Vou
me alongar nesse artigo porque o tema requer convicção e reflexão, para não
deixar dúvidas de que SIM – Existem Bruxos Hereditários no Mundo! Graças aos
deuses!
Na
Itália, por exemplo, muito dos rituais públicos foram transportados para o
ambiente doméstico quando as leis da Igreja-Estado se impôs contra o paganismo.
Você iria para a cadeia se praticasse ritos pagãos em público no início da era
cristã. Mas muitos bruxos iniciados nos mistérios desses rituais outrora
públicos se recusaram a parar de praticar e de acreditar nos deuses, se
recusaram a parar de alimentar as egrégoras de sua iniciação, então o vizinho
não ia mesmo participar dos mistérios domésticos, desde que tudo passou a ser
mantido em segredo.
Reminiscências
dessas tradições sobreviveram dentro de certas famílias e alguns poucos rituais
foram com o tempo sendo adaptados ao novo mundo. Isso formou, na Itália e no
mundo, o que conhecemos por bruxaria hereditária. Essas famílias contribuíram
com o caminho bruxo para que hoje pudéssemos pisar sobre ele. A essa ancestralidade,
todos os meus respeitos e agradecimentos.
No
entanto, o mundo conta hoje com uma religião feita para bruxos, por bruxos. Uma
religião que tem 67 anos apenas e que alguns de seus correligionários negam a
ancestralidade e a contribuição citada acima.
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já existia bruxos antes da criação da religião, bruxos sem religião e com covens |
Tem
surgido um crescente movimento dentre alguns representantes dessa fé, no
sentido de denegrir a imagem da bruxaria tradicional e da bruxaria hereditária.
Existe
bruxaria hereditária orientada por diversos modos. As que são orientadas pelo
pensamento de Nietzsche possuem uma base ou alicerce em satanismo. As que são
orientadas pelo pensamento de Platão são diferentes, pois possuem um fundo
luciferiano. Platão era pagão e está vivo na memória dos cristãos ainda influenciando
até cursos universitários de graduação, como o direito por exemplo. Os que
possuem base em Aristóteles também herdou o legado de Platão, a esses soma-se o
esoterismo de Julius Evola (somente o esoterismo tradicional dele) e formam a
base para quase todas as stregas que trabalham com Diana e Lúcifer, igualmente
luciferianos, porém o pano de fundo é do paganismo com sua raíz bruxa oriundas
de iniciados nos mistérios e segredos da transformação, não de sacerdotisas.
E
ainda se dizem sábios os que negam esse poder gerado por círculos de famílias
que se mantiveram sigilosas por décadas. Essas pessoas nada sábias que negam
esse poder, são como beatas religiosas que carecem de transformação pessoal e
evolução com progresso. Algumas vivem dentro de chácaras que foram construídas
de forma sagrada no início, as quais já foram depredadas em sua sacralidade
original, pela própria limitação da dona atual e suas marionetisas
(sacerdotisas marionetes).
Ah...,
isso sempre vem de alguns religiosos, mas não são todos que agem assim. Dessa
ultima vez o investimento que tenta macular outras bruxas partiu de uma mulher
que vê a si mesma como sacerdotisa wiccana e, tudo o que ela disse em público
no ambiente virtual configurou atos de desrespeito e violência contra a
existência de bruxos hereditários e tradicionais de TODAS as guildas da Arte Bruxa,
desde que a intenção dela foi a de furtar nossa autonomia, expressão livre, e
nomenclatura enquanto personalidade existencial. Os atos dela revelam que ela
quer se fazer dona da nomenclatura e obter para si o direito de apontar o dedo
para dizer quem é e quem não é bruxa(o).
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CAMI - Crafting the Art of Magic - dois volumes sobre o movimento da formação da bruxaria gardneriana como religião |
Fico
pensando se essa mulher tem outra serventia no mundo além de conseguir o Ódio
do Brasil todo. Ela ocupa o lugar de uma rude inquisidora da própria “etnia
espiritual”, e por isso se tornou uma “persona non grata” na sociedade bruxa,
ainda que ela não tenha notado isso.
