terça-feira, 6 de novembro de 2018

As Desditas da mordida de Eva




Eve Tempted by the Serpent, by William Blake
Uma pessoa Lúcida é uma pessoa que despertou Lúcifer (metaforicamente portador da luz/mente iluminada/com lucidez) uma vez que a reencarnação é nada mais nada menos que a queda de cada um de nós seres de luz com nosso estado mental apagado no sono do materialismo para que possamos acender a luz novamente de acordo com nossa vontade e capacidade durante os vários egressos. As Stregas sabem bem disso! Cultivar a lucidez é um culto a Lúcifer e esse foi o segredo da maçã dada a Eva. Desculpe te desapontar mas Lúcifer não é uma “entidade” e sim a consciência luminosa que cada um possui, logo, somos todos Lúcifer, somos todos caídos. Alguns conseguem acender sua luz, outros procuram a igreja e isso divide nossa etnia espiritual.

A etnia espiritual é situada na divisão entre quem acende e quem não acende sua luz/consciência.

Nossa mente é quem faz as cobranças que causa aquilo que adoece, não Deus! Não o Diabo! Mas seres humanos precisam de nomes para ter domínio (ou justificativa) sobre aquilo que desconhece e tacar a “culpa” em alguém, então o “culpado” seria Deus – que criou tudo.

Percebem como ao se trabalhar com a teoria da culpa só nos leva aos divãs dos psicoterapeutas/psicólogos/psiquiatras? – (na falsa tentativa de encontrar Lucidez ou controle, uma vez que, só um bruxo faz outro bruxo, enquanto que um terapeuta faz um paciente).

Com esse artigo queremos incentivar nossos leitores abrirem a mente, expandir a consciência, progredir no caminho evolutivo, para que não haja punições posteriores vestidas de cobranças egoicas. Sabemos que não devemos julgar alguém. Julgamento é aquilo que traz sentença/autopenação/punição. Sabemos que não se pode estimar alguém pelo que a pessoa passou e sim pelo conhecimento que ela adquiriu ao ter passado pelo que passou, é pra isso que as ordálias nascem, pra te desafiar e te fazer crescer. Sabemos que as pessoas se desentendem somente para depois se reconciliarem, mas isso só ocorre quando depositamos no labirinto aquilo que nos fez desentender, em troca da Lucidez.

A mente é um labirinto, o qual sempre revela um canto ainda não explorado, um canto que causa medo (FOBOS) ou nos força permanecer no ponto de conforto que por sua vez são os cantos já explorados e seguros por serem já conhecidos. Isso fica evidente durante o segundo trabalho de Lupercus com a administração do Touro, cuja ausência de habilidade na percepção do amuleto de Dédalo pode nos levar a perdição dentro do “Lapi Ro Hunt” (LABIRINTO), local conhecido como recinto para as danças cerimoniais de Ariadne, é um local conhecido como perdição e salvação! É nesse recinto que a troca acontece.

Fobos leva ao erro, que leva ao descuido, que leva a paixão, que leva ao deslumbre, que leva a brincadeira e termina na vontade e essa última criança é o que nos resta compreendido como sendo o tal famoso “livre-arbítrio”. Nesse labirinto encontra-se nosso verdadeiro adversário. Para quem tem o mínimo de conhecimento sobre a sombra, os irmãos Fobos e Lupercus, ambos filhos de Marte, se encontram aqui para o segredo da grande comunicação do domínio/troca/sacrifício das 7 crianças e assim dar sequencia ao próximo labor.

Esperamos que a maior parte de nossos leitores sejam adultos o suficiente para perceber que Lúcifer, o Portador da Luz, ou Lord Lumiel, como é conhecido na tradição esotérica, não é o Satanás Cristão, embora seus mitos se sobreponham e tenham sido confundidos através das eras. O mito da expulsão de Lúcifer do Céu dada à recusa em se curvar para criação de Yahweh, foi distorcido pelas primeiras Igrejas. Eles costumavam criar um truque satânico para assustar o povo rural que ainda adorava os Deuses Antigos para convertê-los e controlar seus próprios seguidores através do medo.

