quarta-feira, 20 de maio de 2015

A Bruxa de Ripabianca



Era um tempo onde a Inquisição foi estabelecida quando, no décimo segundo século e início do século XIII, a Igreja, sentindo-se inadequada para a supressão da heresia, especialmente dos cátaros e valdenses, os meios ordinários e a autoridade dos bispos, nomeados como delegados usaram um mandato para investigar e julgar os hereges, cometendo assim, os crimes mais hediondos da história, e por isso até hoje a igreja cristã é considerada como a igreja assassina.




Amarração em rodas, corte da língua, corte das mãos, cremação de vivos, amputação de partes do corpo, dedos, decapitação, pinças incandescentes, pregos debaixo da unha, câmeras ou sarcófagos com estacas internas, piras funerárias para vivos, cordas, forca, ferro quente, ser jogado no rio para boiar como prova de que não era bruxa, prisão, fome, varas, açoitamento, instrumentos de torturas variados, ridicularização, difamação, estrangulamento, foram só algumas das maneiras pelas quais o Santo Ofício de Deus fazia sua justiça.

Foi dito que Matteuccia ia para o congresso em Benevento durante seis meses por ano. Esses seriam março, abril, maio, agosto, setembro e dezembro e permanecia lá por três dias da semana, sendo sábado, domingo e segunda feira.
Matteuccia teve vários epítetos que serão mencionados ao longo desse artigo. Ela foi a primeira bruxa italiana condenada pela inquisição em 20 de março de 1428, pelo capitão Lorenzo de Surdis após um julgamento esquisito. Ela foi amarrada com as mãos atrás das costas na Piazza di Todi e foi queimada viva. Em documentação, ela foi a primeira Strega a ser citada como uma bruxa que voava.

Matteuccia de Francis, residia em Ripabianca em Deruta. Foi acusada por trinta encargos, atribuíveis, de acordo com o tribunal secular que julgou, com um denominador comum: a feitiçaria. O processo de Todi, que aconteceu em 1428, introduziu o protótipo de uma das bruxas reais mais poderosas que já existiu.
Ela foi presa e levada a julgamento porque a fama de bruxa era punida pelo tribunal da inquisição, por "reputação pública", dizia-se uma mulher de má conduta e reputação, encantadora de multidões, feiticeira, bruxa (aqui o termo é usado pela primeira vez em um processo). Matteuccia foi bruxa por excelência.

Foi definida como incantatrix porque curava usando numerosas carminas acompanhadas por gestos “estranhos”. Foi também chamada de fatuchiaria maliaria e, portanto, sabia remover maldições e encantos. Ela foi uma herbarum dominante e uma operadora de milagres, que sabia tratar doenças do corpo, da cabeça e de outros membros na presença do paciente ou de um objeto que pertencia a ele.

Ela também ajudava as mulheres que queriam interromper uma gravidez, e as que queriam ficar grávidas lhe procuravam pedindo sua benção. No entanto a sua especialidade eram os "problemas de relacionamento". Com remédios mágicos ela ensinava as mulheres como seriam amadas por seus clientes e maridos que negligenciavam o casamento e que eram agressivos e ajudava vencê-los com cabelos enrolados em farinha e pendurados na porta ou na cama.
Na época de seu julgamento Matteuccia estava muito famosa e poderosa. Seus clientes vinham de longe para obterem resultados satisfatórios com a magia de Matteuccia. Não só os agricultores e as pessoas das classes mais baixas, mas também pessoas de um certo nível, incluindo um homem empregado pelo famoso líder Braccio da Montone recebeu os favores da bruxa.

Com suas fórmulas, seus sinais e ritos, pomadas e filtros a mulher "encantava" todos em Umbria, especialmente em Todi, Orvieto e Perugia. Até então suas atividades "mágicas" estavam sem as conotações do mal que seriam atribuídas no processo de Todi.

Submetida a tortura, ela confessou ter se transformado em um gato e um cavalo com ajuda de um demônio que aparecia na forma de um bode ou lobo, e confessou que voava magicamente para as reuniões em Benevento. Ela confessou também que usava sangue "Sugato" de crianças em Montefalco, Todi, Orvieto e Perugia. Em fim, qualquer picada de pernilongo que um bebe tivesse, ela era a culpada. A reputação da fama e imagem da bruxa se deu muito devido a uma mariposa, que se dizia sugar sangue de crianças.

Para inspirar esta razão, afigura-se pela primeira vez em um processo, um pregador, San Bernardino de Siena, citado em documentos judiciais, e que dois anos antes tinha realizado uma série de sermões em Todi, Spoleto e Montefalco. Em toda a probabilidade, dada a sua aversão documentada para com "encantamentos", o pregador também tinha atraído sua atenção para a poderosa senhora. Além de introduzir o termo "bruxa" em San Bernardino, em um sermão de 1427, falou pela primeira vez de Benevento como uma cidade que teria lugar "reuniões noturnas de seres stregonici”.

A lenda da árvore de noz (Nogueira) como o mal, em vez disso, tem origens antigas explicáveis a uma falsa etimologia, a derivação do nome do "dano", do verbo latino, dano. A história de Benevento nos conta que antigamente a cidade se chamava malevento devido as confluências e tempestades que devastavam a cidade, até que um padre benzeu a cidade e trocou o nome para Benevento, na intenção de fazer cessar os maus ventos, só se esqueceu de mencionar que isso foi um feitiço de reversão, inclusive, feito pelo padre.

