sexta-feira, 28 de junho de 2019

As Ordálias e seus alvos – Os Iniciados!






     
 "Lugubri carte, a voi dogliose strida

    Di miseria e d'orror non sia chi neghe,
    Tristi lai, mesti accenti, atroci grida
    Maggiori or più l'antica età non spieghe.

      Al più barbaro Scita omai si pieghe

    L'animo fero; a cui la mente infida
    Diè il freddo ciel, poi ch'el men reo ci affida
    A crude serpi, a velenose streghe.

      A che cercando gir verso Aquilone,

    Di crudo antropofago, o d'arimaspe,
    O se più feritade altrui s'ascrive?


      Se d'un mostro ciclope, o lestrigone

    (Che pasce il sangue uman) più crudel aspe
    Nel nostro clima in mezzo Italia vive."



É sabido que um buscador sincero estuda e pratica sua arte e ofício por longos anos, até se tornar um iniciado pelas mãos de um iniciador.

Junto com uma iniciação (seja ela qual for religião ou tradição) vem uma ordália proporcional ao nível iniciático, do qual ela se replica conforme o progresso desse percurso.

Porém, a maioria das pessoas ao lidar com algum problema mundano age de forma mundana se afastando dos conhecimentos iniciáticos que tanto perseguiram, ao invés de lidar com problemas mundanos usando de sua capacidade divina. Estes são os diferenciais entre um buscador comprometido e um buscador que só tem curiosidade de descobrir o que nós iniciados fazemos após a iniciação.

Um dos fatos que ocorre e quase ninguém percebe é que um mestre recebe sua ordália em níveis diferentes de seus iniciados, os quais também recebem suas ordálias. Isso ocasiona que quando um mestre passa por uma ordália nova, ele pode ser alvo de julgamento do ego de alguém, iniciado por ele ou não e disso decorre alguma cizânia.

Ao recém-iniciado cabe lembrar a si mesmo o poder que o ego traz e o porque dele ter sido iniciado para aprender a dominar o ego. Ao Iniciador cabe lembrar que ele é um comprometido com sua iniciação e não vai parar de lapidar suas virtudes, independentemente dos erros que comete no percurso da sua evolução iniciática ou julgamentos alheios e, portanto, não se sente ameaçado ou injuriado pelas punições do ego alheio, uma vez que este ego está na verdade punindo a si mesmo, não a seu mestre.

Não inveje as pedras, elas não pensam!

Só erra quem pratica, e pratica para poder melhorar, é comum as marcas de ofício, seja numa toalha de altar, ou na pele e na moral. Mas será que a moral é algo que fica pronta e tem fim numa certa idade, impedida de progredir, ou ela pode ser lapidada conforme sua idade avança?

Uma pessoa comprometida em se melhorar não costuma ser a mesma que já foi um dia. Estamos em constante progresso e mudança todos os dias.

O perdão é pagão (ele já existia nas leis de Maat), a falta dele também é o anúncio de rupturas e doenças da alma, contudo, o compromisso com a evolução + progresso faz do perdão um mecanismo de cura.

Muitos de nós sentimo-nos injuriados quando alguém não nos vê da maneira em que nós vemos a nós mesmos, se esquecem que estamos em constante mutação/evolução, e isso causa um desconforto na alma, do qual pode ou não lançar para longe um estado de união que rompe juramentos.

Os juramentos feitos a partir da voz da alma são notados ao decurso de um caminho longo, não menos rasgado pelo arrependimento, pelo amor, pelo remorso, por vícios que ainda estão para ser lapidados, mas tudo isso faz parte da Ordália e do aprendizado para que o iniciado se torne alguém melhor em si mesmo. Quem pode julgar? Qual comedor de arroz e feijão poderá se colocar aqui como um ser superior a ponto de ser o acusador, o sentenciador e o executor ao mesmo tempo e lidar com as consequências disso de forma madura e sem recalques? Quem está no prezinho não pode ensinar quem está nos estudos superiores.

É a arrogância de alguns iniciados que ainda estão engatinhando em sua iniciação, que faz a derrota de si mesmos. Se algum dia eu fui percebido como arrogante, eu peço perdão desde logo, pois não era essa a intenção, mas a ideologia de quem me tomou por arrogante deve ser consultada e revista igualmente, uma vez que é impossível alguém errar sozinho. Erros são sempre conduzidos, ainda que inconscientemente ou pela percepção de ambos.

Uma maçã enxerga a macieira com os olhos de maçã. A macieira enxerga sua maçã com olhos de mãe, sabendo que a maçã vai cair do galho em breve se não for colhida e plantada para virar uma árvore igual.

Ate mesmo no trabalho de sombras é indicado que se procure ajuda profissional quando chegar ao ponto de não conseguir lidar com algum aspecto da própria sombra. Isso vai requerer aceitação e perdão = consciência é algo do qual ninguém foge! Mais cedo ou mais tarde teremos de lidar com ela. Somos portadores da Luz e não existe luz sem sombras. Bom, nossa capacidade de pensar se dá porque não invejamos as pedras.

É por isso que os afastamentos são necessários, mas eles são temporários e servem unicamente e exclusivamente para essa reflexão.

Então, se você é um iniciado e está passando por algo do tipo citado acima, fica aqui as orientações de bom grado para te ajudar a elucidar o propósito de algumas condutas e também de alguns juramentos:

Reconheça quem você é e não deixe que outras pessoas ditem o que você é, nem mesmo permita dentro de si que seus próprios atos ditem quem você é, pois isso é meramente alimento para o ego que julga e pune.



Feliz encontro, Feliz partida, para UM FELIZ REENCONTRO! São as máximas.

O reencontro é tão certo quanto o sol que nasce todos os dias, seja em forma de “re-encarnação” ou seja na forma de desencarnado. O reencontro é parte do círculo vital da existência. Tudo retorna à fonte de onde veio e lá se une, se reencontra.

A pergunta é: quantas eras serão necessárias para que a pessoa esteja pronta para o reencontro? E por que adiar isso? Seres superiores não adiam o inevitável, a menos que você esteja enganando a si mesmo(a).

Somos deuses na terra, os espíritos são nossos irmãos, o Covine é nossa família na Terra e Elphame é nossa família no Outro Mundo. Então o que você teme nesse reencontro?

Se speculum é espelho, re-spectum significa olhar duas vezes, isso é o respeito consigo mesmo e com o outro.

A não ser que você seja somente um buscador motivado pela curiosidade e que ela tenha te levado a uma iniciação que não pegou na sua alma, o compromisso com a virtude é eterno e disso decorre a auto transformação, o reconhecimento e a habilidade de causar respostas a si mesmo – responsabilidade.

