segunda-feira, 2 de janeiro de 2023

Geomancia, Ifá e a origem das Bruxas

 



Bom dia pessoal hoje venho explicar e ensinar os significados das coisas, vamos explanar o por que as Iyamis ficaram tão temidas e discriminadas aqui no Brasil entre o povo de santo. Vamos ensinar um dos mistérios mais tradicionais que existe sobre bruxaria legítima e antiga, a qual se difundiu pelo mundo a fora.

Por isso peço Agô a todos com antecipação, pois vou revelar segredos explicados de fundamentos tradicionais que vocês não vão achar em apostilas nem em livros, desejo  Asé a todos porque meus sentimentos são de gratidão pela existência e, proclamo meu motumbá a todos porque respeito cabe em todos os lugares, pessoas e direções.

Você sabe o por que as bruxas são temidas, descriminadas e relegadas ao mal? A origem disso é o próprio povo do candomblé.

O culto tradicional africano se chama Esin Orisa Ibile, Isese Lagba, é o nome do culto que aqui no Brasil virou candomblé (arte de rezar) devido a diáspora.

No culto tradicional Esin Orisa Ibile, Isese Lagba fazemos a seguinte saudação:

Agboruboye Agbosise Agbòató!

Esses nomes também são usados para responder uma benção pedida.

Eu tenho visto muita gente de candomblé dizer que vai se purificar com pó, com osso, com incensos etc.. isso me causa uma certa estranheza, porque a raiz etimológica da palavra purificar remonta a raiz etimológica da palavra água.

Assim como as palavras batismo (molhar/banho), renascimento (depois de se banhar), ressurreição (ressurgir limpo), são todas palavras que tiveram origem nos remotos ritos de purificação dos povos antigos de todos os lugares do mundo.

Não se purifica nada sem a água e nenhum outro elemento tem poder de purificação.

As águas de Osùn são as águas (Amnióticas) do útero, que prepara a vida material para nascer e renascer. É o banho primordial antes da vida.

Então é errado dizer "vou purificar pelo fogo, pelo ar ou pela terra", porque isso denota o desconhecimento da matriz e da função de purificar de fato.

Os ritos de Acqua Februa (banhos de água quente) dos Etruscos foram aprendidos com os egípcios africanos do mundo antigo e estão ligados equinocialmente ao meio do verão, mais tradicionalmente ao mês de fevereiro. Os etruscos foram chamados de povos do Mar que invadiram o Egito, eles eram hábeis navegantes e os papiros mágicos estão cheios de segredos deles.

Todos os símbolos dos elementos tiveram origem na Geomancia, onde o elemento água é representado pelo símbolo triângulo com a ponta para baixo. Esse é o esquema formador dos símbolos dos Odú e são Méji (duplos) porque fazem referência ao seu duplo etérico (seu eu que está lá em cima).

A própria palavra "origem" é formada de Ori (consciência) + gem (genis/raiz).

Orisà significa fragmentos de consciência e eles são forças da natureza porque são divisões da grande sabedoria Criadora, a Serpente Mãe que chamamos Olodumare.

Sempre que tiverem necessidade de purificar algo, lave, dê um banho com ervas ligadas ao intento a ser alcançado.

A Geomancia nasceu na Arábia Saudita de acordo com Fatumbe e, na era de Salomão com a rainha de Sabá foi divulgado de acordo com os dados históricos. É um Oráculo da Terra-Mãe de uma era matriarcal, que posteriormente foi retomado pelos homens árabes, assim como Urim e Tumim é o nome dado a um processo de adivinhação utilizado pelos antigos israelitas para descobrir a vontade divina sobre determinado evento. É uma expressão proveniente do hebraico e significa “luzes” e “perfeições” e soa como sim ou não. Segundo a visão judaica, Urim e Tumim remontam ao Sumo Sacerdote de Israel da antiguidade. Esse oráculo também é derivado da geomancia.

Em sua origem geomantica o símbolo da água é um triângulo com a ponta para cima. Quando esse conhecimento chegou na África subsaariana, os africanos aperfeiçoaram o sistema mudando o símbolo do ar e da água, aonde um era com a ponta para cima mudou para ponta para baixo. Então na Geomancia o ar é o elemento com a ponta para baixo e água é com a ponta para cima.

No sistema de Ifá ficou ao contrário. A água passou ser representada com a ponta para baixo.

Os elementos fogo e terra se mantiveram iguais.

Os Gregos em contato com Egito e África criaram a palavra Profeta e isso está relacionado à Ifá que é um sistema, não uma divindade. A divindade é Orunmilá.

Do grego "prophetes", esta palavra, etimologicamente, é constituída pelas raízes pha ou phê, que significam falar, e pelo prefixo pro, antes. E foi assim que surgiu tudo sobre o oráculo Geomancia, cujas casas femininas possuem quatro mães que são referencias às quatro matri-arcas do pós dilúvio, sendo elas a esposa de Noé, e as três esposas de seus filhos, tornando o escudo geomantico a própria arca de Noé. Com torrões de terra lançados ao chão podia contar os pontos que eram gravados ou tefados da direita para esquerda em quatro linhas horizontais. A Geomancia é tão antiga que ela antecede a criação da astrologia, sendo essa última um espelho do que está embaixo e vice versa.

Todos os povos antigos narram a importância da supremacia do espírito sobre a matéria e é sob essas premissas que se consultavam um oráculo, para saber a vontade dos deuses afim de que se possa consertar as coisas aqui na terra e produzir um alinhamento entre essas energias, ficando assim em paz, o que por si só gera felicidade. É o que os adeptos da frequência Hertz chamam de ponto zero quântico.

A geomancia fala de um ego aqui na terra e outro no céu. São os duplos etéricos, por isso são na língua Yorubá, Méji.  

Os 16 Olo Odus, ou Olodus, tem uma divisão interessante.

Do 1 ao 11 os itans narram histórias puramente Africanas de berço, das terras Yorubás, sem influência de outros povos. É puro de origem.

De 12 a 16 os itans narram histórias mescladas com a invasão islâmica na África, onde até mesmo os sacerdotes mulçumanos vão se consultar com os profetas de Ifá.

Já vou contar pra vocês uma história sobre a origem das bruxas Africanas (As Ajés) contidas num Itan de um dos Odus de Ifá, e desmistificar o porquê elas ficaram tão temidas aqui no Brasil e no mundo, bem como vou contar a imensa importância Delas no plano esotérico e para o entendimento de todas as feiticeiras que louvam as divindades africanas ou não africanas.

O Odú é o 12 na ordem de Ifá, de nome Òtúrupòn Méji.