Por que as bruxas que se alimentam de crianças, retirados da literatura clássica (lamias nos Ars poética Horace, Striges no Fasti de Ovídio) e a do voo para o botão de Benevento, combinado com o testemunho das artes mágicas demonizados de cura, seria de agora em diante uma mistura explosiva nos julgamentos de feitiçaria, onde, na Europa e no novo continente "milhares e milhares de mulheres inocentes perderiam a vida, porque eles são forçados por tortura a confessar (ou concordar com o que lhes era imputado) para que os sofrimentos da tortura acabassem. Tais torturas eram sugeridas pelos inquisidores, eles criaram a bruxaria como foi vista pelo mundo, ou pelo menos criaram o medo da bruxaria, por puro golpe político de controle das massas. Uma igreja poderosa na fé cristã não poderia lutar com mulheres com quem os papas transavam e tinham filhos, porque eles cresciam e em seguida requeriam o trono do pai, então toda mulher que mostrasse algum poder seria punida. O ódio da cura xamânica, fomentada por sermões, seria habilmente manobras para desviar o descontentamento popular mesclados anteriormente em formas de hostilidade contra o poder da Igreja e das autoridades governamentais, e assim o inferno foi recriado pela era das fogueiras sob a ótica cristã e da bandeira cristã. Os cristãos de hoje fingem desconhecer esse golpe e reclamam para si o poder de Deus, como se verdade absoluta fosse, incutindo todas as demais fé, como se mentiras fossem, levando a humanidade crer numa batalha onde só a igreja de Cristo deve ganhar. Isso é ignorância humana.

Mas em fim, voltando...

Matteuccia di Francesco foi na verdade uma freira e bruxa italiana, conhecida como a “Bruxa de Ripabianca”. O julgamento contra Matteuccia foi um dos primeiros a terem sido documentados na Úmbria, onde um Tribunal da Bruxaria pronunciou a sentença de morte.

Os juízes decretaram que Matteuccia estava sendo influenciada pelo próprio diabo, e por este motivo vinha repetidamente praticando atos de sacrílegos e feitiços contra os habitantes de Ripabianca. Os acusadores afirmaram que o comportamento da bruxa vinha sendo praticado por muitos anos, até que foi definitivamente capturada e condenada pela corte de Lorenzo de Surdis, segundo ordens diretas do Papa.




Abaixo segue um trecho da acusação formal apresentada pela Igreja Católica contra Matteuccia di Francesco, que a condenava à ser queimada na fogueira sob a acusação de bruxaria:

“Esta é a punição corporal e a sentença corporal ratificada pelo Magnífico e Poderoso Senhor Lorenzo di Surdis, honrado Mantenedor da Paz para a Santa Igreja Romana e o Santo Padre, no nome de Jesus Cristo e de nosso Pai Sagrado pela Divina Providência, o Papa Martinho V. Nós acusamos Matteuccia di Francesco, universalmente reconhecida como uma mulher de hábitos maléficos e de prostituição, feiticeira e bruxa, contra quem formalmente oferecemos acusação.”

Mattiuccia teria confessado ter vendido poções medicinais e ter voado através das árvores na forma de uma mosca e nas costas de um demônio depois de ter aplicado sobre seu corpo um unguento preparado com o sangue de uma criança recém-nascida. Ela foi julgada culpada de bruxaria e sentenciada à ser queimada na fogueira.

Faz-se mister clarear essas coisas como voar na forma de moscas, desde que o cogumelo “amanita muscaria”, o cogumelo das moscas, foi usado desde a antiguidade para dar viagens astrais, encontros com os ancestrais, visões além do Entre-Mundos, Congresso com o mestre Chifrudo da encruzilhada, tanto na forma de unguento quanto na forma de bebida sabática e seus relatos são historicamente garantidos pelos bruxos franceses chamados Lobos Garous.
O professor de Paleografia da Universidade de Verona, Henry Menestò, diz o seguinte em sua pesquisa:

"O processo de feitiçaria contra Matteuccia é um dos mais antigos na Itália, e é um documento importante da abertura da caça às bruxas, um dos maiores massacres da sociedade europeia moderna. A mulher foi deixada sozinha na frente dos juízes sob o peso de uma enorme quantidade de encargos para embaraçar comparando todas as bruxas da Umbria, e não só, do século XV”.

Matteuccia foi levada a julgamento por Roma em 1428, acusada de ser uma prostituta, ter cometido profanação com outras mulheres e pela venda de poções do amor desde 1426. Ela confessou sob tortura, ter vendido remédios medicinais e de ter levado a uma árvore em forma de uma mosca na parte de trás de um demônio manchada com um unguento feito de sangue de recém-nascidos (vermelho como amanita). Ela foi julgada culpada de bruxaria e condenada a ser queimada na fogueira. Como se pode ver, os homens mais inteligentes daquela época, eram na verdade grandes ignorantes e não podemos confiar nessas autoridades, mas os fatos históricos estão ai para quem quiser comparar.

Seu caso foi um dos primeiros julgamentos de bruxas na Europa e, talvez, o primeiro caso em que uma bruxa é mencionada voando no ar.

Em 20 de março também marca o aniversário da inusitada festa da queima na fogueira de Fiddleheads, em Todi, onde a bruxa condenada a ser queimada viva pelo tribunal secular da sua cidade deu origem a uma revolta sem fim. O ano era 1428, quando os habitantes de Todi - no dia antes do equinócio da primavera - foram agitados pelos gritos angustiantes de uma mulher, mãos e pés atados em uma pira em que o capitão da cidade meteu-lhe fogo e a incendiou.

Se Matteuccia imaginasse que hoje, tempos longínquos da sua execução cruel, celebramos o Dia Internacional da Mulher, ela permaneceria perplexa com a ironia que emerge da proximidade dessas duas datas.

Se soubesse que na década de 90 a cidade de Todi foi chamada de "a cidade mais habitável do mundo", certamente ela teria algo a opor-se a este respeito. E por outro lado, mesmo para nós, é difícil acreditar que a bela e tranquila cidade de Todi foi um dia o palco da cena mais macabra e com atrocidades reais.

ATA DO PROCESSO - As atas do processo Matteuccia Di Francesco veio até nós. Hoje os autos são mantidos na Biblioteca de Todi e descrevem com detalhe as razões pela qual a mulher foi condenada, e a sentença realizada.