Eu amo todos os meus iniciados incondicionalmente. Todos! Até mesmo os que estão afastados ou distantes, da mesma forma em que amo meus mestres. Independente das condutas que tivemos no passado e, que nos levaram a sermos quem somos hoje. Perceba o quanto isso é notável, e sinta o amor fluir, vir e chegar. Quando todas as outras línguas falharem, experimente consultar a língua universal = o amor.

Se errar é humano, aprender com os erros é divino e eu não os julgo, assim como não julgo meus mestres e iniciadores que me ensinaram tudo isso. Aliás, muito obrigado pela paciência que tiveram comigo no passado, sei que dei trabalho, mas sou imensamente grato e amo todos incondicionalmente.

Meus mestres e iniciadores já erraram muito, já me magoaram muito num passado quando eu não tinha olhos para enxergar o nível das ordálias que eles enfrentavam. Mas é graças a eles e a isso tudo que eles passaram e/ou fizeram comigo que eu me tornei quem eu sou hoje.

Nós somos produtos das mãos de nossos iniciadores, aprendemos com eles e com os erros deles, e eles nos ensinaram bem. Eu gostaria que todos no mundo tivessem metade da felicidade que eu tenho, ao invés de terem inveja.

Nós não estivemos juntos a toa, nem estivemos juntos por mera curiosidade, nós estivemos juntos por sermos comprometidos com a virtude e o melhoramento de nós mesmos, para que no futuro tivéssemos a qualidade que temos para oferecer ao mundo ao nosso redor, pois somos iguais e separados e viemos da mesma fonte.

E isso vai se repetir em todos os egressos, reencarnações das quais elphame permitir, até virarmos companhia oculta e passarmos ajudar nossos irmãos e o resto do mundo de outra forma e sob novo viés de uma egrégora linda e poderosa.

Não há palavras dadas em juramento posterior, que quebre o primeiro dos juramentos feito quando sua alma foi criada. O resto é regra de controle ideológico.

Seres humanos julgaram e condenaram Jesus, Budda, Gandhi e todos os avatares divinos, por causa do ego. Mas cada iniciado sabia que quanto maior era o poder demonstrado lá fora, mais se ergueriam os opositores. Contudo, não há opositor que te penetre se ele está ausente em você mesmo.




Outros conselhos:

Por isso é indicado que você cuide do que você põe para dentro do seu peito, já que todo desafio traz maior crescimento e sempre tem o momento certo pra isso acontecer.

Se concentre no que é necessário nesse momento = o seu trabalho interno, para que não haja machucados externos. Nós iniciados ensinamos virtudes, mesmo quando estamos vivendo alguma ordália. Um dos trabalhos de um iniciado é reconhecer quando seu mestre está vivendo uma ordália do nível iniciático dele, e não julgá-lo, mas sim apoiá-lo a se lembrar de quem ele é, pois o mundo lá fora nos contamina com as coisas mundanas quando vivemos muito tempo misturado ao resto das ovelhas.

Elimine a dor usando os 3 D's:

Despegar-se da dor
Desapossessar-se da dor
Desapaixonar-se da dor

Pensar com o Espírito, e fluir com o Todo. Sinta-se bem por você ser quem você é.
Não se sinta ofendido com nada nesse planeta. Se sentir ofendido é uma bobagem sem tamanho. É uma fraqueza. No limiar dos fatos, no mínimo a pessoa que fala de você, ou fala a verdade a seu respeito e por isso não deveria se sentir ofendido e, no máximo ela está mentindo sobre você e por tanto não te diz respeito, nos dois casos você não deveria se sentir ofendido porque é só o ego querendo palco.

É ai que entra o trabalho em Coven. Os que partiram antes de aprender essas lições não descobrirão isso sem o egresso.

E a deusa Adrestia é nossa Mãe. Seus mistérios são nossos mistérios.

Agimos sempre com virtudes... Mas é quando estamos sendo ordaliados é que as virtudes vêm mais forte como Dons.

Não estamos sozinhos, pois somos muitos! (neste Mundo e no Outro Mundo)
Sabemos que Justiça não existe. Aprendi isso no primeiro dia de faculdade nas aulas de direito.

Então não trabalhe com a ideia da culpa, nem com a ideia de injustiça. Se o sentimento de injustiça te perturbar, trabalhe nisso com afinco até esvaziá-lo, e no máximo, sempre existirá os feitiços Idajó para injustiças. Há deuses pagãos que possuem atributos de Justiça que são bem mais antigos que o deus Africano, basta comparar quando a cidade de Oyó foi construída e quando ele reinou nela, e notem que antes disso já havia outros deuses de justiça divina. Mas sobre essa questão há um segredo iniciático que induz a vitória, porém eu só posso revelar para quem tem olhos para ver.

Se alguém te julgou, nunca tente provar o contrário da crença deles sobre a sua pessoa. Se eles acham que são inteligentes e competentes para te julgar, sentenciar e executar a punição, também o são para derrotar a si mesmos, pois quando se trata de virtude há uma fina diferença entre cortar o cordão umbilical para que a criança cresça por meios próprios sem jogar fora o feto no lugar da água do parto e, uma diferença entre assassinar os pais que o criaram. Dos olhos da ancestralidade isso não passa em branco. Portanto, arrume tudo dentro do tempo que lhe é dado.

Sinta paz, ouça os antigos. Por traz de um ato, sempre tem uma intenção, seja ela de ataque ou defesa, seja de ajuda ou de causar discórdia. Seres humanos são diplomados nesse último. O difícil para eles é agir sem intenção, aliás, para quem é cônscio é difícil agir sem consciência! Eis a diferença entre um iniciado e um não-iniciado. Pandora sabe disso, pois Todos os Dons foram criados por uma intenção divina por traz, isso é claro até mesmo na mitologia. Portanto, faça o que você nasceu para fazer e sinta-se bem com isso. Esse é seu papel na queda do paraíso. A partir disso, progrida por pensar por si mesmo, uma vez que você não está limitado.

O sentimento é a linguagem universal que move as frequências hertz e outras em toda a existência. O amor é o único sentimento verdadeiro, o resto são emoções. Não é a toa que não se precisa dizer nada ao olhar para alguém e se sentir enamorado. O sentimento fala por si.

É preciso estar desapaixonado para tomar uma conduta assertiva, ainda que isso lhe cause a impressão que um deus não tenha sentimento, você pode agir com frieza = frio e calculista, e ainda assim sentir amor para ensinar alguém, nada pode te derrubar de verdade. Mas lembre-se de quem você é e de sua empatia, pois só os psicopatas não possui empatia.

No fundo você está sendo preparado(a) para se tornar algo melhor e para o que vem pela frente. Você não foi colocado a toa aonde você está no mundo, sempre há alguém que precisa que você esteja ali.

