sexta-feira, 16 de abril de 2021

ANCESTRAIS & CABEÇA NA STREGONERIA

 



Para o povo do Norte o submundo ficava nos países do Sul. Olhando no mapa podemos constatar o porquê que o povo do Norte Europeu (conhecido como os celtas) tinha a crença que o submundo ficava nos países baixos, ao sul, afinal luz e treva sempre teve muito a ver com a cor, o dia e a noite, o frio e o calor, tiveram e ainda tem muita importância para o desenvolvimento da humanidade desde que as estações do ano foram percebidas pelos antigos, pois eram e são fundamentais para o plantio e a    sobrevivência.


O Início – uma breve curetagem da cosmogonia comparada

No início tudo era Drygthyn (também grafado Drygthon), e essa energia era chamada de Grande Senhor, o Tudo e o Nada, uma forma divina e caótica, descontrolada e desorganizada, um grande poder que a tudo permeava e envolvia.

Drygthyn é um Ser Cósmico real, uma força criadora dos deuses/deusas e de tudo que existe e, obviamente essa cosmogonia é muito antiga. Na África ele foi chamado de Olodùmaré.

Drygthyn não é nem macho nem fêmea, apesar de ser chamado de Senhor, é a um só tempo a pura essência espiritual e resolveu se dividir ao meio criando assim o deus (Duw) da escuridão e a deusa (Duwies) da luz, para que a partir deles fosse criado tudo que conhecemos.

A partir disso, houve a luz e a escuridão, os dois princípios que regem a roda do ano, onde parte dela é governada pelo ano crescente (verão) com luz, e a outra parte é governada pelo ano decrescente, com trevas (inverno), intercalando com períodos de equilíbrio entre luz e trevas (primavera e outono).

Nada se sabe sobre Drygthyn, de onde veio ou porque ele existe, bem como seus mistérios. Drygthyn está além da Terra, ele é a criação de todo universo, é a explosão cósmica que deu origem a tudo que existe no universo e arroios de sua essência no microcosmo está implícita no falo. Contudo, Drygthyn não é um ser humano e nem pode ser equiparado a um. Ele não tem forma e é uma energia totalmente caótica e que contém todas as possibilidades e criatividade. Drygthyn não possui culto direto, mas quando fazemos culto aos deuses estamos também rendendo homenagem à Força da Criação.



Toda a criação é de autoria diretamente ou indiretamente dele. Ele é Deus. Ele foi chamado pelos gnósticos de Saclas, o demiurgo.

Drygthyn é o princípio e o fim de tudo. É o Alpha e o Ômega. Ele é a junção e a divisão das polaridades feminina e masculina conhecidas pelo Tao.

Drygthyn também criou os WiauDu, espíritos sem sexo, divindades, para que o auxiliasse na criação de todos os planetas, galáxias e o nosso lar a Mãe Terra chamada de Daear.

Assim, Drygthyn criou Sffêrhud, o primeiro WiauDu – Sffêrhud é a esfera dona da magia, a esfera que tudo contém e Drygthyn o dividiu em três, se tornando Bydysawd (Universo), Haul-Leuad (Sol-Lua) os gêmeos que criaram os Blaneds, que os auxiliaram a criar o restante. Juntos, com a magia de Sffêrhud eles criaram Haenau, Losgfynid, Tetonig, Nemed, Taranaw, Dana ou Danú (Dan), Tir, Oditano, Afon (ou Fon, Fom), Môr, Cefnfor, Llyn, Nant, Gof, Blaidd, Neidr, Elfen, Aderyn, Gwirodys, Ysbryd, Enaid, Anifeiliaid, Hadaw, Coed, Seren, Kirqfan, Tâm, Glaw, Gwynte, Tymor, e Dynol. Dynol se dividiu assim como Drygthyn, em Dyn (homem) e Fenyw (mulher), e Drygthyn deu um Caputspher para cada um, o portador da cabeça, ele é a um só tempo o bom juízo do bom destino auxiliado por Enaid e Kirqfan.