Páginas e mais páginas, editadas para colocar no registro pelo notário no comando (na época), listam todas as acusações pendentes sobre a cabeça da mulher. Lemos como Matteuccia recebia visitas de pessoas de todos os lugares da Úmbria, para pedir sua ajuda sobre problemas de desgosto ou de saúde. Parece que a bruxa tinha a solução certa para todos com seus benzimentos e encantos mágicos. Prescrevia pomadas (unguentos) à base de plantas desconhecidas pelo povo, receitas gourmet exclusivas e fórmulas mágicas que os ouvidos das pessoas simples não estão acostumados a ouvir sem temer as rimas inocentes, aparentemente, poderia remediar todos os tipos de trabalho, emocional ou físico.

Matteuccia tinha-se tornado completamente um volume de negócios, clientes satisfeitos que voltavam a ela para mais informações, favores e requisitos. Os remédios descritos na primeira parte do processo parecem completamente inofensivo, além de curiosos.

Para uma mulher que foi espancada diariamente e traída por seu marido, Matteuccia aconselhava a conservar a água que ele usou para lavar seus pés, e, em seguida, dar-lhe de beber ao infiel juntamente com um prato de andorinhas temperadas com açúcar.

Um jovem amante bom para se casar, condenado a ficar em uma encruzilhada com uma vela acesa, a dobrar-se recitando um encantamento enquanto sua amada se casava com o litigante. Assim, o noivo nunca poderia se juntar à sua esposa, cujo amor um pelo outro seria, pelo menos, desafiado.

"Em nome de Deus, amém. Esta foi a convicção e o corpo físico da sentença dada e ratificada, condenada e tornada pública por motivo torpe dado por Lorenzo Surdis Roman, Magnificent e poderoso Senhor, honorável capitão e Curador da paz da cidade de Todi e seu distrito para a Santa Igreja Romana e para o Santo Padre em Cristo nosso Senhor e Sr. Martino por divina providência Papal.

Estas são as palavras do processo, 20 de março de 1428 de abertura, condenou Matteuccia Francesco di Ripabianca para ser queimada viva na fogueira por acusações de bruxaria. O julgamento contra a "bruxa" de Ripabianca é um dos primeiros documentado em Umbria para o qual o "Tribunal do mal" pronunciou a sentença da pena capital. Matteuccia foi julgada em Todi porque, naquela época, a vila de Ripabianca pertencia, como um castelo sujeito ao município de Todi.

A mulher, de acordo com os juízes do tribunal, inspirada pelo diabo, fez repetidamente atos de sacrilégios e feitiços sobre as pessoas. Os delitos anteriores tinham sido feito, de acordo com os promotores, a partir de 1426 até o momento da prisão da mulher e sua convicção pelo tribunal presidido por Lorenzo de Surdis, capitão e guarda da paz na cidade de Todi para a nomeação da Santa Igreja Romana.

Por ter ajudado um senhor a conseguir que fosse pago por quem devia à ele, foi instruído a assombrar o devedor com fantasmas de um osso pagão, enterrado sem batismo, levado à uma encruzilhada e recitar nove pai nosso e nove ave Maria acrescentando esse final: “"Osso pagano a quello ti tolsi e qua ti reco”.
Ela usava a erva Vinca (grama da vitória) para encantar corações e fazer aquiescer os enamorados.


bruxas de Benevento
Matteuccia não apenas preparava poções e pomadas, mas também prescrevia e recitava orações sobre a água mágica para todos aqueles que queria recuperar seu amor. Muitos amantes foram até ela para obter uma grama "encantada" como para alimentar seus entes queridos.

“Unguento, unguento, mandame a la noce di Benivento supra acqua et supra ad vento et supra omne maletempo” Esta é a fórmula que a bruxa Matteuccia Ripabianca utilizava para o voo e custou-lhe a sentença de morte.

Hoje, os remédios de Matteuccia certamente não seriam julgados tão perigosos. Para além das considerações óbvias de que beber a água em que o nosso cônjuge fez o banho de pé, ou colocar-se no meio de uma interseção completa com uma vela acesa, nenhuma ação seria aconselhável. Em ambos os casos, por razões de segurança pessoal. Mas, naquele tempo, isso tudo foi levado muito a sério, e considerado uma prova de cumplicidade com o mal, mesmo que as intenções de Matteuccia não parecessem tão desprezíveis. Na segunda parte do processo, no entanto, eles descrevem os ritos de uma forma mais macabra. Matteuccia iria convencer um homem empregado pelo Braccio da Montone, Senhor de Perugia, a adquirir a carne de um homem afogado, para extrair um óleo que aliviou a dor de um paciente, nada diferente da história da anestesia, tão macabra quanto, porém o que muda é a intenção do golpe político da igreja.
Além disso, teria sido capaz de se transformar em um gato, e pairar no ar na parte traseira de uma cabra para chegar ao famoso Walnut de Benevento, coisa que nenhum padre conseguia fazer, e aqui na Nogueira, foi este o local pela primeira vez referido como o lugar preferido por bruxas para os seus encontros com o diabo.

Entre outras coisas, nos autos do processo são mostrados em sua totalidade que também incluem a fórmula mágica para alçar voo, de óbvio interesse para aqueles que - motivado por ambição não conformista - tinha de alguma forma planejado. As taxas são ainda mais graves quando Matteuccia - que tem a duvidosa honra de ser a primeira mulher chamada bruxa - é acusada de crimes horríveis e se alimentar de sangue de crianças. O sono da razão produz monstros como podem ver com processos de juízes tolos.

No entanto, por todas estas transgressões e para os outros, chamou a atenção a decisão do tribunal como vozes das pessoas, e acreditava-se ser mais do que suficiente para implicar em um julgamento por bruxaria, à pobre Matteuccia foi dada a oportunidade para se defender, e para escolher um advogado para ajudá-la, mas pobre, Matteuccia não foi capaz de contratar nenhum. 