Dentre vários itans desse Odú, um deles é esse que fala da origem da bruxa e do ser humano. Possui um entendimento esotérico para iniciados que é oral, mas causou confusão quando essa história foi copiada pelas apostilas iniciaticas de pessoas que buscaram iniciação na África e voltaram para seu país de origem, esquecendo-se da explicação oral sobre esse Itan.

Sendo assim, a parte escrita ficou sujeita a interpretações diversas enquanto a parte oral foi esquecida ou desconhecida da maioria no ocidente.

O Itan em si escrito, diz:

 

- A Feiticeira e o Ser Humano -

 

 - O Pààká, mascarado com um caroço nas costas,

Pegou quarenta cauris do chão."

Foi divinado Ifá para a Feiticeira. Foi divinado Ifá também para o Ser Humano.

Ambos foram alertados para fazer sacrifício,

A Feiticeira falou que sempre que ela viesse a Terra,

Ela destruiria a obra dos Seres Humanos

O Ser Humano também disse que sempre que viesse a Terra,

Faria tudo que lhe desse prazer.

Foi solicitado a ele também que fizesse sacrifício,

Mas, ele recusou-se a fazê-lo.

Quando os dois chegaram a Terra,

Se o Ser Humano produzisse uma criança,

A Feiticeira matava a mesma.

Todas as coisas pertencentes ao Ser Humano

Eram estragadas pela Feiticeira.

Então, o Ser Humano voltou para o seu sacerdote de Ifá,

E fez o sacrifício que ele havia negligenciado.

Foi dito que ele fizesse Egungun.

Ele então, vestiu-se de mascarado,

E começou a cantar usando a linguagem indireta contra a Feiticeira.

Ele disse que foi exatamente como seus sacerdotes disseram.

O Pààká mascarado, com um caroço nas costas

Pegou no chão quarenta cauris.

Foi divinado Ifá para a Feiticeira,

E também divinado para Ser Humano;

Quando ambos estavam vindo do céu para a Terra.

Esta é uma Feiticeira,

Apesar da forma de Ser Humano.

A Feiticeira não deixa o Ser Humano descansar. -

Agora vamos para a explicação de Tradição oral que não consta nas apostilas:

A feiticeira é um ser consciente que ao vir para a Terra se lembraria de quem é e de onde veio em algum momento de sua vida terrena, não tendo sobre ela os efeitos do ego material e sim somente do ego espiritual (seu duplo), portanto para corrigir alguma situação o símbolo geomantico formador do elemento que fica nas duas linhas terrestres deve ficar igual aos de formação celestes, pois nada acontece com você aqui na terra se não acontecer primeiro com o seu duplo etérico lá em cima no éter. Assim sendo, se o que está acontecendo com o seu duplo etérico é algo horrível, a correção e alinhamento será tomada, formando os Omo-odus. Dessa forma um corrige o outro e ambos se alinham, pois na ordem de chegada dos elementos, primeiro foi criado o fogo, depois o ar, depois a água a qual fica em cima da terra. É nessa ordem que as coisas são criadas de acordo com os princípios da geomancia. Dessa forma se um Odú é feito de Água sobre Fogo, lembra uma serpente com duas cabeças fazendo referência ao fragmento de consciência chamado Dan-Oxumare e sua história é contada nos Itans mencionando seus poderes positivos e negativos, gerando assim os sacrifícios a serem feitos para alinhar ou corrigir o intento necessário.

Quando se fala de Méji estamos a falar do duplo etéreo de nossos pares espirituais, sendo que um é você aqui na Terra e o outro é você lá no éter e de certa forma isso é um trabalho de ego. Nada acontece com você aqui embaixo se não acontecer primeiro com seu duplo lá em cima. Por isso a Ori é de tamanha importância. Sem a Consciência de quem se é nada flui.

A Tábua de Esmeralda já falava sobre isso quando diz: “o que está acima é igual ao que está abaixo”. Tudo isso veio da geomancia que é o primeiro Oráculo da Mãe-Terra que existiu. De acordo com Pierre Riffard o culto da Terra-Mãe foi iniciado há 35 mil anos (dados arqueológicos), mas como tudo na vida mudou após o dilúvio, a era Matriarcal mudou para Patriarcal, sobrando resquícios do antigo Oráculo geomantico através das subdivisões dele, pois não só existe Ifá no mundo, mas sim existem coleções de oráculos iguais a ifá no mundo todo, porém, alguns sem o aperfeiçoamento africano, quanto outros preencheram essas lacunas com seus próprios contos aborígenes de seus terras natais.

Os Odus vêm com o propósito de corrigir e alinhar as coisas entre as partes para que a vida flua, por isso são portais de energia celeste e terrestre, pois eles vem do Céu para a Terra, mas como a geomancia foi criada antes da astrologia, é possível que o sistema de ifá tenha sido criado depois da consciência de descobrimento da astrologia árabe. Se essa última possui 7 mil anos, ifá não tem mais que isso, contudo não deixa de ser muito antigo.

No Itan a feiticeira destrói tudo que o ser humano constrói porque ela sabe que não somos daqui e construir coisas aqui é algo passageiro e, portanto não faz sentido construir algo banal feito com ego, e sim devemos lembrar quem somos e de onde viemos reverenciando os nossos Ancestrais.

É por isso que, quando o ser humano veste a roupa de egungun a feiticeira se alegra e para de perseguir o ser humano. Ela vê que ele está reconhecendo a ancestralidade e por isso está no caminho certo. A ancestralidade parece ser o ponto de partida para se estar no caminho correto em todas as religiões tradicionais do passado.

Ela não teme egungun como muitos querem fazer parecer esse mistério, mas sim ela o adora por ser a representação física da ancestralidade vinda do Orun ou da estadia nele. Perceba que espírito e consciência são duas coisas diferentes. Primeiro é criado o espírito e só depois é colocado nele uma consciência, A Ori. Corrigindo alguns babalawós, Ori é uma palavra feminina, por tanto o artigo “o” é inválido, devendo ser pronunciada A Ori.

Aqui no Brasil essa explicação ficou totalmente desconhecida porque os babalaxés, iyálaxés, babalawôs, babalorixás e ialorixás se atentaram somente no que ficou escrito no Itan das apostilas que foram reproduzidas em diversas escalas nacionais, sem levar em conta a consultoria oral de cunho iniciático. Daí passaram a temer tudo que se diz sobre bruxas/feiticeiras e começaram a orientar as pessoas a pararem com Bruxarias, o que em si não faz sentido algum, desde que o próprio culto de Ìyámí é bruxaria pura que se mantém original até hoje. Soma-se ao medo imposto pela igreja cristã e pronto, as iyamís e as Ajés tornaram-se fonte do mal e do medo, mas vejam que isso se deu por puro desconhecimento da oralidade esotérica africana e preconceito cristão.