Esses WiauDu acima foram os responsáveis por criar o conteúdo na Terra. Assim Haenau ficou dono das camadas da terra; Losgfynid criou os vulcões; Tetonig criou os deuses ctônicos (ou placas tectônicas), Tetonig foi quem separou os continentes; Taranaw gerou o raio e o trovão; Nemed gerou Dana (ou Danú) e essa criou a parte debaixo da terra e os continentes superiores e inferiores; Tir criou o chão firme que pisamos; Oditano deu vida ao mundo embaixo dele; Afon era dono dos rios e ajudou no sustento do povo; Môr criou o mar e a vida aquática; Cefnfor deu vida ao oceano e com as águas revoltas estendeu seus braços a todos; Llyn forneceu os lagos; Nant fez os riachos; Gof criou os metais dos ferreiros; Blaidd criou os lobos para serem pastores, caçadores e guias; Neidr criou as serpentes para fertilizar o solo; Elfen criou os elementos da natureza; Aderyn criou as aves e os pássaros; Gwirodys e Ysbryd criaram os espíritos para habitar na natureza; Enaid lhes deu alma e consciência; Anifeiliaid fez os animais e lhes deu Duwcyrn e Cyrnun e eles habitaram o unicórnio, a cabra e o veado; Hadaw deu o sêmen, as sementes para vingar, e ensinou sobre os alimentos; Coed fez as sementes se transformarem em árvores; Seren se tornou todas as estrelas do firmamento para iluminar a escuridão e trouxe seus 4 irmãos virtuosos - os Gwarcheids (IHU – SABAKU – LATAN – HUAIIAKA) também conhecidos como os antigos virtuosos Grigori na tradição itálica-celta, para viverem juntos e guardarem o firmamento, testemunharem a criação de tudo que estava sendo feito no Universo e ajudar na criação; Kirqfan passou a reger e controlar o destino de tudo; Tâm passou a ser dono do elemento fogo e deu som para habitar em tudo; Glaw trouxe as chuvas para refrescar, hidratar e abastecer o mundo ajudando o trabalho de Neidr; Gwynte era o sopro divino e deu a atmosfera e o ar que respiramos para englobar tudo e deu movimento aos ventos, Gwynte tinha grande sabedoria e forneceu trajes de invisibilidade para todos os deuses; Tymor passou a reger as 4 estações do ano e Dynol criou os dinossauros e as primeiras formas vivas conhecidas como seres humanos e, depois disso ele foi habitar em Dyn e Fenyw.

Sffêrhud gostou tanto da criação que veio ensinar ele próprio a magia e seus mistérios, bem como a linguagem de Leuad e a escrita aos primeiros Dyn e Fenyw para que eles pudessem se comunicar e criar o que achassem necessário. Ele tomou forma e se intitulou Caputangspher, também conhecido como Caputspher em latim, o dono/portador da cabeça e dos mundos internos do ser. Esses são nossos ancestrais.



A diferença entre Caputangspher e Capustpher é que o primeiro rege a consciência do ser encarnado e o segundo rege a consciência espiritual que habita em cada ser encarnado.

Outros deuses da família de Drygthyn vieram de longe para prestigiar a grande obra e gostaram tanto do que viram que pediram a permissão de Drygthyn para que depositassem na Terra suas essências, como forma de contribuir com Drygthyn. E assim outros seres foram criados para habitar a Terra e conviver pela regra de Kirqfan, e partir daí houve diversos clãs diferentes e todos se misturaram entre si, gerando novas etnias espirituais capazes de habitar um corpo físico. Nemed foi quem ensinou a arte sagrada, foi o inventor das religiões.

Porém, os habitantes recém criados abusaram do poder fornecido por Caputangsfer e a linguagem de Leuad foi esquecida, então Kirqfan teve de corrigi-los e dessa forma convenceu Sffêrhud também assumir a forma de Marwolet (o senhor da Morte) para que assim pudesse corrigir os seres vivos e dar novas chances trazendo consolo e renovação. O ciclo de Marwolet é conhecido como ciclo da vida, morte e renascimento, e é por isso que o deus da morte é conhecido como O Consolador.

Marwolet foi morar ao pé de Leuad, um lugar chamado Áster e todas as vezes que alguém quisesse se comunicar com os deuses ou pedir os favores de Leuad deveria primeiro invocar Marwolet sob quaisquer dos seus nomes, pois ele era o único que ainda conhecia a linguagem dos antigos e sem ele não há comunicação.

Haul se tornou o iluminador e o castigador, ele julgava e punia a perversidade com seus raios quentes, mas também trazia a fertilidade para Dana.

Dana que havia auxiliado na criação, não suportava o calor do Sol e lhe foi concedido que fosse morar no mar para se refrescar, e quando quisesse vir ao solo firme teria de usar a capa de Neidr, sem a capa teria de continuar a andar debaixo da terra e do mar, circulando-a e se alimentando dos metais de Gof, a fim de evitar que mordesse a própria cauda e destruísse toda a criação. Dana foi a grande cobra que se uniu com Afon, ela abriu e levou Afon até os vales, permitindo que as águas fizessem seu trabalho vital. Dana foi a criadora do rio Danúbio e de muitos outros.