O prazo para apresentação de defesa - a burocracia se alastrou até então - Matteuccia é então condenada, e a sentença realizada. Amarrada e montada em um jumento, é conduzida para o local da execução, e então queimada viva. Além disso - parece justificar o notário no final dos minutos - tinha confessado espontaneamente para ser culpada de todos os crimes atribuídos, inclusive o de voar para o sabá. 

E nisso ela não mentiu, Matteuccia disse a verdade, bruxas voam para o Sabá, só não compreende quem é de fora.


Sett Ben Qayin


quarta-feira, 6 de maio de 2015

Existe ou não existe Ex-Bruxo?





Mas afinal, existe ou não existe ex-bruxo?

Recentemente um fato tem ecoado nas redes de televisão de cunho evangélico e propagandas de internet, como sendo o Maior bruxo da história que se converteu para cristão evangélico.
Com isso as dúvidas cresceram e fomos chamados a esclarecer os fatos, para diminuir os egos evangélicos que estão se achando os donos de Deus.

Vamos analisar o ocorrido mais de perto?


MilleniuM um cara que se intitulava bruxo e por um tempo pode manter um templo conhecido como o templo de Brigit no Rio de Janeiro. Adquiriu vários seguidores, fez várias amizades, mas também adquiriu vários inimigos.
De repente ele aparece dando palestras nas igrejas evangélicas e o tumulto começou.
As perguntas eram tantas que não davam espaço para as respostas. Será que ele foi enfeitiçado pelos inimigos?
O que teria acontecido com ele? Desistiu do paganismo? Passou pela ordália mágica e não aguentou? A igreja o comprou com dólares? Quanto ganha um pastor de igreja? Seria vantajoso? Foi golpe político? Estaria ele se promovendo como evangélico devido a maioria do senado ser evangélicos e ele quer entrar pra política?
Todas as alternativas são verdadeiras, a única que não é verdadeira é aquela que afirma ele ser ex-bruxo.
Vamos ver como funciona isso?

Primeiramente: Non ecxiste ex-bruxo!
Você pode adotar a religião que for, você sempre será um bruxo no meio daquela religião, a menos que você nunca foi um bruxo legítimo.
Bruxos são hereges, isso significa que cabem todas as religiões (ou fé) dentro do coração do bruxo, e todas funcionam harmoniosamente.

Não há religião ou fé que remova ou que "cure" o dom de uma bruxa.



O dom é um presente dos deuses e, ele está verticalmente ligado ao espírito. 



Você pode reencarnar e viver novamente, que o dom irá junto Forever!



O dom não é uma doença.

O dom é a mão divina manifestada. 
Eu conheço bruxos cristãos, pagãos, mulçumanos, judeus, árabes, chineses, japoneses, budistas, italianos, hindus, umbandistas, kimbandistas, candomblecistas, voduístas, e de qualquer outra fé que não citei aqui, fé, religião e/ou cultura.

Vejam só:



Um bruxo nunca esteve desconectado de sua fonte espiritual, portanto nós não precisamos do "religare", apesar das muitas religiões reforçarem a fé individual ou coletiva. 



A verdadeira iniciação de um bruxo ninguém retira, nem a morte retira.
Principalmente porque não é um rito iniciático que te transforma num bruxo, e isso ta difícil das pessoas compreenderem.

Pergunte-se: Quem iniciou o primeiro bruxo?
Agora deixe seu bom daimon falar ao seu ouvido interno.



Uma iniciação marca o compasso de um grupo, marca a entrada como um rito de passagem e marca o tempo onde o bruxo passa fazer e ler as mesmas coisas que o grupo faz. Mas não só isso, uma iniciação é o início do caminho escolhido e ninguém trilhará por você, ou seja, a iniciação pode ser feita em conjunto, mas o pós-iniciação é solitário.

Uma vez iniciado, é para sempre! Ainda que você não esteja “na ativa”, ainda que você esteja exilado, de licença, afastado, ou banido do grupo. A iniciação lhe dá meios de prosseguir seu espírito, de lhe nortear nos degraus da escada que te leva pra lá de onde você caiu.

Eu não estou defendendo o MilleniuM, mas se ele for um bruxo de verdade, então ele nunca deixou de ser e nunca deixará, porque não é um ser humano quem irá retirar a marca bruxa de sua alma.
Você pode deixar de praticar e ficar escondido e nem ligar pra nada, ainda assim você é um bruxo.

Você pode para de fazer sexo, nem por isso deixa de ser homem ou mulher, esse é o pensamento. Você pode operar e mudar de sexo, ainda assim continuará sendo um espírito. Aquilo que nasce em sua formação e constituição espiritual, ninguém retira. Somos todos filhos dos deuses, eles são nossos pais, por isso a arte é hereditária por natureza, o que resto é invenção.



O Millenium não deixou de ser bruxo. Ou ele nunca teve uma iniciação legítima que desse suporte espiritual forever, ou ele se tornou um bruxo evangélico, um bruxo em meio evangélico.

Porém, se ele não sabe disso ainda, é porque nunca teve uma iniciação de verdade (a ficha não caiu) ou nunca foi bruxo de verdade e, sim foi um showman que queria seguidores.



Ninguém perde o dom bruxo só porque mudou de fé ou religião.



Por último, só existe uma fórmula pra retirar uma iniciação, e esta fica ao conhecimento dos legítimos bruxos, mas como eu disse acima, não é uma iniciação que fabrica um bruxo. Um bruxo nasce, um feiticeiro se forma, considerando a arte feiticeira como a arte da transformação.


Muitos bruxos se calam, muitos buscam a sabedoria, mas a bruxaria é uma sabedoria de tradição, de arte mágica, não se limita somente com a sabedoria da vida. Ser bruxo é conter em si a sabedoria de mover nuvens, de curar uma doença, de amaldiçoar um crápula como forma de lição e aprendizado, do qual a maldição perde o efeito quando se vira a página por ter compreendido a lição, ser bruxo é conseguir fazer congresso com os ancestrais e seus espíritos divinos ou infernais, ser bruxo é se reconhecer como filho dos Antigos.