Iyamís significa minhas mães e é uma referência ao elemento ar e aos pássaros que voam no ar, especialmente os que são carniceiros. A sociedade de Iyámí na África são três em Egbé-Orun (grupos celestiais) (Funfun, Pupá e Dudú) sendo especificamente a branca, a vermelha e a preta, responsáveis pela Justiça, manutenção e Ordem no mundo criado. É devido à elas e a esse culto que a Deusa tem três cores, pois esse antigo culto chegou á Europa antes da época dos romanos, pois foi da cultura Minóica que partiu para o cume do mapa e lá tomou formas adequadas à reverencia local de sua cultura. Não é a toa que o Berço da Humanidade é a Africa.

Elas participaram da criação do mundo e por isso receberam de Olodumare o poder de reinar sobre tudo. Todos os feitiços e magias passam pelo crivo delas. Se essas senhoras não admitir um feitiço feito, seja por merecimento ou não, o feitiço não passa e não acontece. É um culto tão perigoso quanto o culto de Obatalá, pois ao mexer com essas energias sem o devido conhecimento, ao invés de você atrair as bênçãos das grandes Senhoras ancestrais, você acaba atraindo o ódio e a fúria delas sobre si mesmo. Para conhecer como se lida com esse culto tem que ser iniciado no culto tradicional de Osùn em Ọṣun-Oṣogbo na África e pactuado com Iyámí Osòrongá. Há diversos tipos de pactos nesse culto e todos, inclusive o propósito da iniciação deve ser regido por um Odú em consulta de Ifá pelas Ajés nos Ibos de caurís, no jogo de Obi ou por indicação real de um Babalawó, mas com aprovação delas. Em outras palavras você tem que ser escolhido!

Conhecer o Esoterismo oral que está por trás dos escritos é fundamental para se construir o caráter. Sem Ori não tem caráter. Sem ancestralidade reconhecida não tem Ori. Assim o culto de quem tem útero foi o primordial porque todo mundo nasce de uma mãe. Os homens nesse culto são os Osò (bruxos) coadjuvantes das Ajés da criação, mas toda honra é delas, as mulheres sagradas, temidas, são perigosas porque possuem o poder da criação dado por Olodumare e elas participaram da criação do mundo. É o primeiro culto feminista que existiu ainda que o termo feminista não tenha sido usado na época porque ainda não tinha sido criado o termo.

Então entenda que:

Ori é a Consciência, não a cabeça, mas ambos estão ligados metafisicamente.

Orisá é fragmento de Consciência.

Iyámí é Minha Mãe Ancestral.

Iyámí Osòrongá é Minha Mãe Pássaro ancestral.

Esù é o único que pode ir até elas e voltar, fazendo a comunicação entre esses mundos e negociando os acontecimentos.

 

Um grande beijo e abraço a todos, espero que com esse artigo eu tenha cooperado com o conhecimento de vocês e que isso sirva para quebrar preconceitos, conscientizando cada coisa em seu lugar, de forma que desmistifique o medo infundado e fortifique o respeito a ser doado para com essas Senhoras.

Que Exu e as Ìyámís abençoe todas as Oris que fazem Oriki e Adurá, a todos vocês.

Ire-o!

Esse artigo foi escrito por Osóològbóni Omofá Lati Oyá Osungbemi

Ti o tele ihuwai-Iwá ti, Kabiyesi Oba Adekunle Aderenmu, que estuda, pratica e presta homenagem ao Esin Orisa Ibile, Isese Lagba.

 

 

 


quinta-feira, 20 de outubro de 2022

Saga e a origem das bruxas

 



Saga e a origem das bruxas

Por Sett Lupino e Aradiana Lupino.

Muitos se perguntam quem iniciou a primeira bruxa?

Nesse artigo trazemos todas as informações e um pouco mais a todos vocês. Claro, não pretendemos esgotar o assunto, mas hoje, contribuir.

Saga era a denominação dos romanos às bruxas e feiticeiras e, também para as vacas.

Na Roma etrusca, até meados do século III d.C., os romanos chamaram a bruxa, de Saga, a senhora do vaticínio e veneficium (em grego Pharmakis) que era proficiente nas artes de Galeno, médico romano nascido em Pérgamo (região da antiga Tróia na Anatólia).

Saga é uma bruxa e uma deusa bruxa. Ela é quem pisa sobre a cruz e a serpente, mantendo um pé em cada um, como símbolo da sabedoria nos caminhos e dos caminhos.  É ela quem apazigua os lobos e, é ela quem solta os lobos contra os inimigos. Os lobos são os únicos com autorização dos Nove deuses que controlam os raios, para punir e, são eles quem faz a ponte entre os mundos e favorecem qualquer julgamento dos mortos para decidir qual será a alma que viverá novamente e qual sofrerá a morte eterna. Os lobos de Saga são os arcanos da própria Trufa e do Visco. Ela é a rebeldia e a juventude inocente do Visco que nega o pacto juramental que põe em risco a vida de Baldr. Ela é a morte e o renascimento guardados na Trufa mágica da criação, a qual também lhe fornece poderes visionários e oraculares, de vaticínio e veneficium. Enquanto Bruxa ela detém a sabedoria da Deusa Strenia se mantendo sábia e humilde e, enquanto Deusa ela se funde no mito de Frigga e é visitada por Óðinn em seu salão no submundo.

Saga precede a moderna palavra Strega a qual só conservou o sufixo “ga”. O prefixo “Sa” é oriundo de “Śa” se pronuncia Xá na língua etrusca e significa o número quatro. Isso demonstra que Saga pode ter desenvolvido e exercido suas artes nos meandros do festival romano Quinquatro, local onde havia um santuário etrusco-romano de Menrva (Minerva Médica romana) na colina do Aventino que, segundo Graf, era um ponto de reunião das guildas de artífices, poetas, médicos e atores, todos eles artesãos cujo símbolo era a coruja e o lobo.

O culto de Minerva era associado ao de Marte e seu maior festival era o Quinquatro, um festival de artesãos. Assim como a grega Atena era chamada de Higieia entre os gregos, um importante atributo de Minerva era o ligado à cura, chamando-a de Minerva Strenia, A Medica, epíteto que se disseminou por todo o território romano.