Vejam
que já existem “criminosos” dentro da religião que se propõe ser para bruxas e,
essas mesmas criminosas beatificadas pela deusa já estão caçando bruxas e
dizendo que as bruxas legítimas, não teria direito de se chamarem bruxas, mas
sim “feiticeiras operacionais”, ofendendo não somente as bruxas que se
reconhecem bruxas, mas ofendendo inclusive as iyamís (bruxas africanas) que
vivem no Brasil.
Não
se pode reduzir uma feiticeira somente para o cabeçalho de bruxa e, da mesma
forma não se pode reduzir uma bruxa somente ao título de feiticeira, pois
bruxaria e feitiçaria não existe uma sem a outra.
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Dorren Valiente era comprometida com a causa da Bruxaria, não da wicca |
Querida,
nós não agradecemos a sua desinstrução, e como não precisamos da sua aprovação
para existirmos, gostaríamos de mandar você de volta ao Mobral espiritual com
toda classe, mas isso não seria gentil de nossa parte, desde que somos bem mais
educados que a senhora e, ainda guardamos um pouco de admiração pelos poucos
serviços que realmente valeram a pena durante o tempo de atuação da sua pessoa
quando vosmicê ainda era bruxa (sábia). Preciso te lembrar que Witch significa
Sábio. Preciso te lembrar que Craft significa Arte e que Witch+Craft significa
Arte dos Sábios, independente se esses sábios fazem feitiços, rituais ou rezam
para os mesmos deuses. Sábios da Arte estudam o que lhes são transmitidos
oralmente (dentro ou fora de uma família de sangue ou família espiritual).
Respeite isso!!!
Não
existe um controle de qualidade na bruxaria que dita regras. Nem pode existir,
já que a bruxaria é um patrimônio da
humanidade, nunca foi patrimônio de nenhuma religião, logo, não seria a sua
religião nem a sua pessoa a se apropriar única e exclusivamente de nossa
nomenclatura! Mas se te convém, dite regras dentro do seu Coven (somente). O
Brasil não enxerga uma papisa da deusa na sua pessoa fora do seu querido coven.
Todos
sabem o respeito que tenho por todas as religiões do mundo e esse respeito
perde o direito de existir quando nossa integralidade é agredida, ofendida e
desrespeitada primeiro. Tenho amigos e irmãos de arte que “adotaram” a religião
criada a 67 anos atrás por Gardner e alguns chegaram a ser iniciados e são
verdadeiros e respeitosos representantes do religare de orientação somente pagã
celto-inglesa. À esses, meu artigo não é para vocês. Todo meu amor e respeito a
Cerrydwen e Cernnunos.
Como
há em todos os lugares e religiões pessoas benéficas e maléficas, não seria
diferente com a criação de Gardner. Infelizmente, algumas pessoas que tem se
projetado como de má índole têm investido com “dolo” contra a liberdade de
expressão espiritual dentre bruxos, desrespeitando inclusive o fato de que a
Bruxaria é um patrimônio da humanidade, e contra fatos não há argumentos.
Essas
“violências” tem como escopo um único objetivo: Se apropriar da nomenclatura “bruxa”,
“bruxo”, ou “bruxaria”, para controlar o resto do mundo. Isso vai na contra mão
da lei wicca (faça o que desejar sem mal nenhum causar), pois já causaram o mal
e por mais que essas pessoas foram iniciadas em wicca, já perderam o direito de
serem wiccanas há tempos, haja vista que não agem como um wiccano.
Essas
pessoas confundem bruxaria com religião. Bruxaria nunca foi religião!!! A sua
religião é uma das várias expressões de bruxaria. A Arte Bruxa é Fluída e ela
vive sem você. Por tanto não é você quem dita as regras em Bruxaria. Limite-se
à sua religião e ao seu coven.
Religião
não define quem se é. Aliás, quem se define se limita. Mas se a senhora é bruxa
e nós somos feiticeiros operacionais, eu deveria sentir vergonha de me
intitular bruxo, porque se ser bruxo é ser como a senhora, não vejo o por que
continuar estreito em mentalidade como a ti. Contudo, informamos que nós somos
os bruxos (sábios) do Craft, antes mesmo de existir a sua religião, goste ou
não!
Antes
mesmo de saber da existência de uma religião PARA bruxos, nós já éramos bruxos.
Vou explicar como se a senhora tivesse 2 anos de idade para não restar dúvidas.