Quando o nervosismo chegar, combata o nervosismo e energias negativas, colocando paz no coração em meio a essa turbulência toda que atinge a sua imagem ou a sua mente, visualize você amando toda a humanidade incondicionalmente, inclusive os pobres mortais que te julgam, e projete isso para o mundo. Traga frequências vibracionais maravilhosas para perto de você, para dentro do seu peito, e o resto acontece! Disso já falava a tábua de esmeralda.

Sobre a raiva. A raiva é um trampolim para não cair na depressão, é uma emoção humana. Deuses não se abalam. Por isso, guarde a raiva numa vela preta selada por uma fita preta de cetim, e use-a mais pra frente para fazer dinheiro e prosperar.

O ódio e o amor são faces da mesma moeda, um não vive sem o outro, é por isso que a gente briga somente com quem a gente se importa e, a gente se importa somente com quem a gente ama. É por isso que o desprezo dói tanto, mas não se abale, quem despreza também fez uma escolha e vai ter de aprender a lidar com as consequências que vem disso. Com aqueles que não nos importamos a gente não mexe nem uma palha. Importar é trazer para dentro e é impossível sentir ódio por quem não se ama. Todo mundo diz saber o que é o amor, mas pouco se fala e se ensina sobre a energia do ódio. Transformar essa fraqueza interna em fortaleza é um segredo para poucos iniciados. Somos manipuladores de energia e magia, então comece consigo mesmo de dentro para fora. E pelos deuses, seja honesto consigo mesmo(a), essa é a primeira virtude.

A raiva não tem haver com o outro e sim com a incapacidade de resolver alguma questão da qual foi pego de surpresa e não se observou antes dentro de si mesmo. É algo ainda não resolvido internamente. Não precisa por a culpa no outro. Gente malvada sempre vai existir, já que isso é necessário para a evolução de quem quer que seja. E no fundo, o pavio sempre explode no aposento que o comporta.

Tudo vem com 1 preço.. pros dois lados.

Não se permita ficar fragmentado devido a nenhuma situação.  Fique inteiro e em pé, íntegro e digno como sempre!

Você é um deus entre mortais... e mortais não podem admitir isso porque eles são incapazes de ver.

Homens e mulheres são seres humanos, a superioridade de algum gênero é burrice, pois antes disso somos almas/espíritos com designação de queda do paraíso para trazer o divino até as pessoas que estão próximas e relembrá-las do quanto são divinas. Com isso levamos de volta as virtudes adquiridas para a fonte de todas as coisas e, essa fonte fica mais sábia, mais forte e poderosa. Quando dela bebemos, a queda adquire sentido e nossa fome de sentido se esclarece por si, tornando nossa jornada aqui mais excelente.

Ter a decência de pedir perdão da mesma forma de quando você agiu como acusador, o perdão é divino, e ele é pagão, o perdão é muito bruxo. Não inveje as pedras, elas não pensam, elas não sentem. Perdão é para quem tem bons sentimentos. Somente essa pessoa pode usar o perdão. Isso define o caráter de quem é compromissado com sua arte.

Para tanto, tire os véus de maia dos olhos e deixe seus nervos voltarem ao normal.

Somos muito pra os mortais, e às vezes eles não nos merecem! Mas isso não deve ditar quem você é e o que você pode fazer para causar alegria, cura e prosperidade para os mortais. Se você doar boas colheitas para seus vizinhos, você ficará cercado por elas e não haverá nenhum grão estragado ao seu redor.
Não fique implorando pra alguém limpar sua imagem, deixa a imagem que eles criaram na mente deles, lá é o único lugar onde ela existe. O universo é mental e cada um cria o desertor e o absolvedor que quer para si mesmo. Deixe a culpa na consciência deles fazer o que tem de ser feito.

Concentre-se no trabalho e continue gentil atencioso e amável com todos. Doe o seu melhor, quem viu o seu melhor, viu. Quem não viu, ainda pode ver um dia conforme o crescimento individual de cada um. A ingratidão humana é uma das piores coisas que um deus pode sentir. Você ajuda o humano e ele sai falando mal. Humanos nunca estão satisfeitos. Saiba que a vida dela deve ser uma bosta, por isso ela tem esse reflexo. É como ela lida com a própria vida dela, ela lida com você e os demais.

Se você ou alguém estiver cometendo perjúrio contra um homem/mulher de boa fé, modesto, saiba que não se precisa de feitiços para chutar cachorro morto. A nossa magia ajuda a humanidade, e os mortais são inteligentes o bastante para ferrar suas próprias vidas sem a nossa ajuda, o resto é lei do retorno, aquilo que está em cima, também está embaixo. E não deixe somente os trânsitos planetários guiar sua vida e te fazer vítima deles. Crie sua realidade com Bons sentimentos dentro do peito!

Um dia me disseram: “você é muito para eles”, hoje sabemos disso.
As pessoas que nos ferem são sempre aquelas que tiveram a nossa confiança nas mãos, são sempre aqueles que se fizeram de amigos, são sempre aqueles que um dia nos cobriu de afetos e teve a nossa total atenção. É por isto que dói tanto, é por isto que desequilibra o coração humano. A fórmula de pensar com o Espírito te coloca acima desse patamar, te limpa e te cura, isso te dá poder de curar os outros. Sempre avalie se o dano sofrido é proporcional ao seu poder de destruição deles. Um inimigo é um cargo muito poderoso para se doar a qualquer um. A nossa lei é da exata medida e proporção.

A nossa grandeza está dentro de nós, com sombra e luz, nossa totalidade, nosso caráter e nossas virtudes divinas.

Os Mortais aprendem com deuses 2 coisas:

1 - a continuarem sendo pobres mortais,
2 - a se tornar um deus igualmente.

Nesse caso a escolha é individual.

Se nossa maldição é estarmos despertos vivendo com quem não está, a prudência é fingir ser como eles, sem ser de fato.

Se as pessoas soubessem as consequências que uma difamação, uma ofensa, uma injuria , causa, não sairiam apontando dedos a ninguém. Não seriam cruéis com as outras, não falariam do que não sabem, nem tocariam em feridas que já foram abertas pela vida. O preço é alto porque são essas pessoas que invocam em nós o demônio que irá destruí-las. Elas nos criam e nós as criamos. Viramos demônios por causa delas. E elas viram santas (ou não) por nossas mãos.

Pessoas ovelhas destroem tudo que toca, e quando chega o final, esses pobres mortais se perguntam:

" oh Deus, por que fostes morar tão longe, tão distante?" dai buscam igrejas e se ajoelham invocando chamando Deus de volta porque só Ele tem o poder de aliviar e absolver o peso da culpa, uma vez que, da Consciência ninguém foge! São carrascos de si mesmos. E disso nascem todas as doenças no mundo.

Eu tenho orgulho de todos os meus iniciados, assim como tenho orgulho de todos do Coven igualmente.

Adrestia abençoe a todos! Sem ela nenhum grão vinga.