Ainda de acordo com Graf, há uma única função de Minerva que parece ter sido especificamente romana: a Minerva curadora, Minerva Medica. Mesmo que possa ter havido uma ligação com a Atena Higieia, houve uma mudança na ênfase: enquanto que Atena Higieia é uma protetora estática da saúde, Minerva se tornou uma curadora ativa, uma médica. Através da expansão romana para o norte Atena/Minerva foi sincretizada com deidades celtas, como Belisama, Sulis, Brighid, Brigância, Dona e até mesmo Frigga em seu aspecto de volva. Os Africanos a relacionaram com a Ori.

Na Guerra, a etrusca Menrva adotava o título de Bellona, absorvendo as gregas Sacmis e Enio e, as egípcias Ankt, Doktem e Sekmet. Nas artes da cura, Menrva adotava epíteto de Strenia, a deusa da cura.

O Templo de Minerva Médica era similar ao Templo de Apolo Medico, por isso alguns autores de estruscologia fizeram confusão ligando Apulu à Śuri e, por desconhecerem que a etimologia de Śuri é Princesa, uma vez que os etruscólogos desconhecem o conteúdo da tradição religiosa das Stregas. Esses templos eram templos da Roma Antiga, construído no Monte Esquilino durante o período republicano.

Desde o século XVII eles têm sido erroneamente identificados com as ruínas de um ninfeu nas vizinhanças, por conta de uma impressão equivocada de que a Atena Giustiniani teria sido encontrada lá.

Na posição nos catálogos regionários, entre o Campo Viminal e o Templo romano de Ísis Patrícia, aponta para um local na porção norte da Regio V. Porém, centenas de oferendas, incluindo uma na qual se atesta a existência do templo, foram descobertas na Via Curva (a moderna Via Carlo Botta), a oeste da Via Merulana, como sendo um possível local para o templo. Algumas paredes de tufo, que lembram trincheiras rituais conhecidas como favissas (favissae), também foram encontradas no local.

Saga, ligada a Minerva, pode ter sido a origem da moderna palavra Strix latina, senão vejamos:

Em italiano coruja é Gufi (plural) Gufo (singular) e também Civetta, sendo que todas se referem as corujas como aves de rapina, mas Civetta é conhecida na Itália como Athena Noctua (mocho galego) e Athene cunicularia (coruja buraqueira), ambas da ordem Strigiformes que possuem quatro notas guturais agudas e, estão divididas em duas famílias: Tytonidae e Strigidae.

Segundo o mito romano, Saga era uma mulher simples e sábia que atendia toda a população que a procurava, pois ela conhecia as rezas, benzimentos, conjuros, rituais, ervas e plantas medicinais e ainda foi a reveladora do oráculo de Śuri (Śuri significa princesa na língua etrusca e se refere ao título de Phersipnei, portanto os autores que ligam a palavra-título Śuri ao deus Apulu (Apolo) estão equivocados). O termo Śuri também gerou Sara na língua hebraica.

Saga também é uma deusa proto-germânica a qual os etruscos se referiam a ela como Gaulateia na Sicilia, conhecida pela etimologia do Alto Alemão e, nórdica, podendo ou não estar ligada a Galatéia Nereida dos gregos.

Saga é identificada como Frigga, uma Ásynja volva que também é chamada Frige, Frija, Fricka, a rainha dos Æsir e deusa do céu e do clã das Ásynjur, conhecida como deusa da união, do matrimônio, da fertilidade, do amor, da gerência da casa e das artes domésticas, da magia e da caça selvagem. Ela é a deusa da história e a que fornece sagacidade e argúcia, a senhora das tradições orais e da inspiração ovática.

No caso grego, Afrodite atendeu as preces de Pigmaleão dando vida a estátua esculpida por ele, por quem estava apaixonado. Nessa acepção, Saga/Frigga/Afrodite pode fazer sentido se você compreender que Afrodite detém muitos atributos de Frigga, pois Afrodite era como os gregos chamavam a original Astarte Fenícia, a senhora dos céus, da Terra, do Mar e do Submundo, da união entre os seres, equivalente a babilônica Ishtar e da Suméria Innana. Lembro ainda que no mapa antigo havia uma cidade com o nome de Ashtoreth ao norte da Arábia.

Ela tem o poder da profecia embora não diga tudo que sabe. Suas assistentes eram Eir, a médica dos deuses e deusa da cura, junto com as demais assistentes de Frigga, Hlín a deusa da proteção, Gná a deusa dos mensageiros, e Fulla a deusa da fertilidade. Frigga era esposa de Óðinn, o qual também era chamado de Godan, Wotan, Othinus, Vôdans, Ouvin, Wuodan, Wuotan, Guodan  Wêda, Vut, Watan, Navutan, Wuot e Wōdanaz por toda região da Germânia.

Óðinn é detentor de tantas virtudes que recebe o aposto de “pai da magia” e senhor dos Lobos, demonstrado no Hávamál (parte IV), tornando-se senhor do hidromel da poesia, o licor mágico que profere vaticínios e nas iniciações Odínicas até hoje são usados os termos “zu Odin fahren”, para mandar você pro diabo, uma forma de dizer que você está recebendo os segredos das runas.

Ambos eram sopradores de Völuspá (fôlego/ânima) em todos os nascimentos. Como Volva e talvez Musa, ela inspirava fôlego em todos os poetas no mundo, o que permitia que eles recebecem a inspiração necessária para registrar as Sagas da história mundial, como o Vôluspá (A Profecia da Vidente), Grípisspá (A Profecia de Gripir). Diz-se que ela contava todas as histórias porque tinha do poder oracular de saber tudo, inclusive todas as sagas nórdicas foram possíveis de se conhecer devido a inspiração dela, tal como Saga de Hervör ou Saga de Hervarar gravadas no manuscrito medieval islandês Hauksbók.

Saga significa o que é dito e revelado, como Sagas dos Reis, Sagas Familiares e Sagas Heroicas ou Legendárias, e as sagas mais popularmente conhecidas são Egils saga, Gísla saga, Hrafnkels saga, Njáls saga, Laxdæla saga, e Grettis saga. Ela é a própria história registrada.

No völuspá inni skamma, Stanza (verso 5), está revelado que, “Todas as Völur são descendentes de Vidólfr, Todos os Vitkar são da raça de Vilmeid, Todos os Seiđberendr são descendentes de Svarthöfdi, e Todos os Jötnar vieram de Ymir.”