Os descendentes da união de Dana com Afon (DanAfon) são os filhos de Dan e o povo Fon, as vezes grafado Fom (Fomorianos).

Haul e Leuad eram gêmeos e Drygthyn os separou, enviando Haul para o dia e Leuad para a noite.

Drygthyn ordenou que Haul deveria se vestir de humano a cada 7 anos para conviver de perto com o resto da humanidade e conhecer suas necessidades, ajudando-os, corrigindo-os e contribuindo com tudo que estivesse ao seu alcance. Haul deixou na Terra alguns descendentes.

Dessa feita Leuad ficou encarregada de trazer equilíbrio a Terra e a todo seu sistema e suavizar o sofrimento dos seres vivos, contribuir com a fé e o amor sobre todos.

Durante os eclipses Haul e Leuad se encontram e se amam novamente, criando novos descendentes WiauDu.



Os WiauDus – deuses sem forma que contém todo formato em potencial. Os ancestrais divinos.

Marwolet/Caputspher/ Sffêrhud – é o mensageiro entre os mundos, homens e deuses, guardião do lar, também assumiu a forma de Daimon de nossas consciências e do íntimo, grande comunicador e transportador, dono dos dialetos e idiomas, ele leva até Drygthyn tudo o que acontece na Terra e traz à Terra toda vontade de Drygthyn, pois ele também é o portador da cabeça, aqui reside um dos mistérios. Criou a união e a desunião, a sexualidade, os partos e nascimentos, colocou os órgãos genitais nos humanos, forneceu a libido. Muito brincalhão, gosta de pregar peças nos humanos e confundir suas cabeças a fim de testar seu discernimento. Seu símbolo é o círculo e seu dia é a segunda feira e a quarta feira, todas as cores são suas.

Gof – domina os metais, a construção, agricultura e tecnologia. Ele ensinou aos homens e mulheres o cultivo dos alimentos (grãos e sementes). Reina sobre os caminhos que se cruzam, responsável pela união, desunião e reunião. Senhor da alquimia e transformação. É dono da faca com inscrições mágicas e é um dos visionários mais importantes, concedeu oráculos ao mundo permitindo assim que a humanidade pudesse falar com os deuses e saber a vontade dos deuses, recebendo orientações. Seu dia é a terça feira e suas cores são o vermelho e o azul. Seus símbolos são a faca, o olho e a mão.

Coed e Hadaw – responsáveis pela fauna e flora da natureza, pelas ervas, sementes, raízes, folhas, frutos, alimentos naturais e por toda a floresta. Transforma o verde da Terra e fornece oxigênio preservando a vida. São cuidadosos, deram aos homens a arte da cura. Está ligado à caça e a fartura. Suas cores são o verde, vermelho, preto e branco e todos os dias são seus. Seus símbolos são os animais de um chifre ou dois chifres.

Haenau, Losgfynid e Tetonig -  são as 3 forças da Terra, os mais temidos. Podem fornecer doenças e a cura delas. Eles harmonizam tudo, mas também podem desarmonizar, removem energia desapropriada para recolocar tudo ao seu lugar. São guerreiros e andarilhos sobre a terra, mas vivem no submundo. Fornece alimento para a natureza e por isso são muito respeitados e temidos. São eles os responsáveis pela moral e bons costumes, detestam bandidagem e são fiscais naturais. Podem punir crimes e maus comportamentos, como podem abençoar e gratificar pelas boas atitudes, são juízes e sentenciadores ao mesmo tempo. Tir e Oditano são seus vigias. Seus símbolos são a areia, a terra, a palha, a lama, o pó, as pedras, a poeira, a lava vulcânica, a sombra da árvore, e todo ambiente ermo. Suas cores são o vermelho, preto, e o roxo e seu dia é a quinta feira.