Lord Sett.

quinta-feira, 25 de abril de 2019

Ligações Orientais com a Bruxaria Européia - parte 2 (final)





Ligações Orientais com a Bruxaria Européia - parte 2 (final)
Por  Doreen Valiente




Arkon Daraul, em seu livro sobre as Sociedades Secretas, anteriormente referida, conta-nos sobre um culto secreto muito curioso, de uma natureza mística e mágica, chamado  "Os Dois de Chifres"  ou Dhulqarneni.  O culto nasceu no Marrocos e cruzou países até chegar na Espanha da mesma forma que o culto Aniza.  As autoridades muçulmanas não apreciaram sua chegada e tentaram sufocá-lo, mas, apesar dos esforços, ele se espalhou rapidamente.

Seus devotos acreditavam que eram capazes de invocar poder mágico por meio das danças em círculos.  Essas danças tinham alguma associação com a adoração da Lua, e eles diziam  as orações muçulmanas de trás para a frente e invocavam El Aswad, o  "Homem Negro",  para ajudá-los.  Tanto homens como mulheres eram admitidos nesse culto, e eles eram marcados em sua iniciação com um pequeno ferimento de uma faca ritual,  chamada  Adh-dhame, a  "letrade sangue".  Essa palavra nos faz lembrar do Athame das bruxas.

Eles se encontravam à noite, em encruzilhadas, e seus encontros eram chamados de  Zabbat,  que significa  "O Forte ou O Poderoso". O círculo de iniciados era chamado de  Kafan que,  em árabe, significa lençol enrolado, porque cada um dos membros não usava
nada além de um manto branco liso sobre seu corpo nu.  Vestidos dessa maneira, eles pareciam com um  grupo de fantasmas,  e provavelmente assustariam qualquer intruso.  As bruxas também adotaram o uso de fantasias assustadoras com a mesma finalidade.

O Dhulqarneni carregava um pedaço de pau com ramos, o símbolo de chifres, o sinal de poder. Antigas representações de bruxas mostram-nas cavalgando sobre pedaços de paus com ramificações. O nome  "Sabá"  para os encontros das bruxas de importância especial nunca foi satisfatóriamente explicado;  mas  "coven"  é uma palavra que está relacionada com a palavra do latim conventus, e que significava um grupo de culto de 13 pessoas.

Entretanto, o círculo do Dhulqarneni era um círculo de 12 pessoas com um líder, e assim também são os círculos dos Sufis nos dias de hoje.

O líder do círculo de Aqueles com Chifres era chamado de  Rabba, "Senhor".  Ele era também chamado de o  "Homem Negro"  ou "ferreiro".  Os ferreiros sempre foram considerados como pessoas que têm poderes mágicos, e a antiga balada de "O Ferreiro Carvão" é considerada a músiva das bruxas. Ela é também chamada de "Os Dois Magos",  e fala como um ferreiro e uma bruxa tiveram uma  competição mágica, que terminava com os dois se tornando amantes. Robin  ou  Robinet é um nome que era às vezes dado para o "Diabo" de um coven de bruxas, e ele tem uma semelhança com o Rabbana. Ele é também uma antiga palavra para o órgão sexual masculino. Os termos  "Homem Negro" ou "Homem de Preto"  eram também usados para referir-se a um líder masculino de covens.

O culto daqueles de Chifres continuou entre os povos caucasóides da África do Norte até tempos recentes, e pode existir até hoje. Há histórias de seguidores desse culto dançando ao redor  de fogueiras acesas, carregando um pedaço de pau que eles chamam de  "o bode".  Eles têm um Grande Mestre secreto chamado de Dhalqarnen, o  "Senhor de Dois Chifres",  que é reencarnado na Terra a cada 200 anos.

É algo extraordinário do nosso ponto de vista que esse culto tenha florescido entre os caucasóides, porque eles são racialmente parecidos com os povos escuros de cabeças longas e de estatura baixa que habitavam a Grã-Bretanha no período Neolítico, e que migraram da África do Norte.  Os povos do Egito pré-dinástico estão também racialmente relacionados com eles.

Os caucasóides são considerados na África do Norte uma raça de feiticeiros, cuja submissão exterior ao Islã cobre a prática oculta de credos estranhos e hereges.  Eles mantêm as mulheres em grande estima, como repositoras da sabedoria e da magia ancestral.  Isso está em um contraste marcante com a atitude dos árabes comuns de desdém para com as mulheres, como sexo inferior.  Muitos contos estranhos de viajantes da magia dos caucasóides vieram da África do Norte. Dizem que eles tinham uma língua secreta, pela qual, e somente por meio dela, assuntos mágicos podiam ser discutidos.

O relacionamento entre esses orientais em busca de sabedoria como os Sufis, e as bruxas européias, ou devotos do trabalho dos sábios, é um assunto do qual sabemos muito pouco.  Talvez o estudo futuro, esperamos, poderá revelar mais.

Uma crença que os Sufis e as bruxas tem em comum é a do baraka, que significa "bênção" ou "poder".  Essa não é apenas uma abstração metafísica, mas algo que pode de fato ser invocado e transmitido.  A expressão Sufi,  "Baraka bashad",  "Que a bênção aconteça",  é
muito parecida com a saudação das bruxas  "Abençoado seja".  Ela também nos faz lembrar a antiga Palavra de Poder  "Abracadabra", que significa  "Ha Brachab Dabarah"  ou  "Fale as Bênçãos".  O significado essencial desses conceitos é  praticamente o mesmo, e pode estar paralelamente relacionado com o mana dos Kahunas do Havaí.

The Jewel in the Lotus,  de Allen Ewardes,  dá-nos uma visão extraordinária da sexualidade no Oriente, que está inextricavelmente restrita à religião oriental.  Ele descreve alguns dos homens sagrados do Oriente, e a forma com a qual a relação sexual com eles era considerada um privilégio que conferia a santidade.

Isso é rememorativo da forma pela qual dizem que as bruxas medievais consideravam seu Diabo,  o  "Homem de Preto",  quando ele presidia sobre o coven usando suas grandiosas vestes,  a máscara de chifres, peles de animais, etc.

Está implícito em muitas descrições da bruxaria do passado que o Diabo do coven tinha um tipo de  droit de seigneur  sobre as jovens garotas e mulheres que se filiavam,  que ele provavelmente achava agradáveis.  Nós encontramos, nas descrições bastante detalhadas
das confissões de bruxas, preservadas por Pierre de Lancre,  a alegação de que o Diabo  "oste la virginité des filles"  no tempo quando ele unia bruxas e bruxos em casamento.

