia auxiliado na criação, não
suportava o calor do Sol e lhe foi concedido que fosse morar no mar para se
refrescar, e quando quisesse vir ao solo firme teria de usar a capa de Neidr,
sem a capa teria de continuar a andar debaixo da terra e do mar, circulando-a e
se alimentando dos metais de Gof, a fim de evitar que mordesse a própria cauda
e destruísse toda a criação. Dana foi a grande cobra que se uniu com Afon, ela abriu
e levou Afon até os vales, permitindo que as águas fizessem seu trabalho vital.
Dana foi a criadora do rio Danúbio e de muitos outros.
Os descendentes da união de Dana com Afon (DanAfon) são os filhos de Dan e o povo Fon, as vezes grafado Fom (Fomorianos).
Haul e Leuad eram gêmeos e Drygthyn os
separou, enviando Haul para o dia e Leuad para a noite.
Drygthyn ordenou que Haul deveria se
vestir de humano a cada 7 anos para conviver de perto com o resto da humanidade
e conhecer suas necessidades, ajudando-os, corrigindo-os e contribuindo com
tudo que estivesse ao seu alcance. Haul deixou na Terra alguns descendentes.
Dessa feita Leuad ficou encarregada de
trazer equilíbrio a Terra e a todo seu sistema e suavizar o sofrimento dos
seres vivos, contribuir com a fé e o amor sobre todos.
Durante os eclipses Haul e Leuad se
encontram e se amam novamente, criando novos descendentes WiauDu.
Os WiauDus – deuses sem forma que contém todo
formato em potencial. Os ancestrais divinos.
Marwolet/Caputspher/ Sffêrhud – é o mensageiro entre os mundos, homens
e deuses, guardião do lar, também assumiu a forma de Daimon de nossas
consciências e do íntimo, grande comunicador e transportador, dono dos dialetos
e idiomas, ele leva até Drygthyn tudo o que acontece na Terra e traz à Terra
toda vontade de Drygthyn, pois ele também é o portador da cabeça, aqui reside
um dos mistérios. Criou a união e a desunião, a sexualidade, os partos e
nascimentos, colocou os órgãos genitais nos humanos, forneceu a libido. Muito
brincalhão, gosta de pregar peças nos humanos e confundir suas cabeças a fim de
testar seu discernimento. Seu símbolo é o círculo e seu dia é a segunda feira e
a quarta feira, todas as cores são suas.
Gof – domina os metais, a construção, agricultura e
tecnologia. Ele ensinou aos homens e mulheres o cultivo dos alimentos (grãos e
sementes). Reina sobre os caminhos que se cruzam, responsável pela união,
desunião e reunião. Senhor da alquimia e transformação. É dono da faca com
inscrições mágicas e é um dos visionários mais importantes, concedeu oráculos
ao mundo permitindo assim que a humanidade pudesse falar com os deuses e saber
a vontade dos deuses, recebendo orientações. Seu dia é a terça feira e suas
cores são o vermelho e o azul. Seus símbolos são a faca, o olho e a mão.
Coed e Hadaw – responsáveis pela fauna e flora da
natureza, pelas ervas, sementes, raízes, folhas, frutos, alimentos naturais e
por toda a floresta. Transforma o verde da Terra e fornece oxigênio preservando
a vida. São cuidadosos, deram aos homens a arte da cura. Está ligado à caça e a
fartura. Suas cores são o verde, vermelho, preto e branco e todos os dias são
seus. Seus símbolos são os animais de um chifre ou dois chifres.
Haenau, Losgfynid e Tetonig -
são as 3 forças da Terra, os mais temidos. Podem fornecer doenças e a
cura delas. Eles harmonizam tudo, mas também podem desarmonizar, removem
energia desapropriada para recolocar tudo ao seu lugar. São guerreiros e
andarilhos sobre a terra, mas vivem no submundo. Fornece alimento para a
natureza e por isso são muito respeitados e temidos. São eles os responsáveis
pela moral e bons costumes, detestam bandidagem e são fiscais naturais. Podem
punir crimes e maus comportamentos, como podem abençoar e gratificar pelas boas
atitudes, são juízes e sentenciadores ao mesmo tempo. Tir e Oditano são seus vigias.
Seus símbolos são a areia, a terra, a palha, a lama, o pó, as pedras, a poeira,
a lava vulcânica, a sombra da árvore, e todo ambiente ermo. Suas cores são o vermelho,
preto, e o roxo e seu dia é a quinta feira.
Dana – é um WiauDuw da abundância, fertilidade, riqueza,
transformações e beleza, criou a forma de Neidr a qual se utiliza as vezes.
