Eve Tempted by the Serpent, by William Blake |
A
etnia espiritual é situada na divisão entre quem acende e quem não acende sua
luz/consciência.
Nossa
mente é quem faz as cobranças que causa aquilo que adoece, não Deus! Não o
Diabo! Mas seres humanos precisam de nomes para ter domínio (ou justificativa)
sobre aquilo que desconhece e tacar a “culpa” em alguém, então o “culpado”
seria Deus – que criou tudo.
Percebem
como ao se trabalhar com a teoria da culpa só nos leva aos divãs dos psicoterapeutas/psicólogos/psiquiatras?
– (na falsa tentativa de encontrar
Lucidez ou controle, uma vez que, só um bruxo faz outro bruxo, enquanto que um
terapeuta faz um paciente).
Com
esse artigo queremos incentivar nossos leitores abrirem a mente, expandir a consciência,
progredir no caminho evolutivo, para que não haja punições posteriores vestidas
de cobranças egoicas. Sabemos que não devemos julgar alguém. Julgamento é
aquilo que traz sentença/autopenação/punição. Sabemos que não se pode estimar
alguém pelo que a pessoa passou e sim pelo conhecimento que ela adquiriu ao ter
passado pelo que passou, é pra isso que as ordálias nascem, pra te desafiar e
te fazer crescer. Sabemos que as pessoas se desentendem somente para depois se
reconciliarem, mas isso só ocorre quando depositamos no labirinto aquilo que nos
fez desentender, em troca da Lucidez.
A
mente é um labirinto, o qual sempre revela um canto ainda não explorado, um
canto que causa medo (FOBOS) ou nos força permanecer no ponto de conforto que
por sua vez são os cantos já explorados e seguros por serem já conhecidos. Isso
fica evidente durante o segundo trabalho de Lupercus com a administração do
Touro, cuja ausência de habilidade na percepção do amuleto de Dédalo pode nos levar
a perdição dentro do “Lapi Ro Hunt” (LABIRINTO), local conhecido como recinto
para as danças cerimoniais de Ariadne, é um local conhecido como perdição e
salvação! É nesse recinto que a troca acontece.
Fobos
leva ao erro, que leva ao descuido, que leva a paixão, que leva ao deslumbre,
que leva a brincadeira e termina na vontade e essa última criança é o que nos
resta compreendido como sendo o tal famoso “livre-arbítrio”. Nesse labirinto
encontra-se nosso verdadeiro adversário. Para quem tem o mínimo de conhecimento
sobre a sombra, os irmãos Fobos e Lupercus, ambos filhos de Marte, se encontram
aqui para o segredo da grande comunicação do domínio/troca/sacrifício das 7
crianças e assim dar sequencia ao próximo labor.
Esperamos que a maior parte de nossos leitores sejam adultos o
suficiente para perceber que Lúcifer, o Portador da Luz, ou Lord Lumiel, como é
conhecido na tradição esotérica, não é o Satanás Cristão, embora seus mitos se
sobreponham e tenham sido confundidos através das eras. O mito da expulsão de
Lúcifer do Céu dada à recusa em se curvar para criação de Yahweh, foi
distorcido pelas primeiras Igrejas. Eles costumavam criar um truque satânico
para assustar o povo rural que ainda adorava os Deuses Antigos para
convertê-los e controlar seus próprios seguidores através do medo.
Em uma versão da sabedoria Cabalística,
Lúcifer é ligado à humanidade desde que ambos experimentaram uma queda; ele, do
Céu e nós, do Paraíso. Lúcifer foi retratado de
acordo com sua mitologia, não como o Diabo, mas sendo conhecido
como o adversário ou desditas do
gênero humano. Ele nos relembra da razão de estarmos aqui e assim atua como uma
medida psíquica de redução do ego para os cabalistas. Bem, cada escola
tem sua medida e método de redução do ego.
Essa
estória de que Lúcifer haveria caído para a Terra para 'atormentar seu povo' e de
que ele teria 'travado uma guerra constante conosco' inocentemente compra a
propaganda da Igreja, confundindo o Portador da Luz com o Satanás Cristão. Isto
é ligeiramente reclamado através de sua referência a uma versão do mito
Cabalístico que liga Lord Lumiel à expulsão de Adão e Eva do Jardim do Éden.