Em uma versão da sabedoria Cabalística, Lúcifer é ligado à humanidade desde que ambos experimentaram uma queda; ele, do Céu e nós, do Paraíso. Lúcifer foi retratado de acordo com sua mitologia, não como o Diabo, mas sendo conhecido como o adversário ou desditas do gênero humano. Ele nos relembra da razão de estarmos aqui e assim atua como uma medida psíquica de redução do ego para os cabalistas. Bem, cada escola tem sua medida e método de redução do ego.

Essa estória de que Lúcifer haveria caído para a Terra para 'atormentar seu povo' e de que ele teria 'travado uma guerra constante conosco' inocentemente compra a propaganda da Igreja, confundindo o Portador da Luz com o Satanás Cristão. Isto é ligeiramente reclamado através de sua referência a uma versão do mito Cabalístico que liga Lord Lumiel à expulsão de Adão e Eva do Jardim do Éden. Esta relação é fortalecida pelo fato de que a serpente no mito edênico era Lord Lumiel disfarçado. Seu objetivo era o de iluminar os primeiros humanos para a verdadeira natureza do universo, que deliberadamente estava sendo bloqueada deles por Yahweh. Como Lord Lumiel busca a redenção e restauração de seu legítimo lugar na ordem cósmica, da mesma forma os humanos que despertaram do sono do materialismo em busca da evolução espiritual para escapar do ciclo da morte e renascimento e alcançar a união com o Godhead (literalmente, Cabeça de Deus) – a meta última do caminho mágico.

Felizmente, para resolver esse conflito entre filho e pai (Lúcifer e Yahweh) dentro de nós, temos um ritual bastante terapêutico o qual Cornelius Agrippa deu as chaves quando afirmou “O semelhante está em outras coisas, as quais afetam a mente com um forte desejo!”. Ele falava aqui do desejo criativo da mente (Nous) do homem. A faculdade que torna possível o vínculo do celestial ao infernal, mas para que isso possa ser efetuado precisamos trabalhar na corrente da analogia e simpatia, em ressonância com a Terra e o que pode despertar os Mortos Poderosos da própria Terra.

Contudo, antes de se alcançar isso, deve-se conseguir primeiro nos relacionar bem com nosso sangue ancestral, e aqui mora mais um segredo, o que os sábios gregos e goes chamavam de Katharmoi, ou purificações.

Antigamente essas purificações eram feitas com orações e água. Mas hoje isso se soma, inclusive, ao fato da deficiência ou estado disfuncional de co-dependencia social que leva ao bode expiatório tão bem conhecida na linguagem da psicologia e psicanálise Lacaniana, mas também conhecida da linguagem vulgar.

O homem moderno tende a julgar facilmente e se recusa tomar responsabilidade por suas ações. Frequentemente se ouve dizer que fizeram o que foi feito por causa de outra pessoa. Quantas vezes não é culpa da própria relutância em se resolver as complicações relacionadas a um pai abusivo ou uma mãe insana? Ao invés de entender como esses fatores potencialmente maléficos contribuíram às ordálias que lhes capacitaram a alcançar seu  potencial, o homem vulgar vê a ordália como obstáculo.

A seguir você resolverá o conflito não só entre filho e pai (Lúcifer e Yahweh), mas também entre todos os seus adversários interiores, o que ocasionará o reflexo disso do lado de fora, inclusive.

Então faça uma lista dos seus ancestrais e um poema que celebre cada um deles, traçando o máximo de gerações que conseguir. Sim, os pais abusivos merecem um poema, bem como todos os seus eleitos inimigos, todos por igual. Você pode simplesmnete recitar o Ho’oponopono se acaso não conseguir fazer a lista da maneira bruxa, porque dá no mesmo, ou você pode ir participar de uma sessão de espelhamento ou como é conhecido na psicanálise, uma sessão de Constelação Familiar. Eu particularmente ainda prefiro os métodos bruxos.

Mesmo uma mãe má teve um útero que o trouxe a vida! Comece com o útero divino que tornou possível a sua vida. Perdoe, elogie, veja algo de bom naquilo que você só julgou maléfico até agora. Pare de julgar. Agradeça. Cante. Dê louvores. Faça poemas, hinos e encantamentos. Enfeitice-se com a energia clara e cristalina do alívio e da lucidez, funda-se com o todo e torne-se UM com o todo. Perdoe a sua própria ignorância e a deles, Una-se a fundição na forja de Cain ou na forja dos Metais de Vulcano e faça a alquimia acontecer.