É bem verdade que em muitos momentos o calar prevalece como sabedoria, mas em outros a sabedoria está justamente em abrir a boca, independente do julgamento alheio, afinal essa é uma arte oral.

Muitos se perguntam: Que sabedoria há numa religião que se mostra tapada e dogmática como a evangélica? Bem, quando se apoia numa fé, seja ela qual for, move-se montanhas e o fato de não se compreender isso, denota descaso para com a sua arte como um todo.

A maioria das pessoas se forçam a ser sábias da vida, para guiar suas vidas, como se isso fosse uma meta. Outras ganham um pouquinho de asas e já enfrentam com arrogância o seu criador. A arte é ambidestra! Um dia vai, outro vem! Uma mão ao céu, outra no submundo. Não há o por que criticá-lo como um evangélico, mas também não há que se falar em grande bruxo ou ex-bruxo.

Você pode mudar de religião, e ainda assim o gift bruxo estará lá.
Você pode sofrer um AVC, ou perder a memória e ainda assim o gift bruxo estará com vc.
Uma vez bruxo, eternamente bruxo!



Como disse Daniel Schulke em seu livro Viridarium Umbris:

"A Hereditariedade Espiritual do Anjo Brilhante, chamada por alguns de 'Sangue-Bruxo' e por outros de 'Filhos e Filhas da Luz', é a sensibilidade para a interação livre com o Mundo dos Espíritos, chamada de Bruxaria. A fonte oculta do Jardim do Prazer flui com o sangue das fadas e nutre seu Poder; quando se invoca os Guardiões do Éden da Meia-Noite, os carrilhões desta Santa Hereditariedade ecoam dentro da Bússola do Tempo, e a Luz é trazida à tona do Primeiro Momento de Iluminação".

Sett Ben Qayin

domingo, 12 de abril de 2015

O peixe da Bruxa



É preciso lembrar que quando uma bruxa trata seu aprendiz como se fosse paciente, há o risco dele se dar alta quando notar o peixe da bruxa. Dai vem a pseudo-desculpa do exilar para não ser exilado.

Por isso Nunca Julgue!

"Estamos habituados a julgar os outros por nós próprios e, 
se os absolvemos complacentemente dos nossos defeitos, 
condenamo-los com severidade por não terem as nossas qualidades".

- Honoré de Balzac

O Peixe de Todo(a) Mestre(a)




Ding Dong - A Bruxa está viva!




Alguém aprendeu a ser livre e agora quer estar preso de novo?

Não se preocupe. Papo de cabresto é sempre papo de alguém que quer te controlar. Esse é o mesmo papo chato dos evangélicos e de gente que faz proselitismo.

Mas...como disse Aradia...

...Liberte-se da opressão.

Você não tem o porquê de sentir vergonha em ser livre, porque ninguém pode te impedir de ser livre.

Sem apegos, (Ap-ego).... percebeu?

O problema é quando você nota que eles vivem mais dentro de você do que você mesmo. Então preste atenção.

Todo mundo que lhe trouxe sofrimento, também lhe trouxe algum momento de felicidade e aprendizados. Tudo nessa vida é aprendizado e, quem está acorrentado aos seus pés sempre pode lhe proporcionar momentos de dança.

Uma bruxa inteligente me disse uma vez que estamos acorrentados na terra, mas queremos asas para voar e é por isso que temos a vassoura como o nosso símbolo phálico de liberdade. O processo é o mesmo da libertação. O deus das bruxas liberta! A terra é a nossa nutrição, mas os sonhos é a nossa alma, é o vento indomável. Se você parar de sonhar com as asas, deixará de existir a liberdade e não há hierarquia para a liberdade. Religiões nutrem hierarquia, bruxaria não. 

E não é incomum ver bruxas por ai confundindo religiões com bruxaria.

But the way.....A liberdade anda em pé de igualdade.

Veja só, o único animal que sente angústia é o ser humano, todos os outros estão plenamente satisfeitos com o que são. Isso é o processo do pensar, é a maldição dos animais inteligentes.

Quando um ser humano está descontente, ele sente vergonha do outro e se afasta para ser livre da vergonha, mas no fundo ele não está livre da vergonha pelo afastamento do outro, pois a vergonha mora dentro dele, é um processo de sombra Junguiana.

Eu gosto muito dessa história que vou narrar.

Uma vez um homem, um grande homem, lutava pela liberdade, estava viajando pelas montanhas. Ele passou a noite num caravançará e ficou encantado ao ver ali um papagaio numa gaiola de ouro e que continuamente repetia:

“liberdade! Liberdade!”

E o lugar era de um jeito que, sempre que o papagaio repetia a palavra “liberdade!”, ela ecoava pelos vales, nas montanhas.

Então o homem pensou: Já vi papagaios gostar de ser livre, mas nunca vi um papagaio que passasse o dia todo, de manhã até a noite, na hora de dormir, gritando por liberdade. O homem teve uma ideia. No meio da noite, ele se levantou e abriu a porta da gaiola. O dono do pássaro dormia profundamente, então, o homem cochichou para o bicho, “saia agora”.

Mas ele se surpreendeu ao ver o papagaio grudado ao poleiro, então ele continuou a falar com o papagaio “pode sair! A porta está aberta e seu dono está dormindo! O céu é todo seu!”.

E o papagaio continuava grudado no poleiro. Então o homem disse: “qual é o seu problema? Você é louco”?

Ele tentava tirar o bicho da gaiola e o bicho o bicava enquanto gritava “liberdade! Liberdade”!