Quando está com raiva inverte seus atributos. Tomou a forma de uma grande
rainha do Norte, que foi morar no Sul após uma grande batalha. Criou o Danúbio
e cuidou do povo que vivia atrás do rio. Junto com Afon deu origem a dois povos
diferentes, um da cor do dia e um da cor da noite. Quando Dana sobe aos céus em
forma de arco-íris, ela fornece abundância e em seguida volta à terra em forma
de chuva. Aprovisiona vida e adoração à vida, é a energia do amor no homem e na
mulher e em todos os seres vivos, dá vidência, é alegre mas pode mudar seu
humor. É considerada mãe das bruxas, magos e feiticeiros(as) ou druídas e
possui vários nomes como Dan, Dana, Diana, Ana, Danú, Dannan, entre outros. Quando
o povo de Dana desceu no mapa, se espalharam para a Europa e para o Oriente,
chegando na África e de lá partiram para Wilion. Em Wilion se intitularam como
O povo de Truva. A cidade de Truva na Anatólia, foi habitada por fenícios e
invadida pelos Jônicos, Cimérios, Frígios, Milésios, Gauleses, Lídios e Persas.
Dárdano chamou Truva, de Tróia. Os imigrantes de Tróia povoaram todo o sul da
Itália através da antiga Rota da Seda, levando consigo as culturas orientais-asiáticas
mescladas, deu aos seres humanos o Ikribu – uma coleção de encantamentos para
serem usados na haruspicínia. Os símbolos de Dana são o phallus; as escamas, os
cogumelos, as fadas, a cobra que morde a cauda com a lua no centro, o arco-íris,
a flecha e a refração da luz. Suas cores são as 7 cores do arco-íris e seus
dias são a sexta feira, o sábado e a segunda feira.
Taranaw – é a segunda força mais temida pois
representa a energia da justiça divina, porta o raio e o fogo dos céus. Grita
muito, fala alto, e é tido as vezes como o próprio trovão. É uma força muito
religiosa, as vezes toma forma de fé e fornece força e coragem, foi e pode ser
invocado nas guerras, batalhas e disputas para trazer vitórias. Possui diversos
filhos(as) pelo mundo, de ambos os sexos e são chamados de faíscas, centelhas
de fogo, fogo fátuo, incêndio, chamas ardentes, fogo espiritual, granizo, ruído
do mar, tempestades, sereias. Ele dá voz ao grito, ao eco, e fala nas comoções
do mar. No ser humano se manifesta através da raiva e da dor no peito (ou peito
cheio/magoado) porque as pessoas só rezam quando precisam e Taranaw traz esse
forte sentimento no peito para levar as pessoas a se lembrarem dos deuses.
Fornece a defesa e o ataque, a cultura e a inspiração. Suas cores são o branco,
azul e o alaranjado. Seus dias são a quinta feira e o domingo. Seus símbolos
são o raio e o machado duplo.
Gwynte – é a energia do ar e dos ventos, é
movimento e atmosfera, é invisível e de muita sabedoria, aconselha e guia os
necessitados, ensinou os seres a respirar e vive entre a terra e o céu. É a
porta religiosa que divide o mundo dos homens e o mundo dos deuses. Seus filhos
são o dinamismo, as temperaturas e as energias, os redemoinhos e
furacões/tufões. Gwynte junto com Taranaw deu vida a tempestade. Transporta as
águas aos céus evaporando-as. Pode ser quente e pode ser frio, transporta os
espíritos pra onde precisam ir. Seu símbolo é a espiral e os traços de seta.
Todos os dias são seus, e suas cores são o prateado, o branco e tons pasteis e
metálicos.
Afon, Môr, Cefnfor, Llyn, Nant – divindades das águas
supremas e primordiais. Regem todos os sentimentos e desejos, e junto com Leuad
comandam a força das marés, os sonhos e a adivinhação, fornecem fertilidade
para os campos, subsídios para a vida, a morte, e o renascimento. Seus filhos
são os elementos da água e tudo que os representam. Estão presentes nos seres
humanos, uma vez que o corpo do ser humano é constituído em 70% de água. Tem
filhos(as) com quase todos os WiauDus.
Os WiauDus são nossos primeiros
ancestrais, também cultuados no Lararium juntamente com nossos mortos poderosos
e antepassados.
Bem, agora que revelei um dos segredos
dos ancestrais na Stregoneria, preciso falar sobre a importância de se cultivar
uma boa cabeça, bem como cuidar dela e o que fazer com a adversidade mental.
Podemos dizer que Marwolet é a forma opositora
de Caputspher. Marwolet é o que mais se aproxima daquilo que na cultura e
religião afro, árabe e fenícia é chamado de Elenini – Idobúh iyehiyehmolôh, as
vezes grafado na forma em que se pronuncia.
Todos nós passamos por provações na vida.