Alguns homens sagrados do Oriente consideravam isso um trabalho sagrado fazendo a mesma coisa, principalmente o ato de deflorar virgens.  Alguns críticos ocidentais zombam das religiões orientais por essa razão, considerando-as meros disfarces hipócritas para as atividades de libertinos descarados.  Ao fazer isso, eles falham por completo ao entender as idéias e emoções da Força da Vida,   e portanto da Divindade Criativa por trás dela.  Não havia nada de hipócrita, ou para eles imoral,  nos ritos fálicos e sexuais dos povos orientais,  ritos que,  na verdade,  eram praticados em todo o mundo no passado.

Essa consideração pelo contato sexual com as pessoas dos homens sagrados, como algo que conferia santidade e bênçãos,  faz brilhar uma nova luz sobre as muitas histórias do  Osculum infame,  ou o que era chamado de "beijo obsceno",  que supostamente era dado sobre o Diabo do coven por seus seguidores em ocasiões de rituais.

The Jewel in the Lotus conta-nos que em muitas áreas o vagante homem sagrado, o Dervishe ou Sufi,  era recebido por devotos com um extraordinário símbolo de respeito. Isso consistia em beijá-lo nos lábios, em seguida suspender sua túnica e beijá-lo sucessivamente o umbigo, pênis, testículos e as nádegas.

Essa é a forma exata pela qual  Jeanette d'Abadie, uma jovem  bruxa de Basses-Pyrenees,  confessou ter saudado o Diabo em 1609;  "que le Diable luy faiscoit baiser son visage, puis le nombril, puis le membre viril, puis son derrière",  diz Pierre de Lancre.

Em 1597,  Marion Grant,  das bruxas de Aberdeen,  foi acusada de render respeito ao Diabo que, disseram,  "a fez beijá-lo nas partes íntimas, e adorá-lo de joelhos como o senhor".  E antes disso,  em 1303, nade menos do que um Bispo em Coventry foi enviado a Roma para enfrentar uma acusação parecida,  o Diabo nesse caso tendo estado na forma de uma  "ovelha" (provavelmente um carneiro era a referência, ou um homem usando a máscara da cabeça de um carneiro).  O Bispo conseguiu se livrar da acusação.

Esse último caso, de acordo com Margaret Murray, é o mais antigo registrado na Grã-Bretanha, desse tipo de adoração do Deus de Chifres ou de sua representação.  Ele pode, portanto, fornecer-nos uma certa indicação, se a teoria da influência oriental for correta, de que período essa influência começou a mostrar-se sobre a Antiga Religião na Grã-Bretanha.

Os Cavaleiros Templários também foram acusados de terem um ritual do beijo desse tipo,  exigido pelo Mestre de Iniciações dos homens que eram recém-admitidos na ordem.  Essa pode ser uma outra indicação de sua absorção das idéias e costumes religiosos orientais, provavelmente dos Sufis.  "De acordo com os artigos de acusação, uma das cerimônias de iniciação exigia que o noviço beijasse o receptor na boca, no ânus, ou no final da espinha,  no umbigo, e no virga virilis".

A exata similaridade desse extraordinário ato ritual, no caso dos Cavaleiros Templários, as bruxas e os devotos de determinados homens sagrados de Sufi,  parece estar além de simples coincidências.  Isso tudo é uma indicação para o verdadeiro significado do famoso Osculum infame e das ligações estranhas e secretas entre os círculos ocultos do Oriente e os da Europa nos séculos passados.


Ligações Orientais com a Bruxaria Européia - Parte 1


missa da lua


Ligações Orientais com a Bruxaria Européia
Por  Doreen Valiente


Não foi até hoje totalmente visto pelos escritores da bruxaria que algumas conexões muito interessantes existem entre a bruxaria européia e os países árabes e os orientais. Entretanto, algumas informações sobre o assunto foram publicadas por Idries Shah Sayid, em seu famoso livro The Sufis. Mais detalhes apareceram em A History of Secret Societies de Arkon Daraul.

Pode ser que nunca venhamos a conhecer a história completa de que comunicações existiram entre os místicos secretos do Oriente e os do Ocidente. No entanto, dois pontos de contato certamente existiram nos tempos medievais.  Um foi o Reinado dos Mouros na Espanha, que se estendeu de 711 até 1492 da nossa Era.  A sabedoria dos médicos mouros era muito mais avançada do que a da maioria da Europa. Eles nos deram os signos numéricos dos árabes que usamos até hoje, um grande avanço sobre os confusos números romanos, e muitos termos da astronomia e da química, como o "ângulo de fundo",  o  "alcool"  e assim por diante,  são derivados do árabe, assim como os termos astrológicos  "zênite" e  "nadir".

Era natural que homens possuidores de um conhecimento científico comparativam ente tão avançado fossem acusados de bruxaria. Entretanto, os mouros também tinham um interesse considerável na Filosofia oculta, na alquimia, astrologia e na magia em geral.  A cidade de Toledo, na Espanha, ficou famosa em toda a Europa como um lugar onde as artes mágicas eram estudadas, tanto que a palavra "Toledo" era usada como uma senha secreta entre os ocultistas. Sua aparente menção casual na conversação era uma indicação de que o locutor estava interessado nos assuntos do ocultismo e buscava alunos companheiros.

Zaragoza e Salamanca também tinham uma reputação pelas práticas e estudos mágicos.  O nome do mago Michael Scot foi associado a Salamanca e, embora muitas histórias contadas por ele sejam legendárias, elas parecem de fato ter existido. Para ter estudado entre os mouros era necessário alcançar o domínio das artes ocultas,  de acordo com muitos dos antigos contos. Dizem que o Rosa-cruz cristão, o suosto fundador dos Rosa-cruzes, viajou  para Fez, no Marrocos,  e lá adquiriu parte de seu aprendizado.

O outro ponto de contato entre o Oriente e Ocidente foi a Ordem dos Cavaleiros Templários. Uma das razões para essa Ordem de nobreza tão importante e poderosa ter perdido o apoio da Igreja e ter sido reprimida foi que eles estavam se tornando íntimos demais dos Sarracenos em vez de massacrá-los como faziam os bons homens cristãos.

O contraste de caráter entre o nobre e cavalheiresco Saladin,  o líder dos Sarracenos, e os chefes venais e violentos das Cruzadas, não tinha passado despercebido pelos intelectuais, ainda mais porque as Cruzadas, apesar das lutas cruéis e do derramamento de sangue,  acabaram sem dúvida em sua maioria fracassando.

Os Cavaleiros Templários foram acusados de heresia e de adorarem uma divindade chamada Baphomet, que trazia uma forte semelhança com o deus das bruxas.  Idries Shah Sayid sugere que seu nome vem do árabe  Abufihamat, que significa "Pai da Compreensão".

As palavras árabes para "sabedoria"  e para  "negro"  se assemelham muito uma com a outra; assim, para os místicos árabes, "negro" se tornou um sinônimo de "sabedoria". Isso se baseia na Cabala Arábica que, assim como a Cabala Hebraica, deriva significados ocultos dos valores numéricos das letras das palavras.