Dana – é um WiauDuw da abundância, fertilidade, riqueza, transformações e beleza, criou a forma de Neidr a qual se utiliza as vezes. Quando está com raiva inverte seus atributos. Tomou a forma de uma grande rainha do Norte, que foi morar no Sul após uma grande batalha. Criou o Danúbio e cuidou do povo que vivia atrás do rio. Junto com Afon deu origem a dois povos diferentes, um da cor do dia e um da cor da noite. Quando Dana sobe aos céus em forma de arco-íris, ela fornece abundância e em seguida volta à terra em forma de chuva. Aprovisiona vida e adoração à vida, é a energia do amor no homem e na mulher e em todos os seres vivos, dá vidência, é alegre mas pode mudar seu humor. É considerada mãe das bruxas, magos e feiticeiros(as) ou druídas e possui vários nomes como Dan, Dana, Diana, Ana, Danú, Dannan, entre outros. Quando o povo de Dana desceu no mapa, se espalharam para a Europa e para o Oriente, chegando na África e de lá partiram para Wilion. Em Wilion se intitularam como O povo de Truva. A cidade de Truva na Anatólia, foi habitada por fenícios e invadida pelos Jônicos, Cimérios, Frígios, Milésios, Gauleses, Lídios e Persas. Dárdano chamou Truva, de Tróia. Os imigrantes de Tróia povoaram todo o sul da Itália através da antiga Rota da Seda, levando consigo as culturas orientais-asiáticas mescladas, deu aos seres humanos o Ikribu – uma coleção de encantamentos para serem usados na haruspicínia. Os símbolos de Dana são o phallus; as escamas, os cogumelos, as fadas, a cobra que morde a cauda com a lua no centro, o arco-íris, a flecha e a refração da luz. Suas cores são as 7 cores do arco-íris e seus dias são a sexta feira, o sábado e a segunda feira.

Taranaw – é a segunda força mais temida pois representa a energia da justiça divina, porta o raio e o fogo dos céus. Grita muito, fala alto, e é tido as vezes como o próprio trovão. É uma força muito religiosa, as vezes toma forma de fé e fornece força e coragem, foi e pode ser invocado nas guerras, batalhas e disputas para trazer vitórias. Possui diversos filhos(as) pelo mundo, de ambos os sexos e são chamados de faíscas, centelhas de fogo, fogo fátuo, incêndio, chamas ardentes, fogo espiritual, granizo, ruído do mar, tempestades, sereias. Ele dá voz ao grito, ao eco, e fala nas comoções do mar. No ser humano se manifesta através da raiva e da dor no peito (ou peito cheio/magoado) porque as pessoas só rezam quando precisam e Taranaw traz esse forte sentimento no peito para levar as pessoas a se lembrarem dos deuses. Fornece a defesa e o ataque, a cultura e a inspiração. Suas cores são o branco, azul e o alaranjado. Seus dias são a quinta feira e o domingo. Seus símbolos são o raio e o machado duplo.

Gwynte – é a energia do ar e dos ventos, é movimento e atmosfera, é invisível e de muita sabedoria, aconselha e guia os necessitados, ensinou os seres a respirar e vive entre a terra e o céu. É a porta religiosa que divide o mundo dos homens e o mundo dos deuses. Seus filhos são o dinamismo, as temperaturas e as energias, os redemoinhos e furacões/tufões. Gwynte junto com Taranaw deu vida a tempestade. Transporta as águas aos céus evaporando-as. Pode ser quente e pode ser frio, transporta os espíritos pra onde precisam ir. Seu símbolo é a espiral e os traços de seta. Todos os dias são seus, e suas cores são o prateado, o branco e tons pasteis e metálicos.

Afon, Môr, Cefnfor, Llyn, Nant – divindades das águas supremas e primordiais. Regem todos os sentimentos e desejos, e junto com Leuad comandam a força das marés, os sonhos e a adivinhação, fornecem fertilidade para os campos, subsídios para a vida, a morte, e o renascimento. Seus filhos são os elementos da água e tudo que os representam. Estão presentes nos seres humanos, uma vez que o corpo do ser humano é constituído em 70% de água. Tem filhos(as) com quase todos os WiauDus.

Os WiauDus são nossos primeiros ancestrais, também cultuados no Lararium juntamente com nossos mortos poderosos e antepassados.



Bem, agora que revelei um dos segredos dos ancestrais na Stregoneria, preciso falar sobre a importância de se cultivar uma boa cabeça, bem como cuidar dela e o que fazer com a adversidade mental.

Podemos dizer que Marwolet é a forma opositora de Caputspher. Marwolet é o que mais se aproxima daquilo que na cultura e religião afro, árabe e fenícia é chamado de Elenini – Idobúh iyehiyehmolôh, as vezes grafado na forma em que se pronuncia.

Todos nós passamos por provações na vida. É primordial que tenhamos responsabilidades pelos nossos atos. Muitas vezes somos atacados ou testados pela forma contraproducente de Marwolet, onde as ordálias acontecem, os desafios se revelam, o opositor se mostra e confunde os pensamentos, a mente e a cabeça, os rumos das coisas se desviam e assim, os caminhos ficam fadados ao fracasso e a um destino ruim, podendo até mesmo ser um caminho destrutivo.