Primeiramente você se sente bruxa, você se reconhece como bruxa e por isso quer
estar junto de seus pares. A religião para bruxas foi a facilitadora de muitas
reuniões entre bruxos, mas não havia ali nessas reuniões somente adeptos de sua
fé, e sim bruxos e bruxas.
Deveras,
há e sempre houve bruxos sem religião, pois A MAIORIA DOS BRUXOS DO MUNDO INTEIRO ENTENDE QUE NUNCA ESTIVEMOS
DESCONECTADOS DE NOSSA FONTE ESPIRITUAL, por tanto, não precisamos do
“religare” de nenhum tipo, desde que não é a religião que nos dá acesso aos
mistérios iniciáticos e sim, os ensinamentos iniciáticos é que dão acesso aos
mistérios. Ensinamentos esses que a sua religião se apropriou sem ser dona. E
para ser mais exato, sua religião se apropriou somente de UM dos ensinamentos
iniciáticos, não de todos.
Mas
confesso que se auto afirmar como wiccano gera bem menos preconceito na
sociedade do que se afirmar como bruxo. Lá fora, é mais bonitinho dizer “oi sou
wiccano”, soa menos “pesado” aos ouvidos de um chefe de uma empresa e poupa o
funcionário de uma injusta e preconceituosa demissão, principalmente se o
patrão for evangélico. O nome da religião ajuda de certa forma romper
preconceitos, e o mesmo deveria fazer os iniciados nela, ao invés de atentar
contra a vida e a forma de expressão libertária do sentimento bruxo.
O
ato dessa beata ofende não só a nós bruxos hereditários, mas ofende
principalmente a MEMÓRIA do
Museu de Bruxaria de Boscastle, Salém, entre outros, ofende a memória de George
Pickingill, ofende a memória da avó do Alex Sanders, ofende a memória da
família de bruxas hereditárias da Eleonor Bone, ofende a memória da linhagem de
bruxaria hereditária de Dorothy Clutterbuckque, a qual iniciou o próprio
Gardner (antes dele inventar a wicca que conhecemos), ofende as terras de Benevento, ofende a memória do Raven
Grimassi que já estava na arte bruxa antes da senhora abandonar a umbanda.
É
preciso deixar claro aqui, que Gardner acreditou ter sido iniciado numa
tradição de bruxaria religiosa, mas não era religião. Tanto é verdade que ele
em pessoa teve de inventar a religião, pois antes não existia porque a wica não
era religião. A Wica só virou religião Wicca com o Gardner.
A
senhora ofende a memória de todos os bruxos hereditários, os quais já existiam
no mundo antes do Gerald B. Gardner nascer, os quais prepararam o caminho para
que a bruxaria se tornasse o que se tornou. Sem os bruxos hereditários, não
haveria nem a Wicca. Será que vosmicê é realmente digna da iniciação que
recebeu nessa religião? Ou será que a religião em vossas mãos irá se degradar?
No mínimo, limite-se a não falar de bruxaria hereditária, pois é um assunto que
a senhora não domina porque não nasceu em uma e pelo visto, nem ensinando a
senhora aprende.
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Por que eu sou um bruxo? - entrevista com Alex Sanders (bruxo tradicional e depois wicca) |
É
bem verdade que as “Trad Fam” (tradições familiares) eram desorganizadas e com
meia dúzia de materiais somente, igual a wica que Gardner conheceu. Isso foi,
inclusive, a causa e o motivo de ter levado o velho Gardner a organizar os
materiais iniciáticos e dar uma nova cara, a cara de uma religião PARA bruxos.
Leia-se nas entre linhas a real intenção do velho, ou seja, a de preservar uma
das artes bruxas que ele conheceu, eu disse UMA, já que ele mesmo reconheceu
que haviam outras.
Tão
estranhamente foi a repercussão dos atos dele na época, que gerou animosidades
entre os clãs de Roy Bowers e os seguidores de Gardner na época, já que a Arte
Bruxa é fluída e não existe unicamente um só modo de se praticar bruxaria. É
muita arrogância e prepotência da sua parte querer impor um limite para uma
arte sem nome, a qual não pode ter um nome só ou uma só forma de expressão,
desde que a Witch Mother também possui mais de 10 mil nomes e Elphame já
existia antes de Summerland.