Coven dos Papagaios
Os ecos se espalhavam pelo vale noturno e o homem teimava em arrancar o papagaio da gaiola, o bicho feria sua mão bravamente e o homem só se satisfez quando conseguiu lançar o papagaio para o céu, e foi dormir.

Na manhã seguinte, quando o homem acordou ouviu o papagaio gritar “liberdade! Liberdade”! Ele achou que talvez o papagaio estivesse empoleirado num galho de árvore, mas quando foi olhar viu que o bicho estava dentro da gaiola com a porta aberta.

A moral dessa história é muito simples. Você pode gostar de liberdade, mas a gaiola sempre lhe proporcionará certa proteção e segurança. Na gaiola, o papagaio não precisava se preocupar com comida, nem com os predadores, nem com coisa alguma. A gaiola é aconchegante, é feita de ouro. Nenhum outro papagaio tinha uma gaiola tão valiosa.

E assim é com o seu poder, com o seu controle das coisas, com sua família, com suas riquezas, o seu prestígio, essas são as suas gaiolas.

A liberdade é perigosa, porque ela não dá garantias, não dá proteção nem segurança.

Liberdade significa andar no desafio abrindo o próprio caminho e a todo instante haverá um novo desafio, às vezes fica quente demais, às vezes fica frio demais.
A liberdade significa uma enorme responsabilidade, você está por sua conta e risco.

Uma vez disse Rabindranath:

“A libertação é tudo o que desejo, mas tenho vergonha de esperar por ela, Tenho certeza de que há em ti um tesouro inestimável e que és o meu melhor amigo, mas não tenho a coragem de varrer a quinquilharia do meu quarto”, e ele está certo. Você não deve esperar pela liberdade, você deve promovê-la agora!

Porque não é uma questão de esperar, é uma questão de assumir o risco, desapegando-se de sentimentos fúteis e coisas fúteis. Para viver em liberdade, você pode aprender a se contentar e se contemplar primeiro na solidão, sozinho. Você deve se sentir bem consigo mesmo, sozinho. Quem não consegue viver sozinho, também não consegue viver com alguém.

Você pode estar certo que no mundo da liberdade existe um tesouro inestimável, mas essa certeza também é uma projeção do seu desejo, da sua expectativa. Então, você gostaria de estar certo. Você quer trocar um valor por outro do mesmo naipe.

Mas com a liberdade não se barganha, você tem de dar o salto rumo ao desconhecido, porque toda certeza também é uma gaiola.

A palavra razão vem do latim ratio e significa sugestão, cálculo, suposição. A razão nunca foi certeza e estar certo não tem nada a ver com estar com a razão. Você pode guiar sua vida sem norteá-la com a ideia do certo e do errado, isso não existe de fato, não existe o certo/errado. Existe o que tem de ser feito.
É por isso que há tanta confusão entre amor e ódio no mundo. O amor e o ódio são a mesma energia, mas você teme o ódio porque nunca ninguém lhe ensinou sobre ele. É por isso que o ódio é uma energia poderosa e assustadora, enquanto que o amor caiu na banalidade da boca do povo. Já percebeu que todo mundo hoje em dia afirma que ama você? Mas será que ama mesmo? Essa lição está fora do Coven do Papagaio.

Para aprender sobre liberdade, você deve aprender sobre o ódio, desde que sem conhecê-lo, você também não poderá conhecer o verdadeiro amor.

Assim, comece sua liberdade se tocando com as mãos e dizendo “eu me amo”, e se valorize. Depois se desapegue de tudo que não te serve mais, roupas, objetos, pessoas que já cumpriram seu papel na sua vida, etc, e dê um novo passo para frente. Se nada é igual, também nada é Uno, você não tem de se manter grudado em alguém ou numa única ideia, pessoa, filosofia, etc. 

O mundo é plural e é essa pluralidade que nos une. Se há o Uno tenha certeza que a união se encontra na pluralidade das coisas e ali há espaço suficiente para que você permita que o outro também siga o caminho dele como bem entender.

Lembre-se: O homem que a dor não educou será sempre uma criança. É por isso que a bigorna dura mais que o martelo.

Fizeram o que fizeram com você?

Não se preocupe. No final das contas isso é entre eles é o deus deles, a regra-gaiola.

Nunca foi entre você e eles, muito menos entre você e o deus que habita neles.
E assim, há os que cultuam o cabresto, e há os indomáveis.

Ninguém uiva por você!

Sett Ben Qayin


terça-feira, 24 de março de 2015

O Auto da fé Bruxa



Por que os seres humanos sempre tem a visão de que eles estão fazendo o bem para alguém? Talvez porque ainda se adota a dicotomia "bem-mal" do sistema judaico.
Algumas pessoas te desprezarão por você pensar diferente. Outras se aproximarão pelo mesmo motivo.
Nojo, repulsa, medo de ser confundido ou de “andar junto”, são premissas que alguns chamam erroneamente de virtudes a serem oferecidas a fim de justificar o desprezo por tal pessoa.

Ao lembrar o auto-de-fé de 1649 que foi talvez o maior “erro” já realizado em nome da fé, vemos e sabemos que espetáculos assim foram e ainda são apenas a ponta do iceberg que culminou e ainda culmina sempre na inquisição. “Mandem para fogueira todos que pensam diferente da gente ou queimem em seus egos por não conseguir conviver com a diferença”.

A diferença é talvez uma das únicas coisas que nos igualam, mas para que se preocupar né? Quem se subtrai de nossa digna presença, não merece mesmo a nossa companhia. Eles dizem: “sejam leais a nós e seremos à vocês”. Lealdade em juramento ou lealdade nas conveniências e invencionices?

Agindo em nome de Deus, em nome de uma fé ou caminho espiritual, de forma dogmática ou rígida, mas movida por interesses políticos de liderança e controle, o fato espalhou a discriminação ao longo de quase sete séculos, e também o medo. Um comportamento de mudanças legítimas não pode prejudicar o outro, caso contrário não há perfeição ou aperfeiçoamento de caráter, mas sim a criação de “vilões, execráveis, criminosos”.