A ordem mais famosa dos místicos árabes é a dos Sufis. Essa ordem existe até os dias de hoje, e eles afirmam serem mais antigos do que os tempos de Maomé e da fundação do Islã,
embora seus membros respeitem  o Islã em suas práticas. O falecido Gerald Gardner, que contribuiu tanto para o atual renascimento da bruxaria, foi também um membro de uma
ordem Sufi, e viajou muito pelo Oriente.

Fora sugerido que o triunfo do Islã e a rápida disseminação do credo de maomé tinham feito com que muitas pessoas dos países do oriente afetadas, que tinham aderido às fés mais antigas, tivessem se tornado de alguma forma inseguras, e assim deixaram sua terra natal e viajaram para o Ocidente. Isso fez também com que alguns dos devotos das fés mais antigas se mudassem para o mundo subterrâneo, mesmo quando a disseminação do
cristianismo estava acontecendo, e formassem sociedades e cultos secretos.  Assim, uma versão oriental da bruxaria surgiu, e, no fim, houve uma certa infiltração e troca de idéias entre os Sábios do Oriente e os do Ocidente.

Hugh Ross Williamson baseou seu fascinante romance histórico, The Silver Bowl, publicado pela primeira vez por Michael Joseph em 1948, na idéia de que havia uma versão oriental, bem como uma européia, do Trabalho dos Sábios, e que algumas comunicações tinham acontecido entre as duas.

Alguns escritores chegaram tão longe a ponto de sugerir que  a versão medieval da bruxaria na Europa, com sua organização dos Sabás, covens de 13 e assim por diante, era na verdade uma importação Sarracena, enxertada no culto mágico da Lua de Herodias.  Quanta verdade existe nisso é difícil dizer, porque essa é antiga questão de acharmos semelhanças entre as duas coisas, e depois perguntamos:  "Será essa evidência o fato de uma ter derivado da outra, ou é evidente que ambas tiveram uma origem comum em um passado distante ?"  A escritora está mais propensa a acreditar na segunda hipótese, baseada em seu presente estado de conhecimento.

Entretanto, certamente parece possível que o culto das bruxas européias, languescendo sob o poder e as influências crescentes do cristianismo, receberam uma transfusão de vida e de novas idéias do Oriente. A possibilidade dessa comunicação, como temos visto, estava lá.  Além disso, como Gerald Gardner mencionou em seu livro Witchcraft Today, as bruxas tem uma tradição entre elas de que seu culto veio do Oriente.

Idries Shah fala-nos de Aniza Bedouin,  cujo grande professor Sufi foi  Abu el-Atahiyya (748 até aproximadamente 828 da nossa Era). Seu círculo de discípulos era chamado de  "Os Sábios",  e eles o imortalizaram no símbolo de uma tocha entre os chifres de um bode. O nome tribal Aniza significa  "bode".

Após a morte de Abu el-Atahiyya, um grupo de seus seguidores migrou para a Espanha, que estava então sob o governo dos mouros. Os Maskharas Dervishes,  chamados de  "Os Celebrantes",  são associados ao seu professor e com a tribo de Aniza.

Todavia esse símbolo de uma cabeça com chifres com uma tocha entre os chifres é muito, muito mais antigo do que o tempo de Abu e-Atahiyya.  Ele pode na verdade ser traçado até a antiga Índia. Ela também traz uma certa semelhança com os toucados de chifres dos antigos deuses e deusas egípcios. Esses geralmente assumem a forma de dois chifres com uma patena brilhante entre eles, para qual a tocha ou a vela pode ser um substituto.  O deus Amon, o deus do mistério e do infinito, era representado como um carneiro, com um toucado elaborado com chifres.  Em Mendes, um  ram  verdadeiramente sagrado era adorado com estranhos ritos, descritos por Herodoto.  Amon era o deus primitivo dos egípcios. Acreditava-se que ele fosse capaz de assumir qualquer forma que desejasse; todas as demais divindades eram suas diversas formas. Portanto, seus nomes eram muitos, mas seu verdadeiro nome era secreto.  Ele era especialmente associado com todos os deuses da fertilidade, porque ele era Vida, a própria Força da Vida.

As representações de Amon como Harsaphes, o deus com cabeça de carneiro do distrito de Faiyum, são particularmente bonitas e interessantes nesse aspecto.  Elas mostram um homem com uma cabeça de carneiro (ou máscara) com uma patena entre os chifres, provavelmente representando o Sol, e também com a coroa Atef de Osíris, uma das versões mais esplêndidas e impressionantes do Deus de Chifres, um exemplo que pode ser visto no Museu Britânico.

Parece provável que Aniza Bedouin tenha recebido seu nome em homenagem a uma das representações norte-africanas do Deus de Chifres, e que os seguidores de Abu el Atahiyya,  "Os Sábios", adotaram esse símbolo de uma cabeça com chifres com uma luz entre os chifres porque ela não somente imortalizava seu mestre e professor como também tinha um significado mais antigo e mais profundo para eles.

Os Maskhara Dervishes que, como temos visto, são relacionados com seu grande professor Sufi, deram-nos as duas palavras  "baile de máscaras" e "maquilagem".  Eles conduziam danças selvagens vestidos com máscaras de animais, e também usavam um cosmético para escurecer seus rostos durante o curso de alguns de seus ritos. Por isso o termo "máscara" para a maquiagem que as mulheres usam hoje ao redor dos olhos.  A finalidade disso pode ter sido a ligação ritual entre o  "preto"  e a  "sabedoria"  mostrada acima.

Na Grâ-Bretanha existem as Danças Morris, hoje tão inglesas quanto o rosbife, mas seu nome significa os  "dançarinos mouros",  porque eles costumavam escurecer seus rostos quando dançavam, para que não fossem reconhecidos.  Acredita-se que suas danças tragam
sorte para os dançarinos, e ela é certamente algo esplendoroso e alegre de se ver, e muito viva nos dias de hoje. Alguns historiadores acham que a Dança Morris foi trazida para a Grã-Bretanha da Espanha provavelmente por John de Gaunt e seus seguidores na época de Eduardo III.  John de Gaunt, o irmão do Príncipe Negro, passou bastante tempo na Espanha e tinha esperanças de tornar-se rei de Castela.

Continua...


A Arte Bruxa Tradicional – parte final





A Arte Tradicional é tradicional para quem? Ela pode ser tradicional do geral para o particular?

Quem inventou a arte e quem tornou ela tradicional? O que é Arte? O que é Tradicional?

Ela pode ser levada do particular para o geral?

São essas questões que iremos abordar nesse tópico de hoje.