Apesar
disso, queremos ter a certeza de que a senhora sabe o que está atraindo para si
e que não seja, para o seu bem, alguém como aquele fã do John Lennon, pois nos
preocupamos e queremos ver o bem estar de todas as Bruxas e Bruxos, uma vez que
o nosso propósito está vinculado ao próprio desígnio da bruxaria e a nossa
segurança vital. Mas pare para perceber o que vocês estão atraindo para si
mesmos.
Não
achamos justo quando uma de nós aponta o dedo para outro, principalmente para
bruxos de um Brasil que ama o boitatá e descontemplou o seu alfarrábio.
E
antes que aleguem que estamos desrespeitando, faço lembrar que a verdade dos
fatos revela quem primeiro deu causa a nossa defesa. A mesma liberdade de
expressão usada pela sua pessoa para nos opor, é a mesma liberdade de expressão
usada por nós para nos defender de suas alegações. Aqui somos uma voz
representando muitas outras, pois antes de conhecermos a sua reconsagração do
ventre e do phallus, já éramos bruxos HEREDITARIOS, já existíamos e vamos
continuar existindo, desde que o mesmo direito que damos a ti para usar a
nomenclatura como bruxos, nós já tínhamos e sempre teremos, haja vista que não
é uma religião que faz um bruxo. E como todos podem ver, não é religião que
fornece qualidade, pois se assim fosse, estaríamos honrados com suas falácias,
o que não é o caso. A sua religião já causou muito mal desde que nasceu, porque
é limitada e não contém nem um terço de bruxaria de verdade nela.
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Doreen Valiente reconhecendo o Voodoo como uma das várias formas de bruxaria |
A mesma mama Brigida do Vodu, é a mesma deusa celta Brigit.
A Deusa não
mora numa religião e você não é proprietária da Deusa, nem do diabo. Limite-se como
proprietária somente daquilo que seu dinheiro pode comprar.
A
religião faz uma fé, mas a Arte Bruxa faz um bruxo, nós carregamos a bruxaria
na alma em todas as reencarnações e sempre seremos bruxos, feiticeiros e magos
seja por qual vida nossa alma passar. Minha mãe é uma bruxa hereditária, meu
filho é um bruxo hereditário, e ninguém, nem a senhora vai ditar regras caricatas
de proibição da nomenclatura.
Aqui
eu me somo a todos os demais bruxos e bruxas hereditárias e Tradicionais do
mundo todo para denunciar o crime preconceituoso e descabido contra nós todos.
Essa perseguição contra nossa nomenclatura e posição na arte bruxa, tem que
acabar, pois somos mais bruxos no mundo do que pode haver numa religião, até
porque, o status da religião não ajuda muito devido aos muitos desagrados que
já ocorreu em nosso país envolvendo a religião.
(somos mais bruxos do
que uma religião. Percebe que somos nós bruxos que fazemos a religião? E da
mesma forma podemos acabar com ela, mas deixamos essa função pra vocês mesmos,
já que fazem isso tão bem).
Vejam,
uma bruxa é alguém que anda na mão dos fluxos sazonais, os quais orientam a
forma de trabalho e só conseguem resultados através desse fluxo. Os feiticeiros
também fazem isso, porém, feiticeiros PODEM andar no contra fluxo sazonal e
obter ótimos resultados nos trabalhos mágicos. Então por mais que vocês tentem
denegrir os feiticeiros tentando retirar o título de bruxos, são os feiticeiros
quem detém o poder de transformação. Muitos feiticeiros são igualmente
bruxos/sábios.
O
papel do mago é desempenhado por ambos, bruxos e feiticeiros, quando estudam a
magia (alta, baixa, cerimonial, Elemental, natural, etc.), inclusive estudam a magia
praticada nos mais diversos países graças aos bons livros de historiadores,
ocultistas e, arqueólogos, as quais movimentam forças e inteligências naturais
invisíveis ou não, todas energias manipuladas entre vivos e mortos. Há quem
diga que magos são os que operam magia através de uma mesa radionica. Há os que
dizem que mago é somente o 2º grau do sacerdócio de sua religião, mas antes de
mais nada, magus é quem manipula energia de qualquer natureza.