 Os inquisidores e seus representantes agiram na Europa, Ásia e nas Américas, lugares tão variados como as vítimas que perseguiram: judeus, muçulmanos, hindus, protestantes, bruxas, bígamos, homossexuais, sodomitas ou quem quer que cometesse o “crime” de pensar diferente.

Hoje vemos que nada mudou, e pasmem, há gente que se diz “mudar”. Até mesmo na bruxaria vemos inquisidores do próprio sangue.
Falta muito ainda para a tal evolução com progresso no aperfeiçoamento do caráter existir. Mas alguns chamam essa merda separativista de “expansão de consciência”, claro, erroneamente.

Os historiadores fazem distinção entre a Inquisição medieval (ou papal), que vigorou na França, Itália e outros países europeus a partir do século 13, e a Inquisição moderna, que alcançou seu apogeu na península Ibérica entre os séculos 15 e 18. Não há uma data sensata para o início da Inquisição medieval. Ela foi fruto de uma longa evolução na qual a Igreja se sentiu ameaçada em seu poder. Os questionamentos sobre a verdade absoluta do cristianismo, do paganismo e da bruxaria aumentaram a partir da idade média, e os indivíduos que partilhavam dessas ideias foram chamados de hereges.

O termo “heresia” vem do grego hairetikis, que significa “aquele que escolhe”. De fato, na Grécia antiga a heresia era apenas uma escolha do que a pessoa achava melhor para si, sem qualquer conotação religiosa. Se você é lançado na encruzilhada e faz uma escolha que não supre a expectativa alheia, parabéns você é um herege.

Na Idade Média, a Igreja expandiu esse conceito de tal forma que a heresia passou a abranger todas as opiniões contrárias aos dogmas católicos. O combate aos hereges começou a tomar forma com um tratado escrito no século 12 pelo abade Pedro, o Venerável, que chefiava a abadia de Cluny, na região francesa da Borgonha. Ele afirmava que, para eliminar a heresia do seio da Igreja Católica, que chamava de “Corpo de Cristo”, era necessária uma purgação, composta de quatro fases: investigatio (investigação), discussio (discussão), inventio (achado) e defensio (defesa). Aquele era o passo-a-passo da futura Inquisição. “Desse modo, o tratamento aplicado à infecção no Corpo de Cristo começava com pesquisas [daí o termo ‘inquisição’] que os bispos e seus representantes realizavam antes da criação de tribunais especializados”, diz o historiador britânico John Edwards, da Universidade de Oxford.

Para que a caça aos hereges surtisse efeito, era necessário o apoio do Estado. Embora a Inquisição medieval tenha sido idealizada e dominada pelo papa, ela contou com o auxílio dos soberanos. Isso mostra o caráter político das perseguições, numa época em que não havia clara separação entre Igreja e Estado. Hoje em dia a perseguição deu lugar à aversão pessoal e parece que poucas pessoas tem vergonha de se revelar assim, a maioria discrimina enquanto afirma: “você não é um de nós”, ou, "você não vai para o céu", ou ainda, "você não pode andar com a gente, não pode ser um fã dos meus livros como qualquer pessoa e eu não posso ter você no facebook". (risos)

O divisor de águas nessa empreitada foi o 4º Concílio de Latrão, convocado pelo papa Inocêncio III em 1215. Seu principal objetivo era resolver o problema dos cátaros (ou albigenses), um grupo de cristãos do sul da França que contestava os dogmas da Igreja. Ficou decidido que quem se negasse a aceitar a fé católica seria excomungado e entregue à autoridade secular (ou seja, aos funcionários da coroa) para ser castigado, pois a Igreja não podia derramar sangue e, assim o castigo passou invisivelmente para a discernimento, subestimando a nossa inteligência.

Sett Ben Qayin



segunda-feira, 23 de março de 2015

Os Mitos Também são Dogmas



Certamente você já se perguntou o por que o ferro repele "demônios", desde que nunca isso ficou tão claro para você, quando as coisas ensinadas pela alquimia.
Bem, o ferro "mata" uma estrela em fração de segundos. Nosso universo é formado por diversos Sóis. Cada Sol é uma Estrela, portanto, se apenas por um minuto você esquecer os mitos, você verá que as verdadeiras mães de tudo são as Estrelas e nesse ponto, o Sol deixa de ter conotações "masculinas".

Assistam esse vídeo e tentem esquecer Agrippa e Francis Barret por um minuto, tentem esquecer os mitos e tudo que veio das florestas da Inglaterra ou das areias do Egito.
Expansão de consciência é necessária para compreender o porque ninguém Pode "pecar" contra Deus ou contra qualquer divindade, ainda que ela resida na Terra e ande com duas pernas e coma arroz e feijão.

Antes de falar em mágoa, ou melhor, antes de se sentir magoado(a), reflita sobre o hidrogênio como o gênio ou espírito do elemento dos sentimentos, totalmente permeável e tocado pela fé.
Uma estrela é um fogo contínuo que não necessita de oxigênio e dai vem seu poder. Essa energia só pode ser acessada por um ser humano, em linguagem metafísica, através da fé.

É necessário trabalhar com os mitos sem tomá-los como se dogmas fossem.

Bom filme!



sexta-feira, 20 de março de 2015

A Verdade sobre as Chaves de Salomão


Rei Salomão e sua corte

A Clavícula de Salomão é um dos mais antigos tratados de magia cerimonial europeia. A palavra Clavícula significa chave pequena. Esse nome se deu por ser considerado chaves que abrem as portas do universo mágico. O título em língua portuguesa é oriundo da tradução francesa e dela resultou todos os demais tratados de magia, ou pelo menos ela foi consultada para gerar novos trabalhos literários sobre a Arte.

