domingo, 12 de abril de 2015

Ding Dong - A Bruxa está viva!




Alguém aprendeu a ser livre e agora quer estar preso de novo?

Não se preocupe. Papo de cabresto é sempre papo de alguém que quer te controlar. Esse é o mesmo papo chato dos evangélicos e de gente que faz proselitismo.

Mas...como disse Aradia...

...Liberte-se da opressão.

Você não tem o porquê de sentir vergonha em ser livre, porque ninguém pode te impedir de ser livre.

Sem apegos, (Ap-ego).... percebeu?

O problema é quando você nota que eles vivem mais dentro de você do que você mesmo. Então preste atenção.

Todo mundo que lhe trouxe sofrimento, também lhe trouxe algum momento de felicidade e aprendizados. Tudo nessa vida é aprendizado e, quem está acorrentado aos seus pés sempre pode lhe proporcionar momentos de dança.

Uma bruxa inteligente me disse uma vez que estamos acorrentados na terra, mas queremos asas para voar e é por isso que temos a vassoura como o nosso símbolo phálico de liberdade. O processo é o mesmo da libertação. O deus das bruxas liberta! A terra é a nossa nutrição, mas os sonhos é a nossa alma, é o vento indomável. Se você parar de sonhar com as asas, deixará de existir a liberdade e não há hierarquia para a liberdade. Religiões nutrem hierarquia, bruxaria não. 

E não é incomum ver bruxas por ai confundindo religiões com bruxaria.

But the way.....A liberdade anda em pé de igualdade.

Veja só, o único animal que sente angústia é o ser humano, todos os outros estão plenamente satisfeitos com o que são. Isso é o processo do pensar, é a maldição dos animais inteligentes.

Quando um ser humano está descontente, ele sente vergonha do outro e se afasta para ser livre da vergonha, mas no fundo ele não está livre da vergonha pelo afastamento do outro, pois a vergonha mora dentro dele, é um processo de sombra Junguiana.

Eu gosto muito dessa história que vou narrar.

Uma vez um homem, um grande homem, lutava pela liberdade, estava viajando pelas montanhas. Ele passou a noite num caravançará e ficou encantado ao ver ali um papagaio numa gaiola de ouro e que continuamente repetia:

“liberdade! Liberdade!”

E o lugar era de um jeito que, sempre que o papagaio repetia a palavra “liberdade!”, ela ecoava pelos vales, nas montanhas.

Então o homem pensou: Já vi papagaios gostar de ser livre, mas nunca vi um papagaio que passasse o dia todo, de manhã até a noite, na hora de dormir, gritando por liberdade. O homem teve uma ideia. No meio da noite, ele se levantou e abriu a porta da gaiola. O dono do pássaro dormia profundamente, então, o homem cochichou para o bicho, “saia agora”.

Mas ele se surpreendeu ao ver o papagaio grudado ao poleiro, então ele continuou a falar com o papagaio “pode sair! A porta está aberta e seu dono está dormindo! O céu é todo seu!”.

E o papagaio continuava grudado no poleiro. Então o homem disse: “qual é o seu problema? Você é louco”?

Ele tentava tirar o bicho da gaiola e o bicho o bicava enquanto gritava “liberdade! Liberdade”!

Coven dos Papagaios
Os ecos se espalhavam pelo vale noturno e o homem teimava em arrancar o papagaio da gaiola, o bicho feria sua mão bravamente e o homem só se satisfez quando conseguiu lançar o papagaio para o céu, e foi dormir.

Na manhã seguinte, quando o homem acordou ouviu o papagaio gritar “liberdade! Liberdade”! Ele achou que talvez o papagaio estivesse empoleirado num galho de árvore, mas quando foi olhar viu que o bicho estava dentro da gaiola com a porta aberta.

A moral dessa história é muito simples. Você pode gostar de liberdade, mas a gaiola sempre lhe proporcionará certa proteção e segurança. Na gaiola, o papagaio não precisava se preocupar com comida, nem com os predadores, nem com coisa alguma. A gaiola é aconchegante, é feita de ouro. Nenhum outro papagaio tinha uma gaiola tão valiosa.

E assim é com o seu poder, com o seu controle das coisas, com sua família, com suas riquezas, o seu prestígio, essas são as suas gaiolas.

A liberdade é perigosa, porque ela não dá garantias, não dá proteção nem segurança.

Liberdade significa andar no desafio abrindo o próprio caminho e a todo instante haverá um novo desafio, às vezes fica quente demais, às vezes fica frio demais.
A liberdade significa uma enorme responsabilidade, você está por sua conta e risco.

Uma vez disse Rabindranath:

“A libertação é tudo o que desejo, mas tenho vergonha de esperar por ela, Tenho certeza de que há em ti um tesouro inestimável e que és o meu melhor amigo, mas não tenho a coragem de varrer a quinquilharia do meu quarto”, e ele está certo. Você não deve esperar pela liberdade, você deve promovê-la agora!

Porque não é uma questão de esperar, é uma questão de assumir o risco, desapegando-se de sentimentos fúteis e coisas fúteis. Para viver em liberdade, você pode aprender a se contentar e se contemplar primeiro na solidão, sozinho. Você deve se sentir bem consigo mesmo, sozinho. Quem não consegue viver sozinho, também não consegue viver com alguém.

Você pode estar certo que no mundo da liberdade existe um tesouro inestimável, mas essa certeza também é uma projeção do seu desejo, da sua expectativa. Então, você gostaria de estar certo. Você quer trocar um valor por outro do mesmo naipe.

Mas com a liberdade não se barganha, você tem de dar o salto rumo ao desconhecido, porque toda certeza também é uma gaiola.

A palavra razão vem do latim ratio e significa sugestão, cálculo, suposição. A razão nunca foi certeza e estar certo não tem nada a ver com estar com a razão. Você pode guiar sua vida sem norteá-la com a ideia do certo e do errado, isso não existe de fato, não existe o certo/errado. Existe o que tem de ser feito.
É por isso que há tanta confusão entre amor e ódio no mundo. O amor e o ódio são a mesma energia, mas você teme o ódio porque nunca ninguém lhe ensinou sobre ele. É por isso que o ódio é uma energia poderosa e assustadora, enquanto que o amor caiu na banalidade da boca do povo. Já percebeu que todo mundo hoje em dia afirma que ama você? Mas será que ama mesmo? Essa lição está fora do Coven do Papagaio.

Para aprender sobre liberdade, você deve aprender sobre o ódio, desde que sem conhecê-lo, você também não poderá conhecer o verdadeiro amor.

Assim, comece sua liberdade se tocando com as mãos e dizendo “eu me amo”, e se valorize. Depois se desapegue de tudo que não te serve mais, roupas, objetos, pessoas que já cumpriram seu papel na sua vida, etc, e dê um novo passo para frente. Se nada é igual, também nada é Uno, você não tem de se manter grudado em alguém ou numa única ideia, pessoa, filosofia, etc. 

O mundo é plural e é essa pluralidade que nos une. Se há o Uno tenha certeza que a união se encontra na pluralidade das coisas e ali há espaço suficiente para que você permita que o outro também siga o caminho dele como bem entender.

Lembre-se: O homem que a dor não educou será sempre uma criança. É por isso que a bigorna dura mais que o martelo.

Fizeram o que fizeram com você?

Não se preocupe. No final das contas isso é entre eles é o deus deles, a regra-gaiola.

Nunca foi entre você e eles, muito menos entre você e o deus que habita neles.
E assim, há os que cultuam o cabresto, e há os indomáveis.

Ninguém uiva por você!

Sett Ben Qayin


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