O Conselho de Artes de Dakota do Sul define a arte tradicional como aquela que vem de uma comunidade ou de uma família, expressa suas heranças e geralmente vem sendo praticada por várias gerações. As comunidades podem ser étnicas, tribais, regionais, religiosas ou espiritualistas. Geralmente, as habilidades são passadas de modo informal, por exemplo, através de algum tipo de aprendizagem, em vez de ser por meio de formação acadêmica e tradicionalmente é transmitida oralmente.

O Conselho de Artes do Estado do Alabama diz que "arte tradicional" não significa que tudo é feito da mesma maneira que os antepassados do artista fizeram. Os artistas tradicionais usam estilos e técnicas antigos, mas dentro destes limites, eles estão livres para experimentar e acrescentar à forma, os resultados de sua criatividade pessoal.



Arte tradicional soa como se devesse ser primitiva e folclórica, mas se aplica às artes de todas as nações, como o Museu Mingei da Califórnia mostra em sua coleção. O site Mingei mostra que a arte tradicional inclui têxteis chineses, bronzes africanos, tapetes do Oriente Médio e até sacolas iranianas, que são utilizadas na parte traseira da bicicleta. Todos se encaixam na definição da arte tradicional, apesar de algumas peças parecerem exóticas e sofisticadas aos olhos dos americanos.

O site macmillanenglish.com diz que arte tradicional também inclui formas diferentes de objetos artesanais, como a poesia japonesa haiku, a dança Morris inglesa e a tradicional narrativa dos aborígenes australianos.

E quando a gente transporta esse conteúdo para o campo do esoterismo mágico, como fica?

A internet está cheia de exoterismo (de superfície/especulado/nada profundo em conteúdo), então temos de buscar os autores ou autoridades sobre Tradicionalismo.

Mas para isso devemos entender que, muitos vendem seu marketing para ser tradicional, não que o seja de verdade, eis a diferença.

Quando você é uma autoridade na arte das bruxas é preciso redobrar a responsabilidade para indicar os apontadores sobre esse tema, sobre o risco de sua palavra virar uma lei geral adotada por inocentes que tomarão tudo que você diz como se verdade absoluta fosse.

Verdades absolutas existem, sim, existem! Elas se chamam verdades perenes e são chamadas assim por resistirem a ação do tempo e aparentemente viver para sempre, pois se alocam em todos os tempos e todas as épocas, bem como em todas as fazes da vida. Contudo venho lembrar que algumas verdades são limitadas, passageiras, fragmentadas, individuais e passíveis de revisão.

Titus Burckhardt, Martin Lings, J. Epes Brown, Guildo de Giorgio, Ananda K. Coomaraswamy, Seyyed Hossein Nasr, Michel Vàlsan, Pierre Grison, Rene Guênon, Julius Évola, entre outros autores tradicionais do ocultismo e esoterismo tradicional são a expressão do que mais existe sobre o tema.



Para se ter ideia do que estamos falando a respeito de tradicionalidade daremos um exemplo clássico:

Você está trabalhando com deuses cósmicos na forma de polaridades feminina/masculina há anos, mas não sabe qual o esoterismo tradicional que está fazendo pano de fundo para sustentar a teoria filoesoterica que se mantém por detrás das cortinas desse ensinamento. Então chega a hora que você se depara com o Taoísmo e, por Lúcifer! Suas fichas começam a cair e você se dá conta de que polaridades cósmicas é um assunto oriental bastante antigo, pois mais da metade da população mundial ainda nem existia quando isso foi criado. Tudo o que está em cima é igual ao que está abaixo. Logo, deuses cósmicos é um assunto que está tanto em nível macro quanto em nível micro-Cosmo!

Disso nasceu grande parte do todo, senão o todo do esoterismo utilizado em magia, pois já naquela época se fundamentava o conceito mágico mais poderoso que existe sobre as polaridades feminino/masculino feito em forma de deuses (tanto os caídos/reencarnados, quanto os que estão em transito astral, quanto os Cósmicos manifestados).

Outro assunto é o tema geocêntrico e heliocêntrico. Bruxarias em formato de religião (ou religião que contém feitiçarias) são trabalhadas sobre o frame geocêntrico. Contudo, as bruxarias tradicionais (tradições espirituais que não são religião) trabalham de forma heliocêntrica na via principal e também se utilizam do geocentrismo quando se necessita dele, mas não é a única base.

O que assusta é ver tantos bruxos (de religião que contém bruxaria) cuja história se pauta num nascedouro de base hereditária em bruxaria, ou pelo menos se sustentaram assim no meio bruxo, tais como as origens de Eleanor Bone, Alex Sanders, Doreen Valiente, Roy Bowers e outros que afirmaram terem vindo de uma bruxaria hereditária, a pergunta que não quer calar é: 

ONDE FOI PARAR A BRUXARIA HEREDITÁRIA DELES?E POR QUE ABANDONARAM A HERANÇA BRUXA PARA ADOTAR UMA RELIGIÃO SE NÓS BRUXOS NÃO PRECISAMOS DE RELIGIÃO/RELIGARE, UMA VEZ QUE NUNCA ESTIVEMOS DESLIGADOS/DESCONECTADOS DE NOSSA FONTE ESPIRITUAL ORIGINAL?



O termo “CunningMan” traduzido para as línguas latinas é “Astúcia” ou “Astuto” e alguns bruxos preferem, entre tantos adjetivos que os representam, preferem o termo CunningMan ao invés do termo Bruxo Tradicional, como é o caso do Roy Bowers, assim afirma Shani Oates, mas não podemos nos esquecer do que Doreen Valiente afirmou sobre Robert Cochrane no prefácio do livro de Evan John Jones, ela diz:

“Conheço o autor desse livro, Evan JJ, desde a década de 60, uma vez que ele e eu pertencemos à congregação liderada por Robert Cochrane. Descrevi alguns trabalhos dessa congregação no meu último livro, The Rebirth of Witchcraft. Robert Cochrane era um jovem notável, cuja fama perdurou após a sua trágica e prematura morte, em 1966. Dizia-se um verdadeiro bruxo por hereditariedade, tendo obtido seus conhecimentos de uma tradição extensa e secreta. Até onde isso é verdade, provavelmente nunca saberemos. Descrevi minhas experiências nesse meu último livro. Nele podemos constatar que ele cometeu alguns equívocos. Mas de uma coisa tenho certeza: Robert Cochrane tinha o que costumamos chamar de “poder mágico”, carisma ou qualquer outro nome. Ele pode não ter sido muito honesto, mas certamente não era charlatão.”


Quando um morto não está aqui para se defender, temos o dever de fazê-lo, não importando o que os outros falem e, sim, importa os registros deixados porque contra fatos não há argumentos.

Sett.


quarta-feira, 27 de março de 2019

Como calcular a data da morte? – Astrologia Bruxa





Como adivinhar a data da morte? – Astrologia Bruxa

Muitos mistérios e também mistificações rondam esse assunto não é mesmo?