 

Völur é a expressão para profetiza em feminino. Vitkar é a expressão para bruxo em masculino. Seiđberendr é a expressão que é usada para quem é inter-sexos. Podendo ser entendido como o bruxo/bruxa transgênero. Por fim, os Jötunar é o plural de Jotun (os gigantes) os Deuses primordiais do qual tudo nasceu e tudo voltou ao pó. Podendo ter equivalência com os Titãs greco-romano, pois, como todos sabem, os nórdicos e os etruscos eram próximos e ambos tinham contato com os gregos.

Curiosidades:

O dicionário da Língua Portuguesa fez a tradução de Saga, como feiticeira, contadora de histórias. A palavra etrusca Phersipnei, gerou a raiz etimológica para a palavra Phersus, e Perthō. Phersipnei em Latim romano é Prosérpina, palavra que gerou prosa e saga, sagacidade, argúcia. A Argúcia também provinha da manteiga que era preparada para passar na cabeça e entre os cabelos, é interessante se olharmos isso pela ótica do Igbá Ori que também utiliza a manteiga de Karité no assentamento. Minerva como a Ori, A consciência divina, nasceu da cabeça de Júpiter, após o trabalho de transformação do deus ferreiro Vulcanus. Minerva é a própria consciência divina do Self e quase todo trabalho bruxo nasceu dessa experiência mágica.

Phersus é máscara, gerou o nome Perseu e Perthō que é uma runa que é transcrita também nas formas Perþō ou Perþrō,  Perthō ou Perthrō, é a décima quarta runa do Futhark e a sexta da família Hagalaz. Ela é precedida por Eihwaz e seguida por Algiz. É nomeada Peorð 'em anglo-saxão e o seu uso foi abandonado na versão abreviada do alfabeto rúnico em uso na Escandinávia, de forma que não há nome no nórdico antigo, isso pode ter contribuído com a teoria etrusca da origem das runas, e mais tarde foi descrita no poema rúnico anglo-saxão. A Itália não era um país unificado até o século XIX, todos entravam e saiam, ou transitavam convenientemente desde eras remotas e todos os povos se encontravam entre si na Itália. De Roma pra cima a Itália é céltica. De Roma para baixo a Itália é originalmente Helenística, porém as duas culturas se fundiram com o passar do tempo.

O Codex Vindobonensis 795 dá o nome de uma letra correspondente no alfabeto gótico como pertra, restaurado em gótico como perþra, Perþō ou Perþrō é a forma reconstruída para o proto-germânico a partir desta correspondência; o significado desta palavra não pode ser determinado, o de seus supostos descendentes já sendo obscuro tanto no gótico quanto no inglês antigo, mas como o glossário etrusco aponta a raiz etimológica de Perthō como tendo vindo do nome etrusco Phersipnei, podemos compreender que a máscara usada no submundo traz alegria após a morte, uma vez que essa deusa é regente dos mistérios eleusínios da vida, morte e renascimento, senão vejamos:

Esta runa originalmente registrava o som [ p ]. O inglês antigo tinha uma modificação desta runa chamada cweorð para notar o som [ k w ]. Ele encontra um paralelo exato no Codex Vindobonensis 795, que cita o nome de uma letra gótica chamada qertra (restaurada em gótico na forma qairþra), que notou um som da mesma natureza. Além disso, o Poema rúnico anglo-saxão apresenta o seguinte:

​​Peorð byþ symble plega e hlehter

wlancum [no meio], ðar wigan sittaþ

en beorsele bliþe ætsomne.

 

Que na tradução francesa se traduz em:

Peorth é festa, diversão e risos

para os adultos, onde os guerreiros se sentam

juntos na sala de cerveja, felizes.

Essa cerveja poderia muito bem ser bebida no submundo, senão vejamos:

Na saga Grimnísmál, Óðinn é retratado visitando Saga em sua habitação Sökkvabäck (que significa "afundar/submundo"), o que sugere que Frigga toma o nome Saga para usá-lo no submundo, no salão dos barcos naufragados, onde eles bebem em seus vasos de ouro. De acordo com Snorre, ela é um ser independente que fazia parte da santa irmandade de Asynjor, o que a liga novamente a esposa de Óðinn, Frigga.

Veja na lista abaixo como se escreve Saga em cada língua:

Alemão : Sage

Árabe : ساجا

Asturiano : saga

Bielorrusso : сага (sága)

Bósnio : saga

Búlgaro : сага (sága)

Checo : sága

Chinês : 萨迦

Coreano : 사가

Croata : saga

Curdo : ساگا (ku), saga

Dinamarquês : saga

Eslovaco : sága

Espanhol : saga

Esperanto : sagao

Feroês : søga

Finlandês : saaga

Francês : saga

Grego : σάγκα (saga)

Galego : saga

Georgiano : საგა (saga)

Holandês/Neerlandês : saga

Húngaro : saga

Inglês : saga

Islandês : saga

Italiano : saga

Japonês : サガ (saga)

Leonês : saga

Lituano : saga

Occitano : sagà

Polonês : saga

Romanche : ditga (falado na Suíça, Áustria e Itália como dialeto Rhomá);

Romeno : saga

Russo : сага (sága)

Sérvio : сага (sr), saga

Tártaro da Crimeia : saga

Turco : saga

Ucraniano : сага (saga)

Vietnamita : xaga

 

Bibliografia

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Alroth, B. Greek Gods and Figurines. Aspects of the Anthropomorphic Dedications, Uppsala. 1989.

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segunda-feira, 10 de outubro de 2022

Entenda a ligação entre os Etruscos, Célticos, Nórdicos e Africanos! - Parte 2 (final)

 

Entenda a ligação entre os Etruscos, Célticos, Nórdicos e Africanos!

Parte - 2 (final)




Os gauleses (símbolo Galo) que habitavam o território correspondente à França, à Bélgica e à Itália setentrional proto-históricas, a partir da Primeira Idade do Ferro (800 a.C.), foram conhecidos pelos nossos dias através de sua ligação com a civilização celta de La Tène.

No século III a.C., os gauleses invadiram a Grécia e foram mais além, atravessaram a Ásia Menor, chegando a um território conhecido como Anatólia (antiga Troia) ocuparam uma região no interior que se chamou Galácia, pronuncia-se Galátia. Galați ou Galatz se pronúncia /ga'laʦʲ/ também é uma cidade da Romênia às margens do Danúbio, (ver os Gálatas bíblicos). Note-se que 4 séculos antes, Eneias saiu de Troia para fundar a Nova Troia prevista e imposta pelo oráculo. Depois de passar pela cidade Fenícia de Cartago e se casar com a rainha Dido, ter aprender seus costumes, Eneias parte novamente com sua legião de marujos troianos e cartaginenses chegando a Sicília e posteriormente a Etrúria por via náutica, se mescla com os povos autóctones Rasenas, Latinos, Úmbrios, Sabinos, Pelasgos,  e funda uma nova Troia (que fica 400 km de Roma na Itália), gera descendência que se torna Rômulo e Remo, os quais Fundam Roma (Romula ou Romla, do etrusco Rumon – nome antigo do Rio Tibre, dos gêmeos encontrados no local), sendo uma extensão da nova Troia.