Bruxaria
vem de Witch + Craft = arte sábia, isso soma um estudo, uma pratica, e um
ofício. Todo sábio que sabe o conteúdo do Craft é um bruxo(a). Alguns tem poder
espiritual e mediúnico, tal como são as benzedeiras, mesmo que elas não se
intitulem bruxas, elas são uma das várias ‘espécies’ (para não falar tipos) de
bruxas.
Na
era cristã quem deu o titulo de bruxas para nós todos foi a igreja. Contudo,
nós sabemos que o termo ‘bruxa’ já era usado antes de Medeia, e olha que nem
havia wicca naquela época. Qualquer pessoa que se devociona e tira/recebe poder
de um Deus (ou deusa), ou até do diabo, é um bruxo. Igualmente, qualquer pessoa
que tenha um dom na alma, um dom de manipular energias e conjurar espíritos que
os obedecem ou interagem, é um bruxo. Qualquer pessoa que tenha poder pra exorcizar,
limpar o mal e/ou fazer o mal, abençoar ou amaldiçoar, é um bruxo, tenha ele
religião ou não.
Se
você dobra seus joelhos e reza aos pés de um carvalho e ele te dá poder de
alguma forma, você é um bruxo também. Bruxos(as) são receptáculos de poderes,
dons ou seja lá o nome que queiram dar a isso. Temos o poder pessoal, os
centros de poder do corpo, e somos “conduítes” de energia canalizada e catalisada,
podendo ou não mover tais energias a bel prazer.
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bruxas Bascas de linhagem hereditária |
Então
temos no mundo bruxas de orientação jaínas hindu, basca, bruxas de orientação wiccana
inglesa, bruxas de orientação religiosa ou não, bruxas de orientação feminista
ou não, e todas são bruxas, bem como temos stregas de todas as vertentes.
Perceba o amplo espectro de liberdade que estamos dando as bruxas, para que
ninguém no mundo possa reduzir o poder de uma bruxa nem mesmo no direito do uso
da nomenclatura. Só mesmo um comedor de arroz e feijão com pensamentos
mesquinhos teria a coragem de se opor a isso. A própria bruxa de Endor era uma
refugiada babilônica que adotou sua casa num bairro de Israel e abraçou alguns
dos costumes judaicos para sobreviver àqueles tempos, e ela não tinha religião.
Cada bruxa sabe de onde ela tira poder pra usar.
O
gozado é que quando a água bate na bunda, é no candomblé que essas bruxinhas
vem pedir arrego. Sei disso porque já fiz laboratório em diversas religiões.
Mas, as bruxas de verdade não precisam nem do candomblé nem de religião alguma.
Sua pessoa deve estar se perguntando: Por que não precisam de religião? Esse é o
segredo do qual a sua pessoa se distanciou e por isso não sabe o porquê.
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entrevista de Robert Chrocane dada a revista Pentagram |
Heródias
também era uma bruxa no tempo de Ioshua e, não era wiccana. O mesmo aconteceu
com a amante de Ulisses, a bruxa Circe que só podia ser derrotada pelo alium
nigrum.
Ao
que nos consta, Morgana Le Fey, sendo mito ou não, é uma personagem que não
tinha religião, mas sim, tradição espiritual.
A
menos que a senhora queira ir tão longe com sua prepotência a fim de querer
acabar com os mitos, não acho que a sua sabedoria iria aprovar os seus próprios
atos se estivesse na pele de outra bruxa que não uma wiccana.
Famílias
inteiras de bruxas hereditárias existem em várias partes do mundo a serviço das
vidas e sua comunidade tal como instruções de saúde tanto na África, quanto
regiões distantes da Escócia, Irlanda e País de Gales, províncias insulares
como Bali, país Basco e, Itália, Brasil entre outros.
Outro
fato não menos importante a ser reconhecido e respeitado é o fato da herança
(igual na genética, igual no espírito). Herdamos doenças na coluna, olhos,
ossos, sangue etc, herdamos qualidades e virtudes, mas também vícios. E porque
não herdar dons do espírito? E por que não herdar dons de nossos ancestrais?