Os desentendimentos são parte da grande dança de Ariadne e tem seu papel fundamental na grande obra, pois sem isso não haveria reconhecimento e empoderamento nem gratificações e nem milagres. A resposta de um feitiço se encontra nisso. Essa é a primeira magia a ser feita.

Não tome algo externo como verdade. A verdade é passageira, fragmentada, individual e limitada, não se apegue a verdade. A grande e verdadeira verdade reside na fusão de todas as verdades que cabe dentro de todos os seres vivos animados e inanimados existentes em todo o Universo. Nós aqui na Terra podemos trabalhar a princípio com 3 verdades, a minha, a sua, e a verdadeira verdade!

Tomemos como exemplo extremo, uma mãe e pai que abusam de seus filhos sexualmente ou com violência. Como um elogio pode ser composto em tais condições extremas?

Exemplo:

“Oh, Útero divino/Caverna sem defeitos de Deus/ Escondido dentro da carne da decadência/ tu foste um abrigo para meu habitar/ Por teu útero eu te saúdo xxxx e eu louvo os poderes divinos que fizeram teu útero a minha primeira casa.”

Quando somos iniciados somos gerados de alguém. O sentido é o mesmo! Entendedores entenderão! Sábios saberão! Aqui, nisso, inclusive, regras de juramentos criadas pelo homem são restauradas sob os auspícios de Lúcifer!
Resolvam-se, curem-se! Ambos os lados!

Eu não vou me estender sobre a questão do Katharmoi, vou deixar isso para outro artigo.

Assumam que todas as pessoas nascem boas e abençoadas em condições viciosas da matéria.

O que quer que venha depois pode trazer o alinhamento para dentro ou para fora da condição do despertar luminoso da condição humana pré-destinada. Você não é seus pais. A maldade não reside em você, é por isso que você perdoa, aprende, ilumina e soma, não subtrai.

É ensinado na tradição Luciferiana de Stregoneria de que assim como a humanidade evolui (lenta e dolorosamente), da mesma forma Lord Lumiel passa por fases de redenção. Para ajudar neste processo, ele e seus leais anjos guiam e ensinam humanos selecionados que são simpatizantes da sua mensagem. O Portador da Luz também toma periodicamente formas humanas e encarna na Terra como um avatar, para acelerar a evolução da raça humana. Isto está simbolicamente refletido no antigo mito do “rei divino”, tão amado pelos modernos pagãos, como na tradição da Strega!

Os leigos se referem ao papel de Lúcifer como um adversário do gênero humano. Novamente, isto é um conceito aberto à incompreensão feita por aqueles que possuem nem tão discretas intenções de enegrecer o nome do arcanjo rebelde. A definição da palavra no dicionário é 'oponente, antagonista, inimigo' e é ligada ao significado adverso de 'expressando oposição ou antítese'. Lord Lumiel não é o inimigo dos humanos, mas naquele contexto específico ele é o adversário de Yahweh. Pela recusa de curvar-se ao ser humano mortal porque ele (Lumiel) era angelical e um 'Filho de Deus', ele se opôs ao desejo de um deus tirânico do Velho Testamento, e deste modo, se tornou um inimigo da ordem cósmica. Na tradição da Strega, Lord Lumiel, como o adversário ou oponente, é visto de um modo totalmente diferente. Ele desafia os preconceitos, a ignorância e falsas crenças dos homens e mulheres, para que assim eles possam literalmente, ver a luz. Portanto o Portador da Luz guia os indivíduos ao caminho da gnose sem a intervenção de um sacerdócio. No culto de bruxaria medieval isto era simbolicamente representado pela tocha incandescente entre os chifres do Bode do Sabá.

De igual forma, você não pode deixar de chamar sua mãe, de mãe, você não pode deixar de chamar seu iniciador, de Mestre, e esse entendimento vem desde antes da queda porque linhagem e DNA espiritual não se compra por carismas ou dinheiro e sim é fruto do grande ato sexual feito ordália dos Antigos! Você não pode deixar de chamar a deusa Mãe, de sua Deusa Mãe, até porque, todo mundo nasce de UMA!

Uma vez empoderados desse conhecimento e sabedoria, sejam felizes para sempre!

Possam as bênçãos dos fios de Ariadne trazer você de volta de lá onde reside o labirinto do Minotauro!

E por último, ainda bem que Eva mordeu a maçã! Louvada seja!

Por Lord Sett.


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