Os Romanos conquistam os Gauleses que 4 séculos depois invadem a Grécia e depois passam para a Anatólia (atual Turquia Dardânica que compreende as cidades Balkesir e Çanakkale beirando mais ao sul o Mar de Mármara, região onde nascem os encantamentos) cujo rio Scamander levava até a Phrigya Ancara que ficava no centro-norte, tendo a Ilha de Chipre ao sul da costa. Tróia da Anatólia ficava à 1.500 km ou 17h de distancia do Líbano, só para que se compreenda as culturas vizinhas da época.

Os Rasenas (Tirrenos) foram aparentemente uma mistura de Fenícios com os Sabinos, Latinos, Clúsios, Fidenenses, Veios, Cares, Hérnicos, Équos, Marsos, Volscos, Lucani, Peligni, Marrucini, Úmbrios e Auruncos, eu contei ao todo 16 etnias que foram os povos etruscos.

A Itália inteira é uma colcha de retalhos cultural, desde que diferentes populações se estabeleceram ao longo dos séculos, a grande maioria foram agricultores do Oriente Próximo, lígures, etruscos, fenícios, gregos, celtas, godos, lombardos, rúgios, bizantinos, francos, normandos, suevos, árabes, berberes, albaneses, austríacos entre outros.

A língua etrusca foi falada e atestada em Lemnos próximo a Anatólia (Troia). Esse alfabeto gerou o grego e não o contrário como se pensou durante muito tempo. Uma comparação entre os nórdicos e etruscos é a proximidade dos deuses: em Etrusco Ais = singular para deus / Aisar = Plural para deuses. Em nórdico é Æsir (masculino) e ásynja (feminino).

Os Lobos são os olhos de Odin. Em etrusco, a palavra enxergar é Tau, e atravessar é Luph/Lupin.

Os romanos chamavam Saga (Sagã-ae plural), denominação dos romanos às bruxas, feiticeiras e pythonissam. Saga é a bruxa latina dos romanos, princesa e senhora da Argúcia, da Sutileza, da Agudeza, da Astúcia, a Juíza, a sábia, a que esclarece, que torna claro, que conta história, poema e demonstra, a que encanta, indica e acusa. O termo é derivado do radical do particípio passado argutus, do verbo latino arguere que remonta a deusa Śuri dos oráculos sagrados Etruscos.

Phersipnai e Aita, deuses que governavam o submundo retratados com cabeças de Lobo ou elmos em forma de lobos cobrindo a cabeça de ambos. Mantus e Mania eram os guardiões das portas do submundo.

Phersipnai é equivalente a Perséfone, essa última originou a latina "sagax- acis", que significa perspicaz, que deu origem a sagacidade do latim sagacìtas,Átis e persona, do latim persona(la) (persōna) (máscara de ator, personagem teatral) e este do etrusco phersu (vem de Phersipnai) e este do grego πρόσωπον.

O nome Perséfone tem origem nos subsídios gregos pertho, que significa "destruir" e phone, que quer dizer "assassinato". Devido a isso, significa "aquela que destrói e assassina" a própria morte, uma vez que ela resurge na primavera dos ritos de mistério em Eleusis.  Note a semelhança da palavra Pertho com a Runa nórdica Pertho, significando alegria, festa, felicidade, é o que vem depois do renascimento.

No mito Nórdico preservado pelo Codex Regius e Grímnismál, Odin visita Saga em Sökkvabäck que significa "afundar" (submundo), o salão dos bancos naufragados, um grande navio, onde eles bebem em seus vasos de ouro. De acordo com Snorre, ela é um ser independente que fazia parte da santa irmandade de Asynjor, a esposa de Odin Frigga atuando no submundo. Como podem ver, em cada mundo os deuses assumem nomes diferentes. No céu é um, no inferno é outro, mas são os mesmos deuses/as. Isso fica muito evidenciado no mito Etrusco onde Thinia assume o local de 3 reinos diferentes e cada um ele possui nome diferente. Ele é Thinia no céu, Netuns nas águas e Aita no submundo. Assim como podem se metamorfosear, também podem criar a si mesmos em mundos diversos ao mesmo tempo.



É a Trindade em Um, a mesma essência existindo ao mesmo tempo em 3 reinos distintos, para demonstrar o poder da onisciência, sendo que essa palavra vem do latim Oni e do etrusco Uni ambas significando TODO (tudo) + a palavra sciente, o que tem conhecimento sobre algo. Se ela (deusa Uni) é tudo, ele busca tudo para ela, ele a busca em todo lugar, acompanha em tudo, dessa forma onipresente (na terra), onipotente (celeste) e onisciente (no mar), senhor e senhora dos 3 reinos que se cruzam.

Na estrofe 35 do poema Völuspá de Edda em verso uma völva diz a Odin, entre muitas outras coisas, que vê Sigyn sentada e bastante infeliz com o seu marido acorrentado, Loki, num "bosque de fontes termais".

Ela é mencionada na secção em prosa do poema Lokasenna onde Loki profere insultos aos Æsir, que encontram Loki e amarram-no com as vísceras do seu próprio filho Nari; o seu outro filho, Váli, é descrito como tendo sido transformado num lobo, e a deusa Skadi amarra uma serpente venenosa em cima do rosto de Loki, sobre o qual o veneno respinga. Sigyn é novamente descrita como esposa de Loki, que segura um recipiente sob o veneno que verte, o qual transborda causando intensa dor em Loki, gerando terremotos na terra.

No Gylfaginning  eles são citados novamente, só que aqui os motivos da punição de Loki são diferentes dos descritos no Edda Poetica, porque nesse ele é acusado de ter matado Balder e tê-lo impedido de regressar dos mortos. seu filho Váli é transformado num lobo pelos deuses e mutila o seu irmão, do qual são usados as entranhas para amarrar Loki. A dor se repete no ato da troca da vasilha por Sigyn, até que Loki consegue se libertar e dá início à marcha de Ragnarök.