É primordial que tenhamos responsabilidades pelos nossos atos. Muitas vezes
somos atacados ou testados pela forma contraproducente de Marwolet, onde as ordálias
acontecem, os desafios se revelam, o opositor se mostra e confunde os pensamentos,
a mente e a cabeça, os rumos das coisas se desviam e assim, os caminhos ficam
fadados ao fracasso e a um destino ruim, podendo até mesmo ser um caminho destrutivo.
Marwolet quando percebe o descumprimento
dos preceitos divinos pode provocar obstáculos, criar dificuldades na
realização das tarefas diárias, mensais e anuais, provoca por um período um
adereço energético que atrapalha a vida de um ser humano e para se recompor em
suas atividades e rumo na vida é preciso consultar o Oráculo do Uno (Tuppu `As Ilî
– a Tábua do Destino usada na Stregoneria) para assim realizar os ritos
sagrados, além de ser necessariamente urgente a correção das práticas de
comportamento e caráter com vigilância constante e honradez.
Feitiços e maldições podem desviar os
rumos do destino de alguém? Sim, pode. Para isso os oráculos são consultados,
também.
Marwolet é o guardião da câmara interior
de Drygthyn, nascido juntamente com Caputspher. Essa câmara é o local onde cada
ser escolhe seu destino antes de nascer. Marwolet é a testemunha de nossas
aspirações, inspirações, dons, virtudes e vícios diante da Força Criadora Drygthyn.
Quando Drygthyn criou e enviou os deuses
para a Terra, também enviou Marwolet para lhe informar todos os comportamentos
de todos os seres aqui na Terra.
Marwolet testa nossa determinação e nosso
caráter oferecendo impulsos, perdições e várias emboscadas que põe em risco
todos os pactos feitos por nós diante de Dynol e Drygthyn. Sabe tudo aquilo que
você aprende que não deve fazer? Pois bem, Marwolet é a força que te colocará à
prova para saber o quão correto e merecedor de bênçãos você é. Uma das missões
de Marwolet é criar dificuldades para testar nosso caráter e assim conflitando
diretamente com Caputspher (o portador da cabeça) cuja regência é guiar a
pessoa para o seu bom destino.
Ao decidirmos viver sem a influência do
ego personalizado, se valendo dos trabalhos de transformação e rituais, escolhendo
um bom caráter e os conselhos dados pelos deuses através do Oráculo, aprende-se
grandes lições e se recompõe os rumos do destino.
É preciso ser uma Sacerdotisa-strega ou
Sacerdote-stregone bem experientes para reconhecer as ações de Marwolet na vida
de uma pessoa, pois muitas vezes alguém está sob essa influência e ao invés de ajuda-lo,
acabam por piorar tudo.
Uma pessoa sob efeitos de Marwolet pode
apresentar sinais e sintomas de rebeldia proeminentes, sua face fica estranha
como se estivesse “possuído” e por puro desconhecimento do fato as pessoas que
não sabem ajudar, se afastam. Uma pessoa sob influência de Marwolet pode se
suicidar ou se auto destruir sozinha, por isso a importância de cuidar de
Caputspher, para que tal pessoa não fique cego em suas ações, mente e espírito,
uma vez que Marwolet abre campo para que Mania a deusa da morte e da loucura se
aposse da mente e se assente frente ao destino. Mania vem junto com seu cortejo
e é equivalente as Erínias/Fúrias que só trazem perdas e infortúnios, fracassos
e infelicidade além de cobrar pelos atos injustos cometidos.
Porém é preciso ter em mente que essas
forças são sempre conjuradas por alguém (seja
a própria pessoa que com seu mau comportamento e quebra de preceitos divinos
abre espaço para isso, ou seja enviadas por outrem) e são preciso muitos
procedimentos ritualísticos e muita força de vontade para se levantar
novamente, pois essa força negativa se alimenta e se apossa dos pensamentos da
pessoa, da cobiça, do ódio, da individualidade, da gula, da preguiça, das
sombras que residem nela, o preconceito, a intolerância, a ganancia, a soberba,
as mentiras, o egoísmo, desvirtua o raciocínio, essa força muda os valores
primordiais, a pessoa pode cair nas drogas, sofrer perdas, danos, roubos,
assaltos, acidentes, álcool, promiscuidade, todas as ações humanas e os
excessos que afastam o bom caráter e o bom destino, etc. Todas as energias
formam um portal por onde Marwolet e Mania entram para causar muitos obstáculos
na vida de uma pessoa, afastando amigos, parentes, trabalho, dinheiro, amor e
causa depressão, doenças, surtos de violência e loucura, destruição e até mesmo
a morte. Essa energia pode destruir até mesmo um Coven inteiro ou irmandades inteiras.
ilê-ori africano tradicional |
Um Caputspher bem cuidado positiva Marwolet,
pois os ritos sagrados possuem a prescrição polarizante!
Possa a Senhora Nortia e o Velho Satre abençoar sua vida!