Não é de hoje que se tem curiosidade para saber quando vamos morrer ou em que época de nossa vida estaremos mais suscetíveis a esse fator.

Pois bem, hoje vamos trazer um calculo astrológico usado em bruxaria (porém nem todas as guildas da arte bruxa se utilizam, haja vista que elas desconhecem o sagrado texto Yavanajataka). Bem, se trata de uma técnica bem simples para quem tem afinidade com astrologia tradicional helenística qual considera a precessão das estrelas e/ou védica, a fim de sabermos qual a parte mais fraca/debilitada de nossa saúde e quem poderá ser o algoz adversário fatal.

A técnica consiste em você observar os Planetas Matadores e o Ketu a partir do SEU ascendente. Mas o que é isso?

Planetas matadores podem ser quaisquer planetas que estão presentes nas casas que antecedem as casas de longevidade. E Ketu é o nodo Sul também conhecido como a Cauda do Dragão e entre suas habilidades estão um vasto currículo que pode revelar vidas anteriores, o caminho de onde você está vindo e até mesmo a morte. Ketu entre outras coisas é o filho da Morte e um transito negativo dele com qualquer dos maléficos do zodíaco podem aumentar as chances e risco de morte.

As casas que possivelmente ou 95% de probabilidade para isso são conhecidas também como casas matadoras e trarão doenças, desconfortos na saúde, acidentes, muitas dificuldades mesmo ou provavelmente a morte e são elas as casas que antecedem as casas de longevidade, a partir do seu ascendente, sob o transito dos planetas matadores. Ainda não entendeu? Explico:

Casas de longevidade significam casas onde morre e renasce, nesse caso morre na 8 e renasce na 3, simples de entender.

As casas de longevidade são a casa 3 e a 8. Logo, a casa 2 e a 7 são as que antecedem e são as casas matadoras e os planetas que estiverem nelas são os planetas matadores, os que você SEMPRE irá vigiar porque eles são o risco de morte para você ou no mínimo são a sua Fraqueza física e espiritual, portanto, são nessas casas, digo, sob os conteúdos dessas casas que você vai aplicar um dos trabalhos de transformação, mas isso é um outro assunto que abordaremos em outro tópico.

A casa 12 está ligada ao fim de ciclos, então você irá contar 12 casas a partir da casa 8, e é por isso que você chegará ao resultado da casa 7 (a casa que antecede a 8). Essa é a verdadeira casa matadora e deve se ter muito cuidado aqui, inclusive de observar o regente da 7 onde ele se encontrar no mapa e sob quais aspectos faz com o resto do mapa. 

Se o regente da 7 não estiver na 7 significa que você não pode jamais colocar alguém para morar na sua casa, sob o risco de te matar, principalmente se estiver pensando em colocar para morar na sua residência uma pessoa do signo onde Venus está no ascendente dela. Se o regente da 7 (Venus) estiver na casa 7, não more com seu amante/marido/namorado e cuide para não arrumar um parceiro(a) psicopata. Geralmente são esses casos que você vê quando assiste uma noticia de que uma pessoa foi vítima (esquartejada ou não) por causa de sexo ou relacionamentos amorosos de qualquer natureza.

Para descobrir a casa de longevidade a partir da casa 8, você irá contar 8 casas e chegará na casa 3. Essa é a casa do reencarne, logo, para reencarnar você deve estar morto primeiro. Então a segunda casa matadora é a casa que antecede a 3, ou seja, a segunda casa matadora será a casa 2, já que ela quebra o vínculo com o estado da morte para reencarnar. A casa 3 também é conhecida como a casa dos anjos caídos.

Observe quais aspectos essa casa faz com as outras e principalmente quais aspectos os Planetas Matadores fazem uns com os outros e em que posição eles estão com o seu ascendente.

Vigiem os Planetas Matadores porque eles realmente podem te matar. Se for um recém nascido (que não tem imunidade), pode morrer. Se for um idoso(a) fragilizado, ele(a) pode morrer. Se estiver com debilidades físicas de saúde, aumentem a vigilância.

Uma dica, suponha que você tem Lilith na casa 7. A transformação aqui é conseguir o estado de sedutor sem se deixar ser seduzido, pois se você se deixar ser seduzido isso irá causar sua bancarrota, depressão, frustração e/ou morte ou ainda no mínimo um grande enfraquecimento da casa do ascendente e os planetas que estiverem nela, destruindo a imagem que você passa de você mesmo para o mundo e uma ruptura completa com o estilo de vida anterior e sua dignidade moral. Se você tiver Touro na casa 7 deve tomar muito cuidado com a estrela Algol e a sua cabeça/pescoço, pois pode perder a cabeça (literalmente) tanto em nível psiquiátrico quando guilhotinado.

Se a casa 6 (saúde/doença) estiver no mapa natal bem debilitada, soma-se essa informação.
Se você tiver algum planeta maléfico tanto na casa 7 quanto na 2, o risco de morte aumenta.

Se tiver Quiron na 7 ou na 2 terá de tomar cuidado redobrado ao tomar remédios ou qualquer coisa que possa causar alergias anafiláticas, o indicador de morte é que aquilo que te cura também pode te matar, então atenção com os excessos. Se tiver Quiron em Aries na casa 7 ou 2, os relacionamentos e as finanças/valores podem causar sua derrota (isso somente para o calculo da morte ensinado acima).

Também leva-se em conta os trânsitos planetários que estão aflitos com a Lua em relação ao mapa todo. Você observará o céu do momento e como ele sinastra com o seu mapa de nascimento, avaliando os Planetas Matadores.

Para saber se o evento que irá te matar será um acidente, um estupro, um tiroteio, um ferimento por uma arma branca, uma doença simples ou grave/física ou mental, um envenenamento, uma maldição/feitiço, uma fogueira ou incêndio é preciso analisar outros fatores no mapa e seus indicadores, sendo isso tema também para outro artigo, mas fica uma dica: 

Olhe qual elemento contrasta um com o outro na regência da casa e dos matadores e quais aspectos fazem entre si, elegendo o elemento dominante, se for Saturno (capricórnio elemento terra e aquário elemento ar) a morte poderá ser dormindo, ao longo do tempo, durante a passagem do dia para a noite, fraturas de quadril e ossos do joelho ou geral como um politrauma, doenças da velhice, (se ar = aparelho respiratório ou vias aéreas superiores/ se terra – ossos, dentes, unhas, cabelos, tutanos, nervos, etc.) se Saturno e Áries estiverem conjunto na casa matadora, o Alzheimer, perdas súbitas de consciência ou problemas na cabeça como AVC por exemplo, indicarão que a sua hora está chegando.

Então é isso. Boa análise e boa sorte com vida longa a todos!

Por Sett.