Sigyn é apresentada enquanto deusa, uma Ásynja, na Eda em prosa no livro Skáldskaparmál, onde os deuses realizam uma grande celebração em correspondência à visita de Ægir, e nos kennings de Loki: "marido de Sigyn", a carga/fardo [Loki] dos grilhões encantados nos braços [de Sigyn])", e numa citação do século IX de Haustlöng, "o fardo nos braços de Sigyn". A menção final de Sigyn em Skáldskaparmál encontra-se na lista de ásynjur na parte anexa Nafnaþulur, capítulo 75. Sigyr é retradada nos mitos nórdicos como a deusa da vitória.

Isto nos remete à Sigrún (do nórdico antigo: runa da vitória) é uma valquíria da mitologia nórdica. A sua história é relatada em Helgakvida Hundingsbana I e Helgakvida Hundingsbana II, na Edda em verso. O editor original comenta que se tratava de Sváva renascida.

Falando em Runas, Theseus Ambrosius (1469-1540) amigo italiano de Olaus Magnus (1554), publicou a obra Introduction to the Chaldean Language contendo 19 Runas Futhark, esclarecidas por Olaus Magnus cinco anos depois como marcações de calendário do final da Idade Média.

Para além do futhark jovem de 16 runas, contem três runas extras: àrlaug, tvímadr e belgthorn.

As dezenove runas apresentadas por Magnus atestam a ampliação das runas dentro de uma tradição medievo-nativa, uma fusão de uma imprensa adaptada e latinizada combinada com o que era na época conhecido como helstungna ou futhark rúnico sueco. Ao mesmo tempo em que Olaus Magnus publicou seu tratado sobre o povo nórdico, o primeiro arcebispo luterano na Suécia, Laurentius Petri (1499-1573), e seu irmão Olaus, estavam ocupados com o estudo das runas. Em suas descobertas, eles descrevem cada runa com algum detalhe, discutem sua pronúncia e também falam sobre as runas do calendário da árvore. Infelizmente, este trabalho nunca foi publicado, mas felizmente foi descoberto por Johannes Bureus (1568-1652), que, após um estudo de seis anos de seu trabalho, publicou sua própria tabuleta rúnica e interpretações rúnicas em 1599. Este trabalho chamou a atenção do dinamarquês médico Ole Worm (1588-1654) que sustentou a opinião de que a igreja católica havia deliberadamente tentado minar a magia das runas. Ele publicou um trabalho significativo sobre a ideia mística das runas em 1626, que veio em má hora, pois a heresia era generalizada e os hereges e seus livros facilmente acabaram nas chamas de uma Igreja separada, confusa e intolerante. Com a tentativa de Magnus Celsius de interpretações rúnicas em 1674, encontramos o último trabalho escrito sobre runas até que elas ressurjam 200 anos depois com os trabalhos do antropólogo norueguês Sophus Bugge (1833-1907), que estabeleceu a runologia como uma ciência acadêmica através de seu discurso do Ancião Futhark.



Düwel aponta a origem das runas como não sendo apenas uma criação germânica; mas que foram sujeitas a influências externas. Alguns alfabetos mediterrâneos influenciaram as runas. A teoria latina foi proposta pelo runologista dinamarquês Ludvig Wimmer na década de 1870, e sugeriu que o alfabeto latino foi pelo menos a inspiração e o modelo para o surgimento das runas.

Dada a ampla circulação do alfabeto latino no século I e as semelhanças entre letras como f, r, b e m, esta é uma teoria notável que possivelmente explica parte da origem das runas, oque não deixa de ter influências etruscas, uma vez que o Latim se mesclou com o etrusco e muitas das palavras etruscas hoje sobrevive na língua portuguesa, como Satélite, Clã , Máscara, Antena entre outras.

A teoria grega, proposta pelo runologista norueguês Sophus Bugge no início de 1900, sugeriu que foi o alfabeto grego que inspirou o primeiro surgimento das runas. Tal como acontece com a teoria latina, os godos que vivem ao redor do Mar Negro e aqueles que vivem nas partes do sul da Escandinávia eram entendidos como os principais propagadores de runas. Esta teoria definiria o desenvolvimento das runas por volta do século 3, mas desde o século 1 parece muito mais provável como o século do desenvolvimento rúnico, a teoria da origem grega tornou-se mais fraca ao longo do tempo, especialmente porque já provamos que a língua Fenícia é mais antiga que a Grega, e a Fenícia gerou o Etrusco, basta ver Tiro e também a Múmia de Zagreb bem como a localização de ambos.

A teoria etrusca foi proposta pelo historiador norueguês Carl Mastrander na década de 1990 e sugeriu uma conexão com o alfabeto etrusco através da parte germânica dos Pirineus e dos Alpes, teoria que encontra concordância com as considerações de Tácito na Germânia que falou da tribo de Cimbru que tentou entrar em território dinamarquês a partir do Danúbio e através dos Alpes no século I. Muito lúcida essa teoria, mas ainda assim doixou de fora a marca Fenícia de Tiro.

É preciso conhecer as Runas no que elas concernem, tanto em símbolismo, significado, mito, história, contexto usado na prática e fundamentos.

Além disso, Bureus e Worm, foram esquecidos por quase 300 anos, mas tem seu mérito. A obra de Bureus e Worm foi desenvolvida em uma época representada pelo impacto de Christian Rosencreutz sobre o continente com os folhetos Fama Fraternitatis em 1614 e o Casamento Químico de Christian Rosencreutz em 1616. Essa influência foi de grande admiração nas imaginações dos intelectuais e espíritas escandinavos que buscavam desvendar, compreender e integrar os grandes temas tradicionais que se encontravam em todos os recantos da criação.

Sigurd Agrell (1881-1936) e suas teorias teosóficas teutônicas espalharam um esoterismo mágico na Alemanha e na Escandinávia. Ele desenvolveu a teoria de que a cifra rúnica foi revelada na verdade esotérica, colocando a runa Fé por último, dando um Uthark. Pessoalmente, acho a teoria um pouco exagerada, mas ao mesmo tempo demonstra a flexibilidade das runas e também uma modalidade de “pegar as runas” para possuir segredos personalizados de dentro do tecido cósmico. Em 1952, os estudos do dinamarquês Anders Bæksted (1906-1968) sistematicamente desmantelaram e descartaram qualquer uso mágico das runas e, em particular, a teoria de Agrell. Agrell sofreu um duro golpe com isso que abalou não apenas sua teoria, mas os estudos rúnicos em geral.

Bæksted conclui e descarta radicalmente os relatos históricos de usos divinatórios de runas. Os Eddas diz que a escultura de runas era inconfundivelmente uma atividade mágica. De forma a igualar qualquer linguista, todos deveriam reconhecer além de conhecer, as letras e os números de uma língua que se vai realmente utilizar, especialmente quando se propõe a usá-las em jogos de adivinhação.