Você pode não concordar com isso, mas deve deixar o nosso direito existir e
você deve respeitar isso pela própria formação que tem. Não mexa nos nossos
credos. Todo mundo tem o direito de acreditar no sangue que possui, o sangue
bruxo, seja dado por Lilith, ou pelo Saci, todos tem esse direito e a sua
pessoa infringiu publicamente a lei constitucional de fé.
Mas
por que tanta bruxa tem medo de confiar na sua herança mágico-espiritual? É
porque existem pessoas que, como você, não tem poder de conhecimento de causa
nem experiência e mesmo assim julgaram essas bruxas como não-bruxas. Quem é
você para tirar de alguém uma coisa que não te pertence? O direito é nosso! A
nomenclatura bruxa é nossa, é patrimônio da humanidade, pois se não fosse, o
museu de bruxaria seria chamado museu da wicca, ao invés de museu da bruxaria.
A
wicca é uma religião que CONTÉM bruxaria, só isso. Ela não é A Bruxaria toda.
Acorda pra vida meu bem.
Percebe
que a wicca é uma mera parte do que existe como bruxaria? A wicca é uma
religião que não tem nem um terço de bruxaria total nela. A wicca tem somente a
condição que o Gardner quis colocar na religião, porque na época dele não havia
internet e ele não podia se comunicar com todo tipo de bruxos que existe no
mundo e ele se limitava aos jornais como o ‘Pentagram’ e alguns outros poucos.
Quais
foram os livros sobre bruxaria e de bruxaria que deram acesso às leituras do
Gardner em sua época? Todo o esoterismo e magia que ele teve acesso, hoje todos
têm acesso livre igualmente, inclusive já tem publico bruxo suficiente para
fazer o mesmo reconstrucionismo que o Gardner fez com a feitiçaria que ele
conheceu, desde iniciações entre linhagens de bruxas até a simples pergunta de
quem iniciou o primeiro bruxo que existiu no mundo. O ovo ou a galinha? A
vassoura ou a varinha?
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um relato sobre a arte hereditária de Valiente e Chrocane - revista Pentagram/1964 |
Você
tem útero, ótimo, mas seu útero sem o sêmen fálico serve de que naturalmente? Ninguém nasce naturalmente de um tubo de
ensaio! Não me venha com lendas, justificar um poder que você não tem. Então,
para não ser humilhada, não humilhe. O homem não é menos importante que a
mulher, ambos são complementos, e feminismo não é bruxaria, é uma luta pelo
poder da igualdade entre polaridades e tem fundo político.
Somos
muito julgados por outros membros da arte bruxa wiccana, de forma gratuita e
desproporcional. Somos muito julgados por membros da comunidade mágica que
nossas mães, avós, pais e ancestrais ajudaram a pavimentar o caminho para.
Quando
vocês wiccanos enchem a boca para falar dos ancestrais e rezar para eles, vocês
não estão falando e rezando pra wiccanos, e sim para ancestrais bruxos. Elphame
sabe disso e nós também.
Então,
o que de fato faz uma bruxa hereditária ser uma bruxa? Certamente não é o
paganismo, não é o cristianismo e não são os wiccanos. Bruxas podem ser
druidas, macumbeiras, wiccanas, Shamãs ou simplesmente bruxas. Essa última é
somente bruxa. É bruxa, vive como uma bruxa, se esconde e se mostra como uma
bruxa, tem liberdade de bruxa, faz rituais, feitiços, magias, rezas, curas e
maldições como uma bruxa e, também abençoa como uma bruxa.
Os
que já leram A Cidade antiga – de Fustel de Colanges sabem bem que sempre
existiram bruxas e que principalmente a Arte Bruxa original era hereditária, e
os bruxos tradicionais foram bruxas (desgarradas) e iniciadas por um
hereditário de alguma família e, por tanto, essa bruxa tradicional não podia se
dizer hereditária, porque não nasceu numa família bruxa, mas espiritualmente e
esotericamente foi iniciada por uma e a isso se deu a terminologia de bruxa (a
que é tradicional) a qual detém o direito de iniciar outros, uma vez que,
dentro dos clãs familiares os ritos de iniciação feito por uma mãe ao seu filho
não precisa necessariamente ter o rito formal idêntico para tal.