Esta relação é fortalecida pelo fato de que a serpente no mito edênico era Lord
Lumiel disfarçado. Seu objetivo era o de iluminar os primeiros humanos para a
verdadeira natureza do universo, que deliberadamente estava sendo bloqueada
deles por Yahweh. Como Lord Lumiel busca a redenção e restauração de seu
legítimo lugar na ordem cósmica, da mesma forma os humanos que despertaram do
sono do materialismo em busca da evolução espiritual para escapar do ciclo da
morte e renascimento e alcançar a união com o Godhead (literalmente, Cabeça de
Deus) – a meta última do caminho mágico.
Felizmente, para resolver esse conflito entre filho e pai (Lúcifer
e Yahweh) dentro de nós, temos um ritual bastante terapêutico o qual Cornelius
Agrippa deu as chaves quando afirmou “O semelhante está em outras coisas, as
quais afetam a mente com um forte desejo!”. Ele falava aqui do desejo criativo
da mente (Nous) do homem. A faculdade que torna possível o vínculo do celestial
ao infernal, mas para que isso possa ser efetuado precisamos trabalhar na
corrente da analogia e simpatia, em ressonância com a Terra e o que pode
despertar os Mortos Poderosos da própria Terra.
Contudo, antes de se alcançar isso, deve-se conseguir primeiro nos
relacionar bem com nosso sangue ancestral, e aqui mora mais um segredo, o que
os sábios gregos e goes chamavam de Katharmoi, ou purificações.
Antigamente essas purificações eram feitas com orações e água. Mas
hoje isso se soma, inclusive, ao fato da deficiência ou estado disfuncional de
co-dependencia social que leva ao bode expiatório tão bem conhecida na
linguagem da psicologia e psicanálise Lacaniana, mas também conhecida da
linguagem vulgar.
O homem moderno tende a julgar facilmente e se recusa tomar
responsabilidade por suas ações. Frequentemente se ouve dizer que fizeram o que
foi feito por causa de outra pessoa. Quantas vezes não é culpa da própria relutância
em se resolver as complicações relacionadas a um pai abusivo ou uma mãe insana?
Ao invés de entender como esses fatores potencialmente maléficos contribuíram às
ordálias que lhes capacitaram a alcançar seu
potencial, o homem vulgar vê a ordália como obstáculo.
A seguir você resolverá o conflito não só entre filho e pai
(Lúcifer e Yahweh), mas também entre todos os seus adversários interiores, o
que ocasionará o reflexo disso do lado de fora, inclusive.
Então faça uma lista dos seus ancestrais e um poema que celebre
cada um deles, traçando o máximo de gerações que conseguir. Sim, os pais
abusivos merecem um poema, bem como todos os seus eleitos inimigos, todos por
igual. Você pode simplesmnete recitar o Ho’oponopono se acaso não conseguir
fazer a lista da maneira bruxa, porque dá no mesmo, ou você pode ir participar
de uma sessão de espelhamento ou como é conhecido na psicanálise, uma sessão de
Constelação Familiar. Eu particularmente ainda prefiro os métodos bruxos.
Mesmo uma mãe má teve um útero que o trouxe a vida! Comece com o
útero divino que tornou possível a sua vida. Perdoe, elogie, veja algo de bom
naquilo que você só julgou maléfico até agora. Pare de julgar. Agradeça. Cante.
Dê louvores. Faça poemas, hinos e encantamentos. Enfeitice-se com a energia clara
e cristalina do alívio e da lucidez, funda-se com o todo e torne-se UM com o
todo. Perdoe a sua própria ignorância e a deles, Una-se a fundição na forja de
Cain ou na forja dos Metais de Vulcano e faça a alquimia acontecer.
Os desentendimentos são parte da grande dança de Ariadne e tem seu
papel fundamental na grande obra, pois sem isso não haveria reconhecimento e
empoderamento nem gratificações e nem milagres. A resposta de um feitiço se
encontra nisso. Essa é a primeira magia a ser feita.