Plínio, o Velho, ao falar sobre os Hérulos, afirma que eles originalmente veio de Thule (Escandinávia, geralmente entendida como Islândia ou Noruega) e migrou para as terras ao redor do Danúbio e do Mar Negro lado a lado com os godos, sugerindo um vínculo íntimo entre essas duas nações tribais. Como já viram antes, a teoria de que os Hérulos teriam ajudado arrumar as runas, não se sustenta, devido como já expliquei antes, o Mar Negro, Tiro e a influência fenícia. Os povos subiram no mapa ao invés de descer, especialmente porque os Germânicos não aguentavam o calor mesopotâmico e africano. Falar de uma pessoa ou outra que tenha descido no mapa tudo bem, mas afirmar que todo um povo desceu no mapa para uma região onde mais morreriam do que viveriam, me parece forçada.



O Futhark jovem de 16 runas é mais mágicos do que o alfabeto antigo. a reduçaõ de 24 para 16 não alterou o significado das previsões, sendo que cada Aettir empresta seu poder nas 16 runas, em igualdade com sua influência social e evolução dos mitos que desempenham. Cada Aettir fala sobre os três níveis de forças, mundana, espiritual e sentimental. As jornadas humana na Terra, o destino do humano a partir do fio da vida das Nornas e, as questões de comportamento guiado pelo sentimento quando consultado internamente, desenvolvendo uma função social que engloba todo o universo onde deuses e humanos convivem. Os Aettir são os 3 caminhos da encruzilhada que ligam céu, terra e inferno. Além de que, é necessário uma tábua dos deuses para apoiar o Espírito Divinatório como oráculo, pois todo Oráculo que se preze possui um Espírito sendo alimentado constantemente, o qual fornece a adivinhação e as conversas durante a consulta para saber da vontade dos deuses.

O Número 9 representa nada mais nada menos que os 9 dias em que Odin ficou dependurado, ele viu um mundo por dia, ele criou um mundo por dia, e cada mundo continha seus segredos rúnicos e as forças que governam cada pessoa, como resultado quantico de suas ações e escolhas.

A Germânia de Tácito do século I d.C. apresenta-nos o mais antigo conto sobre as runas e como elas foram usadas. No capítulo 10 de Germania ele escreve que um galho foi cortado em pedaços e cada pedaço marcado. Essas peças foram então jogadas sobre um pano e interpretadas, seguido por orações e presságios da natureza circundante. Este processo foi possivelmente repetido três vezes. Este breve relato na íntegra diz o seguinte:

“Sobre os usos dos sorteios e augúrios, eles são dedicados para além de todas as outras nações. Seu método de adivinhação por sorteio é extremamente simples. De uma árvore que dá frutos, eles cortam um galho e o dividem em dois pedaços pequenos. Estes eles distinguem por tantas marcas, e jogá-os ao acaso e sem ordem sobre um branco vestuário. Então o sacerdote da comunidade, consulta os sorteios para o público, ou para o pai de família sobre uma preocupação, depois de ter invocado solenemente os Deuses, com os olhos erguidos para o céu, toma cada pedaço três vezes, e tendo feito assim a forma de um julgamento de acordo com as marcas antes feitas. Se as chances se mostraram proibitivas, eles não são mais consultados o mesmo assunto durante o mesmo dia: mesmo quando eles estão convidando, no entanto, para confirmação, a fé dos augúrios também é testada. Sim, aqui também é conhecida a prática de adivinhar eventos a partir das vozes e do vôo dos pássaros. Mas para esta nação é peculiar, aprender presságios e admoestações divinas também dos cavalos. Estes são nutridos pelo Estado nos mesmos bosques sagrados, todos brancos como leite e empregado em nenhum trabalho terreno. “

“Essa procissão na carruagem sagrada são acompanhados pelo Sacerdote e pelo Rei, ou pelo Chefe da Comunidade, que tanto observava cuidadosamente suas ações quanto o relinchado. Em nenhum outro tipo de augúrio há mais fé e segurança repousado, não apenas pela população, mas também pelos nobres, mesmo pelos Sacerdotes. Estes se consideram os ministros dos Deuses, e os cavalos a par de sua vontade. Eles também têm outro método de adivinhação, de onde aprender a questão de grandes e poderosas guerras. Da nação com a qual estão em guerra eles criaram regras, este procedimento não é como ganhar um cativo: eles se envolvem em combate com um escolhido entre eles, cada um armado à maneira de seu país, e de acordo com a vitória para este ou para o outro, reunir um presságio do todo.“

Em minha visão particular, Tácito descreve as etruscas disciplinas, uma vez que todo esse costume consta nelas, e o combate travado por Eneias e Turno evidencia o resto.



No final do século V, encontramos um relato do Bispo de Poitiers que, em uma carta a um amigo, descreve as runas como uma linguagem escrita usada da mesma forma que o grego, o latim, o hebraico ou o persa, testemunhando as runas usadas como um sistema de escrita comum. 300 anos depois, encontramos o abade de Fulda, Hrabanus Maurus, afirmando em um pequeno folheto que as runas eram usadas para dar conta da poesia, magia e previsões feitas pelos nórdicos, sugerindo seu uso tanto como linguagem escrita para comunicação quanto além de ter uma função mágica. A partir disso, podemos concluir que as runas devem ser vistas como uma linguagem mágica que contém duas funções:

1 – falar com os deuses e expressar a vontade;

2- uso comum como alfabeto.

Assim como o hebraico, o latim, o etrusco, o fenício, o persa e o grego, possuem claras implicações mágicas devido à sua virtude comunicativa e aos vários sons que estavam replicando, para rematar, o som que saí da boca é vida e verbo de criação em qualquer país do mundo, pois assim como a boca fala do que o coração tá cheio, você expressa a sua alma e espírito no som que sai de dentro de ti, o sentimento é a linguagem universal que todos os deuses compreendem e a fala é a expressão do sentimento, raciocinado ou não.

As Fontes consultadas estão todas descritas no corpo do artigo, dispensando citá-las novamente. Procurei reunir o máximo de informações tanto de cunho oral quanto de pesquisas literárias para o deleite do leitor. A riqueza de detalhes com que eu descrevi todas as passagens se configura em mistérios revelados, pois tenho certeza que poucos conheciam o conteúdo aqui apresentado. Essa é mais uma contribuição social minha para com a sociedade Bruxa.

Boa Leitura.

Por Sett Lupino.

 

*Copyright. É proibida a reprodução, total ou parcial, do conteúdo e com ausência da citação da fonte, sem prévia autorização do autor desse artigo.