A
tradição dos grandes ocultistas e grandes esotéricos da antiguidade também
fabricaram bruxos e, esses são tradicionais porque os estudos foram sobre tradicionalidade
e ocultismo tradicional, magia tradicional etc. E aqui entre nós, eles foram os
caras!! Não há ninguém mais renomado no mundo sobre magia tradicional e todo
seu ocultismo/esoterismo do que René Guenón. Não há nada mais tradicional do
que a Tábua de esmeralda para guiar um caminho espiritual. Todo mundo já leu os
livros deles e aprenderam muito com eles. Livros são apoios mágicos de qualquer
bruxa, não é à toa que escritores brotam aos montes. Sempre tem uma linha de
apoio dentro de uma página.
Ritos
formais de iniciação com transmissão de poder só tem necessidade de existir
quando se vai iniciar alguém de fora da família hereditária, desde que, bruxos
hereditários dão muito valor ao poder do sangue.
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bruxaria hereditária em 1964 - The Pentagram |
Mimeticamente
se copia a intenção mágico-espiritual para que a iniciação tenha validade fora
da família. A neófita (que já se reconhece [espiritualmente falando] como
bruxa) procura uma iniciação para se orientar em seu caminho e comungar com os
nossos ancestrais que estão em Elphame. Nunca é o contrário do tipo que se
busca uma iniciação para se tornar uma bruxa. Dessa forma, a pessoa de fora da
família de sangue hereditário, passa ser uma bruxa tradicional tendo como sua
mãe espiritual a sua iniciadora, e tendo como suas filhas espirituais as suas
iniciadas. Isso forma mimeticamente uma família espiritual de bruxas, uma cópia
da família hereditária de bruxas, as quais são reconhecidas, pelos ritos, como
iguais.
A
iniciação em bruxaria só tem razão de existir fora de uma família biológica de
bruxas hereditárias, para tornar tradicionais as bruxas naturais que precisam
de orientação dos ancestrais para seu caminho. Por tanto, ser bruxa é um dom
(gift) divino que se traz na alma e no espírito, pois mesmo antes de uma
iniciação você já sabe que tem certos poderes em ti e que não sabe controlar,
já que precisa de treinamento em alguma vertente da arte, a fim de conduzir seu
destino e não se auto-destruir com o próprio “gift” divino por não saber lidar
com isso. Toda bruxa precisa do egresso e do regresso, e assim da comunhão com
os ancestrais, e os iguais se atraem, se reconhecem, se amam novamente. Quem
junta os “iguais” são o povo de Elphame, pelo próprio vínculo espiritual que
nunca se rompe. Quem nega a entrada de um bruxo em uma religião ou irmandade
são pessoas, quem traz bruxos(as) até essas pessoas são os deuses. Cada um paga
por si o “karma” que gera, ao aceitar e ao recusar. Não somos nós quem
decidimos quem se junta e quem não se junta. Respeitemos o poder da reencarnação.
Sejamos humildes pra dar exemplos.
Uma
iniciação tem que servir primeiro para o seu caminho. Tem que transformar você
numa pessoa melhor, para que você crie outras pessoas melhores no mundo,
pessoas que podem curar e transformar o mundo ao invés de destruir a imagem da
bruxaria. A bruxaria é uma herança espiritual de todos nós que se reconhece
como bruxos, independente se usamos o frame da Clavícula samolonis ou não.
Independente se lançamos o círculo da forma que fazia a Golden Down, a qual
copiou os serviços da Clavícula igualmente da forma que Gardner fez.
Circulo,
exorcismo do sal e da água, conjurações e invocações, triângulos mágicos,
guardiães dos quadrantes e geração de poder são todas formas e formatos ditados
pela Clavícula de Salomão e outros grimórios antigos que foram legados aos
bruxos pelos fodões ocultistas da idade média ou anterior a ela. Se minha
bisavó ou a sua copiou algum desses serviços, ela não fez mais do que a
obrigação.
Hoje
em dia tem muito conhecimento gravado em livros e na internet, conhecimento que
se aproveitam porque tudo já foi publicado, basta reunir as informações.
Qualquer bruxa pode montar seus próprios grimórios e legar ele ao seu filho e
sua geração posterior. O mesmo acontecia antes de surgir a internet. Cada clã
reunia seus próprios materiais e criavam também, porque bruxas criam, é o que
uma bruxa faz.