Marwolet quando percebe o descumprimento dos preceitos divinos pode provocar obstáculos, criar dificuldades na realização das tarefas diárias, mensais e anuais, provoca por um período um adereço energético que atrapalha a vida de um ser humano e para se recompor em suas atividades e rumo na vida é preciso consultar o Oráculo do Uno (Tuppu `As Ilî – a Tábua do Destino usada na Stregoneria) para assim realizar os ritos sagrados, além de ser necessariamente urgente a correção das práticas de comportamento e caráter com vigilância constante e honradez.

Feitiços e maldições podem desviar os rumos do destino de alguém? Sim, pode. Para isso os oráculos são consultados, também.

Marwolet é o guardião da câmara interior de Drygthyn, nascido juntamente com Caputspher. Essa câmara é o local onde cada ser escolhe seu destino antes de nascer. Marwolet é a testemunha de nossas aspirações, inspirações, dons, virtudes e vícios diante da Força Criadora Drygthyn.

Quando Drygthyn criou e enviou os deuses para a Terra, também enviou Marwolet para lhe informar todos os comportamentos de todos os seres aqui na Terra.

Marwolet testa nossa determinação e nosso caráter oferecendo impulsos, perdições e várias emboscadas que põe em risco todos os pactos feitos por nós diante de Dynol e Drygthyn. Sabe tudo aquilo que você aprende que não deve fazer? Pois bem, Marwolet é a força que te colocará à prova para saber o quão correto e merecedor de bênçãos você é. Uma das missões de Marwolet é criar dificuldades para testar nosso caráter e assim conflitando diretamente com Caputspher (o portador da cabeça) cuja regência é guiar a pessoa para o seu bom destino.

Ao decidirmos viver sem a influência do ego personalizado, se valendo dos trabalhos de transformação e rituais, escolhendo um bom caráter e os conselhos dados pelos deuses através do Oráculo, aprende-se grandes lições e se recompõe os rumos do destino.

É preciso ser uma Sacerdotisa-strega ou Sacerdote-stregone bem experientes para reconhecer as ações de Marwolet na vida de uma pessoa, pois muitas vezes alguém está sob essa influência e ao invés de ajuda-lo, acabam por piorar tudo.



Uma pessoa sob efeitos de Marwolet pode apresentar sinais e sintomas de rebeldia proeminentes, sua face fica estranha como se estivesse “possuído” e por puro desconhecimento do fato as pessoas que não sabem ajudar, se afastam. Uma pessoa sob influência de Marwolet pode se suicidar ou se auto destruir sozinha, por isso a importância de cuidar de Caputspher, para que tal pessoa não fique cego em suas ações, mente e espírito, uma vez que Marwolet abre campo para que Mania a deusa da morte e da loucura se aposse da mente e se assente frente ao destino. Mania vem junto com seu cortejo e é equivalente as Erínias/Fúrias que só trazem perdas e infortúnios, fracassos e infelicidade além de cobrar pelos atos injustos cometidos.

Porém é preciso ter em mente que essas forças são sempre conjuradas por alguém (seja a própria pessoa que com seu mau comportamento e quebra de preceitos divinos abre espaço para isso, ou seja enviadas por outrem) e são preciso muitos procedimentos ritualísticos e muita força de vontade para se levantar novamente, pois essa força negativa se alimenta e se apossa dos pensamentos da pessoa, da cobiça, do ódio, da individualidade, da gula, da preguiça, das sombras que residem nela, o preconceito, a intolerância, a ganancia, a soberba, as mentiras, o egoísmo, desvirtua o raciocínio, essa força muda os valores primordiais, a pessoa pode cair nas drogas, sofrer perdas, danos, roubos, assaltos, acidentes, álcool, promiscuidade, todas as ações humanas e os excessos que afastam o bom caráter e o bom destino, etc. Todas as energias formam um portal por onde Marwolet e Mania entram para causar muitos obstáculos na vida de uma pessoa, afastando amigos, parentes, trabalho, dinheiro, amor e causa depressão, doenças, surtos de violência e loucura, destruição e até mesmo a morte. Essa energia pode destruir até mesmo um Coven inteiro ou irmandades inteiras.

ilê-ori africano tradicional


Um Caputspher bem cuidado positiva Marwolet, pois os ritos sagrados possuem a prescrição polarizante!

Possa a Senhora Nortia e o Velho Satre abençoar sua vida!

Por Sett Lupino. 

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