De acordo com os historiógrafos esse livro não foi escrito pelo Rei Salomão. Antigamente, mais precisamente na Idade Média, o recurso literário mais utilizado era o de atribuir uma obra a um personagem famoso. Era frequente que um livro fosse escrito por mais de uma pessoa, pois era o resultado do esforço de uma confraria e geralmente consistia na compilação de materiais transmitidos oralmente há muito tempo sem que fosse possível atribuir a especificidade do autor.

Naquela época não havia os direitos autorais e era uma fase muito rica da história já que existiam muitas nuvens de conhecimento para chover no papel e esse ofício não era específico de alguém de fora da vida religiosa. Por essa razão, os autores não se preocupavam em manter seus nomes ligados a obra e, por isso escolhiam um patrono, um grande sábio dos tempos antigos, uma divindade ou uma personagem lendária para ser seu autor oficial.

Essa prática dava credibilidade ao material, o que poderia não ocorrer se fosse atribuído a um autor sábio e desconhecido. Além de tudo, o escritor legítimo ficava protegido de todos os perigos, caso o texto publicado desse merda no âmbito religioso ou político. Isso dava prisão ou morte em alguns casos. Foi por essa razão que Salomão se tornou autor de vários livros de sabedoria, uma vez que ninguém tinha coragem ou inteligência para contestar a fidúcia do autor.

É fácil atribuir atualmente as raízes do conteúdo da Clavícula ao gnosticismo, uma espécie de heresia cristã muito difundida na Ásia menor, nos primeiros séculos da Era Comum, e na Cabala e seu misticismo originário do século XII de nossa Era. Inclusive, ao olhar de perto os exorcismos do sal e da água, o traçado e lançamento do círculo, o modus operandis para o chamado dos quadrantes, fica bem fácil fazer a leitura que revela de onde Gardner inspirou-se para dar o “frame” da Wicca. Entretanto, esse frame é tradicional à Clavícula e a magia cerimonial. Qualquer um de nós que modelar sua arte baseando-se nesse frame, não pode ser considerado frame wiccan, mas sim, há de ser dado os créditos com precisão a tradicionalidade da magia cerimonial das Clavículas de Salomão.

Mas como eu estava dizendo, isso indicaria que o livro deva ter sido escrito, ou começado, durante o Império Bizantino ou um pouco antes. Uma versão grega foi conhecida no tempo do imperador Manuel I Commenus e, nessa mesma época circulou uma versão em latim.
Daí em diante surgiu às diversas traduções. Foi soi-disant revelada pelo rei Ptolomeus, o Grego, ou traduzidas do hebraico para o latim pelo rabino Abognazar, que podem muito bem serem autores fantasmas.

Embora houvesse diferenças, as cópias foram guardadas nas bibliotecas britânicas e francesas. Essas riquezas permitiram que no século XIX, o magister e fundador inglês da Golden Down, o senhor MacGregor Mathers e o francês Éliphas Levi dessem uma nova roupagem, aproximando do original, mas com linguagem melhorada.
Magia cerimonial vem a ser um nome dado pelos magos eruditos da época, contudo, sabemos que todo ritual formal é uma cerimônia. Mas esses magos eruditos queriam a todo custo se diferenciarem da magia pagã praticada sob os auspícios da feitiçaria, talvez por preconceito, como se magia pagã fosse para os pobres e magia cerimonial fosse para os ricos.

A magia pagã era praticada por pessoas ligadas à fé agrícola, ou talvez uma espécie de religião agrária, e usavam fórmulas simples, feitiços, filtros, encantamentos, poções etc., tudo sob o frame da magia natural e simpática. Era praticada principalmente por mulheres, parteiras, curandeiras da aldeia rural. Parece que essa magia tinha o objetivo de resolver os problemas diários das pessoas, como casamento, trabalho, ter filhos, curar doenças, um relacionamento amoroso, sexo, maldições, etc. Essa magia interagia com as forças naturais, sem controlar essas forças.

No entanto, a magia cerimonial era urbana, masculina e elitista, enraizada nos conceitos e práticas dos místicos judeus e cristãos a princípio, como uma forma de magia erudita, praticada principalmente por religiosos de alto escalão, que tinham a possibilidade de estudar a ciência e a filosofia da época dos magos constelares e visavam, por intermédio dessas práticas sobrenaturais, adquirir poder sobre os indivíduos, espíritos, demônios para se obter ganhos pessoais dos quais não conseguiriam de outra forma. Essa magia buscava controlar essas forças por meio do poder e assim se distinguiu a magia das bruxas e as práticas de magia cerimonial.

Atualmente essas duas divisões de magia não separam mais nada além do próprio nome, pois cada vez mais os dois conceitos se fundem devido talvez, ao avanço da internet e ao conhecimento a um clic de distancia.
A chave menor de Salomão foi chamada de O Lemegeton, e foi assim dividido em cinco partes, sendo: Ars Goetia, Ars Theurgia Goetia, Ars Paulina, Ars Almadel e Ars Nova.

Você pode se informar mais clicando aqui: Chave Menor de Salomão

Nas Clavículas foi abordado a Goécia, escrita sob a forma de diálogo entre o Rei Salomão e seu filho Roboão que aprendia a arte mágica do pai. Dividida em duas partes onde a primeira consta as formas de execução do trabalho mágico, com encantamentos e conjuros para diversas finalidades, e a segunda parte tratou dos instrumentos da arte. A Clavícula revela a arte da Goecia e suas regras, com exortações e conjurações que obrigam o universo oculto a servir o mago. Esse foi o start dado à magia desde então, foi o botão que Salomão apertou para nunca mais desapertar.

As sofisticadas e amplas orações dos antigos manuais de magia são hoje pouco mais que meras bisbilhotices, valem mais quando seus textos são simplificados, restando apenas aquilo que é essencial e que pode ser usado na aprendizagem da Arte.

Clique no link abaixo para descobrir os mistérios sobre o trabalho de ego:



Sett Lupino