Quando
você ver uma bruxinha criar (na internet), ao invés de criticar ela
negativamente, acolha ela, ensine-a, dê-lhe meios para criar mais sabiamente
para melhorar ela ao invés de chamá-la de “Pink”.
A BRUXARIA É PARA UM
ARQUITETO, O QUE A FEITIÇARIA É PARA O MESTRE DE OBRAS!
O
arquiteto sabe criar e fornece ideologia, o mestre de obras constrói para
criar. A bruxaria é sabedoria/conhecimento/estudos de certa tradição guardiã; a
feitiçaria é a manipulação e transformação dessa sabedoria/conhecimento/estudos
(para coisas, situações e pessoas), e uma não pode existir sem a outra, sob o
risco de ficar manca.
E as duas juntas formam a magia transmitida no sangue
bruxo, herança da humanidade.
Não
existe planeta terra sem bruxas e bruxos, mas a wicca tem só 67 anos de idade e
tem servido para algumas bruxas como religião para orientar o caminho. Entendam
que bruxos wiccanos são bruxos que adotaram uma religião (iniciatica) para si,
mas existem outros bruxos que não querem adotar uma religião para si. Não
querem orientar seu caminho pelo esoterismo oferecido pela wicca, porque não
tem somente a wicca para oferecer escola iniciática e mistérica para orientar o
caminho das bruxas.
Se
não houver respeito entre Wiccanos E BRUXOS (de todos os tipos) a tendência da
wicca é virar a mola propulsora para um grande câncer na humanidade, com causa
dada por alguns de seus representantes que atuam como ditadores.
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Carga da Deusa original de Doreen Valiente |
Quando
Doreen Valiente criou a Carga da Deusa, no texto original ela deixa bem claro a palavra “sorcerers”, ela não escreveu “witches” e todo wiccano
tradicional sabe disso. Sorcerers se traduz por feiticeiras. Então é
desproporcional dizer que as bruxas que não tem religião são feiticeiras ao
invés de bruxas.
Você
vai negar o poder que os filhos dos Sanders carregam no Sangue?
Você
vai negar o poder que os filhos do casal Cochrane carregam no sangue?
Você
vai negar o poder hereditário que gerou Eleonor Bone antes dela se tornar
wiccana?
Você
vai negar o poder que todo filho de uma bruxa que sempre se reconheceu bruxa
carrega em seu sangue?
Você
vai negar o sangue de uma bruxa necromante? (uma bruxa que se orienta pela necromancia).
Você
vai negar o poder que toda Strega passou através do sangue para sua
descendência?
Que
raio de bruxa é você se negar o poder do sangue?
Você
vai negar o sangue de um bruxo que não se orienta pelo feminismo, mas tem o
direito de ter voz na bruxaria igualmente porque sabe o que está falando? Um
magister, um mago, um Bruxo.
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Altar da religião - descrito por Gardner com a letra dele |
Na
wicca o mago é quem tem o segundo grau. Mas fora da wicca existem outros
mistérios que fazem um mago se tornar um magus.
Digam
NÃO à incoerência! Digam NÃO à esse furto e apropriação da nomenclatura bruxa.
A bruxaria é para todos, mas nem todos no mundo são bruxos, porque não existem
só bruxos no mundo. A Wicca não é para todos, é só para quem tem afinidade com
quem pode transmitir a linhagem de uma religião feita PARA alguns bruxos que
gostam e precisam do Religare. E quanto a isso, tudo bem para nós! Não temos
nada contra.
Não
deem ibope para quem quer fazer parecer que a Wicca é mais importante que a
própria bruxaria e que tem mais a oferecer do que a própria bruxaria. A Wicca é
uma religião que CONTEM bruxaria, mas não o todo de uma Arte Bruxa que possui
mais de 10 mil nomes em países diferentes, com costumes diferentes, esoterismos
diferentes (eu não disse exosterismo), deuses diferentes, “diabos e deuses”
diferentes, templos diferentes, liturgias diferentes, mistérios próprios que
não se igualam, mas levam a Elphame da mesma forma.
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afirmar que a arte bruxa era uma antiga religião resgatada era a forma mais fácil de fazer a bruxaria ser aceita na sociedade dos anos 60 - arquivo The Waxing Moon |
Hekau
para todos os bruxos(as)!