Não tome algo externo como verdade. A verdade é passageira,
fragmentada, individual e limitada, não se apegue a verdade. A grande e verdadeira
verdade reside na fusão de todas as verdades que cabe dentro de todos os seres
vivos animados e inanimados existentes em todo o Universo. Nós aqui na Terra
podemos trabalhar a princípio com 3 verdades, a minha, a sua, e a verdadeira
verdade!
Tomemos como exemplo extremo, uma mãe e pai que abusam de seus
filhos sexualmente ou com violência. Como um elogio pode ser composto em tais
condições extremas?
Exemplo:
“Oh, Útero divino/Caverna sem defeitos de Deus/ Escondido dentro
da carne da decadência/ tu foste um abrigo para meu habitar/ Por teu útero eu
te saúdo xxxx e eu louvo os poderes divinos que fizeram teu útero a minha
primeira casa.”
Quando somos iniciados somos gerados de alguém. O sentido é o
mesmo! Entendedores entenderão! Sábios saberão! Aqui, nisso, inclusive, regras
de juramentos criadas pelo homem são restauradas sob os auspícios de Lúcifer!
Resolvam-se, curem-se! Ambos os lados!
Eu não vou me estender sobre a questão do Katharmoi, vou deixar
isso para outro artigo.
Assumam que todas as pessoas nascem boas e abençoadas em condições
viciosas da matéria.
O que quer que venha depois pode trazer o alinhamento para dentro ou
para fora da condição do despertar luminoso da condição humana pré-destinada.
Você não é seus pais. A maldade não reside em você, é por isso que você perdoa,
aprende, ilumina e soma, não subtrai.
É ensinado na tradição Luciferiana de Stregoneria de que assim como a
humanidade evolui (lenta e dolorosamente), da mesma forma Lord Lumiel passa por
fases de redenção. Para ajudar neste processo, ele e seus leais anjos guiam e
ensinam humanos selecionados que são simpatizantes da sua mensagem. O Portador
da Luz também toma periodicamente formas humanas e encarna na Terra como um
avatar, para acelerar a evolução da raça humana. Isto está simbolicamente
refletido no antigo mito do “rei divino”, tão amado pelos modernos pagãos, como na tradição da Strega!
Os leigos se referem ao papel de Lúcifer como um adversário do gênero humano.
Novamente, isto é um conceito aberto à incompreensão feita por aqueles que
possuem nem tão discretas intenções de enegrecer o nome do arcanjo rebelde. A
definição da palavra no dicionário é 'oponente, antagonista, inimigo' e é
ligada ao significado adverso de 'expressando oposição ou antítese'. Lord
Lumiel não é o inimigo dos humanos, mas naquele contexto específico ele é o
adversário de Yahweh. Pela recusa de curvar-se ao ser humano mortal porque ele
(Lumiel) era angelical e um 'Filho de Deus', ele se opôs ao desejo de um deus
tirânico do Velho Testamento, e deste modo, se tornou um inimigo da ordem
cósmica. Na tradição da Strega, Lord Lumiel, como o adversário ou oponente, é visto de um modo
totalmente diferente. Ele desafia os preconceitos, a ignorância e falsas
crenças dos homens e mulheres, para que assim eles possam literalmente, ver a
luz. Portanto o Portador da Luz guia os indivíduos ao caminho da gnose sem a
intervenção de um sacerdócio. No culto de bruxaria medieval isto era
simbolicamente representado pela tocha incandescente entre os chifres do Bode
do Sabá.
De igual forma, você não pode deixar de chamar sua mãe, de mãe,
você não pode deixar de chamar seu iniciador, de Mestre, e esse entendimento
vem desde antes da queda porque linhagem e DNA espiritual não se compra por
carismas ou dinheiro e sim é fruto do grande ato sexual feito ordália dos
Antigos! Você não pode deixar de chamar a deusa Mãe, de sua Deusa Mãe, até
porque, todo mundo nasce de UMA!
Uma vez empoderados desse conhecimento e sabedoria, sejam felizes
para sempre!
Possam as bênçãos dos fios de Ariadne trazer você de volta de lá
onde reside o labirinto do Minotauro!
E por último, ainda bem que Eva mordeu a maçã! Louvada seja!
Por Lord Sett.